Despesas militares globais aumentam em meio a guerras, tensões crescentes e insegurança
(Estocolmo, 22 de abril de 2024) As despesas militares globais totais atingiram US$ 2443 bilhões em 2023, um aumento de 6,8% em termos reais em relação a 2022. Este foi o aumento mais acentuado desde 2009. Os 10 maiores gastadores em 2023—liderados pelos Estados Unidos, China e Rússia—todos aumentaram seus gastos militares, de acordo com novos dados sobre gastos militares globais publicados hoje pelo Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo (SIPRI), disponíveis em www.sipri.org.
Aumentos nos gastos militares em todas as regiões
Os gastos militares mundiais subiram pelo nono ano consecutivo, alcançando um recorde de US$ 2443 bilhões. Pela primeira vez desde 2009, os gastos militares aumentaram em todas as cinco regiões geográficas definidas pelo SIPRI, com aumentos particularmente grandes registrados na Europa, Ásia e Oceania e no Oriente Médio.
“O aumento sem precedentes nos gastos militares é uma resposta direta à deterioração global da paz e da segurança”, disse Nan Tian, Pesquisador Sênior do Programa de Gastos Militares e Produção de Armas do SIPRI. “Os Estados estão priorizando a força militar, mas correm o risco de uma espiral de ação-reação no cenário geopolítico e de segurança cada vez mais volátil.”
A ajuda militar à Ucrânia reduz a lacuna de gastos com a Rússia
Os gastos militares da Rússia aumentaram 24% para um estimado de US$ 109 bilhões em 2023, marcando um aumento de 57% desde 2014, o ano em que a Rússia anexou a Crimeia. Em 2023, os gastos militares da Rússia representaram 16% do total dos gastos governamentais e seu ônus militar (gastos militares como parte do produto interno bruto, PIB) foi de 5,9%.
A Ucrânia foi o oitavo maior gastador em 2023, após um aumento de gastos de 51% para alcançar US$ 64,8 bilhões. Isso deu à Ucrânia um ônus militar de 37% e representou 58% do total dos gastos governamentais.
Os gastos militares da Ucrânia em 2023 foram 59% do tamanho dos gastos da Rússia. No entanto, a Ucrânia também recebeu pelo menos US$ 35 bilhões em ajuda militar durante o ano, incluindo US$ 25,4 bilhões dos EUA. Combinada, essa ajuda e os próprios gastos militares da Ucrânia foram equivalentes a cerca de 91% dos gastos russos.
Os EUA permanecem como o principal gastador da OTAN, mas os membros europeus aumentam sua participação
Em 2023, os 31 membros da OTAN contabilizaram US$ 1341 bilhões, igual a 55% dos gastos militares mundiais. Os gastos militares dos EUA aumentaram 2,3% para alcançar US$ 916 bilhões em 2023, representando 68% do total dos gastos militares da OTAN. Em 2023, a maioria dos membros europeus da OTAN aumentou seus gastos militares. Sua participação combinada no total da OTAN foi de 28%, a mais alta em uma década. Os 4% restantes vieram do Canadá e da Turquia.
“Para os estados europeus da OTAN, os últimos dois anos de guerra na Ucrânia mudaram fundamentalmente a perspectiva de segurança”, disse Lorenzo Scarazzato, Pesquisador do Programa de Gastos Militares e Produção de Armas do SIPRI. “Essa mudança nas percepções de ameaça se reflete em partes crescentes do PIB sendo direcionadas para gastos militares, com a meta da OTAN de 2% sendo cada vez mais vista como uma linha de base, em vez de um limiar a ser alcançado.”
Uma década após os membros da OTAN se comprometerem formalmente com uma meta de gastar 2% do PIB em militares, 11 dos 31 membros da OTAN alcançaram ou superaram esse nível em 2023—o maior número desde que o compromisso foi feito. Outra meta—de direcionar pelo menos 20% dos gastos militares para ‘gastos com equipamentos’—foi atingida por 28 membros da OTAN em 2023, contra 7 em 2014.
O aumento dos gastos militares da China impulsiona o aumento dos gastos pelos vizinhos
A China, o segundo maior gastador militar do mundo, alocou um estimado de US$ 296 bilhões para o militar em 2023, um aumento de 6,0% em relação a 2022. Este foi o 29º aumento consecutivo ano a ano nos gastos militares da China. A China representou metade do total dos gastos militares na região da Ásia e Oceania. Vários vizinhos da China vincularam seus próprios aumentos de gastos ao aumento dos gastos militares da China.
O Japão alocou US$ 50,2 bilhões para seu militar em 2023, o que foi 11% mais do que em 2022. Os gastos militares de Taiwan também cresceram 11% em 2023, alcançando US$ 16,6 bilhões.
“A China está direcionando grande parte de seu crescente orçamento militar para aumentar a prontidão de combate do Exército de Libertação Popular”, disse Xiao Liang, Pesquisador do Programa de Gastos Militares e Produção de Armas do SIPRI. “Isso levou os governos do Japão, Taiwan e outros a aumentarem significativamente suas capacidades militares, uma tendência que acelerará ainda mais nos próximos anos.”
Guerra e tensões no Oriente Médio alimentam o maior aumento de gastos da última década
Os gastos militares estimados no Oriente Médio aumentaram 9,0% para US$ 200 bilhões em 2023. Este foi o maior índice de crescimento anual na região visto na última década.
Os gastos militares de Israel—o segundo maior da região depois da Arábia Saudita—cresceram 24% para alcançar US$ 27,5 bilhões em 2023. O aumento dos gastos foi principalmente impulsionado pela grande ofensiva de Israel em Gaza em resposta ao ataque no sul de Israel pelo Hamas em outubro de 2023.
“O grande aumento nos gastos militares no Oriente Médio em 2023 refletiu a situação em rápida mudança na região—do aquecimento das relações diplomáticas entre Israel e vários países árabes nos últimos anos ao surto de uma grande guerra em Gaza e ao medo de um conflito em toda a região”, disse Diego Lopes da Silva, Pesquisador Sênior do Programa de Gastos Militares e Produção de Armas do SIPRI.
Ação militar contra o crime organizado impulsiona os gastos na América Central e no Caribe
Os gastos militares na América Central e no Caribe em 2023 foram 54% maiores do que em 2014. Os níveis crescentes de criminalidade levaram ao uso aumentado das forças militares contra gangues criminosas em vários países da sub-região.
Os gastos militares da República Dominicana aumentaram 14% em 2023 em resposta ao agravamento da violência de gangues no Haiti vizinho. Os gastos militares da República Dominicana aumentaram acentuadamente desde 2021, quando o assassinato do presidente haitiano Jovenel Moïse jogou o Haiti em crise.
