Desdobramentos estratégicos e operacionais depois de 2 anos de Guerra Russo-Ucraniana

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Por Rodolfo Queiroz Laterza [1]

1 – Introdução

A captura da cidade-fortaleza de Avdeevka em 17/02/2024 pela forças russas teve um efeito tático – operacional bastante importante para o desenvolvimento de novas progressões no teatro de operações que tendem a gerar novos controles de território por parte da Federação Russa na guerra contra a Ucrânia- OTAN.

Embora os avanços sejam graduais pela dinâmica do conflito, caracterizado por amplo uso de sistemas de reconhecimento, vigilância e monitoramento das forças inimigas, bem como danos infligidos por drones kamikaze e do tipo FPV (first person vision, ou seja, operado em primeira pessoa) e emprego massivo de minas antitanque e antipessoal em fortificações que nivelam a linha de frente, a iniciativa operacional ofensiva por parte da Federação Russa nas circunstâncias atuais molda a natureza dos combates e permite que a força atacante crie condições favoráveis taticamente no teatro de operações que podem refletir na esfera estratégica.

As forças russas atualmente empreendem operações ofensivas pontuais e de alcance limitado em cinco eixos de progressão, os quais destacamos a linha de contato de Svatovo – Kreminna à margem do Rio Oskol e na altura de Kupyansk – Sinkovka; em direção a Terny com foco em Yampolovka próximo a Lyman; em Belohorivka visando a cidade -fortificação de Belohorivka; os flancos de Bakhmut, notadamente em Bogdanovika visando Chasov Yar, importante centro logístico ucraniano; os assentamentos adjacentes a Avdeevka a sudoeste e oeste (respectivamente Severne e Lastochino, que foram controladas pelas forças russas até a elaboração deste ensaio), além de  controlar Orlovka, importante ponto de concentração de forças ucranianas residuais na área; a oeste de Marinka, em operação de manobra para controle dos assentamentos limítrofes de Georgievka e Novomikhailovka, visando controle da estrada que leva a Ugledar, alvo notório das forças russas ao sul de Donetsk; e finalmente operações de expulsão de forças ucranianas na saliência de Rabotino – Verbovoye, alvo da fracassada contra ofensiva ucraniana de 04 de junho passada e que se tornou uma kill zone para tais forças.

Embora haja batalhas em outros setores do perímetro operacional, os eixos de progressão principais deflagrados pelas forças russas com seus objetivos militares maiores nesta ofensiva limitada de inverno são os acima analisados.

Buscaremos nesta análise analisar os desdobramentos posteriores à queda de Avdeevka, o que terá repercussão em todo conflito e poderá definir novas dinâmicas no teatro de operações ao longo do ano de 2024.

2 – Operações para controle dos assentamentos limítrofes à Avdeevka

 

Após o controle de Avdeevka, as Forças Armadas Russas lançaram uma ofensiva nos dois pontos mais próximos – Lastochkino, Severne e Orlovka.

As principais rotas de abastecimento de Avdeevka passavam por Lastochkino e Orlovka, de modo que e as Forças Armadas da Ucrânia – FAU recuaram para tais assentamentos depois de perderem aquela cidade.

Em Lastochkino, os ataques russos logo se firmaram, tendo tomado parte da aldeia e os ataques se desenvolverem para oeste da cidade. Após a consolidação, foi feita uma breve pausa – a artilharia e a aviação trabalharam ativamente nos alvos ucranianos identificados. O controle rápido de Latochkino permitiu um rápido cerco operacional a Orlovka, que foi controlada por grupos de assalto após pesado ataque de artilharia e de aviação.

A queda de Tonenkoye pelas forças russas na adjacência a Orlovka teve um efeito psicológico favorável à Federação Russa perante sua população russófona em Donetsk, uma vez que deste assentamento se concentrava ataques de barragem de artilharia naquela cidade, infligindo vítimas civis e destruição de infraestrutura crítica e residencial.

