Putin se reúne com o Primeiro-Ministro da Hungria, Viktor Orban, no Kremlin
Em 2 de junho, Viktor Orban visitou Kiev como líder da nação que preside o Conselho Europeu, onde se encontrou com o Presidente ucraniano Vladimir Zelensky
MOSCOU, 5 de julho. /TASS/. O Presidente russo Vladimir Putin se reuniu com o Primeiro-Ministro húngaro Viktor Orban no Kremlin. A última vez que os dois políticos se encontraram foi em outubro de 2023, no fórum Belt and Road na China.
Pelos próximos seis meses, a Hungria presidirá o Conselho Europeu. Em 2 de junho, Orban visitou Kiev como líder da nação que preside o Conselho Europeu, onde se encontrou com o Presidente ucraniano Vladimir Zelensky.
Orban ofereceu a Zelensky condições para um cessar-fogo na Ucrânia, mas Zelensky as rejeitou, de acordo com seu gabinete.
O primeiro-ministro explicou que representava o continente europeu, e que a paz está em seu melhor interesse, mas só poderia ser alcançada através de conversas com a Rússia. Anteriormente, Kiev proibiu legalmente tais conversas sob decreto do próprio Zelensky.
O governo húngaro declarou repetidamente que os canais de comunicação com a Rússia devem permanecer abertos, inclusive para encontrar uma maneira de resolver a crise ucraniana. Enquanto isso, em relação às suas conversas hoje, Orban observou que veio em sua capacidade pessoal, não como representante da União Europeia.
Budapeste tem sido criticada e até pressionada, como apontou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, pela UE por sua independência excessiva. Enquanto isso, o representante do Kremlin caracterizou Orban como um político que pode defender os interesses de seu país de forma bastante firme.
Viktor Orban, um político de ultradireita, dá muito trabalho à visão europeia de mundo e de democracia. Porém, neste momento, em um cargo de relevância, é importante que se estabeleça um canal de comunicação entre Rússia e Europa. Resta saber se ele terá habilidades para ser ouvido dentro da Europa.
Habilidade para ser capacho do Putin ele.demonstra ter faz anos
Seria melhor ser capacho do Macron ?
Nós sabemos bem quem o cidadão quer, exige e esperneia para que todos sejam capachos. A propósito, esse tipo pensa que todos tem que ser capacho de alguém. Típico.
Olá Palhares, se for para terminar a guerra, vale a pena capacho até do presidente do Brasil
E o Macron tem capacidade para ter alguém de capacho… ops… tem… acabei de lembrar de um cidadão.
Assim como o Zélensky é capacho dos EUA?
O cara tá tentando salvar o mundo de um inverno nuclear, por isso ele e capacho do Putin. A humanidade agradece o esforço dele
Orban é realmente alinhado com o Putin, provável que assim como Trump, tenha negócios na Rússia e Azerbaijão. Orban não é uma figura bondosa tentando salvar o mundo, ele apenas é alinhado com a Rússia, assim como o Trump, nada de mais.
Da mesma forma o Biden, que também não é um grande salvador do povo ucraniano, ocorre que assim como Trump (que tem negócios nos países antes citados), o Biden e sua família tem negócios pessoais na Ucrânia, sobretudo seu filho, Hunter.
Inverno nuclear???? Você acha que a CHINA deixaria isso acontecer??? Relaxa, muitos acham que o Putin tem muitos capachos para pisar… mas hoje ele é capacho do Governo Chines; Pais que tem muito a perder com as estrepolias de um guri travesso chamado Putin. Conforme for o tom da conversa nos próximos meses não duvido do nosso amigo Putin um dia desses acabar acordando morto. Ai veremos a união das superpotências para garantir a estabilização da querida Rússia bem como a reconstrução da pobrezinha da Ucrânia. Tem maneira melhor de acabar com esse conflito? Melhor, tem outra maneira desse conflito acabar???????
Nao tem nada de capacho,ele está olhando o lado do país dele,acabar logo com a guerra por que o custo de vida do seu país está aumento muito (Gás, petróleo, energia,alimento) por causa da Guerra.
As empresas do seu país tambem esta perdendo competitividade por causa dos custo de produção que esta aumentado por causadas sanções ao gás e petróleo barato russo.
O gasoduto russo foi destruído e sem infraestrutura não tem como enviar gás. A Europa se prejudicou com isso. Concordo com suas palavras, Marcelo.
A Europa se transformou no quintal dos EUA.
Tem razão, nos últimos 70 anos. Não conta para ninguém.
Não se prejudicou, não se fie em fabulas de torcidas. Acompanhe os preços do mercado de óleo e gás no Mundo. São preços públicos e auditáveis. A Europa esta operando normalmente. Obs.: O Qatar esta explodindo de fazer negócios.
Ledo engano, basta ver as cotações de óleo e gás no Mundo nos ultimos tres anos, bem como as cotações do mercado futuro dessas comodities. De vez em quando as noticias são mais um “grito de torcida” do que a pura e simples realidade. Nosso querido Qatar já supre a Europa com todo gás necessário. Mais um inverno acabou, e a Europa está toda florida novamente, agosto é férias total para todo mundo. Nada mudou, os preços caíram e os Russos perderam grana.
É um interlocutor centrado mas não representa os anseios dos patrocinadores da Ucrânia pode ser um pequeno passo para acelerar as negociações conforme os resultados no front se mostrar desfavorável aos ucranianos pois a questão da mão-de-obra vai ser ponto nevrálgico entre a população .
Se a Ucrânia continuar tendo apoio de A, B, C, D a guerra não acaba e nem devia ter começado. Tem que haver mais nações a não apoiar a Ucrânia, na verdade o apoio tem que ser no sentido de não haver guerra. Do ponto que está a Ucrânia já perdeu muito, a Europa perdeu também, mas o sentido dos fatos mudar, quem vai perder são os Estados Unidos, patrocinadores da carnificina.
Em 2 dias a Rússia destruiu 5 sistemas Himars, 1 S-300 e um Patriot. Só tá faltando o F-16 pra fechar a conta. É uma guerra perdida pra Ucrânia que depende 100% de ajuda externa. As instalações militares ucranianas estão sendo destruídas. O Euromaidan tá saindo muito caro pra Ucrânia e pra o Ocidente.
E mais nenhuma imagem de HIMARS apareceu
Quem mais perde com isso é a Rússia. Vamos lembrar o grito da torcida: “Kiev em três dias… em três semanas Paris”… e lá se vão três… anos. Alguém realmente acha que os Russos estão ganhando????
Nada disso não teria sido necessário se não fosse a Rússia iniciar uma guerra sem provocação.