No México, os gastos militares alcançaram US$ 11,8 bilhões em 2023, um aumento de 55% em relação a 2014 (mas uma diminuição de 1,5% em relação a 2022). As alocações para a Guardia Nacional (Guarda Nacional)—uma força militarizada usada para conter atividades criminosas—aumentaram de 0,7% do total dos gastos militares do México em 2019, quando a força foi criada, para 11% em 2023.
“O uso dos militares para suprimir a violência de gangues tem sido uma tendência crescente na região há anos, à medida que os governos são incapazes de abordar o problema usando meios convencionais ou preferem respostas imediatas—muitas vezes mais violentas”, disse Diego Lopes da Silva, Pesquisador Sênior do Programa de Gastos Militares e Produção de Armas do SIPRI.
Outros desenvolvimentos notáveis
- A Índia foi o quarto maior gastador militar globalmente em 2023. Com $83,6 bilhões, seus gastos militares foram 4,2% maiores que em 2022.
- O maior aumento percentual nos gastos militares por qualquer país em 2023 foi visto na República Democrática do Congo (+105%), onde houve um conflito prolongado entre o governo e grupos armados não estatais. O Sudão do Sul registrou o segundo maior aumento percentual (+78%) em meio à violência interna e ao transbordamento da guerra civil sudanesa.
- Os gastos militares da Polônia, os 14º mais altos do mundo, foram de $31,6 bilhões após um crescimento de 75% entre 2022 e 2023—de longe o maior aumento anual por qualquer país europeu.
- Em 2023, os gastos militares do Brasil aumentaram 3,1% para $22,9 bilhões. Citando a diretriz de gastos da OTAN, membros do Congresso do Brasil apresentaram uma emenda constitucional ao Senado em 2023 que visa aumentar o ônus militar do Brasil para um mínimo anual de 2% do PIB (de 1,1% em 2023).
- Os gastos militares da Argélia cresceram 76% para alcançar $18,3 bilhões. Este foi o nível mais alto de gastos já registrado pela Argélia e foi em grande parte devido a um forte aumento na receita de exportações de gás para países da Europa, à medida que se afastavam dos fornecimentos russos.
- O Irã foi o quarto maior gastador militar no Oriente Médio em 2023, com $10,3 bilhões. De acordo com os dados disponíveis, a parcela dos gastos militares alocada ao Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica aumentou de 27% para 37% entre 2019 e 2023.
FONTE: www.sipri.org
“Os gastos militares na América Central e no Caribe em 2023 foram 54% maiores do que em 2014. Os níveis crescentes de criminalidade levaram ao uso aumentado das forças militares contra gangues criminosas em vários países da sub-região.”
Pessoal da América Central e do Sul tem uma tendência a dar murro em ponta de faca e em insistir em usar algo que não funciona em nsnhum lugar do mundo, que é usar FA’s pra combater o crime organizado…
Perguntem ao México e Colômbia.
“Em 2023, os gastos militares do Brasil aumentaram 3,1% para $22,9 bilhões. Citando a diretriz de gastos da OTAN, membros do Congresso do Brasil apresentaram uma emenda constitucional ao Senado em 2023 que visa aumentar o ônus militar do Brasil para um mínimo anual de 2% do PIB (de 1,1% em 2023).”
Espero, sinceramente, que esse aumento NÃO seja aprovado.
Não serei repetitivo aqui, mas é quase consenso aqui na Trilogia que o problema das FA’s não é falta de grana, e sim AONDE vai a quase totalidade dessa grana.
Discordo de você, é necessário sim aumentar nossos gastos militares, não fazer isso é ir contra todos os países sérios que estão fazendo isso. Como: EUA, China, Rússia, Japão, Coreia do Sul, Índia, Polônia, França, Inglaterra, Itália, Israel, Irã, Paquistão, Filipinas e por ai vai.
A questão é: direcionar esse aumento de verbas para a pesquisa, produção e aquisição de equipamentos, bem como, melhorar o nível de treinamento das FA.
“Discordo de você, é necessário sim aumentar nossos gastos militares,”
Eu seria a favor de aumentar a Defesa pra 2% do PIB ( vamos deixar a discussão sobre de onde viria essa grana extra pra outra hora, não é o foco disso aqui ) somente APÓS serem feitas profundas reformas estruturais nas FA’s, com foco em eficiência e gestão de gastos.
Algum desses “países sérios” que você mencionou acima gastam 90% da sua grana em Defesa com pessoal, pensão e soldo?
Não.
E outra, simplesmente aumentar a verba pra Defesa, quando dá pra vontar nos dedos o quê de nacional é usado pelas FA’s, é apenas uma forma de mandar dinheiro pra fora.
Concordo 100%, mas que é necessário aumentar é sim, uma mão lava a outra, é um argumento que pode ser usado por algum legislador numa tese para aumento do orçamento, em contrapartida as FA seriam obrigadas a serem reformistas, apesar de que, seria um processo a longo prazo como enxugar o número de pessoal de carreira.
Nesse caso, precisa entender melhor de estatística.
O gasto com pessoal é fixo. Ponto final.
Aumento com Defesa do aumentará com pessoal, se, somente se, aumentar o efetivo, o que não vai. O efetivo está programado pra diminuir em todas as Forças.
Outro dado importante.
Pensionistas e inativos são contabilizado a no orçamento da defesa aqui, e na maioria dos países, se não em todos, não, o que distorce a porcentagem.
Olá João,
Você poderia citar um exemplo de algum outro país que (para além do militar reformado) tem em sua folha de pagamento esposas e (principalmente) filhas?
Por que você confiança que esse orçamento extra seria usado para comprar equipamentos e tecnologias?
O funcionalismo público brasileiro é um poço sem fundo, Judiciário e MP já vāo ganhar uma PEC que custará R$ 42bi.
Se derem mais orçamento para os militares, irāo fazer aprovar benefícios do tipo, “correções” de salários e abrir concursos públicos, nāo fazer investimentos na defesa. Nāo se iluda comparando o Brasil com países sérios.
é só fazer uma vinculação obrigatória do gasto. Condiciona pra aprovação dos 2% que sejam colocados no texto pauta referentes a contenção de gasto com pessoal. Obrigatoriedade de gasto com investimento ja é realidade por exemplo na área da educação, quando se fala do dinheiro do Fundeb; Resultado? tão fazendo creche pra tudo quanto é quanto, pq não pode usar o dinheiro com outro tipo de coisa.
Dá certo, basta querer fazer.