A combinação “aviação + artilharia + infantaria” pelos russos permitiu desenvolver um esquema de ataque próximo do ideal de saturação de forças adversárias, além de garantir que sejam minimizados atrasos na transferência de informações dos grupos de assaltos e drones de reconhecimento e detecção de alvos para a aviação e artilheiros.

O uso coordenado de tropas de engenharia pelas forças russas tem assegurado neste eixo de progressão um controle de área mais rápido. Durante a sua retirada, as Forças Armadas da Ucrânia espalharam um grande número de minas que tiveram de ser neutralizadas pelas unidades de engenharia.

Observando os problemas das forças ucranianas neste setor, verificou – se problemas de diluição de forças de elite e recentemente mobilizadas que evidenciam problemas de coordenação na retirada das unidades de combate e graves lacunas de comunicação entre o comando e as forças envolvidas.

 

A título de exemplo, apenas duas semanas antes do avanço das Forças Armadas Russa,  na parte central de Avdeevka, não apenas a 3ª Brigada de Operações Especiais “Azov”*, mas também a 47ª Brigada de Infantaria Mecanizada “Magura” foram reforçadas por soldados recentemente mobilizados a partir da 111ª Brigada de Defesa Territorial. Esta decisão indicou que para a defesa de toda área de Avdeevka e  assentamentos próximos, as brigadas mais motivadas, melhor treinadas e equipadas com equipamento ocidental mostraram  baixa eficiência que nas áreas anteriormente lhes confiadas.

Aquelas  brigadas foram transferidas para Avdeevka de direções particularmente perigosas: a 3ª Brigada Separada Azov a partir de de Kremennaya e dos flancos de Bakhmut, enquanto que a 47ª Brigada Separada da direção Zaporozhye, onde sofreram perdas contínuas desde junho do ano passado e foram reforçadas vários vezes com batalhões territoriais para compensar as perdas.

Vale ressaltar que todos os menores de 35 anos foram ativamente transferidos para a 3ª Brigada Especial Azov e para a 47ª Brigada “Magura”. Neste contexto, as pesadas perdas recentes de homens em idade adulta ideal para combate durante a prejudica ainda mais a degradação progressiva das eficiências operacionais das forças ucranianas.  Para operações militares bem-sucedidas, além de armas, ainda são necessários homens jovens e com certo nível físico e mental, em resistência e força, com adequada aptidão física, realidade cada vez mais escassa na sociedade ucraniana, diante da escala de perdas no conflito e milhões de homens em idade militar refugiados.

Uma miscelânea de ex-oficiais terrestres e combatentes da 3ª Brigada Especial levou ao fato de que, no final das contas, apenas 12 combatentes permaneceram integradas às demais unidades das Forças Armadas Ucranianas. A mesma abordagem foi testada nas 36ª e 37ª Brigadas de Fuzileiros Navais em Krynki, região de Kherson, que se misturaram com formações das 116ª, 117ª e 118ª Brigadas de Infantaria Mecanizada vindas da seção de Rabotino e com a 82ª Brigada Aerotransportada Especial na mesma direção. Em todos os casos, a diluição de uma brigada inicialmente bem treinada e equipada levou a uma perda quase completa da eficácia do combate, por problemas de coordenação e sincronia de combate.

Na batalha de Avdeevka, as forças russas tiveram muito melhor coordenação ao promoverem ataques e incursões em 4 eixos de progressão concomitantes. As forças envolvidas por centralizadas no comando do agrupamento de tropas “Centro”, englobando as seguintes  unidades:  30ª brigada de fuzil motorizada separada do 2º Exército; 35ª brigada de rifle motorizada separada, 55ª brigada de rifle motorizada separada (montanha), 74ª brigada de rifle motorizada separada do 41º Exército; 1ª brigada de rifle motorizada separada, 9ª brigada de rifle motorizada separada, 114ª brigada de rifle motorizada separada, 1454 regimento de rifle motorizado, 10º regimento de tanques do 1º corpo de exército; 6º Regimento de Tanques, 80º Regimento de Tanques, 239º Regimento de Tanques da 90ª Divisão de Tanques.