A Carta das Nações Unidas, no Artigo 2(4), proíbe o uso da força contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer estado, consagrando o princípio da inviolabilidade territorial. Todavia, nossa geração tem a perspectiva histórica de ver, em primeira mão, a instrumentalização das leis e da ordem por parte de um país e seu grupo para impor suas vontades e interesses. Muitos aqui são jovens para se lembrar ou compreender que a OTAN foi criada para se contrapor ao Pacto de Varsóvia durante a Guerra Fria, no contexto do dualismo capitalismo versus comunismo. Com a queda da URSS, não havia justificativas para a permanência da OTAN.
A OTAN tornou-se o braço armado do G7, com a pretensão de ser a polícia do mundo, impondo seus interesses. A Rússia, por diversas vezes, deixou claro seu descontentamento com a expansão e o cerco da aliança às suas fronteiras. A Rússia teve anos para se preparar para dizer NÃO. E o não veio com a invasão da Crimeia, quando o governo da Ucrânia foi deposto em favor de alguém próximo ao Ocidente, com pretensões de adesão à OTAN. Ali está o acesso da Rússia ao mar que liga ao Mediterrâneo. Provavelmente, a Rússia entendeu que a diplomacia não era mais suficiente para se opor a esse cerco.
“Todavia, nossa geração tem a perspectiva histórica de ver, em primeira mão, a instrumentalização das leis e da ordem por parte de um país e seu grupo para impor suas vontades e interesses” Comentário absolutamente impecável do tipo que da ânimo de vir aqui ler a seção. Obrigado.
“A Carta das Nações Unidas, no Artigo 2(4), proíbe o uso da força contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer estado, consagrando o princípio da inviolabilidade territorial.”
Rússia em 2008: Invadiu a Georgia.
A invasão da Geórgia tem os mesmos antecedentes conforme citado na Wikipedia: “Após a eleição de Vladimir Putin na Rússia em 2000 e uma mudança de poder na Geórgia para um líder pró-Ocidente em 2003, a relação entre russos e georgianos começou a se deteriorar, levando a uma crise diplomática em abril de 2008, com a Rússia anunciando que removia todas as sanções econômicas impostas à Abecásia em 1996 e estabelecia relações diretas com as autoridades separatistas na Abecásia e na Ossétia do Sul.”
Na análise do EI Estudos Internacionais sobre o conflito, é dito: “Por que a Geórgia atacou a Ossétia do Sul, se todos os indícios indicavam que haveria reação da Rússia e inação dos Estados Unidos em relação a seu aliado do Cáucaso? O nacionalismo georgiano foi o fator que causou o erro de avaliação do governo Saakashvili, que ordenou o ataque aos ossetas acreditando na impossibilidade de uma invasão russa como resposta, em uma região onde a presença de soldados russos é marcante. A omissão se deve ao fato de que reconhecer o nacionalismo georgiano como responsável pelo conflito implicaria reconhecer que o Ocidente também é responsável pela tragédia vivida no Cáucaso, tendo em vista que a reemergência do nacionalismo na Geórgia é resultado direto de medidas ocidentais.”
Essa análise vai mais a fundo ao afirmar que esse reconhecimento iria de encontro à visão de uma Rússia como uma ameaça e colocaria a retórica de suas lideranças em dificuldades, pois não se poderia justificar os gastos militares e a própria expansão. As coincidências seguem: a Geórgia é candidata a entrar na União Europeia e na OTAN. Então, é cristalino que a expansão da OTAN para as fronteiras da Rússia é o pivô da instabilidade local.
Vejo algumas colocações sobre por que só agora? Outros movimentos não tiveram respostas. Há explicações históricas. Com a falência da URSS, a Rússia se viu em grandes problemas econômicos durante todo o período, foi inclusive vítima de um ataque especulativo enorme que lhe rendeu o nome de ‘crise russa’. Nesse período, restava à diplomacia tentar barrar o avanço da OTAN.
NBS. Corretíssimo. Um abraço respeitoso e fraterno.
Você pode fazer o malabarismo mental que for para justificar tais ações, mas o enredo é sempre o mesmo, há eleições em um país colocam um presidente com ideias que vão contra a Rússia, a Rússia cria uma suposta perseguição a russos étnicos e ai invade o país e toma parte de seus territórios.
Um fato é um fato, a Rússia invadiu criminosamente a Geórgia, e depois a Ucrânia, mas você vai passar pano pra isso, e claro, vai culpar os EUA, ou o “ocidente”.
As eleições da Ucrânia de Viktor Ianukovytch foram legais e ele foi deposto pra Zelenskyy ocupar o lugar de Ianukovytch. Zelenskyy é ilegítimo.
Vc me lembrou bastante os fatos que se passaram em Granada e no Panamá.
É, porém no Panamá só esqueceu de citar que o Norriega vendia drogas.
Noriega?? Panamá??
A Geórgia hj tá rejeitando qualquer aproximação com os EUA. Não querem repetir desastres anteriores e acabar como a Ucrânia hoje.
A Russia não deixou a Georgia, A Bielo Rússia e Ucrânia entrarem na OTAN porque isso afetaria a segurança da Rússia. Seria igual se o México permitisse que a Rússia colocasse bases militares em seu território. Os Estados Unidos não deixariam. E quantos países o outro lado não invadiu ?
É só lembrar o que os EUA fizeram (e continuam fazendo) em Cuba.
Mentira.
Foi a Geórgia que atacou a Abkhásia e a Ossétia do Sul.
A intervenção russa estava acordada entre as partes no cessar=fogo do anos 1990.
O que maioria dos brasileiros não entendem
Se acabou com o Pacto de Varsóvia, porque não acabaram com a OTAN ?
“Nada disso não teria sido necessário se não fosse a Rússia iniciar uma guerra sem provocação.”
E o que a Victoria Nuland tava fazendo na praça Maidan nos protestos violentos que resultou na morte de uma centena de policiais ucranianos que combatia os manifestantes? O que os gv dos EUA veio fazendo na Ucrânia nos últimos 15 anos? E explique os ataques das forças armadas ucranianas contra a população do Donbass e as mortes no sindicato dos trabalhadores em Odessa?
Isso ele não vai explicar.
Explicar teorias da conspiração refutadas há anos??
“Sem provocação”? Ok, vida q segue….
O mais interessante é que ela (Rússia) foi provocada. E muito.
Provocação Russa: Países independentes, tomarem decisões soberanas. Muita provocação.
Soberanas com golpes de estado antidemocráticas patrocinados pelo Ocidente…
Eu não sabia que tinha acontecido algum golpe na Polonia e Hungria em 1999
Se marcianos quisessem colocar o México sob sua aliança militar e, consequentemente, abrir bases militares lá os EUA permitiriam ou invadiriam o pobre México??
