A Hwasong-18 intercontinental ballistic missile is launched during a drill

Um míssil balístico intercontinental Hwasong-18 da Coreia do Norte em um exercício em 18 de dezembro de 2023 Foto: Agência Central de Notícias Coreana - KCNA

Em 2023, os nove estados armados com armas nucleares gastaram um total combinado de $91.393.404.739 em seus arsenais – equivalente a $2.898 por segundo. O relatório mais recente da ICAN, “Surge: 2023 Global nuclear weapons spending”, mostra que $10,7 bilhões a mais foram gastos em armas nucleares em 2023 do que em 2022

Quem gastou o quê em seu arsenal nuclear em 2023?

Em 2023, China, França, Índia, Israel, Coreia do Norte, Paquistão, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos gastaram juntos $91,4 bilhões em suas armas nucleares, o que se traduz em $173.884 por minuto, ou $2.898 por segundo. A parcela dos Estados Unidos do total gasto, $51,5 bilhões, é maior do que a de todos os outros países armados com armas nucleares juntos e representa 80% do aumento nos gastos com armas nucleares em 2023. O segundo maior gastador foi a China, que gastou $11,8 bilhões, com a Rússia em terceiro lugar, gastando $8,3 bilhões. Os gastos do Reino Unido aumentaram significativamente pelo segundo ano consecutivo, com um aumento de 17% para $8,1 bilhões.

$387 bilhões em 5 anos

“Surge” é a 5ª edição do relatório global de gastos com armas nucleares da ICAN. Nos últimos 5 anos, foram gastos $387 bilhões em armas nucleares, com os gastos anuais aumentando 34%, de $68,2 bilhões para $91,4 bilhões por ano, à medida que todos os nove estados armados com armas nucleares continuam a modernizar e, em alguns casos, expandir seus arsenais. Alicia Sanders-Zakre, coautora do relatório, observou: “A aceleração dos gastos com essas armas desumanas e destrutivas nos últimos cinco anos não está melhorando a segurança global, mas sim representando uma ameaça global.”

Quem lucra com este aumento nos gastos nucleares?

Globalmente, os países armados com armas nucleares possuem contratos contínuos com empresas para a produção de armas nucleares no valor total de pelo menos $387 bilhões, continuando em alguns casos até 2040. Em 2023, empresas envolvidas na produção de armas nucleares receberam novos contratos no valor de quase $7,9 bilhões. Nos EUA e na França (os países para os quais os números podem ser obtidos), essas empresas gastaram $118 milhões em lobby.

Esses grandes lucros incentivam os fabricantes de armas nucleares a gastar milhões – pelo menos $6,3 milhões em 2023 – para influenciar a política governamental e as atitudes públicas em relação às armas nucleares, apoiando think tanks. Em 2023, pelo menos $123 milhões foram gastos na contratação de mais de 540 lobistas e no financiamento de grandes think tanks que influenciam o debate nuclear. O relatório “Surge” expõe essas conexões.

O custo de oportunidade das armas nucleares

Os bilhões de dólares desperdiçados em armas nucleares a cada ano representam uma má alocação inaceitável de fundos públicos. Em vez de despejar recursos tão necessários em uma corrida imprudente com armas de destruição em massa, os 9 estados armados com armas nucleares poderiam financiar serviços vitais para seus cidadãos ou ajudar a enfrentar crises globais existenciais. Os $91,4 bilhões por ano poderiam pagar por energia eólica para mais de doze milhões de casas, ajudando a combater as mudanças climáticas, ou cobrir 27% do déficit de financiamento para combater as mudanças climáticas, proteger a biodiversidade e reduzir a poluição. Um minuto de gastos com armas nucleares em 2023 poderia ter pago o plantio de um milhão de árvores. Cinco anos de gastos com armas nucleares poderiam ter alimentado 45 milhões de pessoas que atualmente enfrentam fome – pela maior parte de suas vidas.

É por isso que a ICAN está convocando uma semana global de ação de 16 a 22 de setembro de 2024. Nossa semana de ação ocorrerá justamente quando países de todo o mundo se reunirem para encontrar soluções para os maiores desafios globais de nosso tempo. De agora até que os estados se reúnam, estamos convidando pessoas de todo o mundo a nos dizerem em que prefeririam que o dinheiro fosse gasto, e em setembro, lutaremos juntos com uma mensagem clara: “Nenhum Dinheiro para Armas Nucleares!”