3 – Ataques simultâneos russos na saliência de Rabotino – Verbovoye

Esta não é uma paisagem lunar – é assim que se parece o trecho da frente entre Rabotino e Novoprokopivka à noite. A densidade do fogo é muito alta.

Os ataques das forças russas na saliência de Rabotino – Kopani – Novopropovka – Verbovoye iniciaram – se ainda em janeiro, em operações de reconhecimento em força.

Os ataques foram se incrementando em escala, com barragens de artilharia sucedidos por progressão ponto a ponto de de grupos táticos de assalto russos que promoviam eliminação de forças ucranianas em trincheiras e linhas defensivas precariamente estruturadas desde a ofensiva de 04 de junho do ano passado neste setor.

Aproveitando maior escassez de sistemas de artilharia e munições, as forças russas empreenderam iniciativa, desalojando forças ucranianas do sul, oeste e parte central de Rabotino, bem como de cinturões florestais e posições a oeste de Verbovoye.

O significado tático de Rabotino é basicamente voltado a expandir a zona de segurança da linha de contato ampliada ligeiramente pelas forças russas em fevereiro de 2023, desalojado as forças ucranianas e gerando impacto midiático negativo com a perda da pequena área retomada na ofensiva ucraniana do ano passado.

Entretanto não é compensatório para nenhuma força beligerante se consolidar em Rabotino e nas áreas circundantes, pois é um povoado menor, em ruínas e o terreno é em planície e muito descoberto, facilitando ataques por drones kamikaze e FPV (first person vision – operados em primeira pessoa), bem como em ataques de artilharia.

Portanto em nossa análise os objetivos russos nesta saliência são limitados e pontuais durante o inverno.

4 – A situação no setor de Bakhmut – Chasov Yar

Desde dezembro As forças russas promovem ofensiva neste eixo, a partir de duas direções: Bogdanovika e Krasny mais ao sul.

As batalhas na aldeia de Bogdanovika estão em um impasse desde janeiro, com áreas se alternando em controle. Atualmente ocorrem no centro da vila, que è uma importante área de contenção para um ataque decisivo a Chasov Yar, um dos mais importantes centros logísticos das forças ucranianas em Donetsk.

Em Krasny, até o momento em que este ensaio se finaliza 01/03/2024) , os combates se situam no centro da cidadela, que está na iminência de ser tomada pelas forças russas. Consumando – se o seu controle pelos russos , uma nova progressão poderá se desenvolver para Chasov Yar a partir do sul, contornando Bogdanovika.

Diferentemente da área de Avdeevka, considerarmos que qualquer avanço russo nesta área será mais difícil, diante das barreiras físicas naturais e menor concentração de efetivo.

5 – A situação na seção da frente Maryinsky-Ugledar

À medida que a situação na área da saliência de Avdeevsky se tornou cada vez mais crítica para as Forças Armadas da Ucrânia , as operações de combate no setor de Maryinka a Ugledar vão ganhando intensidade, onde o  principal objetivo das forças russas é criar um trampolim para desenvolver uma ofensiva e cortar a linha de comunicações das forças ucranianas O fato de as Forças Armadas da Federação Russa estarem a avançar para noroeste de Marinka na direção de Georgievka foi confirmado pela maioria dos fontes russas, ocidentais e ucranianos.

As unidades também conseguiram se firmar a sudoeste de Maryinka e como resultado conseguiram  expandir a zona de controle ao longo da rodovia Maryinka – Pobeda – Konstantinovka , repelindo as formações ucranianas do 197º batalhão da 124ª brigada de defesa separada, bem como da 79ª brigada de assalto aéreo separada. Ao mesmo tempo, o flanco direito de forças russas que avançavam no nordeste de Novomikhailovka foi consolidado por ataques massivos de artilharia e infantaria. A queda do vilarejo de Pobeda mais ao sul permitiu novo eixo de progressão.