Falsa dictonomia.
Mais um que não estudou história (recente, 2014)
Caro… “Se”… se os EUA tivessem apoiado a independência do Vietnça após o fim da II Guerra, a guerra teria sido evitada. Se o Japão tivesse declarado guerra contra a Alemanha, ele seria aliado dos EUA..
Existe uma lista literalmente infinita de “Se”… se não tivesse pizza quatro queijos eu pediria alho e bacon.
Fato: existe uma guerra entre a Ucrãnia e a Russia que precisa ser encerrada e para isto, os dois países precisam iniciar negociações de paz.
Há cerca de um ano, comentei que a estratégia da Russia tinha mudado. Parecia que a Russia havia adotado uma guerra de atrito que serviria para consumir os recursos da Ucrânia, aguardando uma mudança no cenário internacional, visto que praticamente todos os países envolvidos direta ou indiretamente teriam eleições em 2024…. .
vai vendo…
A Rússia não avisou antes que não aceitaria a Ucrânia ser cooptada pelo Ocidente? Que não aceitaria a entrada dela na União europeia e OTAN?
Que não aceitaria perseguições contra a população russofona da Ucrânia?
E a Ucrânia não fez ou tentou fazer isso?
Sem provocação não foi. Foram avisados antes.
Sem tem sentido a luz do direito internacional é outra historia.
E qual o Direito tem a Rússia de ditar a política interna de alguém??Vocês criticam os EUA por isso, porém quando a Rússia faz é ok
Entao vc tambem concorda que os EUA invadiram o Iraq sem provocacao, pois usuaram a desculpa esfarrapada de que os iraquianos tinham armas de destruição em massa, o que depois foi comprovado ser uma mentira descarada do governo americano. Eles podem?
Lembre-se tambem que os EUA invadiram sem provocacao o Panamá e a ilha de Granada, eles podem? Tem materias sobre esse assunto aqui mesmo na Trilogia.
Ou seja, a Russia invadiu a Ukrayna sem provocacao, na sua visão nao pode, mas os EUA sempre invadem sem provocacao, eles podem?
Tem um ditado americano que reflete bem a atual situação na Europa em especial em relação a ucrânia…. “Você pode levar um jumento ate a agua, mais não pode forçá-lo a beber…”
Vai chegar uma hora que o jumento vai ter sede. E com certeza vai beber agua. Mesmo que seja um jumento orgulhoso.
Você esqueceu do paradoxo do Asno de Buridan.
A Turquia faz esse canal muito melhor que o Orban, sem contar na irrelevância bélica e estratégica da Hungria.
Há de se lembrar também que o Orban é completamente alinhado ao Putin, e as propostas dele irão sempre beneficiar 100% a Rússia em detrimento da Ucrânia, por isso, inclusive, que o Zelensky odeia o Orban e nega veementemente as propostas dele. O Erdogan, por outro lado, tem posições mais neutras, e mantém relações bilaterais tanto com o Putin quanto com o Zelensky. As pessoas não conhecem o Orban, e ignoram completamente o fato dele, assim como Le Pen, Trump, Alyev, etc terem lobby com a Rússia.
Não é necessário incluí-lo onde você sempre esteve.
Historicamente, essas características que definem a ultradireita, quando fomentadas ou já presentes em uma sociedade, são a gênese de conflitos militares. Se analisarmos os momentos que antecedem grandes conflitos militares históricos, encontraremos todas ou parte dessas características. A ultradireita na Europa é sinônimo de guerra no horizonte. Porém, essa guerra não será como antes; as armas de hoje significam ‘game over’.
A ultradireita se caracteriza por várias ideologias e políticas distintas:
Nacionalismo Exacerbado: Há uma ênfase extrema na identidade nacional, frequentemente acompanhada por sentimentos anti-imigração e medidas rigorosas para proteger as fronteiras. Também há uma defesa intensa da soberania nacional contra qualquer influência externa, incluindo organizações internacionais e acordos multilaterais.
Autoritarismo: Há uma preferência por um governo forte e centralizado, muitas vezes liderado por uma figura autoritária, com disposição para restringir liberdades individuais e civis em nome da segurança e ordem pública.
Xenofobia e Racismo: Políticas rígidas contra a imigração são comuns e, em alguns casos, a deportação de imigrantes é defendida. Certas facções da ultradireita promovem ideologias de supremacia racial, discriminando minorias étnicas e religiosas.
Populismo: A ultradireita frequentemente adota uma retórica contra as elites políticas e econômicas, posicionando-se como representante do “povo comum”. Usa uma linguagem simples e direta, muitas vezes apelando às emoções e frustrações das pessoas.
Tradição e Conservadorismo Cultural: Há uma defesa firme dos valores e normas sociais tradicionais, muitas vezes em oposição a movimentos progressistas como o feminismo e os direitos LGBTQ+. Em muitos casos, esses valores estão fortemente ligados à religião tradicional.
Economia Protecionista: Preferem políticas econômicas que protejam indústrias nacionais e trabalhadores contra a competição estrangeira. Em alguns casos, apoiam programas de bem-estar social, mas restritos a cidadãos nacionais.
Militarismo: Valorizam forças armadas poderosas e promovem o aumento dos gastos militares. Também dão ênfase a políticas de segurança interna, incluindo uma polícia e forças de segurança robustas.
Rejeição do Multiculturalismo: Promovem uma cultura nacional homogênea e rejeitam o multiculturalismo, defendendo a preservação de uma identidade cultural nacional específica.
Teorias da Conspiração: Frequentemente propagam teorias da conspiração relacionadas a questões como imigração, globalização e controle por elites internacionais.
Historicamente, essas características que definem a ultradireita, quando fomentadas ou já presentes em uma sociedade, são a gênese de conflitos militares. Se analisarmos os momentos que antecedem grandes conflitos militares históricos, encontraremos todas ou parte dessas características. A ultradireita na Europa é sinônimo de guerra no horizonte. Porém, essa guerra não será como antes; as armas de hoje significam ‘game over’….
