EUA ameaçam sanções a empresas indianas envolvidas no projeto do porto de Chabahar, no Irã

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Chabahar

A Índia e o Irã assinaram na segunda-feira um contrato de 10 anos para a operação e desenvolvimento do Porto Shahid Beheshti, na cidade costeira de Chabahar, no sul do país.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmou na terça-feira que as empresas indianas correm o risco de serem sancionadas por qualquer investimento no Irã, após Nova Délhi ter assinado um contrato de 10 anos para operar e desenvolver o estrategicamente importante porto de Chabahar, que estava paralisado há muito tempo.

“Qualquer entidade—qualquer pessoa—envolvida em negócios com o Irã; precisa estar ciente dos potenciais riscos a que estão se expondo e do potencial risco de sanções”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, a repórteres em sua coletiva de imprensa diária.

“Estamos cientes dessas notícias de que Irã e Índia assinaram um acordo relativo ao porto de Chabahar. Deixarei o governo da Índia falar sobre seus próprios objetivos de política externa em relação ao porto de Chabahar, bem como sobre sua relação bilateral com o Irã”, acrescentou Patel.

“Direi apenas que, no que se refere aos Estados Unidos, as sanções dos EUA contra o Irã permanecem em vigor e continuaremos a aplicá-las”, disse ele em resposta a uma pergunta sobre o acordo da Índia com o Irã sobre o porto estratégico de Chabahar.

O porto de Chabahar, no Golfo de Omã, que Nova Délhi propôs desenvolver desde 2003, fornecerá às mercadorias indianas um acesso para alcançar o Afeganistão sem saída para o mar e a Ásia Central usando um projeto de estrada e ferrovia chamado Corredor Internacional de Transporte Norte-Sul, contornando o Paquistão.

Localizado na província de Sistão-Baluchistão, na costa sul rica em energia do Irã, o porto de Chabahar está sendo desenvolvido pela Índia e pelo Irã para impulsionar a conectividade e os laços comerciais.

A Índia tem promovido o projeto do porto de Chabahar para aumentar o comércio regional, especialmente por sua conectividade com o Afeganistão, e o porto se tornou um hub de trânsito comercial para a região.

O porto forneceu o tão necessário acesso marítimo aos países sem saída para o mar da região para chegar à Índia e ao mercado global.

Índia e Irã projetaram o porto como um hub crucial para o projeto Corredor Internacional de Transporte Norte-Sul (INSTC). O INSTC é um projeto de transporte multimodal de 7.200 km para movimentação de carga entre Índia, Irã, Afeganistão, Armênia, Azerbaijão, Rússia, Ásia Central e Europa.

FONTE: @IndoPac_Info, no X

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LUIZ
LUIZ
10 meses atrás

EUA o país do liberalismo econômico…

Carlos Campos
Carlos Campos
Responder para  LUIZ
10 meses atrás

Tá confundindo EUA com Liechtenstein

eliton
eliton
10 meses atrás

Os bastiões da liberdade acabaram virando o STF do mundo. Ou você se curva perante eles ou você sofre as consequências.

Nilo
Nilo
Responder para  eliton
10 meses atrás

Alguém exerce o poder, poder é controle, em nome do Estado, fora disso é o sistema anarquista, alguns pregam ou se dizem narcoeconomista, ou libertário, mas o poder e o controle está lá presente ditando os caminhos que o cidadão deve aceitar em nome de um bem maior.

RSmith
RSmith
Responder para  Nilo
10 meses atrás

está ai outra prova de que o Poder absoluto corrompem absolutamente

Vitor
Responder para  eliton
10 meses atrás

Só dizer amém ! Para mitigar o risco de ser calado…

fjuliano
fjuliano
10 meses atrás

A estratégia global dos EUA já foi melhor. Jogaram a Rússia em uma aliança completa com os chineses agora ensaiam fazer o mesmo com os indianos.

Manus Ferrum
Manus Ferrum
Responder para  fjuliano
10 meses atrás

Quando um império agoniza, só sabe usar dessas táticas tacanhas e canhestras

Rogério Loureiro Dhierio
Rogério Loureiro Dhierio
Responder para  fjuliano
10 meses atrás

Aliás não sei o porquê índia e China se odeiam tanto ao passo um precisa mais do outro do que imaginam.
Juntos poderiam inclusive representar um potencial inestimável para o mundo.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Rogério Loureiro Dhierio
10 meses atrás

1- problemas fronteiriços não resolvidos;
2- os inimigos de cada país são aliados de cada país correspondente;
3- uma superpotência e uma potência fazendo fronteiras um com o outro, cada uma tentando aumentar sua área de influência, é inevitável que uma “pise no calo” da outra mais cedo ou mais tarde.

Mas isso não impede que ambas negociem.

Carlos Campos
Carlos Campos
10 meses atrás

O diabo na cabeça do Biden: Vai lá sanciona India, não é pq eles são o maior mercado consumidor do mundo que isso seria uma má idéia

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
10 meses atrás

4 coisas sobre isso:

1- os EUA que querem boicotar negócios de outros países com o Irã é o mesmo EUA que sempre compraram petróleo do Irã?

2- a Índia, assim como a China, já tem a décadas um programa de “made in Índia”. Essa ameacinha descarada serve apenas pra que os indianos acelerem isso;

3- o mundo mudou, mas os EUA continuam achando que ainda estamos nos anos 60, aonde dava pra sancionar todo mundo;

4- já disse isso várias e várias vezes: sanções não funcionaram contra Irã e CN, vão funcionar contra China e Índia?