Isso permitiu que as formações de ataque das Forças Armadas russas ganhassem uma posição segura na periferia leste da vila de Novomikhailovka, derrubando a fortaleza ucraniana que se aproximava dela. Porém, as forças ucranianas com a ajuda do 3.º batalhão da 79.ª Brigada de Assalto Aerotransportada, continuam a manter firmes posições no território agrícola adjacente à área leste  atuando com o apoio do grupo de reconhecimento drones  Alcor, que imfligem baixas e danos as forças russas com emprego maciço de drones FPV. Do sul daquela vila, o avanço russo  é difícil devido à ocupação de posições pelo 2º batalhão de assalto aéreo da 79ª brigada de assalto aerotransportado das Forças Armadas da Ucrânia, que empreendem feroz resistência.

Entretanto, 4 km ao sul, avançando da área da vila de Sladkoe, as Forças Armadas da Federação Russa continuaram a se mover em ampla direção na direção da rodovia Konstantinovka – Ugledar, empurrando as forças ucranianas  e forçando-as a recuar à área  mantida pelo 12º batalhão de infantaria motorizado separado da 72ª brigada mecanizada separada das FAU.

Paralelamente ao avanço aqui, ao longo de duas semanas, as forças russas  lançaram uma série de ataques de alta precisão contra o ponto de controle da retaguarda , no território da antiga mina Yuzhnodonbasskaya, na área de  Vodyanoye. Nesta área, as forças ucranianas começaram a recuar gradativamente, mas ainda mantém posições com as forças de 4° batalhão da 72ª Brigada de Infantaria Mecanizada,  bem como das 116ª e 128ª Brigadas de Defesa Territorial. , espalhadas em postos avançados.

O avanço das Forças Armadas da Federação Russa na direção da rodovia Konstantinovka-Ugledar no cruzamento com a rodovia S-05-11-02 ( trecho Vodyanoy ) resolve simultaneamente 2 problemas: criar condições para um ataque a Ugledar pelo nordeste, já que pelo sua desta cidade houve três tentativas fracassadas desde o início do conflito; estabelecer o controle de fogo sobre a rota de abastecimento da 72ª Brigada de Infantaria Mecanizada das FAU , principal unidade de combate ucraniana neste setor.

Atualmente, a logística das Forças Armadas da Ucrânia segue a rota Kurakhovo – Uspenovka – Bogoyavlenka – Ugledar, de 32 km, que fica em média a uma distância de até 18 km da atual configuração da linha de contato. Isso dificulta a realização de ataques direcionados a comboios logísticos e de reforços das forças ucranianas.  O trecho da rodovia Konstantinovka-Ugledar até uma profundidade de 15 km na direção de Elizavetovka, Uspenovka e Bogoyavlenka é um sistema em camadas de áreas fortificadas e linhas de defesa, coberto pelas forças da 148ª brigada de artilharia separada de tropas de assalto aéreo. Qualquer ataque russo aqui terá que ter ampla concentração de forças e coordenação com aviação em operações de apoio aéreo cerrado que suprimam e degradem as linhas de defesa ucranianas.

6 – Perspectivas da continuidade da Guerra Russo – Ucraniana ao longo de 2024 pela ótica dos objetivos estratégicos

Em nossa avaliação, o objetivo prioritário da Federação Russa será o controle de toda região de Donetsk, posto ser um componente crítico de seu objetivo estratégico. A região de Luhansk está praticamente controlada em sua inteireza pela Rússia.

O reconhecimento da Crimeia pela Ucrânia como parte da Federação Russa não foi  cumprido e nem será obtido nem a médio prazo ainda que logre vitórias militares, diante da contenção ocidental.

A invocada “desnazificação” declarada como objetivo estratégico da Federação Russa, sob sua perspectiva, não foi concluída, pois o regime político ucraniano o qual antagoniza ainda existe e permanece consistente, além de cada vez mais hostil a sua estratégia.  Enquanto o regime ucraniano plenamente vinculado ao Ocidente existir, o objetivo de “desnazificação da Ucrânia” declarado pelo Kremlin não poderá ser alcançado, não se subsumindo portanto à destruição de formações de comando neonazistas como Kraken, Aidar, Azov, Svoboda ou Pravy Sector.