Hum… desculpa mais eu sou “intelectualmente prejudicado” não entendo muito de politica e bem menos de historia… talvez o senhor saiba explicar umas duvidas que tenho sobre a posição acima descrita pelo senhor;
Sobre esse “Nacionalismo Exacerbado” se a população tem esse sentimento e elege representantes que compartilha esse sentimento, o povo esta errado? a vontade do povo expressa democraticamente através do voto deve ser ignorada porque é “exacerbada” e quem é que define se esse nacionalismo do povo é “exacerbado”? nesse caso o regime politico da nação ainda pode ser considerado democrático? estou perguntando para poder entender melhor…
Autoritarismo: Há uma preferência por um governo forte e centralizado, muitas vezes liderado por uma figura autoritária, com disposição para restringir liberdades individuais e civis em nome da segurança e ordem pública…. o senhor esta se referindo aquele Senhor que faz parte de um dos três poderes lá da capital? parece que esse tipo de coisa não é exclusividade da “ultradireita” ….
Xenofobia e Racismo: pois é vira e mexe aparece gente defendendo certas coisa que considero imorais.. agora não entendi a parte que fala sobre “Políticas rígidas contra a imigração são comuns e, em alguns casos, a deportação de imigrantes é defendida” não é um direito de cada nação “independente” de administrar sua politica de imigração?
Populismo: A ultradireita frequentemente adota uma retórica contra as elites políticas e econômicas, posicionando-se como representante do “povo comum”. Usa uma linguagem simples e direta, muitas vezes apelando às emoções e frustrações das pessoas. hum não seria talvez mais produtivo se todos os que pleiteiam, através do voto claro, o direito de governar uma nação e não apenas a ultradireita, usassem uma linguagem simples e, em especial honesta, para se comunicar com as pessoa que estão frustradas e com emoção a flor da pele… será que isso ajudaria? será que ajudaria estudar o porque da população estar nesse estado?
Tradição e Conservadorismo Cultural: Há uma defesa firme dos valores e normas sociais tradicionais, muitas vezes em oposição a movimentos progressistas como o feminismo e os direitos LGBTQ+. Em muitos casos, esses valores estão fortemente ligados à religião tradicional. .. desculpa mais não entendi nada aqui, o senhor fala dessas coisa como se elas fossem um problema? “defesa firme dos valores e normas sociais tradicionais” ate parece que o senhor estaria sugerindo o fim da “religião tradicional”… claro que não .. ou esta? desculpa pergunto para entender melhor…
Economia Protecionista: Preferem políticas econômicas que protejam indústrias nacionais e trabalhadores contra a competição estrangeira. Em alguns casos, apoiam programas de bem-estar social, mas restritos a cidadãos nacionais. .. er.. mesmo com o risco de parecer “repetitivo” pergunto: defender a indústria e os trabalhadores nacionais é ruim?
Militarismo: Valorizam forças armadas poderosas e promovem o aumento dos gastos militares. Também dão ênfase a políticas de segurança interna, incluindo uma polícia e forças de segurança robustas.
… er…. isso também é ruim pro pais e pro povo? sou sexagenário por isso pergunto, o mundo mudou muito e eu nem percebi..
Rejeição do Multiculturalismo: Promovem uma cultura nacional homogênea e rejeitam o multiculturalismo, defendendo a preservação de uma identidade cultural nacional específica. … quer dizer que hoje em dia isso é ruim? putz estou mesmo muito desinformado….
Teorias da Conspiração: nem tenho ideia do que isso quer dizer….
Desculpe-me pelo tempo, tive que pesquisar um pouco mais para poder explicar o que disse anteriormente. Existem estudiosos famosos como Ernest Renan, filósofo francês conhecido pelo ensaio “O Que é uma Nação”; Anthony D. Smith, antropólogo britânico conhecido por seu trabalho sobre nacionalismo, identidade étnica e a formação de estados-nação; e Eric Hobsbawm, historiador britânico cujo trabalho abrange a história do nacionalismo e a formação de identidades nacionais no contexto histórico.
De forma sintética, esses estudiosos lançam um olhar sobre os sentimentos e mecanismos psicológicos envolvidos na formação de um estado, pátria e no sentimento nacional. Esses sentimentos estão presentes em todos nós quando nos sentimos “pertencentes” a um lugar.
O problema começa quando esses sentimentos são “exacerbados”, principalmente em uma democracia, pois esta tem como um de seus pilares a convivência pacífica entre seus membros, mesmo com suas contradições. Desta forma, levando-se em conta as características sociológicas para tipificar um movimento ou partido como ultradireita, ressalto ainda que, pela complexidade dos processos humanos, podemos encontrar todas ou algumas destas características.
Pode-se dizer que:
Nacionalismo Exacerbado e a Democracia: O nacionalismo exacerbado não torna automaticamente o povo “errado”. A democracia respeita a vontade popular expressa pelo voto, mas pode haver preocupações se esse nacionalismo levar a políticas discriminatórias ou a conflitos internacionais. O termo “exacerbado” geralmente se refere a extremos que ameaçam direitos universais ou a cooperação internacional.
Autoritarismo: O autoritarismo pode existir em qualquer regime político, não sendo exclusividade da ultradireita. Refere-se a um governo centralizado que pode restringir liberdades em nome da segurança. É importante manter um equilíbrio entre segurança e liberdades individuais para garantir a democracia.
Xenofobia e Racismo: Cada nação tem o direito de definir suas políticas de imigração, mas políticas rígidas e deportações devem ser examinadas à luz dos direitos humanos. O desafio é encontrar políticas que equilibrem segurança nacional com respeito aos direitos dos imigrantes.
Populismo: Uma comunicação simples e honesta pode beneficiar todos os políticos, não apenas a ultradireita. Entender as frustrações populares é crucial para governar com eficácia, promovendo políticas que atendam às necessidades reais das pessoas.
Tradição e Conservadorismo Cultural: A defesa dos valores tradicionais não é um problema em si, mas pode se tornar controversa se conflitar com direitos humanos ou igualdade. O desafio é respeitar a diversidade cultural e os direitos individuais enquanto se preserva a identidade cultural nacional.
Economia Protecionista: Proteger a indústria nacional e os trabalhadores pode ser benéfico, mas economias muito fechadas podem limitar o crescimento e a inovação. O equilíbrio está em adotar políticas que protejam sem isolar economicamente o país.
Militarismo: Valorizar as forças armadas é importante para a defesa nacional, mas altos gastos militares podem desviar recursos de necessidades sociais e econômicas. O desafio é investir de forma eficaz em segurança sem negligenciar outras áreas fundamentais.
Rejeição do Multiculturalismo: Promover uma cultura nacional não é intrinsecamente negativo, mas rejeitar completamente o multiculturalismo pode limitar a diversidade e a riqueza cultural de uma sociedade. É possível promover uma identidade nacional sem excluir outras culturas.