Imagina por exemplo um orçamento da defesa de 200 bilhões de reais(hoje é em torno de 125bi), com a obrigatoriedade de gastos com treinamento e investimentos fixos em 35% do orçamento, com uma redução obrigatória do efetivo pra 250.000 homens em atividade; esse valor economizado com esse pessoal poderia ser usado na capacitação com maior qualidade do pessoal da reserva, com convocações semestrais talvez pra um grupo determinado de reservistas durante um período de 5 anos. Pq não?.
Esses 35% citados anteriormente dariam 70bi ao ano a ser gastos com treinamento e investimento. Daria pra comprar uma frota nova de Griphen todo ano fiscal, ou fazer 1 submarino nuclear por ano.
O Brasil tem muito dinheiro; a gente só não coloca em defesa, mas dinheiro mesmo, não falta.
É mais ou menos nesse modelo.
País da boquinha …
Eu não confio, só dei a ideia do aumento do orçamento ser atrelado a compra de equipamentos e de tocar projetos estratégicos.
O judiciário é muito pior do que as FA no quesito de gastos e ineficiência.
Que eu saiba, para aumentar efetivo militar, é preciso decreto do executivo ou lei do legislativo. Foi o que ocorreu em 2009 quando a MB pôde contratar mais 20k, a FAB 13k e o EB mais 31k em 2013.
Concordo em parte , nossas FAs fazem umas aquisições “esquisitas”.
Então, essas aquisições esquisitas em parte têm um grande viés ideológico de alinhamento automático aos EUA, ao Ocidente e ao santo graal do FMS, feito para compras de segunda mão, o que no final tem o condão de interferir nos fornecedores nacionais de solução.
Nisso eu concordo. Nunca entendi os Mi35 na FAB pra ficar em apenas um exemplo.
Aquisições estranhas. mais exemplos: O M60, que veio de contrapeso…O IGLA.( Precisamos de defesa AA, mas equipamento Russo aqui é sempre um ponto fora da curva), portanto, seria menos estranho um equipamento ocidental neste caso…
Gastos com pessoal, não??
É que se não, melhorar os níveis de treino, são secundários ou mesmo dezcaftáveis, pois poderá não haver pessoal para treinar, pois com baixos salários, os militares podem dizer, a quem acha que só é importante aumentar os gastos com pesquisa e produção, para treinarem e se alistarem eles.
Isso foi uma piada ??? 22 de bilhões de dólares, não dá pra treinar ninguém, e os salários ainda são baixos? Se forem os dos pobres soldadoa não duvido, porque dos oficiais vai de vento em popa.
Ola Wilber. Vocẽ tem razão. È um enorme erro, senão uma imensa estupidez, supor que o uso de forças armadas como meio de segurança pública irá funcionar. Não vai.
É uma opção demagógica e ineficaz.
O problema de segurança pública é extremamente complicado e multivariado. O uso de forças armas como forças de segurança pública decorre da suposição (equivocada) que a solução da criminalidade é maior repressão ou endurecimento da política de encarceramento.
Sobre o aumento dos gastos militares no Brasil para 2% do PIB é um grande erro. Melhor é focar em aumentar o PIB.
Os gastos com defesa no Brasil são elevados, maiores que US$ 20 bilhões por ano. O problema (que todo mundo aqui e lá já sabem) são os gastos previdenciários, maiores que os gastos com pessoal da ativa, resultante de uma política de previdência militar insustentável, de uma estrutura perdulária e anacrônica e de gastos com as forças terrestres que deixam a marinha e a força aérea subfinanciados.
Sobre gastos com defesa, para elevar os gastos para 2% do PIB demanda redução dos gastos em outras áreas, inclusive segurança pública.
Ao contrário dos EUA e países europeus, que parecem estarem usando os gastos militares como meio de aquecer a economia, o Brasil demanda investimentos em infraestrutura, cujo impacto sobre o crescimento do PIB são muito mais efetivos e com maior efeito multiplicador.
Ja eu, acredito que o amigo Camargoer está equivocado.
Não importa a cifra, importa o parâmetro de Gasto X PIB
Quem gasta mais investe mais em segurança. Quem gasta menos, investe menos e por consequência, se garante menos no cenário global.
O benchmarking está dado, quem está na frente é quem está atrás. E um fato gostando ou não.
Os problemas somente são resolvidos por equilíbrio e não negando a necessidade. Segurança de um país não é feita do dia para a noite e portanto, mesmo vc zelando de um lado e investindo noutros setores sociais, vc terá a garantia de sua perenidade.
Isto faz com que se foque em discurso irreal, deslocado da responsabilidade nacional.
É muito mais do que discutir se os 1% de hoje em dia são bem gastos….ou atrelar a inação sob tal justificativa.
O mundo precisa de comida energia e minérios…e isto está acabando….oriente médio foi palco de divisões e intervenção oeste externas já no início do século XX…alguém tem dúvidas que a AL será o novo oriente médio do século XXI????
Isto já está a olhos vistos….falta apenas fabricarem o contexto….
Então Carvalho…. sou um dos mais ácidos críticos da “qualidade dos gastos” militares no Brasil, ainda que eu seja um entusiasta dos programas de desenvolvimento nacional e nacionalizados.
Ainda que parece contraditório, não deveria ser.
Muita gente critica o ProSub ou as FCT, dizendo que deveria ser compradas prontas do exterior. Acho um erro.
Há algum tempo (não sei se ainda acontece), as fardas e coturnos eram comprados da China. Uma economia burra e um erro de politica de industrialização.
Por outro lado, critico a política de previdência militar, que se tornou insustentável, critico a estratégia do EB de dispersão de tropas, seguindo uma ideia de ocupação do território nacional, algo que se fazia sentido desde o Império até meados da década de 50, agora é um estorvo.
Critico a divisão de recursos do MinDef de priorizar os gastos com o EB em tempos de paz, sendo que os gastos para manter uma marinha moderna operando e uma força aérea que garanta superioridade aérea se tornou muito mais caro hoje do que passado.
Sobre os gasto, como escrevi, é preciso crescer o PIB porque os gastos públicos de custeio e pessoal estão atrelados á receita tributária, ainda que os investimentos em infraestrutura podem estar baseados em dívida pública (porque a médio e longo prazo são autofinanciados).
Neste momento de crise na segurança pública, de um crônico subfinanciamento da saúde pública (que representa mais gastos “curativos” que “preventivos”), subfinanciamento da pesquisa e inovação e um crônico deficit na educação básica (até mesmo na rede privada), pensar em elevação de gastos militares sem uma profunda reforma da estrutura militar serve como “reforço positivo” (como diriam os psicóligos comportamentais) para uma estrutura anacrônica e perdulária.
