Rio de Janeiro (RJ) – Entre os dias 12 a 20 de junho de 2024 aconteceram os primeiros ensaios de engenharia, realizados em ambiente relevante, do Demonstrador de Tecnologia do Radar Contrabateria (DTCBia) com coleta de dados de alvos reais. Os ensaios foram realizados nas instalações do Centro de Avaliações do Exército (CAEx), sendo conduzidos pela equipe do Centro Tecnológico do Exército (CTEx) e por colaboradores da empresa Embraer, com o apoio das equipes do CAEx e do Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro.

O objeto das coletas de dados foi, principalmente, engenhos disparados pelo Morteiro 120 mm e pelos Morteiros 81 mm. Ainda foi possível detectar e coletar dados de drones que faziam a cobertura de imagens dos ensaios e do tráfego aéreo comercial da região, além de reflexões proporcionadas pelo movimentos das águas costeiras (clutter marítimo).

O Demonstrador de Tecnologia do Radar Contrabateria é o objeto da primeira etapa do projeto Radar Contrabateria Multifunção, desenvolvido pelo CTEx, junto à Base Industrial de Defesa (BID).

O Radar de Contrabateria na Artilharia de Campanha localiza as peças de artilharia e os arrebentamentos de granadas pela determinação de origem ou término da trajetória de um engenho detectado, fazendo uso de modelos físicos e cálculos baseados em suas trajetórias. Dentre suas missões, destacam-se: localização das peças de artilharia inimiga, regulação e ajuste do tiro de artilharia amiga, e alerta de fogo iminente.

Já um Radar Contrabateria Multifunção, além das funcionalidades típicas previstas para um radar deste tipo, agrega a capacidade de detecção de alvos aéreos, em especial aeronaves remotamente pilotadas, que são uma grande fonte de preocupação no cenário bélico atual. Isto é possível graças à tecnologia AESA, que permite a implementação de diversas formas de apontamentos e conformação de feixe eletromagnético, aliadas a variadas estratégias de varredura.

O Sistema de Busca de Alvos da Artilharia de Campanha atualmente não dispõe de um Radar Contrabateria. A busca pela obtenção por P&D deste Sistema e Material de Emprego Militar (SMEM) posicionará o Brasil no seleto grupo de países que dominam tal tecnologia e fortalecerá a soberania nacional.

FONTE: Agência Verde-Oliva/CCOMSEx

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Heinz
Heinz
3 dias atrás

Essa notícia me surpreendeu, e me deixou muito feliz. Excelente iniciativa, ter essa tecnologia hoje é imprescindível para o poder de combate do exército. Parabéns!
Espero que estejam desenvolvendo também sistemas de guerra eletrônica

Bueno
Bueno
Reply to  Heinz
2 dias atrás

Eu também Heinz , achei o tempo de teste deste “prototipo” rápido em relação ao anunciado anteriormente que o EB estava trabalhando neste projeto.

Last edited 2 dias atrás by Bueno
Wellington Junior
Wellington Junior
Reply to  Heinz
2 dias atrás

essa detecção de drones pode ser uma característica ímpar no cenário de guerra moderno.

Heinz
Heinz
Reply to  Wellington Junior
2 dias atrás

sem dúvidas, os drones atualmente são uma tremenda dor de cabeça.

Nativo
Nativo
3 dias atrás

Que boa surpresa!
Espero que siga em frente e que o próprio exército não abandone o projeto, como de seu costume.

Mauro Cambuquira
Mauro Cambuquira
2 dias atrás

Que bom!!! Imagino que tenhamos outros meios de contrabateria. Já que não temos radar multifunção para isso.

RPiletti
RPiletti
Reply to  Mauro Cambuquira
2 dias atrás

Cálculos feitos através de dados obtidos das crateras e afins…
https://arquivodigital.defesa.pt/Images/winlibimg.aspx?skey=&doc=251947&img=15928

Akhinos
Akhinos
2 dias atrás

Deixa eu ver se eu entendi. Esse radar nacional é AESA? É isso mesmo? Se sim, isso é muito surpreendente.

Rafael Gustavo de Oliveira
Rafael Gustavo de Oliveira
2 dias atrás

Excelente notícia, vejo o esforço do EB em montar a famosa bateria de busca de alvos, e tal meio agregaria grande capacidade também aos demais programas do EB, olha só a possibilidade de mesclar operações abaixo:

-Radar de contrabateria (bateria de busca de altos)
-SARP categoria 3 (companhia de inteligência)
-Astros MTC-300 (bateria de misseis e foguetes)

Se tudo conversar, é hit-kill

BraZil
BraZil
2 dias atrás

Que excelente notícia. pena que isso aqui é igual ao Chavez; gostamos, mas já sabemos o final…

Bardini
Bardini
2 dias atrás

Basicamente o mesmo hardware empregado no “Vigilante”. Componentes importados, rodando software brasileiro adaptado as demandas da missão… E é isto que estão testando.

Marcos
Marcos
Reply to  Bardini
2 dias atrás

Mostra ai esses componentes importados. Fico no aguardo.

MMerlin
MMerlin
Reply to  Marcos
1 dia atrás

Querer que um equipamento seja 100% nacional é utopia.
No caso em questão, que é um radar AESA, mais ainda.
Para controlar as antenas tipo de radar é necessário um tipo de hardware bem específico (não sendo possível fazer via software).
Não recordo do Brasil produzir um modelo SoCs ou FPGA que possa ser utilizado neste radar.
E este componente é só um dos exemplos.

Last edited 1 dia atrás by MMerlin
Heinz
Heinz
Reply to  Bardini
2 dias atrás

Caro Bardini, quais seriam s componentes importados?
Acredito que deva ter mesmo, mas são raros os países que fabricam todas suas peças e partes em equipamentos militares. Até a Rússia utiliza peças ocidentais para fazer seus mísseis. Digo, o ideal é que produzamos 100% do equipamento, mas como o Brasil não é um grande player tecnológico e industrial, ainda sim, é uma boa notícia.

art
art
2 dias atrás

o Radar Giraffe 1x do guarani da antiaérea tem a função contra bia, será o primeiro com a capacidade do EB.

Alexandre
Alexandre
2 dias atrás

Tecnologia crítica, tendo como indutor o Estado com participação do setor privado! Estado mínimo é o sonho molhado da quinta coluna travestida de p@tri0t@$

Gabriel
Gabriel
Reply to  Alexandre
2 dias atrás

Mas isso é uma tecnologia militar ué, só o estado vai utilizar! Isso tem emprego exclusivo dentro do exército…
Ou o Mercado Livre vai comprar um radar AESA e não divulgaram ❔

Carlos Campos
Carlos Campos
1 dia atrás

Muito legal, essas munições são super sônicas e e de pequeno RCS, parabéns.

José 001
José 001
1 dia atrás

Uma pergunta.

Se alguém puder responder já agradeço.

Os radares de contra bateria podem localizar o local de disparos de munições guiadas, que mudam a trajetória durante o voo ou somente as convencionais que têm uma trajetória balística mais previsível?