Quanto ao declarado objetivo estratégico russo de “desmilitarização”  se considerarmos a ordem de batalha pré guerra da Ucrânia , então este foi parcialmente concluído, pois uma parte significativa da indústria militar e dos recursos militares da Ucrânia foram destruídos, incluindo centenas de milhares de soldados ucranianos mortos. Mas como os Estados Unidos e a OTAN continuam e continuarão a enviar armas e mercenários para a Ucrânia, o objetivo declarado da Federação Russa de “desmilitarizar a Ucrânia” ainda não foi alcançado. Do ponto de vista militar, o território da Ucrânia, que se encontra em processo de desenvolvimento militar pela OTAN , representa uma ameaça militar sistémica para a Rússia.

Lembremos que a Ucrânia antes do conflito era o segundo maior Exército da Europa, com efetivo experimentado em combate, grandes inventários de sistemas de armas de todos os tipos e com maior quantitativo de tanques, artilharia rebocada e autopropulsada, Sistemas Múltiplos de Lançamentos de Foguetes (MLRS) e sistemas de defesa aérea do continente, depois da Rússia.

A adaptação constante da Federação Russa no conflito conforme a dinâmica operacional e a realidade mutante no teatro de operações torna difícil para a OTAN e a Ucrania nivelar os objetivos estratégicos que não sejam o foco prioritário naretomada de território, em detrimento de um desgaste profundo estratégico à Rússia, que moldou metas que não foram traçadas inicialmente quando deflagrou sua intitulada”operação militar especial focada nos objetivos de proteger seus interesses na Crimeia, Donbass e em impedir o ingresso da Ucrânia à OTAN.

Neste contexto, a maior parte da região de Zaporozhye tornou-se parte da Rússia em incorporação não reconhecida internacionalmente mas que politicamente já é aceita nos bastidores das elites políticas do Ocidente coletivo como território perdido.  Inicialmente, essa tarefa não existia ( como inclusive se depreende do teor dos fracassados “Acordos de Istambul”, proposto e quase assinado pelas forças beligerantes em março de 2022). Agora , a Federação Russa,  para conduzir qualquer negociação que congele ou ponha termo aoconflitosomente avançará se a inclusão de Zaporozhye na Federação Russa for levada em consideração, cenário impensável em março de 2022. Alcançar esse objetivo deu origem a um novo objetivo estratégico para a Rússia – estabelecer o controle sobre a cidade de Zaporozhye e a parte norte da região que falta ser incorporada em sua área territorial.

Da mesma forma,  parte significativa da região de Kherson tornou-se parte formal da Federal Russa, tornando-se um outro objetivo estratégico originalmente não planejado, pois também  não existia tal meta ou exigência nos  Acordos de Istambul. Assim, a  Federação Russa também irá condicionar  quaisquer negociações apenas se a inclusão da região de Kherson for levada em conta. E por consequência atingir este objetivo deu origem a um novo objetivo estratégico – o retorno do controle sobre a cidade de Kherson e  em toda margem direita do Rio Dnieper.

Alguma parte da região de Kharkov está sob o controle da Federação Russa. Apesar de não terem sido  estabelecidas metas oficiais para a inclusão de toda região de Kharkov ou de suas partes na estrutura territorial da Rússia e  controle sobre parte do território da região de Kharkov foi perdido após a ofensiva ucraniana deflagrada pelo eixo da cidade de Balakleya no final de agosto de 2022, é plausível a pretensão da Rússia em ao menos recuperar toda a área perdida, principalmente Kupyansk e Izium.

Através de uma visão mais sistêmica que vincula o conflito ao seu escopo geopolítico mais profundo, podemos extrair as seguintes considerações que influenciam na continuidade do conflito por meios militares neste ano e pelo menos no próximo:

I. A Federação Russa está travando uma guerra por procuração com os Estados Unidos e a OTAN no território da Ucrânia. Sem os Estados Unidos e a NATO, a Ucrânia não tem as capacidades para travar uma guerra com a Federação Russa e manter uma sustentabilidade a médio prazo das linhas de defesa, fortificações e território. A natureza desta guerra e a estratégia escolhida pela Ucrânia – baseada no máximo de controle de terreno ainda que em detrimento de preservação de suas forças – levarão a uma maior redução da população da Ucrânia e à destruição plena da sua base econômica e infra-estrutura, já bastante desgastadas e afetadas, além de custos cada vez mais proibitivos de recuperação ainda que parcial da realidade pré-guerra.