Teorias da Conspiração: Teorias da conspiração são ideias sem base factual que atribuem eventos complexos a conspirações ocultas. É essencial avaliar informações com ceticismo e baseá-las em evidências verificáveis para evitar manipulações e decisões prejudiciais. Nos movimentos de ultradireita, algumas teorias já catalogadas incluem:
Creio que o conhecimento mais relevante que a ciência tem sobre esses comportamentos é o que já sabemos que acontece com sociedades marcadas por essas características exacerbadas. Se pegarmos os principais livros de batalhas épicas, grandes generais, grandes feitos militares, guerras e analisarmos os elementos subjacentes ao conflito e a história individual desses generais, lá encontraremos essas características presentes, esperando o rastilho de pólvora. Outro fato relevante é que esses movimentos utilizam as regras das democracias para corrompê-las por dentro.
O pano de fundo que atualmente alimenta os sentimentos da ultradireita são as crises do sistema capitalista, suas contradições e estão circunscritos ao Ocidente, que vive os problemas do envelhecimento de suas populações, o estado de bem-estar da Europa, imigração, a competição com novos players, automação, IA, exclusão social, desemprego entre os jovens, etc. Muita frustração, e essa frustração é direcionada ao problema errado.
Amigo NDS, agradeço o tempo que você dedicou para prepara vossa resposta a minhas indagações, respostas muito bem elaboradas… Pelo que entendi o principal ponto que vejo nelas é basicamente a necessidade de “equilíbrio” na politica, na sociedade, nas atitudes…. nada é “preto ou branco” … imagino que as relações humanas são complexas porque somos seres complexos… não tem como haver um “ganhador” sem haver um “perdedor” e isso sempre vai trazer conflitos… imagino que o problema maior seria como resolver, ou melhor, como administrar esses conflitos quando a dita “direita” e a “esquerda” do espectro politico ambas se acham “donas da verdade” e que conseguir, a qualquer custo” impor a sua “verdade” é para o “bem de todos” ….
“Sobre esse “Nacionalismo Exacerbado” se a população tem esse sentimento e elege representantes que compartilha esse sentimento, o povo esta errado? a vontade do povo expressa democraticamente através do voto deve ser ignorada porque é “exacerbada” e quem é que define se esse nacionalismo do povo é “exacerbado”? nesse caso o regime politico da nação ainda pode ser considerado democrático? estou perguntando para poder entender melhor…” Entendo… Diga entao se vc acha que o povo alemão na decada de 30/40, que suportava e apoiava o nazismo, estava em seu direito?
Fernando, é verdade que o povo alemão “permitiu” que uma ideologia nefasta liderada por “criminosos” tomassem conta de seu pais e implantassem uma ditadura irresponsável e sanguinária que causou danos imensuráveis a humanidade… e eles pagaram um preço enorme por isso.
É verdade também que esses “monstros” utilizaram a incipiente “democracia” Alemã para corrompê-la. Isso não quer dizer que a democracia deva ser extinta, ela ainda é a melhor maneira de governo possível, é perfeita? claro que não, precisamos aprimora-la criando mecanismos “fortes” para a sua defesa contra todos os que estão tentando deturpá-la, seja de direita ou da esquerda.
bom comentário, mas quanto a ter economia protecionista, qualquer país que queira ter sua industria preservada (algo fundamental para o desenvolvimento do país) deve proteger ou incentivar sua indústria nacional, absolutamente, qualquer país desenvolvido fez e faz isso ( Seja EUA ou China). Atualmente, quem é contra isso são pessoas de de direita liberal ( discípulos de Mises, Adam Smith), que acreditam que o mercado se regulará por si só ( teoria da “mão invisível”), Mas que na prática é mais uma questão de “fé” que a economia se regularizará sozinha ( nenhum atual economista leva isso a sério, ainda mais depois da cirse de 1930) e nenhum país( a não ser que queira falir) usa da teoria liberal.
Sim, de fato, deve-se proteger o mercado com políticas bem estruturadas que permitam certa competição e resguardem de uma competição entre desiguais. O liberal, em particular aquele que não tem dinheiro, tende a enaltecer a competição como valor intrínseco.
A verdade é que não há competição justa entre iguais. Os países subsidiam suas corporações direta ou indiretamente. O ‘dono’ do negócio usa seu poder para angariar defensores junto ao Estado. Veja o caso da Avibras, empresa privada em um setor estratégico que enfrenta dificuldades para ser nacionalizada ou para que o Exército faça compras vultosas para mantê-la funcional.
Em quase todos os países, essas empresas são estatais e, quando não são, o cliente principal é o Estado. Nos EUA, todas as grandes corporações dependem do governo, com subsídios e recursos a perder de vista. Contudo, por aqui, ainda vivendo o neoliberalismo tardio, temos duas opções: deixá-la falir ou vendê-la.
Todas estas que vc mencionou, extremamente identificadas com o Nazismo.
As crises econômicas do capitalismo pariram o fascismo e sua faceta alemã, o nazismo. Os antecedentes da Primeira e da Segunda Guerra Mundial têm como pano de fundo as crises econômicas, a competição por colônias para explorá-las economicamente, o militarismo exacerbado em uma corrida armamentista, movimentos trabalhistas sem proteção (exploração do capital), desigualdade social e o nacionalismo da Alemanha de Otto von Bismarck. Alguns governantes viam a guerra como uma forma de unir o país contra um inimigo externo e desviar a atenção dos problemas domésticos.
Na Segunda Guerra Mundial, aparecem os mesmos elementos, incluindo a crise econômica na Alemanha, a hiperinflação, o antissemitismo, o racismo e o militarismo. As crises econômicas do sistema são o motor da extrema direita, que se afina com as definições observadas na história. Elas são instrumentalizadas pelas elites econômicas daquele tempo. Os maiores industriais e os mais poderosos da sociedade alemã eram todos nazistas, assim como na Itália de Mussolini. Grandes corporações atuais têm um histórico de ligação com esses movimentos. E a exclusão social de camadas anteriormente pertencentes ao meio produtivo, que foram expulsas pelo sistema devido às suas contradições, corre para os braços da intolerância.
A Europa de hoje vive esses mesmos antecedentes: crise do capitalismo que desemprega, fragiliza as relações de trabalho, aumento da competição com China e Ásia, automação, IA com mais automação e desemprego, população envelhecida e sem força de trabalho disponível, e a que está disponível não deseja trabalho pelo que lhe pagam. A imigração de africanos, indianos e chineses, e de ex-colônias, cria um caldeirão em ebulição, com os excluídos engrossando partidos e ideias incendiárias. Há chance de a OTAN ser contaminada ou cometer um erro de cálculo. Como disse anteriormente, as guerras entre poderes são game over.
Cada uma que a gente lê por aqui…
Olá NBS. O cessar fogo é um imperativo civilizatório. Esta guerra começou errada e tem que terminar.
