William Burns - Foto AP

William Burns - Foto: AP

Chefe do Gabinete Nicolás Posse encontra-se com o chefe dos serviços de inteligência dos EUA na Casa Rosada; chefe da CIA é o mais recente em uma longa lista de autoridades de Washington a visitar Buenos Aires desde que o Presidente Javier Milei assumiu o cargo

William Burns, diretor da CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos), chegou à Argentina na quarta-feira para reuniões com funcionários do governo em Buenos Aires.

Chegando do Brasil, onde se encontrou com autoridades governamentais em Brasília, esperava-se que o chefe da CIA ficasse dois dias na capital argentina, embora seu itinerário não tenha sido divulgado ao público.

Fontes governamentais confirmaram que Burns, chefe dos serviços de inteligência dos Estados Unidos, encontrou-se com o Chefe do Gabinete Nicolás Posse na Casa Rosada na quarta-feira. Não houve confirmação pública do encontro.

A reunião também contou com a presença do chefe dos próprios serviços de inteligência da Argentina, a Agência Federal de Inteligência (AFI), Silvestre Sívori, e do embaixador dos EUA na Argentina, Marc Stanley.

Vários tópicos foram discutidos pelos funcionários, desde cooperação bilateral e a progressiva penetração da China na América Latina até recentes ataques cibernéticos realizados a partir da Rússia, informou a Noticias Argentinas.

De acordo com a agência de notícias, Washington vem monitorando de perto as organizações criminosas de drogas ativas na Argentina e está preocupado com suas ligações com células terroristas desdobradas na área da Tríplice Fronteira que respondem ao grupo islâmico Hezbollah.

Burns é o mais recente alto funcionário a viajar para Buenos Aires desde que o Presidente Javier Milei tomou posse como chefe de estado em dezembro passado. A visita do diretor da CIA acontece poucas semanas após a visita do Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. A chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, Laura Jane Richardson, deve visitar o país em abril para auxiliar na compra de jatos de combate F-16 dos EUA pelo governo argentino através do governo dinamarquês.

Desde sua posse, Milei mudou notavelmente a política externa da Argentina, alinhando-se com os Estados Unidos e Israel, entre outros.

Em comentários públicos recentes, Burns expressou preocupações sobre a crise em curso no Oriente Médio e disse que acredita que a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022 marcou um ponto de virada na reconfiguração de forças internacionalmente e trouxe o período pós-Guerra Fria a um fim.

A reunião de quarta-feira não foi o primeiro encontro entre Posse e Burns. O duo se encontrou pela primeira vez em 31 de janeiro passado, quando o Chefe do Gabinete da Argentina viajou para Washington e passou mais de uma hora em conversações.

Rumores de que Burns se encontraria com Milei durante sua estadia em Buenos Aires não puderam ser confirmados até o fechamento desta edição.

FONTE: Buenos Aires Times

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Carlos Campos
Carlos Campos
8 meses atrás

Graças a Deus para os Argentinos, é que não é a Victoria Nuland.

Bispo
Bispo
Responder para  Carlos Campos
8 meses atrás

Mesmo assim , pelo histórico americano de “apoiar golpes” no continente… abrolhos 👀

Nilo
Nilo
Responder para  Carlos Campos
8 meses atrás

🤣🤣🤣

Fagundes
Fagundes
8 meses atrás

Os EUA tem um serviço de inteligência estruturado…enquanto em Pindorama a imprensa deixa transparecer que a PF e a ABIN brigam entre si por protagonismo político ao invés de cooperar. Como se já não tivéssemos problemas o suficiente para serem resolvidos.

BLACKRIVER
BLACKRIVER
Responder para  Fagundes
8 meses atrás

Não existe serviço de inteligência no Brasil

No Brasil existe concurseiro que passou no concurso para ter estabilidade.

José de Souza
José de Souza
Responder para  BLACKRIVER
8 meses atrás

Concurseiro este que poderá peitar desgovernos e seus delírios paranoicos, como os técnicos do MS e da Embrapa em anos recentes. Para isso não acontecer inflam com extra-quadros os órgãos técnicos do Estado.