II. Está guerra continuará por muito tempo ainda que com momentos de trégua ou congelamento das hostilidades, considerando todos os fatores críticos acima mencionados, uma vez que a profundidade das contradições entre os Estados Unidos e a Federação Russa vai além da questão ucraniana apenas – estamos a falar do futuro da ordem mundial e uma mudança que pode ser revelar definitiva na configuração da arquitetura de segurança global e consolidação de novos blocos de poder no Oriente. Estas contradições não são apenas político-militares ou económicas, mas também de natureza existencial entre as ambas potências envolvidas, além do envolvimento cada vez maior da China e Irã em apoio à Federação Russa.

III. Para a cúpula política da Rússia, para suas forças militares e para ampla maioria de sua sociedade, a continuidade da operação militar especial não é um capricho ou meta flexível quanto aos objetivos estratégicos declarados de contenção da OTAN e destruição máxima militar e mudança do regime ucraniano visto como ameaça hostil permanente na configuração atual, mas uma necessidade vital que mobiliza a economia, pensamento político e no qual emerge um novo escopo de sociedade, remodelada em sua mentalidade, cultura e visão de futuro a partir das guerra na Ucrânia.

Na perspectiva de praticamente a quase totalidade das classes políticas, das instituições e das inúmeras esferas da sociedade russa, a concretização dos  objetivos estratégicos da Federação Russa na Ucrânia é o que permitirá à Nação ocupar “o seu lugar de direito na ordem mundial”,  que ainda está em remodelação em desconformidade total do que o mundo atlanticicista liderado pelos Estados Unidos define como as regras a serem observadas no mundo. Dessa forma, os países ocidentais líderes dessa ordem pós Segunda Guerra Mundial buscarão de todas as formas salvar a velha ordem mundial e farão tudo para impedir que a Rússia, China e Irã alcancem os seus objetivos de reconfiguração de influências na ordem global. Portanto, é bastante improvável qualquer renúncia ou concessão a estas premissas pelas potências em confrontação, o que indica que haverá a permanência de um estado de tensão e riscos de escalada a partir das guerra na Ucrânia.

IV. Por todo esse raciocínio, a  probabilidade de um conflito direto entre a Federação Russa e a OTAN aumentará com risco de evento imprevisível gerar uma cadeia de acontecimentos igualmente não previstos, inclusive com o risco de uma guerra nuclear (ainda que limitada em dimensão e emprego de artefatos). Se o mundo conseguir ultrapassar estes cenários terminais e estes impasses, décadas de uma “nova Guerra Fria” e de guerras locais no território de terceiros países certamente que irão se disseminar.

De qualquer forma ou perspectiva, o mundo mudou com está guerra e a influência sobre a humanidade é determinante para seu futuro e sobrevivência. A narrativa ocidental construída para este conflito não foi suficiente para deter uma nova realidade geopolitica mundial.

7 – Fontes consultadas


[1] Delegado de Polícia, Mestre em Segurança Pública, historiador, analista e pesquisador de conflitos globais.

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Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
9 meses atrás

“Em todos os casos, a diluição de uma brigada inicialmente bem treinada e equipada levou a uma perda quase completa da eficácia do combate, por problemas de coordenação e sincronia de combate”

Agradeçam aquela contra-ofensiva ucraniana, que custou sabe Deus quantos soldados bem treinados e equipamentos valiosos…pra quê? Pra não passarem da primeira linha de defesa russa? Pra ficarem atolados nas áreas minadas?