Há anos ouço sobre a necessidade de uma reforça administrativa ou crítica aos gastos públicos em educação e saúde baseados no argumento que se gasta muito e se gasta mal.
As forças armadas brasileiras estão á beira do colapso a médio prazo em razão de uma estrutura defasada e ineficaz.
Falta-me espaço para descrever a anormalidades dos gastos militares no Brasil
O mais interessante de tudo é que as estruturas defasadas estão sendo recriadas na OTAN…
A ineficácia se comprava como? Se TODAS as missões foram e estão sendo cumpridas?
Que ameaça poderia se sobrepor a capacidade das FFAA?
O Gen Vilas Boas fez uma das melhores colocações.
“Pela falta de inimigos temos tempo e oportunidade de se fazer com calma, o que os outros fazem às pressas”.
Isso aliado ao questionamento do EM Exercito russo em visita ao Brasil.
“Como vcs tem tantos vizinhos e tem paz com todos?”
A maior parte do orçamento é engessado, nāo há espaço para investimentos sérios em infraestrutura,
Existe dois tipo de gastos “engessados”. 1) folha de pagamento e 2) gastos vinculados.
Quando se considera a folha de pagamento do governo federal, os dois maiores ministérios são o da Defesa e depois o MEC, por razões óbvias.
Vale a pena fazer uma comparação da despesa previdenciária destes dois ministérios. Fica evidente que o sistema previdenciário militar é insustentável a médio praz (se não a curto prazo)
Ninguém, nem no setor privado nem no setor público, faz gastos de investimento á vista. Grandes obras levam anos talvez décadas para serem construídas e muitas delas são feitas por meio de financiamento. Itaipu, por exemplo, só recentemente encerrou os pagamentos. Ao contrário de custeio, toda obra de infraestrutura começa a se pagar logo que se torna operacional.
A produção de energia de Itaipu, por exemplo, excedeu o valor da obra há muito tempo, bem antes de concluir o pagamento do financiamento. O mesmo se aplica para as linhas de transmissão de energia, rodovias, ampliação de portos, sistema ferroviário, construção de moradias populares.
O mesmo se aplica para uma padaria…. primeiro ela faz uma dívida por meio de um financiamento. Com isso ela investe na ampliação ou modernização da produção. A partir dai, com a venda dos pães, a padaria paga o financiamento. Como a renda gerada é maior que as parcelas do financiamento, a receita gerada também paga os funcionários e outras despesas da padaria, inclusive a remuneração do proprietário.
O problema não é o gasto publico, mas no que é feito o gasto público.
Parece complicado porque é complicado.
Perfeita a exposição. Os gastos com previdência militar são insustentáveis. Estão quase iguais à dívida americana; qualquer desajuste atrasa o pagamento dos aposentados militares. É necessário que a sociedade, os políticos e os militares iniciem um diálogo em busca de solução. Os militares quase sempre se opuseram à solução de integração ao quadro geral da administração pública, na expectativa de aumentos salariais diferenciados, regalias do corpo militar e carreira própria. Se estabelecermos negociações, é possível que soluções sejam encontradas, mas a inação tem seu preço, inclusive com escolhas ruins, como a desativação generalizada de meios.
Se, por exemplo, o GF não passar 500 milhões (!!!!), isso mesmo, 500 milhões pra Itaipu fazer Comunicação Social, dentre outras, perceberá q os problemas são outros e não esses…
Não adianta repetir esse mantra…
As reformulações propostas aqui, aos moldes da OTAN, caíram a maioria por terra, ao se visualizar a guerra da Ucrânia. A FFAA da OTAN estão em polvorosa….
A previdência já foi solucionada. Vai parlar mais pra ativa? Vai dobrar o efetivo pros militares trabalharem 40 hrs por semana? Duvido pras duas.
As FFAA não devem ser aplicadas em segurança pública. Corretíssimo.
Mas GLO não é Segurança Pública… é tornar os problemas novamente ao alcance da segurança pública.
O que tem de ser cobrado é o que fazer após a GLO… isso ninguém cobra… por que?
Meu amigo, da vontade de desistir de vez.
O sr. acabou de ler uma matéria mostrando a Polônia com população menor que o estado de São Paulo, investindo mais de U$ 30 bi.
A Argélia que tem PIB menor que a CIDADE de São Paulo, investindo U$ 18 bi.
A média mundial de 2,3% do PIB investido em defesa.
Viu que o Brasil que passou muitos anos investindo 1,4 ou 1,5% do PIB, reduzir para apenas 1,1%.
E além de tudo isso tem mais uma coisa que passa despercebido, muitos países não incluem o pagamento de aposentadorias no orçamento militar é possuem também outros ministérios ou departamentos que “pagam” despesas militares e o SIPRI não inclui na conta.
Os EUA mesmo investem bem mais do que o divulgado..
Veja esta matéria:
https://www.brasildefato.com.br/2024/02/12/actual-u-s-military-spending-reached-1-537-trillion-in-2022-more-than-twice-acknowledged-level
Já o Brasil inclui essas despesas e não tem outros gastos militares em outras pastas…
Não estou dizendo que os militares são perfeitos, ainda acho que devemos mexer na previdência militar e acabar com essa farra de filha receber pensão eterna. Um absurdo isso.
Mas também não adianta barrar qualquer aumento de orçamento, pq sem um grande orçamento nunca teremos equipamentos militares de ponta em quantidades razoáveis.
Mas também não adianta barrar qualquer aumento de orçamento, pq sem um grande orçamento nunca teremos equipamentos militares de ponta em quantidades razoáveis.´´
É justamente por isso que eu defendo que esse aumento de verba pra Defesa só seja feito APÓS as reformas administrativas das FA´s.
Sem elas, pode ter certeza que essa porcentagem a mais de verba pa Defesa será inócuo. Será apenas mais um desperdício de dinheiro.
Ou você REALMENTE acredita que essa verba extra será usada pra FAB comprar 90 Gripens, ou pro EB comprar K2 Black Panther ou Patriot?
Eu acho porque as forças não podem aumentar o efetivo, tudo é feito através de leis e determinação do poder político.
Lá atrás o Luiz Inácio deu a ordem e assinou o decreto aumentando o efetivo das forças. O comandante do EB, da FAB e da MB não podem aumentar o efetivo.
Nos últimos anos o orçamento foi sendo diminuído e bastante, era 1,4% ou 1,5% e hoje está em 1,1%. Então os militares querem mais recursos para poderem comprar equipamentos, é para isso que um aumento no orçamento será utilizado, pois os militares não podem aumentar efetivo e também não podem aumentar seus próprios salários.
Nossa estou com dó deles.