As negociações devem envolver os dois países….
A paz deve ser o desejo maior de todos. A história humana é entremeada de alguns momentos de paz e lucidez com o desassossego da guerra. Não deveríamos nos acostumar com ela, entretanto, fazemos parte de uma geração inteira exposta à violência, às vezes institucional, outras fruto da alienação cultural. É cristalino que os envolvidos devem ser parte dos esforços de entendimento. Porém, temo que os ‘interlocutores’ não queiram armistício. São muitos os interesses diversos e difusos. A OTAN se movimentou para as fronteiras da Rússia para forçá-la a um desgaste econômico e, de quebra, retirar Putin do poder e até agora não obteve sucesso. A paz virá como nos mostra a história.
Entendo que o Trump ganhando, em pouco tempo veremos um encontro dele com o Putin, e a situação na Ucrânia tende a ser resolvida, e não vai ser nada vantajoso para a Ucrânia.
você apostaria a vida nisso?
EDITADO
comentário estranho. Doeu?
Heinz, o America First fez uma grande publicação explicando o que o Trump fará na Ucrânia caso seja eleito, e o que o Biden fez de errado, o texto praticamente diz que a solução será fazer a Rússia ganhar a guerra.
Tem de se lembrar também que os EUA não consegue manter equilibrados 3 teatros de operação, e o Trump, que é controlado pela AIPAC, irá desviar os recursos que estão indo para a Ucrânia para realoca-los em Israel e no Pacífico.
Covarde e Omisso, está tranquilo porque os Yankers cuidam da sua segurança, queria ver se fosse o país dele na fronteira com a Rússia se eles estaria com essas pompa toda.
Não faria diferença, porque a Hungria é aliada da Rússia.
Como a Alemanha já foi, a Armênia.
Enquanto a galera do Orban estiver no poder aa Hungria será alinhada á Rússia
Catchup, já que não estudou a história recente, separei um ótimo resumo para se interagir, de um jornalista ocidental:
“Por Jeffrey D. Sachs, em Common Dreams. Tradução de Glauco Faria
Pelo amor de Deus, negociem!
Pela quinta vez desde 2008, a Rússia propôs negociar com os EUA sobre acordos de segurança, desta vez com base em propostas feitas pelo presidente Vladimir Putin em 14 de junho de 2024. Nas quatro vezes anteriores, os EUA rejeitaram a oferta de negociações em favor de uma estratégia neocon para enfraquecer ou desmembrar a Rússia por meio de guerra e operações secretas. As táticas neocon dos EUA fracassaram de forma desastrosa, devastando a Ucrânia durante o processo e colocando em risco o mundo inteiro. Depois de todo esse belicismo, é hora de Biden abrir negociações de paz com a Rússia.
Desde o fim da Guerra Fria, a grande estratégia dos EUA tem sido enfraquecer a Rússia. Já em 1992, o então secretário de Defesa Richard Cheney opinou que, após o fim da União Soviética em 1991, a Rússia também deveria ser desmembrada. Zbigniew Brzezinski sugeriu em 1997 que a Rússia deveria ser dividida em três entidades vagamente confederadas na Europa russa, na Sibéria e no extremo leste. Em 1999, a aliança da Otan, liderada pelos EUA, bombardeou a Sérvia, aliada da Rússia, por 78 dias, para dividir a Sérvia e instalar uma enorme base militar da Otan no Kosovo, que se separou do país. Os líderes do complexo militar-industrial dos EUA apoiaram veementemente a guerra da Chechênia contra a Rússia no início dos anos 2000.
Para garantir esses avanços dos EUA contra a Rússia, Washington promoveu agressivamente a ampliação da OTAN, apesar das promessas feitas a Mikhail Gorbachev e Boris Yeltsin de que a organização não se moveria nem um centímetro para o leste da Alemanha. De forma mais tendenciosa, os EUA promoveram a ampliação da OTAN para a Ucrânia e a Geórgia, com a ideia de cercar a frota naval russa em Sevastopol, na Crimeia, com países-membros da organização: Ucrânia, Romênia (membro da OTAN desde 2004), Bulgária (membro desde 2004), Turquia (membro desde 1952) e Geórgia, uma ideia tirada diretamente do manual do Império Britânico na Guerra da Crimeia (1853-1856).
Brzezinski definiu uma cronologia de ampliação da OTAN em 1997, incluindo a adesão da Ucrânia à organização entre 2005 e 2010. Na verdade, os EUA propuseram a adesão da Ucrânia e da Geórgia na Cúpula de Bucareste, realizada pela entidade em 2008. Em 2020, a OTAN já havia de fato agregado 14 países da Europa Central, do Leste Europeu e da antiga União Soviética (República Tcheca, Hungria e Polônia em 1999; Bulgária, Estônia, Letônia, Lituânia, Romênia, Eslováquia e Eslovênia em 2004; Albânia e Croácia em 2009; Montenegro em 2017; e Macedônia do Norte em 2020), enquanto prometia a futura adesão da Ucrânia e da Geórgia.
Em suma, o projeto de 30 anos dos EUA, originalmente concebido por Cheney e pelos neoconservadores e levado adiante de forma consistente desde então, tem sido enfraquecer ou até mesmo desmembrar a Rússia, cercá-la com as forças da OTAN e apresentar a Rússia como a potência beligerante.
É nesse cenário sombrio que os líderes russos têm proposto repetidamente a negociação de acordos de segurança com a Europa e os EUA que proporcionariam segurança a todos os países envolvidos, não apenas ao bloco da OTAN. Orientados pelo plano de jogo neocon, os EUA se recusaram a negociar em todas as ocasiões, enquanto tentavam culpar a Rússia pela falta de negociações.
Em junho de 2008, quando os EUA se preparavam para expandir a OTAN para a Ucrânia e a Geórgia, o presidente russo, Dmitry Medvedev, propôs um Tratado de Segurança Europeia, pedindo segurança coletiva e o fim do unilateralismo da OTAN. Basta dizer que os EUA não demonstraram nenhum interesse nas propostas da Rússia e, em vez disso, prosseguiram com seus planos de longa data para a ampliação da organização.
A segunda proposta russa para negociações veio de Putin, após a violenta derrubada do presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, em fevereiro de 2014, com a cumplicidade ativa, se não a liderança total, do governo dos EUA. E eu vi a cumplicidade dos EUA de perto, pois o governo pós-golpe me convidou para discussões econômicas urgentes. Quando cheguei a Kiev, fui levado ao Maidan, onde fui informado diretamente sobre o financiamento dos EUA para o protesto do Maidan.