“Mas como os Estados Unidos e a OTAN continuam e continuarão a enviar armas e mercenários para a Ucrânia”

Ah vão, vão continuar sim….essa semana o Congresso dos EUA liberou pra Ucrânia a incrível cifra de:
100 milhões de dólares.
O que dá pra fazer com esses 100 milhões nessa guerra? Dissertem…
E aquele pacote bilionário? Continua preso no Congresso dos EUA, ainda sem data pra ser liberado. E nada garante que ele seja liberado pra Ucrânia, e não pra Israel.

E não custa lembrar que Trump está vindo aí…

“Sem os Estados Unidos e a NATO, a Ucrânia não tem as capacidades para travar uma guerra com a Federação Russa e manter uma sustentabilidade a médio prazo das linhas de defesa, fortificações e território”

Na verdade, sem a “ajuda” do contribuinte norte-americano, a Ucrânia não terá capacidade de se manter na guerra no curto prazo mesmo.

“A narrativa ocidental construída para este conflito não foi suficiente para deter uma nova realidade geopolitica mundial.”

A narrativa ocidental passou 2 anos dizendo que a Rússia era uma piada e um antro de incompetentes. E, de repente, eles “viraram a chave” e dizem que, se a Rússia não for detida na Ucrânia, eles invadirão toda a Europa, o mundo e a Galáxia.
É a Rússia de Schödinger.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Willber Rodrigues
9 meses atrás

Pequena correção:
A grana que os EUA liberaram pra Ucrânia é de aprox. 300 milhões de dólares.

Continua sendo troco de pinga.

Comte. Nogueira
Comte. Nogueira
Responder para  Willber Rodrigues
9 meses atrás

Business…
Os EUA não liberam a verba, porque o tomador não tem capacidade de pagamento… Quase ninguém empresta dinheiro para quem já está quebrado.

Profyler
Profyler
9 meses atrás

Ótimo artigo!! Sempre uma boa leitura.

Rodrigo
Rodrigo
9 meses atrás

No ponto de vista político, Rússia virou a noca Coreia do Norte…isolada do mundo civilizado.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Rodrigo
9 meses atrás

Um dos maiores produtores de gás natural, titânio, diamante, urânio e outras matérias primas essenciais pra indústria ficará isolada sim, confia…

Pergunte aos europeus.

Quer dizer, sanções não impediram nem o Irãn e CN, mas vão isolar a Rússia, é claro…

Atirador 33
Atirador 33
Responder para  Willber Rodrigues
9 meses atrás

“Sanções não impediram nem o Irã e CN, mas vão isolar a Rússia, é claro…”

As sanções, podem, não ter um efeito no curto prazo, mais causa muitos danos a uma economia no longo prazo, é só ver as condições de vida da população do Irã e da CN.

O povo russo tem na sua história vários momentos de rebeliões e revoluções, não sei se aceitariam viver como os CN e os Persas.

Ciclope
Ciclope
Responder para  Willber Rodrigues
9 meses atrás

Na verdade não houve um isolamento, e sim um empurrão rumo a a China. A Europa e os EUA não deixaram de dar nada para a Rússia que a China não dê!
Sai o Apple entra o Xiaumi, sai o ford, entra o BYD e GWM, sem falar na LADA da Própria Rússia e o pior, acelerou a criança de um sistema financeiro independente dos Brics, que vai dificultar muito o rastreio de dinheiro e a imposição de sanções.

aloems
aloems
Responder para  Rodrigo
9 meses atrás

Acho muito improvável que a Rússia se torne uma Coréia do Norte, visto que amigos amigos negócios a parte

Só a nível de comparação as relações comerciais com Índia e China continuam normais e isso é quase 1/3 da população mundial

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  aloems
9 meses atrás

Se a Europa já está contornando as sanções HOJE, e continua comprando petróleo e gás russo por baixo dos panos, imagina depois que a guerra acabar…

LUIZ
LUIZ
Responder para  Rodrigo
9 meses atrás

Moscow e São Petersburgo da de 10 em qualquer cidade dos EUA. Nem vou falar de Sochi no Mar Negro. E a noite essas cidades todas iluminadas é a coisa mais linda do mundo. Você pode andar com o celular na mão sem ser roubado. Ruas limpas e sem mendigos,viciados e prostituição. Enquanto isso a América e Europa em decadência.

eliton
9 meses atrás

Sugiro aos ADMs que deem uma revisada, tem alguma palavras repetidas e algumas frases que não fazem sentido, (parece que esta faltando palavras). Fora isso o texto é excelente.