Vc realmente acha que os militares não influenciam nos seus gastos?
Que são uns coitados que só fazem o que o Congresso determina?
Se acredita nisso vc não está entendendo como funciona a política e a relação entre civis e militares no Brasil.
Caro Eduardo, tramita uma PEC para aumentar o orçamento militar para 2% do PIB, com aumentos de 0,1% ao ano. Hoje estamos investindo 1,1% do PIB, portanto demoraria cerca de 9 anos para atingirmos os 2%.
Muitos aqui são contrários pois entendem que este aumento será destinado ao aumento de salários e ao aumento do efetivo.
Só estou deixando claro para alguns que ainda não sabiam, que o comandante do EB, da MB e da FAB não podem simplesmente aumentar o efetivo da maneira que quiserem, como também não podem alterar seus próprios salários.
Se incluírem na PEC um aumento de salário e um aumento no efetivo, ai a crítica seria válida.
Existe um limite no efetivo militar estabelecido em Lei.
Já foi estabelecido uma redução de efetivo em 10% durante os próximos 10 anos, lá em 2019. Portanto a redução do efetivo continuará, mesmo aprovando a PEC que garante 2% do PIB para o orçamento.
O aumento de salários também foi estabelecido em 2019.
Então até 2029 teremos uma redução de 10% do efetivo, teremos os aumentos salariais que foram concedidos em 2019 e continuaremos com um orçamento “pequeno” e engessado, caso aprovem a PEC ainda este ano e iniciem o aumento de 0,1% à partir do ano que vem (2025), em 2029 já estaremos com 1,6% e em 2033 atingiremos os 2%.
Na década de 30 poderemos estar discutindo sobre opções de equipamentos novos e modernos e em boas quantidades para nossas forças, ou continuaremos na mesma, como nos últimos 30 anos, com compras a conta gotas, compras de usados, etc. Depende dessa PEC ser aprovada.
Perfeito.
Olá Luiz. Pode diminuir por decisão administrativa do comando…. Não pode aumentar além do que diz a lei.
A Lei determina o contingente máximo.
Exato.
Isso tudo já sabem, mas querem falar mal…
Pelo contrário… alguns colegas por vezes sugerem que o contingente é determinado pelo Congresso… não é. A lei determinada os contingentes máximos, os quais são definidos pelos comandos militares e levados para a administração para serem encaminhados para aprovação do Congresso.
Nenhum deputado ou senador irá escrever um projeto de lei definindo tamanho de efetivo sem ter antes um OK dos comandos…
Exato. Foi o que ocorreu em 2009 quando a MB pôde contratar mais 20k, a FAB 13k e o EB mais 31k em 2013.
Não adianta a galera tem dificuldades para entender coisas básicas, em outro post eu tentei explicar como o gasto nominal não significava nada pq havia um negócio chamado inflação e eles ainda sim ficaram me hostilizado.
Conforme eu afirmei em outro post, o gasto real com defesa no Brasil caiu 48% desde 2014. A permanência de gastos acima de 90% do orçamento com folha de pagamento se deve ao fato de que o governo não pode contingenciar ou cortar tais gastos. O governo pode apenas cortar gastos discricionários e foi exatamente isso que ele fez. Por isso o gasto obrigatório se tornou em primeiro lugar 90% do orçamento.
Mas aí vem os críticos dizerem “ain mas a Marinha tem 200 milhões de efetivos”, sim ela tem um efetivo completamente irrealista pra nossa realidade. Mas há de se observar o seguinte, a Marinha é obrigada a seguir o livro branco da defesa aprovado pelo congresso e esse livro postula que a Marinha deve obrigatoriamente aumentar seu efetivo para uma eventual esquadra do Norte.
A Marinha errou nisso? Claro! Primeiro nunca deveria ter vindo com esse papo mirabolante de segunda esquadra, entretanto quem conhece o riscado sabe que foi o doido do Mangabeira Unger entre outros iluminados que tiveram essa ideia.
A Marinha viajou na maionese aumentando o efetivo antes dos meios navais? Com certeza! Eu desconfio seriamente que eles acharam que isso ia forçar alguma decisão dos políticos, mesma coisa em relação à comprar meios navais usados. A vdd é que o acaso talvez venha a beneficiar a Marinha. Ng mais vende usados, simplesmente porque o contexto atual está forçando à todos a usar os navios até eles desmancharem.
O comandante do exército falou sobre isso, não conseguem nem mais comprar helicópteros pq tá todas as empresas abarrotadas de pedidos. Por isso os blackhawks.
Então sim, a situação é gravíssima, o problema atual não é uma questão de PIB ou seja lá o que for, é uma questão de que simplesmente o Brasil corre o risco real de não ter mais uma Marinha. De termos um exército com equipamentos de 70 anos e uma Força aérea que teria no máximo 36 aviões de combate.
As forças armadas cometeram erros? Vários! Mas só sendo um inocente para não ver o quanto nossa classe política ferrou completamente a situação. E na boa, podem culpar governo A ou B, quem entende o básico de política no Brasil e sabe como o pagode funciona entende que o Congresso é o grande culpado.
O congresso vem surrupiando recursos à torto e a direita desde a queda da Dilma, eles chantagearam o governo Bolsonaro na cara dura, basicamente sequestraram o governo e estão fazendo o mesmo com o governo Lula atual. As pessoas ficam aqui groselhando sobre PT x bolsonaristas, mas não perceberam ainda que nem vivemos mais num regime presidencialista, os dois últimos presidentes foram e são rainhas da Inglaterra, sem quase nenhum poder.
Só sendo um tolo para não perceber que o Lira e Pacheco fazem o que querem. Agora vocês podem falar e daí? O problema é que é importante haver partidos no Brasil que sejam especializados em ganhar eleições presidenciais como o PT e o PL.
Sem isso ocorre exatamente um parlamentarismo bastardo, em que o Centrão manda de fato e fica esquerda e direita como palhaços de picadeiro animando as torcidas.
Agora estamos no pior dos mundos, o Congresso faz o que quiser e não presta contas, pq o culpado é sempre o executivo, por isso provavelmente agora teremos o mesmo fenômeno que no Peru e Argentina em que presidentes não conseguem mais ser reeleitos ( isso se eles puderem pq o Congresso quer retirar isso).
Então voltando à questão do orçamento para as Forças Armadas. Essa pauta de 2% do PIB para a defesa por incrivel que pareça é uma pauta de bolsonaristas e petistas, não conta com o apoio do Centrão que provavelmente usarão seu poder para sequer pautar o projeto.