FONTE: icanw.org

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Nilo
Nilo
5 meses atrás

Tanto EUA, China e Rússia estão aumentando os gastos com armas nucleares, aquela ideia após queda do muro de Berlim, que estes países se distanciavam anos após anos dos mísseis nucleares com o desenvolvimento de novas armas convencionais caí por terra.
Recente fala do Putin é que a Rússia está revisando o sistema de alerta no uso de seu arsenal em virtude de considerar o último ataque com armas americanas em praia da Criméia vitimando inclusive criança como um ataque americano, já que este forneceu inclusive informação através de seu drone para o sistema Himars.
Para quem acha que russo tem uma noção de soberania relativa como nós, tudo bem rsrsrs.

Nemo
Nemo
5 meses atrás
Camargoer.
Camargoer.
5 meses atrás

Pois é…. por isso sou contra o Brasil ter armas nucleares.. Suponha um arsenal pequeno como o do Paquistão…. isso consumiria US$ 1 bilhão.. ou algo como R$ 5 bilhões… cerca de 5% do orçamento militar do MinDef… insustentável.

por outro motivos, defendo o completo banimento de armas nucleares do mundo

Amilton
Amilton
Responder para  Camargoer.
5 meses atrás

Até mesmo pq, se aumentar o gastos com armas, não vai sobrar dinheiro para comprar camarão e vinho em uma futura GLO…

Saldanha da Gama
Saldanha da Gama
Responder para  Camargoer.
5 meses atrás

Ou ninguém tem, ou todos tem o direito de ter….

Abraços

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Saldanha da Gama
5 meses atrás

Então… Por isso defendo que ninguém tenha.

No One
No One
Responder para  Camargoer.
5 meses atrás

Imagine 🎵

Imagine all the people
Livin’ life in peace
You
You may say I’m a dreamer🎶

Acordei…sou um ser humano, com as minhas glórias e misérias. Faz parte.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  No One
5 meses atrás

Rapaz… ano passado fui no show do Paul.. vi que ele estará novamente no Brasil este ano.

estou inclinado a ir novamente.

Se tiver Imagine do repertório, vou cantar..

comment image

Gustavo
Gustavo
Responder para  Camargoer.
5 meses atrás

Então e dois, esse cara e talento puro.
Esperando ele vim aqui em BH
em um show no Mineirão. Só alegria.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Gustavo
5 meses atrás

Em outubr.. um showe em São PAulo e outro em Floripa

wilhelm
wilhelm
Responder para  Camargoer.
5 meses atrás

Cinco bilhões gastos em armas nucleares por si só já têm mais serventia do que todas as Forças Armadas somadas no que diz respeito a garantir a soberania da nação.

Não falta dinheiro para o Brasil. Falta interesse político.

Pedro I
Pedro I
Responder para  wilhelm
5 meses atrás

Falta gente…

Fernando
Fernando
Responder para  Camargoer.
5 meses atrás

Gosto dos seus comentários, mas nessa VC foi mal. Já tínhamos que ter armas nucleares a décadas. Sem elas ninguém te escuta

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Fernando
5 meses atrás

Olá Fernando… há muto tempo defendo o completo banimento das armas nucleares. Tenho esperança de que a nossa geração deixe de herança um mundo livre de armas nucleares.

Gustavo
Gustavo
Responder para  Camargoer.
5 meses atrás

Paquistão tem entre 140 a 150 ogivas nucleares, olhamos panorama atual Ucrânia,Síria, Iraque , custo de vida , perda de território, danos da infraestrutura, são irreparáveis, então se o seu cálculo tiver certo 1 bilhão e preço barato a se pagar.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Gustavo
5 meses atrás

Este é o valor da manuntenção e prontidão.. para construir as bombas vai precisar de muito mais. Já fiz esta conta antes. Para montar um aparato de construção demandaria algo em torno de US$ 5 bilhões. Depois demandaria outro entre US$ 5 para US$ 10 para montar o sistema de lançamento (um esquadrão de caças ou um ou dois submarinos com capacidade de lançar mísseis

Apenas lembrando que o Paqustão usa cerca de US$ 1 bilhão para manter seu aparato basicamente mirando a Índia que é vizinha… eu não sei quem seria o alvo brasileiro, Obviamente não é a Argentina.

Todo aparato nuclear demanda uma estratégia e planos de ação (lembra do plano R em Dr Fantástico?)