Jagder
Jagder
Responder para  BLACKRIVER
8 meses atrás

excelente

Charle
Charle
Responder para  BLACKRIVER
8 meses atrás

E “ai” daqueles que falarem que há sim pessoas que seriam mais astutas e sábias que poderiam estar em um serviço de inteligência brasileiro. Muito mais do que os decoradores de lei e fórmulas para as provas de concursos que estão nas “n” repartições públicas espalhadas pelo Brasil. São os famigerados “concurseiros”.

Carlos Campos
Carlos Campos
Responder para  Fagundes
8 meses atrás

Pior de tudo, são usadas para investigar políticos

fewoz
fewoz
Responder para  Fagundes
8 meses atrás

A grande diferença entre os serviços de inteligência/Forças Armadas americanas para seus homólogos brasileiros é que os primeiros trabalham para a nação e combatem inimigos externos (estes sim, os verdadeiros inimigos), enquanto os serviços brasileiros gastam (ou gastavam, entre 2019 e 2022) dinheiro do contribuinte para espionar rivais (e até aliados) políticos.

Com um serviço de inteligência (e Forças Armadas) assim, quem precisa de inimigos externos? O Brasil, como sempre, definindo alvos errados…

José de Souza
José de Souza
Responder para  fewoz
8 meses atrás

O mito do “Inimigo Interno” até hoje é difundido nas academias militares no Brasil. Um desserviço a nação, com dinheiro público.

Sergio
Sergio
8 meses atrás

Leiam nas entrelinhas.

Considero, dentre tudo, de extrema burrice, até, para que fique claro, a insistência de nosso ex presidente em questionar as urnas…

Mas esse senhor, aqui esteve, literalmente ameaçando o então presidente do Brasil em exercício legitimo de mandato outorgado pelo soberano voto de seu povo, ” para que não se atravesse a questionar as urnas”.

Equivocado – sem dúvida, sob todos os aspectos- O então presidente tinha todo o direito do mundo de debater assuntos e questões de seu país! Pagou por isso. Com a eleição e a perda de seus direitos políticos.

Mas jamais! Jamais! Poderia ou deveria, ser ameaçado pelo chefe do serviço secreto de uma potência estrangeira.

Sob constrangedor silêncio de – pasmem – nossa imprensa. Constrangedor mas não surpreendente.

E causa calafrios saber que antes da Argentina esteve aqui. Fazendo o que?

Charle
Charle
Responder para  Sergio
8 meses atrás

Ué??? Mas não era o “ex” que prestava continência à bandeira e morria de amores pela nação desse burocrata norte-amaricano? O amor morreu?

Carlos Pietro
Carlos Pietro
Responder para  Charle
8 meses atrás

Excelente.

Rodolfo
Rodolfo
8 meses atrás

A china opera uma estação “espacial” em Neuquen, que assim como a que a NSA americana opera em Allice Springs na Australia e monitora comunicações na Ásia, poderia ser usada para espionar telecomunicações no hemisfério norte.

https://dialogo-americas.com/articles/chinese-space-station-on-argentine-soil-continues-to-arouse-suspicion/

fewoz
fewoz
Responder para  Rodolfo
8 meses atrás

Da mesma forma que os EUA espionam o mundo inteiro, 24/7? Baita escândalo pra nada…

Rodolfo
Rodolfo
Responder para  fewoz
8 meses atrás

Meu ponto foi que a CIA provavelmente vai utilizar a aproximaçao com o Milei pra diminuir as capacidades chinesas na Índia. E como eu escrevi no meu comentario acima, os americanos fazem o mesmo do solo australiano.

Rodolfo
Rodolfo
Responder para  Rodolfo
8 meses atrás

capacidades chinesas na Argentina…

Bruno
Bruno
8 meses atrás

Veio à América do Sul chantagear…