E eles farão isso por um motivo muito simples, eles vão pegar esse dinheiro para financiar seu famoso orçamento secreto. 1% do PIB é muita coisa para gastar com militar e hoje no Brasil existe uma indústria de emendas do relator em que o congresso sequestra o orçamento para fazer gastos aleatórios que não servem propósito algum que não seja flagrante corrupção ou asfaltar ruas em seu município para comprar reeleição.
É isso que tem se tornado a política brasileira desde 2016, enquanto os tontos da direita e esquerda ficam se matando na Internet os picaretas do Centrão enchem a burra de dinheiro. E vocês acham que eles darão a mínima para as forças armadas? Hahaha faz me rir!
Para quem acompanha o projeto dos 2% sabe que ele contém cláusulas de uso dos recursos para compra de equipamentos. Além disso existe cláusula de conteúdo nacional. Sinceramente, eu prefiro mil vezes mais que esses recursos sejam direcionados para as forças armadas, do que para o União Brasil ou Progressistas do Lira que gastou dezenas de milhões de reais comprando robôs para escolas do Piauí que sequer tinham portas.
Mas não se esqueçam de uma coisa, esse dinheiro será gasto, seja com o Centrão ou com os militares. Se alguns aqui preferem que esse dinheiro fique na mão do Lira e Pacheco, paciência. Depois não chorem que o Brasil só tem 5 caças para defender o território nacional e o resto foi canibalizado por peças.
Meu caro, parabéns pelo comentário! Excelente! Soube concatenar desde orçamento público, execução orçamentária, necessidade de maiores investimentos em Defesa face a nova configuração geopolítica mundial, e ainda foi preciso no seu diagnóstico sobre macro política interna.
Este seu comentário deveria ser lido por muitas pessoas, um dos melhores que li ultimamente por aqui.
Só discordo de um pequeno trecho, mas talvez você e os mais entendidos no assunto possam me fazer mudar de ideia…é realmente necessária a aquisição específica de Black Hawks? Não é possível encomendar helicópteros similares capazes de realizar a missão pela Helibras/Airbus? Ou há grande falta de peças para a construção/montagem de helicópteros que só viabilizaria a aquisição de vetores prontos? Os EUA tem no momento os “falcões negros” disponíveis para venda?
No mais, cito a frase inicial de um dos meus filmes favoritos, que descreve exatamente o momento atual do mundo rs:
“The World is Changing”. Senhor dos Anéis, a Sociedade dos Anéis.
O mundo está mudando, paradigmas precisam ser repensados. O mundo está ficando mais instável e a política internacional está sendo conduzida por outros meios (a violência).
Essa é a natureza de um mundo multipolar em que estamos ingressando.
“Não é possível encomendar helicópteros similares capazes de realizar a missão pela Helibras/Airbus? Ou há grande falta de peças para a construção/montagem de helicópteros que só viabilizaria a aquisição de vetores prontos? Os EUA tem no momento os “falcões negros” disponíveis para venda?”
Conforme declarações recentes do comandante do Exército em audiência na CREDN, a fila de pedidos de helicópteros no mundo está longa, sem disponibilidade para compra de helicópteros novos no prazo necessário.
Isso acontece devido aos impactos da pandemia e guerra na Ucrânia nas cadeias de fornecimento, assim não haveria como repor os 8 Cougars mais antigos e os 4 Black Hawks do EB, antes das baixas, sem recorrer a aeronaves usadas. Então serão adquiridos 12 Black Hawks usados repotencializados, que também são o que cabe no bolso e atende às necessidades.
Obrigado pela resposta Nunão!
Bons apontamentos que ignoram por aqui…
Caro Willber, vejo que o problema está dos dois lados, primeiramente é necessário uma revisão nas FAs, defendo algo mais enxuto, porém mais tecnológico, principalmente na Marinha e Força Aérea (reduzir efetivo e conseguir meios mais modernos – drones, radares, etc..).
Mas também 1,1% do PIB é muito pouco, deveria ser no mínimo 1,5%, levando em consideração que temos um PIb de 2 Tri…Daria algo em torno de 30Bi anual.
Já no Brasil, só tristeza …
“Só tristeza” porque?
A Defesa esta no top 5 de maiores verbas da União a maia de uma década, mesmo com um corte de verba aqui e um contingenciamento alí, ainda sim é dinheiro pra diabo, querem mais o quê?
Olá Wilber,
Muita gente ainda tem dificuldade para compreender o que são os contingenciamentos do orçamento federal.
A lei orçamentária aprovada prevẽ um determinado gasto anual. Quando a receita tributária mensal for menor que 1/12 do gasto previsto para o ano, descrito no orçamento, a lei de responsabildiade fiscal determina que seja feito um contingenciamento na proporção da diferença entre a arrecadação e aquele valor de 1/12. Como a receita tributária é sazonal, há meses nos quais ela é maior que este valor, noutros ela é inferior.
Os gastos contingenciados nos meses de menor arrecadação são compensados no meses de maior arrecadação.
Corte é algo definitivo.
E mesmo com corte e, contingenciamentos em ( muito ) atraso, os principais programas das FA’s BR foram em frente:
FX-2
390
FCT’s
Riachuelos
Guaraní
Além de “compras extras”, como os dois KC-30 da FAB, e os Centauros II do EB.
Então, não sei o motivo de choro e dizer “que tristeza”….
Concordo. Tem também o SN10/Labgene.
O problema é o inchamento do pessoal das forças armadas em tempo de paz e o modelo previdenciário militar insustentável.
As FFAA estão desinchando, fruto de se libertarem da PND/END estabelecida na 2ª Adm que agora está na 3ª.
A previdência está ótima, desinchando dos tempos passados (posto acima, Filhas, ex-combatentes, anistiados).
Defesa é financiado Exclusivamente pelo governo Federal.
Educação e saúde possuem financiamento federal, estadual, municipal e privado.
Assim como várias outras áreas do governo.
Por isso é “normal” os gastos com Defesa Nacional serem um dos mais altos do governo federal. Em muitos países desenvolvidos, a Defesa é o Maior gasto federal, justamente por isso.
Quando se soma os investimentos realizados por estados e municípios em Educação e Saúde, o valor investido chega a ser 2 à 3 X Maior que o investido pelo governo Federal. Isso sem contar os investimentos privados.
Já a Defesa Nacional não recebe nenhum real de dinheiro privado, nenhum real de estados e nenhum real de municípios.
E ainda entra na conta todos os aposentados.
Nos gastos em saúde e educação não entram na conta todos os médicos e professores aposentados, por exemplo.
Quase isso….
De fato, o governo federal é responsável pela setor de defesa. Isso é uma prerrogativa exclusiva do executivo federal.