Gustavo
Gustavo
Responder para  Camargoer.
5 meses atrás

Seria em torno 16 bilhões a 20 bilhões de dólares, só isso, vale pena , gastamos esse valor com judiciário, vale pena, só de pensar nos danos de um país invadido, por causa de ambições de países ocidentais.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Gustavo
5 meses atrás

Vai cortar o que para ter US$ 20 bilhões para construir bombas? Isso são R$ 100 bilhões.. e depôs R$ 5 bilhões todo ano…

Tem que pedir para o BC estipular um juro básico de 2%… Daí o dinheiro aparece por magica

Fëanor
Fëanor
5 meses atrás

A verdadeira soberania advém da dissuasão de ter em posse armas nucleares à pronto uso.

Allan Lemos
Allan Lemos
Responder para  Fëanor
5 meses atrás

É ilusāo achar que existe soberania sem armas nucleares.

Saldanha da Gama
Saldanha da Gama
Responder para  Allan Lemos
5 meses atrás

2!!!!

Tutor
Tutor
Responder para  Allan Lemos
5 meses atrás

Pois é, concordo. É o mesmo que em uma briga um ter um revolver na cintura e o outro só as mãos. Aí o armado diz, não vou puxar a arma, vai ser só na porrada. Mas, todo mundo sabe que se ele levar muitas porradas e ser humilhado, em algum momento vai sacar a arma, é natural.

Chris
Chris
Responder para  Allan Lemos
5 meses atrás

Mas que ninguém mexe com quem tem arma nuclear… Não mexe !

Ate a Coreia do Norte faz o que quer no Mar do Japão.

Kleber F.
Kleber F.
5 meses atrás

Me pergunto qual o estado de conservação do arsenal russo, em razão dos gastos muito inferiores aos dos EUA, tendo o mesmo tamanho de arsenal. Em caso de chegarem às vias de fato, teria a Rússia capacidade (no sentido de confiabilidade das armas) de detonar uma ogiva que seja em pelo menos metade dos alvos estratégicos na OTAN?

Amilton
Amilton
Responder para  Kleber F.
5 meses atrás

O maior problema fica para o território europeu mesmo. A Rússia causaria uma bela devastação lá, mas seria rapidamente dizimada. Hoje existe um claro desequilíbrio de forcas em favor da OTAN. Muito em função da Rússia ser um estado falido, criminoso e corrupto. Isso afeta e muito a qualidade dos arsenais. As pessoas esquecem, mas a Rússia NÃO é a união soviética. O GAP tecnológico em relação aos ocidentais aumentou muito. A China hoje seria um adversário muito mais formidável que a Rússia.

Gabriel Pereira Lima
Gabriel Pereira Lima
Responder para  Kleber F.
5 meses atrás

O programa nuclear russo foi uma das únicas heranças soviéticas que consiqueram manter estável após a
Sua queda na década de 90, aliás não se deve comparar o dinheiro bruto dos Estados Unidos e Rússia para dizer que está gastando pouco, já que o poder de compra da Rússia é bem maior que o americano, uma base mais lógica é pegar esse montante de 8 bilhões é multiplicar por mais ou menos 3 vezes, que mesmo não chegando perto do valor americano ainda é muito, vou passar uma fonte de um canal que explica bem o programa militar nuclear russo.
Fonte:https://youtu.be/uIErpsJwK_8?si=yPNdLDH0WZxv7X4j

Allan Lemos
Allan Lemos
5 meses atrás

US$1bi parece ser um preço razoável, nada fora da nossa realidade se houvesse interesse.

Jacinto Fernandes
Jacinto Fernandes
5 meses atrás

2 pontos.
a) Se a Ucrânia tivesse um arsenal nuclear, a Rússia teria invadido?
b) O que é mais barato: pagar o custo da guerra em destruição, vidas humanas e equipamentos ou pagar a manutenção das armas nucleares?

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Jacinto Fernandes
5 meses atrás

Caro.. a pergunta é outra… a Ucrânia não tinha recursos para manter o arsenal nuclear… provavelmente, os meios de lançamento estariam todo obsoletos e fora de operação, as bombas estariam inorperantes.. e talvez, com sorte, nenhuma delas teria explodido acidentalmente.. no melhor dos cenários, espalhando material nuclear por uma vasta região…

Este é o ponto inicial

Franz A. Neeracher
Responder para  Camargoer.
5 meses atrás

E tem mais alguns outros detalhes:

Com o fim da URSS e o caos que surgiu, a própria OTAN tinha medo que armas nucleares fossem parar em mãos de terroristas ou de países pouco confiáveis…já que a corrupção comia solta.

Assim a própria OTAN e governos da Europa financiaram a destruição de centenas de armas nucleares e ainda ajudaram intensamente a transportar armas nucleares que estavam na Ucrânia, Casaquistão e Bielo Rússia para a Rússia.