As evidências da cumplicidade dos EUA com o golpe são esmagadoras. A secretária de Estado adjunta Victoria Nuland foi flagrada em uma ligação telefônica, em janeiro de 2014, tramando a mudança de governo na Ucrânia. Enquanto isso, senadores dos EUA foram pessoalmente a Kiev para incitar os protestos (semelhante aos líderes políticos chineses ou russos que foram a Washington em 6 de janeiro de 2021 para agitar as multidões). Em 21 de fevereiro de 2014, os europeus, os EUA e a Rússia intermediaram um acordo com Yanukovych, no qual ele concordou com eleições antecipadas. No entanto, os líderes do golpe renegaram o acordo no mesmo dia, tomaram os prédios do governo, ameaçaram com mais violência e depuseram Yanukovych no dia seguinte. Os EUA apoiaram o golpe e imediatamente reconheceram o novo governo.
Na minha opinião, essa foi uma operação padrão de mudança de regime, secreta, liderada pela CIA, da qual houve várias dezenas em todo o mundo, incluindo 64 episódios entre 1947 e 1989, meticulosamente documentados pelo professor Lindsey O’Rourke. É claro que as operações secretas de mudança de regime não são realmente ocultas, mas o governo dos EUA nega veementemente seu papel, mantém todos os documentos altamente confidenciais e sistematicamente faz seu gaslighting com o mundo: “Não acredite no que você vê claramente com seus próprios olhos! Os EUA não têm nada a ver com isso”. No entanto, os detalhes das operações acabam surgindo por meio de testemunhas oculares, delatores, liberação forçada de documentos nos termos da Lei de Liberdade de Informação, desclassificação de documentos após anos ou décadas e memórias, mas tudo isso tarde demais para uma verdadeira responsabilização.
De qualquer forma, o violento golpe induziu a região de Donbas, de etnia russa, no leste da Ucrânia, a se separar dos líderes do golpe, muitos dos quais eram nacionalistas russofóbicos radicais e alguns pertenciam a grupos violentos com histórico de ligações com a SS nazista no passado. Quase imediatamente, as lideranças golpistas tomaram medidas para reprimir o uso do idioma russo, mesmo na região de Donbas, que fala russo. Nos meses e anos seguintes, o governo de Kiev lançou uma campanha militar para retomar as regiões separatistas, empregando unidades paramilitares neonazistas e armas dos EUA.
No decorrer de 2014, Putin pediu repetidamente uma paz negociada, o que levou ao Acordo de Minsk II em fevereiro de 2015, baseado na autonomia de Donbas e no fim da violência de ambos os lados. A Rússia não reivindicou a região como território russo, mas, em vez disso, pediu autonomia e a proteção dos russos étnicos dentro da Ucrânia. O Conselho de Segurança da ONU endossou o acordo de Minsk II, mas os neoconservadores norte-americanos o subverteram de forma privada. Anos depois, a chanceler Angela Merkel revelou a verdade. O lado ocidental tratou o acordo não como um tratado solene, mas como uma tática de adiamento para “dar tempo” à Ucrânia para construir sua força militar. Nesse meio tempo, cerca de 14 mil pessoas morreram nos combates em Donbas entre 2014 e 2021.
Após o colapso definitivo do acordo de Minsk II, Putin propôs novamente negociações com os EUA em dezembro de 2021. A essa altura, as questões iam além da ampliação da OTAN e incluíam questões fundamentais de armamentos nucleares. Passo a passo, os neoconservadores dos EUA abandonaram o controle de armas nucleares em conjunto com a Rússia, abandonando também unilateralmente o Tratado de Mísseis Antibalísticos (ABM) em 2002, colocando mísseis Aegis na Polônia e na Romênia a partir de 2010 e saindo do Tratado de Força Nuclear Intermediária (INF) em 2019.
Em vista dessas terríveis preocupações, Putin colocou na mesa, em 15 de dezembro de 2021, um projeto de “Tratado entre os Estados Unidos da América e a Federação Russa sobre Garantias de Segurança”. A questão mais imediata sobre a mesa (artigo 4 do projeto de tratado) foi o fim da tentativa dos EUA de expandir a OTAN para a Ucrânia. Liguei para o assessor de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, no final de 2021 para tentar convencer a Casa Branca de Biden a entrar nas negociações. Meu principal conselho foi evitar uma guerra na Ucrânia, aceitando a neutralidade do país em vez da adesão à OTAN, que era uma linha vermelha luminosa para a Rússia.
O presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, aceitou rapidamente a neutralidade do país, e a Ucrânia e a Rússia trocaram documentos, com a mediação hábil do Ministério das Relações Exteriores da Turquia. Então, repentinamente, no final de março, a Ucrânia abandonou as negociações.
O então primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, seguindo a tradição do belicismo anti-russo britânico que remonta à Guerra da Crimeia (1853-6), foi até Kiev para advertir Zelensky contra a neutralidade e a importância de a Ucrânia derrotar a Rússia no campo de batalha. Desde essa data, a Ucrânia teve cerca de 500 mil mortos e está nas cordas no front.
Agora temos a quinta oferta de negociações da Rússia, explicada de forma clara e convincente pelo próprio Putin em seu discurso para diplomatas no Ministério das Relações Exteriores da Rússia em 14 de junho. O presidente russo expôs os termos propostos pelo país para acabar com a guerra na Ucrânia.
“A Ucrânia deve adotar um status neutro e não alinhado, ser livre de armas nucleares e passar por desmilitarização e desnazificação”, disse Putin. “Esses parâmetros foram amplamente acordados durante as negociações de Istambul em 2022, incluindo detalhes específicos sobre desmilitarização, como o número acordado de tanques e outros equipamentos militares. Chegamos a um consenso em todos os pontos.”
“Certamente, os direitos, as liberdades e os interesses dos cidadãos de língua russa na Ucrânia devem ser totalmente protegidos”, continuou ele. “As novas realidades territoriais, incluindo o status das repúblicas populares da Crimeia, Sevastopol, Donetsk e Lugansk, Kherson e Zaporozhye como partes da Federação Russa, devem ser reconhecidas. Esses princípios fundamentais precisam ser formalizados por meio de acordos internacionais fundamentais no futuro. Naturalmente, isso também implica a remoção de todas as sanções ocidentais contra a Rússia.”
Permitam-me dizer algumas palavras sobre a negociação.
As propostas da Rússia devem agora ser respondidas na mesa de negociações por propostas dos EUA e da Ucrânia. A Casa Branca está totalmente errada em fugir das negociações apenas por causa de discordâncias com as propostas da Rússia. Ela deveria apresentar suas próprias propostas e começar a negociar o fim da guerra.