Por outro lado, o governo federal também faz repasses dos fundos de saúde e de educação para as prefeituras e estados, tanto no âmbito do Fundeb quanto pelos canais do SUS.
Ainda que estes fundos não sejam do orçamento do MEC ou do MinSaude, o governo central é responsável por enorme parcela dos gostos neste setores.
O governo federal também é responsável pelo sistema de previdência pública, via INSS e também pela complementação do FGTS. Aliás o maior orçamento do governo federal é a conta da previdência.
Sim, mas quando comparam o quanto o Brasil investe em Defesa, Saúde e Educação, e colocam a Defesa como 4º maior gasto do governo, etc, ninguém inclui tudo isso que você escreveu e ninguém faz estas contas, apenas colocam o orçamento federal do MEC, da Saúde e da Defesa e a maioria analisa os números e acha que o orçamento da defesa já é muito grande porque é quase igual ao gasto com saúde ou educação.
Mas se colocassem os investimentos municipais e estaduais, mesmo que com “ajuda” federal, veriam que o investimento em saúide e educação é 3 ou 4 x maior que o investimento em Defesa.
E caso retirassem o pagamento dos militares aposentados e colocassem no INSS, ai veriam que os investimentos em saúde e educação são de 6 à 8x maiores que os investimentos em defesa.
Se contabilizassem os investimentos privados em saúde e educação, ai daria até dó da Defesa.
Mas a nossa grande mídia é aquela que “disse” que nos últimos anos os “gastos” com defesa aumentaram absurdamente, tentando denegrir o antigo presidente, sendo que o que teve foi apenas correções inflacionárias, que na verdade nem foram o suficiente e a Defesa na verdade perdeu muito dinheiro nos últimos anos, tanto que costumávamos investir 1,4 ou 1,5% do PIB e agora estamos em 1,1%, mas as mídias queriam mostrar que o capitão estava torrando o dinheiro do Brasil com seus amigos militares.
Olá LH.
Em tempos de paz, seria inaceitável que os gastos com defesa fossem mais altos que os gastos com saúde ou educação. Aliás, mesmo em tempos de guerra, é preciso sustentar os gastos com saúde e educação.
Aqueles momentos de “guerra total”, no qual toda a sociedade se organiza em torno da guera são exceções, quase sempre em torno de momentos críticos.
Ao longo do século XXI, os maiores gastos com defesa ocorreram durante os períodos de expansão do PIB, mantendo mais ou menos a mesma proporção do PIB.
Em valores absolutos, na primeira década deste século, os gastos estavam em torno de US$ 20 bilhões ou um pouco acima…. na segunda década, este valor caiu para menos de US$ 20 bilhões. O grande problema continua sendo o crescimento dos gastos com a previdência militar
Os dados do Sipri continuam sendo a melhor base de comparação. Eles incluem os gastos previdenciários, gastos com pessoal ativo, custeio, aquisição de equipamento e até atividades relacionadas com defesa em outros setores, como P&D.
Eu prefiro nem entrar na discussão fulanizada em relação aos ex-presidentes… há dados estatísticos e séries históricas suficientes para focar nos números, deixando a contextualização política para outro nível de discussão.
“risco de uma espiral de ação-reação” Se a Rússia aumenta os gastos militares os Eua também devem aumentar? foi isso que entendi.
Notemos que a américa em sua maioria é um continente pacífico que foca em seus problemas internos.
No gráfico vemos que o país que mais gasta e faz os dados subir e descer é o próprio tio Sam. Deu a lógica!
A América Latina está para o século XXI o que o oriente médio foi no século XX com seus recursos
“Notemos que a américa em sua maioria é um continente pacífico que foca em seus problemas internos.”
Sejamos sinceros aqui:
Somos um continente “pacífico” porque somos um continente POBRE.
Não tenho dúvidas de que, se fosse-mos um continente montado em petróleo, igual o OM, Chile e Argentina, ou Perú e Equador, teriam o mesmo tipo de “relacionamento” que Irã e Iraque nos anos 80. Ou Israel e Irã desde…sempre.
Deve ser por isso que os índices de violência interno dos países da América do Sul são tão altos…em vez de matar nossos vizinhos, a gente canaliza essa raiva pra matar gente do próprio país.
Isso é mentira. Não é pq somos “pobres”. O Oriente Médio é África são imensamente mais pobres que a América Latina e vivem em guerra desde sempre.
A América Latina é pacífica porque o Brasil é imensamente mais poderoso que o resto e qualquer tipo de belicosidade na região pode atiçar o gigante e despertar o nacionalismo brasileiro adormecido. Pode ver que todo mundo tem problema com todo mundo, mas ng se atreve a falar que tem problemas conosco. Na vdd eles tentam buscar o apoio brasileiro para suas quizumbas.
Se o senhor conhecesse melhor a tradição diplomatica da região ( algo que tenho duvidas se conhece) saberia que os países da América do Sul observam atentamente qualquer movimento brasileiro no que diz respeito à compra de armamentos e vivem mandando cartinha para o Itamaraty falando que a aquisição de equipamento A ou B é uma sinalização de que estamos sendo imperialistas. A Argentina mesmo nos documentos do wikileaks ficou agendando reunião secreta com os EUA para chorar as pitangas de estarmos construindo um submarino nuclear.
O maior medo dos países sul americanos é que o Brasil passe a se comportar como uma Rússia. E aí alguns poderiam vir dizer que se isso acontecesse eles chamariam os americanos, mas isso é um delírio. Os EUA não tem problema algum com a ascendência do Brasil na região, inclusive é o contrário, eles reclamam que o Brasil devia pegar mais essa “p..a” na mão e desafogar os americanos que não tem interesse algum na região mas que estão cada vez mais preocupados com a influência chinesa e russa.
Entao não tem nada de “pobreza” até pq o Brasil era muito mais pobre e tem um passado extremamente imperialista na região, algo que abandonou com a queda do Império.
Aliás, nós últimos 120 anos viemos construindo uma nova relação na região baseada em diplomacia justamente pq nosso passado aqui não é nada diferente do de outros impérios.
Um dos culpados por esse aumento dos gastos é a Rússia, um país que um pessoal já dizia estar quebrado, falido, que não tinha mais o poder da antiga urss, um país que era passado, um país que ninguém mais se importava, pois a real ameaça agora era a China…
Exato, porém se vc prestar atenção verá que a Ucrânia coloca quase todo o seu efetivo para conter uma Rússia que coloca 1/4 de suas forças, isso com gastos praticamente equivalentes, acredito que este gasto russo seja somente com equipamentos e despesas operacionais , a folha de pagamento não esta incluída como nos demais
A China ainda está gastando menos de 2% do PIB na defesa, os EUA estão gastando apenas 3% do PIB(durante a guerra fria oscilou de 6% a 10%), a Russia provavelmente esta gastando entre 8% e 12%(a USSR gastava 15% a 20%) tem muito espaço pra crescer ainda
“gastos militares da Ucrânia foram equivalentes a cerca de 91% dos gastos russos.”