Nos demais países da URSS não havia armas nucleares.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Franz A. Neeracher
5 meses atrás

Exato… foi um período muto esquisito.

Lembro que era moda em Holluwood fazer filmes de bombas atômicas contrabandeadas… depois foi guerra ao terror e combate no Afeganistão…

daqui a pouco, vai ter filme de avião invisível invadindo a Russia (só vai faltar o Clintão pilotando)

Jacinto Fernandes
Jacinto Fernandes
Responder para  Franz A. Neeracher
5 meses atrás

A Ucrânia abriu mão das armas nucleares que tinha em 1994 e exatamente 20 anos depois (2014) foi invadida pelo país para quem entregou estas armas e agora está há oito anos no meio de uma guerra que, pelo visto, ainda vai durar outros anos.

Franz A. Neeracher
Responder para  Jacinto Fernandes
5 meses atrás

Verdade….mas em 1994 que iria pensar que em 2014 haveria uma guerra entre esses 2 países??

Na época foi a decisão certa, apoiada por todos; até mesmo pela Ucrânia que estava numa situação financeira ainda pior que a Rússia…

É difícil julgar o passado baseado em informações e dados do presente!

Jacinto Fernandes
Jacinto Fernandes
Responder para  Franz A. Neeracher
5 meses atrás

A questão é que o passado não pode ser alterado, mas pode servir de lição.
Se há uma lição aqui é que relações entre países podem mudar e para muito pior. E por isso é preciso estar preparado. Se você é vizinho de uma potência expansionista (o que não é o caso do Brasil), é bom você, ou entrar para uma aliança de defesa, ou desenvolver armas nucleares. Ou os dois.

Jacinto Fernandes
Jacinto Fernandes
Responder para  Camargoer.
5 meses atrás

Camargoer, recursos é sempre uma questão de prioridades. O PIB da Coreia do Norte é metade da receita Petrobras e eles desenvolveram, fabricaram e mantém armas nucleares; Na década de 90, o PIB do Paquistão era menor do que o da Ucrânia, e mesmo assim eles desenvolveram, fabricaram e mantém armas nucleares. É uma questão de estabelecer qual é a prioridade do país.

Rui Mendes
Rui Mendes
Responder para  Jacinto Fernandes
5 meses atrás

A Coreia do Norte é uma ditadura.
Mantêm 95 por cento da sua população, a passar fome, sem nenhum conforto e bem estar.

Jacinto Fernandes
Jacinto Fernandes
Responder para  Rui Mendes
5 meses atrás

Rússia e China também são ditaduras.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Jacinto Fernandes
5 meses atrás

Então… Orçamento é eleger prioridades. Quando um país coloca sua prioridade nos gastos militares, significa que áreas sociais, como educação, saúde e segurança pública ficarão com menos recursos, incluindo infraestrutura.

Estás demandas sócias tentem a crescer em uma democracia, obrigando o governo rever os gastos militares… Ou, por outro lado, apenas uma ditadura poderá conter com violenta repressão as demandas sociais por gastos

Antunes 1980
Antunes 1980
5 meses atrás

Essa turma entreguista, que tem marcado a história do nosso país com corrupção e decisões absurdas; sempre contrárias à ideia de termos armas nucleares para defesa.
Hoje a realidade é que estamos tão vulneráveis às ameaças externas quanto Bolívia e Paraguai e Haiti.
Acreditar que não devemos ter meios significativos de defesa é ingênuo ou mal-intencionado, Mas claro, tudo isso foi em nome da “paz mundial’.

BraZil
BraZil
5 meses atrás

Não gastaríamos isso tudo para termos dissuasão nuclear e penso que devemos ter. O problema que antevejo é outro e já fale itrocentas vezes aqui: Nós não temos resiliência para segurar o tranco (reações) de desenvolver e implantar.

Dudu
Dudu
5 meses atrás

A posse desses meios separa os homens dos meninos: diz quem será respeitado e quem será afrontado e dita quem continua existindo pela eternidade e quem pode ser extinto em segundos.

Paises sérios investem nesses meios não para se mostrar; mas para garantir que quando a conversa falhar, o fogo garantirá o respeito à sua soberania e ao seus interesses.

Enquanto o programa espacial brasileiro vegeta, outros liderados por governos e pela iniciativa privada decolam, chegam ao espaço e colocam satélites de forma cada vez mais eficiente e barata.