Há três questões centrais para a Rússia: A neutralidade da Ucrânia (não ampliação da OTAN), a permanência da Crimeia nas mãos dos russos e as mudanças de fronteiras no leste e no sul da Ucrânia. As duas primeiras são quase certamente inegociáveis. O fim da ampliação da OTAN é o casus belli fundamental. A Crimeia também é essencial para a Rússia, pois ela abriga a frota russa do Mar Negro desde 1783 e é fundamental para a segurança nacional do país.
A terceira questão central, as fronteiras do leste e do sul da Ucrânia, será um ponto-chave das negociações. Os EUA não podem fingir que as fronteiras são sacrossantas depois que a OTAN bombardeou a Sérvia em 1999 para que renunciasse ao Kosovo e depois que os EUA pressionaram o Sudão para que renunciasse ao Sudão do Sul. Sim, as fronteiras da Ucrânia serão redesenhadas como resultado dos dez anos de guerra, da situação no campo de batalha, das escolhas das populações locais e das compensações feitas na mesa de negociações.
Biden precisa aceitar que as negociações não são um sinal de fraqueza. Como disse Kennedy: “Nunca negocie por medo, mas nunca tenha medo de negociar”. Ronald Reagan descreveu de forma famosa sua própria estratégia de negociação usando um provérbio russo: “Confie, mas verifique”.
A abordagem neocon em relação à Rússia, ilusória e arrogante desde o início, está em ruínas. A OTAN nunca será ampliada para a Ucrânia e a Geórgia. A Rússia não será derrubada por uma operação secreta da CIA. A Ucrânia está sendo horrivelmente ensanguentada no campo de batalha, muitas vezes perdendo 1.000 ou mais mortos e feridos em um único dia. O fracassado plano de jogo neocon nos aproxima do Armagedom nuclear.
No entanto, Biden ainda se recusa a negociar. Após o discurso de Putin, os EUA, a OTAN e a Ucrânia rejeitaram firmemente as negociações mais uma vez. Biden e sua equipe ainda não desistiram da fantasia neocon de derrotar a Rússia e expandir a OTAN para a Ucrânia.
O povo ucraniano foi enganado inúmeras vezes por Zelensky, Biden e outros líderes dos países da OTAN, que lhes disseram falsa e repetidamente que a Ucrânia prevaleceria no campo de batalha e que não havia opções de negociação. A Ucrânia está agora sob lei marcial. O público não tem voz sobre seu próprio massacre.
Para o bem da própria sobrevivência da Ucrânia e para evitar uma guerra nuclear, o presidente dos Estados Unidos tem uma responsabilidade primordial hoje: Negociar.”
De lá pra cá a Rússia não deixou de peitar os Estados Unidos e vai continuar assim. A Ucrânia precisa propor a paz a si própria e os Estados Unidos precisam achar a paz, nem que a paz encontre os Estados Unidos à contra vontade.
Felipe, excelente texto.
Seu texto derruba por terra os argumentos dos fanboys dos EUA aqui na Trilogia.
Lembrando ainda que após o fim da URSS foi feita uma proposta de integrar a Russia a comunidade europeia e no futuro ate mesmo à OTAN, onde Boris Iéltsin chegou ate mesmo a assinar um protocolo de intenções, que não foi ratificado justamente pelos EUA.
Capacho, extremista, xenofobo, misogino , anti-bibas..rs…..como se isso importa-se de fato….. no final o que importa são os resultados…melhoria da vida dos que eles governam….seja o Viktor, seja o Putin…ou o Xi.
E não duvido , que o capacho de hoje seja o ganhador do premio Nobel da Paz de amanhã…rs
Engraçado Orban ser taxado de capacho, só porque se recusa a seguir a cartilha da UE de demonizar a Rússia.
Antes de tudo Orban é um nacionalista, no melhor sentido da palavra, pois Hungria só tem a perder com o veto do gás russo
É isso mesmo. Bem dito.
Hungria , matriz do antigo império austro húngaro que reinou na Europa como força militar / político / cultural por algumas décadas na Europa ….. Viena salva da invasão mongol por cavalaria polonesa hussards …. é um povo forte e sobrevivente focado em sobreviver entre forças antagônicas …. pós 2º GM controlada política e militarmente por Moscou nao deseja atrair a ira de Moscou pois sabe que esta irá durará por gerações entre civilizações …:
É um estadista procurando manter seu país livre e autônomo ; jogo difícil .
Os poloneses foram o povo que mais sofreu na Europa! Esse sim, um povo sobrevivente
Quem no mundo é doido pra pegar um país pequeno, sem muitas opções econômicas e achar que vai bater na Rússia. Só se for um pau mandado de OTAN, UE e Estados Unidos, sabendo que é um delírio descomunal.
É um pouco daquele negócio, “o que é melhor, ser cabeça de sardinha ou rabo de baleia”?
O húngaro está priorizando a sobrevivência da sua nação. Para isso, impõe-se cuidar pra não pisar no rabo do urso em hibernação.
O comediante aquele quis ser cabeça de sardinha e só conseguiu mesmo virar bucha de canhão.
Se você existe nas margens do rio Amazonas, não adianta brigar com as cheias. Melhor é aprender a navegar. O Amazonas estará ali por muito tempo, muito depois de você.
Acho que um comentário meu ficou retido. Se possível, poderiam liberar?
Paciência, pequeno gafanhoto, paciência.
Esperei duas horas antes de pedir a liberação
Acho que o filtro reteve porque usei algumas palavras que, ainda que não ofensivas, podem ser usadas em discussões (r4abo, buch4, c4nhão,…), aí a inteligência artificial, por não ser tão inteligente assim, bloqueia sem pena rsrs
O interessante, é que até agora o site não mencionou o crime de guerra Russo em Kiev que “jornalismo”
Será que o Orban foi à Rússia em nome da Otan e do “Ocidente”?
Talvez tenha ido oferecer armas para a Rússia, para que a guerra possa ter continuidade “ad infinitum”.
Ora, se a guerra acabar, comercialmente não seria interessante para os “aliados” do Zé Lenski.
As condições são muito simples. Basta os Russos recuarem com o rabo entre as pernas para as fronteiras de 2012. Simples assim, acabariam com o genocídio contra o povo Ucraniano e a paz reinaria em sua totalidade. Difícil isso??? Só depende do idiota do Putin. Bem que o nosso presidente em exercício podia buscar esse acordo, nesses termos, eu sou o primeiro a pleitear que se de o Nobel da Paz para o presidente em exercício do Brasil. Bem que o blog podia iniciar essa campanha mundial.