Somando seu próprio orçamento com o que receberam da Otan.
Então quem é realmente o incompetente no campo de batalha?
Rússia e Ucrânia gastaram praticamente o mesmo em 2023 mas ao longo de todo este ano a Rússia acumulou vitórias e a Ucrânia, derrotas e está em colapso.
E a Ucrânia lutando com as armas “mais modernas do mundo” e a Rússia lutando com material da era soviética.
Mais um fato para —— EDITADO ——
Que insanidade que você digitou.
A Rússia gastou em 2023 109 bilhões de USD e a Ucrânia 59% já com as doações dos países de Ramstein deste valor de acordo com o Instituto Internacional para os Problemas da Paz e o valor gasto pela Rússia corresponde a mais de 30% do orçamento da Rússia e recordo que a URSS desapareceu porque gastava mais de 40% do orçamento em armas e guerras e Putin está caminhando para esse fim.
Competência no campo de batalha só queria relembrar que se os países de Ramstein tivessem fornecido tudo o que prometeram talvez a conversa seria outra, e recordemos os F-16 que nunca chegam, os MBT que não chegaram ao número do que foi prometido e as munições que nunca chegam em número e recordo que por cada 5 tiros de artilharia da Rússia, a Ucrânia só pode ripostar com um tiro.
Também podemos recordar Zaluzhnyi que o único erro que cometeu foi pensar que os dirigentes russos se preocupavam com os soldados russos na frente e dai os 300 mil já recrutados e agora os 500 mil de que já se fala.
A Ucrânia com armas modernas e a Rússia com material soviético, mas lembra-te da coluna de 40km que foi destruída por canhões da era soviética com a ajuda de um drone de uma criança para retificar os tiros e que destruiu a coluna, lembra-te dos misseis Neptuno que afundaram o cruzador Moskva e os drones Magura que afundaram 30 da frota russa no Mar Negro. Também te lembras do tanque russo que foi contra uma arvore enquanto fugia, mas se não te lembras eu dou-te para recordares https://www.youtube.com/watch?v=YYp_jkx-sEg&ab_channel=TheNavih, também te recordo que só um submarino russo e um navio foram destruídos por misseis fornecidos pelo Ocidente enquanto eram reparados nos estaleiros de Sebastopol e só estes misseis eram armamento moderno fornecido pelo mundo.
Também esqueceste de fazer referência aos misseis e drones comprados ao Irã e de munições compradas à Coreia do Norte porque sem “esse material da era soviética” a Rússia não teria os últimos ganhos que teve.
Os EUA gastam uma grande soma de dinheiro para manter a sua supremacia militar mundial… como o gráfico demostra.
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Diz o ditado popular que …” o peixe morre pela boca” … basta verificar como as armas milionárias americana … estão sendo usadas para abater as armas de menor valor dos seus inimigos… milhões de dólares X mil dólares … custo e beneficio … em guerras só se faz com muito dinheiro … fato.
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Como a economia americana vai sair desse século ? … vai sair maior ou menor quando entro nesse século? … só o tempo vai dizer.
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A China e a Rússia …. conseguem produzir armas com menos custo e modernas e eficiente …. se comparadas com as americanos… basta verificar isso nos cenários de conflito atual.
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Para mim … a arma secreta( estratégia) dos russos e chineses é justamente isso ai … forçar os americanos a gastar muito … matá-los pela sua exaustão financeira … cozinhá-lo em fogo lento….abrindo muitas frentes de guerras.
Se me permitem acrescentar algo mais … vejo que aos poucos … a economia americana entrou em uma espiral muito perigosa para o mundo.
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Se verificarem a balança comercial de exportação americana … o seu carro chefe é a sua indústria bélica … a economia americana está dependendo muito do mercado bélico para manter o seu motor econômico funcionando.
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O governo americano utiliza o esforço de guerra … para mostrar ao cidadão comum americano … que o seu posto de trabalho está diretamente ou indiretamente ligado as guerras… já que o quele produz é para esse fim.
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Eles necessitam de guerras para ganhar dinheiro … isso é muito perigoso… uma espiral que levam muitas vezes a um grande desastre mundial … se tratando dos EUA .
Na Tempestade do Deserto, segundo Collin Powell, era previsto que os EUA tivessem 30.000 baixas.
Tiverem menos de 2.000 e a maioria em acidentes.
Para isso armamentos são caros. Para vencer guerras.
Os meios russos estão se mostrando deficientes, pois estão lutando contra um oponente com meios antigos e insuficientes. Como seria contra uma força poderosa?
A China ainda não foi testada nos tempos mais contemporâneos.
Armamentos e meios baratos ainda estão “dando trabalho”, pq não se decidiu “por força” contra quem usa.
Até lá, os valores são pagos, pelo o quanto é defendido.
Lembrando que uma guerra que possa ocorrer contra Irã, Coreia do Norte, Rússia ou até China (na questão Taiwan) são conflitos que não envolveriam uma ocupação para pacificação e estabilização, como Iraque e Afeganistão, afastando expressões que foram decisivas para os problemas que ocorreram nestes lugares.
Como citado nos diversos comentários, a vinculação de 2% do PIB deve ser precedida por uma solução que retire os gastos com pessoal e previdência do orçamento corrente. Sem encontrar uma solução para esse problema, corre-se o risco de que este orçamento seja corroído pelas recomposições salariais, pensões irrestritas de viúvas, direitos adquiridos do pessoal da ativa, pensões de filhas e, com o aumento da expectativa de vida, as aposentadorias por um período maior. Então, há muitas coisas a serem resolvidas.
Brasil e um pouco questionável aumento do orçamento militar, esses países aumenta investimentos, para aquisição de produtos nacionais, o Brasil que dinheiro pra comprar jipe de fora, artilharia de fora, sistema de defesa aérea de fora vai movimentar economia de fora, não tem projetos desenvolvimento e aquisição nacional de longo prazo, se fomos reparar o brasil nao produz metralhadora, obuseiro rebocado, sistema defesa aérea 3 olha que temos avibras que poderia nos fornecer bastar parceria e investimento no setor, mais sinceramente se não tiver projeto pra falar que esses 2% vai ser pra forcas armadas para desenvolver nossa indústria, melhoria de capacidade industrial.