Não sei se os estrelas das nossas forças armadas pensam ou já perceberam, mas para o resto deste continente, nós somos uma anomalia. Somos o único filho da Lusitânia na América. Uma anomalia para todos. Nossos vizinhos incontestavelmente invejam os tamanhos dos nosso território, povo e economia, assim como a importância estratégica e geoestrategica do nosso País, que respectivamente nos dá acesso a quase todos países da América do Sul, exceto o Chile e o Equador, e nos faz distante dos grandes centros de poder mundial. Nossa história é totalmente diferente dos demais países do continente: Nossa independência foi feita pelo filho do Rei, por recomendação do pai; enquanto no resto do continente, foram obtidas por ex-militares que traíram seus reis e se tornaram mercenarios a serviço dos interesses de outros reinos. Nascemos e nos mantemos grandes; enquanto a maioria dos nossos vizinhos nasceu com tamanho médio, e se fragmentou. Só um, no Norte, nasceu pequeno e pela diplomacia, compra e guerra se expandiu às custas de outras potências colonizadores, incluindo a sua ex-metropole e de 40% do territorio de um de seus dois vizinhos.

Não devemos temer a nenhum vizinho, mas sim uma a uma aliança entre duas coalizoes formada pela comunidade hispânica, militar e tecnologicamente apoiada pela comunidade anglo-saxao.

Ressentidamente, nossos vizinhos nos enchergam como “a potência da região” e ressaltam também terem potencial para se desenvolverem; mas deixam claro que no dia em que o Brasil resolver se tornar uma potência global, vai encontrar o EUA. E que os seus papéis nesse encontro será o de caminhos entre o encontrista e nós. Por isso cedem e deixam aqueles instalarem tantas bases em seus territórios.

Os nossos planejadores de Defesa deveriam trabalhar com a hipótese de um conflito em larga escala envolvendo uma aliança entre as comunidades hispânica e anglo-saxonica contra o Brasil sozinho: Na terra, pelo Norte, Oeste e Sul, frentes terrestres lançariam ofensivas simultâneas contando com a cobertura do poderio aereo anglo-saxao; enquanto pelo Leste, o poderio naval e aeronaval anglo-saxonico, respectivamente assediariam e bloqueariam nossa costa.

Convencionalmente vencer um conflito simultâneo desproporcional em quantidade e grau de sofisticação tecnológica, será muito dificil e penoso. Melhor seria a obtenção de meios de destruição em massa. E três armas são decisivas para entregar tais: artilharia, aviação e submarinos. Para atingir esses objetivos, os nossos planejadores deveriam trabalhar em tres planos: Brasa, Espeto e Churrasco.

O plano Brasa seria composto pela produção secreta de dezenas de milhares de ogivas nucleares de fissão e fusão – tecnologias dominadas desde a década de 1980 – táticas e estratégicas, a serem estocadas, escondidas e negadas por tempo indeterminado.

O plano Espeto seria composto pelos meios de entrega dessas ogivas e suas plataformas de lançamentos em terra, mar e ar. Os primeiros seriam disfarçadamente obtidos através de um programa espacial pujante composto por grandes propósitos como constituir um sistema de posicionamento global; enquanto os últimos seriam delegados a iniciativa privada ( Avibras, ICN, EDS) e se materializariam sob as formas do projeto Astros 3, de uma evolução do futuro submarino nuclear e do investimento no caça nacional de 6° geração proposto pela EDS, que caso atinja o seu objetivo poderia ser estendido algo mais estratégico, como um bombardeiro da mesma geração.

O plano Churrasco seria um estudo ativos estratégicos ( infraestruturas energéticas, viárias, comunicacionais, centros industriais, centros de comandos, bases, portos etc) a serem preventiva e sumariamente alvejados.

Se os recursos fossem poupados, retirados de projetos inúteis ( Centauro 2, obuseiro autopropulsados, Black Hawks etc) que só servem para encher os bolsos dos seus fabricantes estrangeiros e dos oficiais que os negociam, para serem aplicados nos planos acima, decerto atingiriamos todos dentro dos prazos estabelecidos – ou então fora – e garantiriamos nacionalmente trabalho qualificado de ponta cujos frutos assegurariam a nossa existência e continuidade das próximas gerações.

Rui Mendes
Rui Mendes
Responder para  Dudu
5 meses atrás

É, nos sonhos, é tudo muito fácil, mas quando chega a realidade, ela é muito diferente do quadro pintado em sonhos, isto para a segunda parte do comentário, porque a primeira parte, é puro filme de Hollywood, daqueles de conspirações e impérios, pura fantasia.