Bônus: quando a Índia resolver estreitar ainda mais seus laços com a Rússia, vocês já sabem o motivo….

Fernando
Fernando
Responder para  Willber Rodrigues
10 meses atrás

E Russia! Não esqueça da Russia!

Filipe Prestes
Filipe Prestes
10 meses atrás

Essa sanha americana de sancionar a torto a direito ainda vai custar caro à estratégia de longo prazo de Washington. E depois se perguntam porque cresce o ímpeto da desdolarização no mundo.

Nemo
Nemo
10 meses atrás

Os EUA estão em uma situação difícil. A Índia é um país fundamental na estrutura do QUAD que parece ser o único sucesso internacional da administração Biden.

Nilo
Nilo
Responder para  Nemo
10 meses atrás

Correto meu caro, uma obra estratégica para a Índia sendo censurada, a Índia visa uma concorrência direta com a China nos três níveis, comercial, militar e político, essa obra é um ferramental importante, como demonstrou a China, a expansão comercial levou a expansão militar e político no mundo, EUA barra a Índia a se tornar um novo competidor, o que se somaria a China e que reforçaria o papel dos BRICS.

Adriano madureira
Adriano madureira
10 meses atrás

Nossa, esses americanos são bons em dar tiros no pé 😆🇺🇲‼️

Querer sancionar um de seus bons clientes militares.

Em vez de se aproximarem da Índia, tomaram a decisão de afastar eles de Washington.

BraZil
BraZil
10 meses atrás

O mapa mostra bem por que o Oriente Médio é a “grande rodoviária” dessa parte do mundo, dede a antiguidade…e o Irã, Iraque, Síria etc são peças chave nessa grande via. Por isso é tão importante “levar a democracia” para lá…

Carlos
Carlos
10 meses atrás

Se continuar assim o dono da bola ficará sem amiguinhos!

Manus Ferrum
Manus Ferrum
Responder para  Carlos
10 meses atrás

Eu conto com isso kkkk!

MATHEUS AUGUSTO
MATHEUS AUGUSTO
10 meses atrás

Isso EUA, vai lá, se queima com um enorme mercado consumidor e possível aliado contra a China, pega nada não.

Dou valor pra Índia, apesar de todos os problemas, são um dos poucos países no mundo que tem uma política de relações externas realmente independente, e têm cacife militare e econômico pra não terem que baixar a cabeça pra ninguém.

Alvimar Pereira Araújo
Alvimar Pereira Araújo
Responder para  MATHEUS AUGUSTO
10 meses atrás

Estados Unidos tá querendo ser dono do mundo mais a china vai para eles

Zé Rato
Zé Rato
10 meses atrás

Será que a Índia pelo menos se deu ao trabalho de pedir para não atacarem nenhum navio tripulado por indianos, a navegar próximo da Índia e a transportar mercadorias para a Índia?

Para quem já não se recorda:

https://en.wikipedia.org/wiki/2023_attack_on_the_Chem_Pluto

https://www.tribuneindia.com/news/india/vessel-with-21-indians-hit-by-drone-off-gujarat-crew-safe-574800

JeffCoradin
JeffCoradin
10 meses atrás

Os EUA agem como um leão doente e enfurecido, cultura neoliberal, ataca até a sombra, a classe media, na turbidez de sua doença não distingue mais amigo de inimigo, a perda da hegemonia global, tudo é ameaça ou sanções, assim criando realmente uns coletivos de inimigos e adversários, por eles cunhado como o eixo do mal, mas ainda é um leão, a diplomacia pelas armas, iniciou seu reinado pela espada e dificilmente o fim ainda que longínquo não será pela espada.

lucena
10 meses atrás

Há indicadores …. que mostram no futuro de médio a longo prazo … que a economia indiana vai ultrapassar a americana e concorrer com a chinesa .

Adriano
Adriano
10 meses atrás

Eles querem fazer do restante do mundo o seu quintal, ou esteja com eles ou serão sancionados, pressionados e amordaçados.
A Índia passou a comprar muito material militar do eixo do “bem” aí de cima…. Se os Indianos não colocarem suas barbas de molho…..

Rogério Loureiro Dhierio
Rogério Loureiro Dhierio
10 meses atrás

“Qualquer entidade—qualquer pessoa—envolvida em negócios com o Irã; precisa estar ciente dos potenciais riscos a que estão se expondo e do potencial risco de sanções”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, a repórteres em sua coletiva de imprensa diária.

Depois a Rússia é opressora e imperialista.
Mundo podre e hipócrita que vivemos.

Elton
Elton
10 meses atrás

Motivo maior é que BRICS, estão comprometidos em uma moeda forte livrando-se do dólar. Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul,, entraram em rota de colisão com interesses estadunidenses. Eles estão pouco se lixando com sanções, um bloco que atraí outros países, tornando mais forte.

RSmith
RSmith
10 meses atrás

É mais que obviou que esse projeto não vai agradar a Tio Sam…

Sergio Machado
Sergio Machado
10 meses atrás

Mais um BRICS que sofre sanções. A pergunta não é se, mas quando será a nossa vez.
Em tempo: se o EUA conseguir unir India e China, vai ganhar o troféu comunista infiltrado do século.