Bigliazzi
Bigliazzi
Responder para  eliton
9 meses atrás

Google tradutor

Zorann
Zorann
9 meses atrás

Excelente texto! Mostra oque está de fato acontecendo e que a mídia ocidental não divulga.

Parabéns R.ússia! Bora c.onquistar mais te.rritórios na U.crânia

Emmanuel
Emmanuel
9 meses atrás

A única forma de se conter o avanço russo é com a entrada da Otan no jogo. E entrada da Otan significa envio de tropas dos respectivos países participantes do bloco.

Isso elevaria a guerra a outro nível. Faria o povo russo ver isso como uma ação similar aos que os nazistas fizeram em 41 e isso mudaria totalmente a percepção daquele povo sobre o conflito. Uma coisa é uma guerra num país vizinho, outra, uma ameaça direta ao seu lar. O russo é extremamente nacionalista e xenofóbico. O culto ao passado de grande vencedor da Guerra Patriótica seria martelado na mídia russa de tal forma que todo o povo se levantaria contra a “nova besta fascista”. Isso é mais perigoso que toda a indústria bélica e bombas nucleares da Rússia.

Já do outro lado você tem como cabeças de chave uma Alemanha temerosa de seu passado, uma Grã-Bretanha acanhada economicamente e a uma França preocupada demais com suas “colônias” na África subsaariana. A Polônia seria o verdadeiro portão da fortaleza europeia. Mas até quando resistiria sem ter recebido o total de seus equipamentos militares comprados de outros países? E os países nórdicos, com seus diminutos contingentes? E o mais importante, como reagiria um Estados Unidos presidido por Trump, o grande favorito a eleição daquele país? Lembrar que nas duas grandes guerras, os respectivos presidentes não queriam a participação direta dos Estados Unidos nos conflitos por se tratarem de guerras europeias, o que se repetiria agora.

A Rússia já vive uma economia de guerra, diferente da Alemanha que mantém sua base industrial entre os dilemas do carvão e proteção ambiental, uma Grã-Bretanha cada vez problemática economicamente por não fazer mais parte da União Europeia, uma França que sempre foi alheia aos problemas de Europa, desde que esses problemas europeus não envolvessem a invasão do seu território e, finalmente, o resto dependente desses países e de um governo americano que, provavelmente, se fechará novamente aos problemas do mundo, que são os próprios Estados Unidos.

alea iacta est – “o dado foi lançado”

Angus
Angus
9 meses atrás

No que se refere a influencia na Ordem Global, a China ocupou o lugar da Rússia como ator global e efetivamente é quem pode desafiar a hegemonia americana.

A Rússia hoje é o ator regional, como outros países europeus, sem grandes influencias em outras partes dos mundo, como já teve no passado.

O envolvimento da China em um teórico “apoio” à Rússia (que efetivamente está apenas no mundo das ideias, sem nenhuma ação mais concreta) é justamente para se contrapor aos EUA e questionar a hegemonia mundial.

Quanto a Ucrânia, é a vitima da vez.

A questão principal não é quem vai ganhar a guerra e nem sua duração, mas sim como a Rússia planeja conseguir controlar os territórios ocupados da Ucrânia (lembrando que as cidades terão que ser reconstruídas) e quanto tempo até ter que levar todas tropas militares de volta.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Angus
9 meses atrás

A China e a Índia estão inundando a Rússia com dólares com a compra de petróleo e gás russo, ao mesmo tempo em que a China dificulta ou impede que a Europa adquira deles insumos essenciais pra fabricação de munição.

Bispo
Bispo
9 meses atrás

Ucrânia boi de piranha dos EUA .,,

População jovem destroçada, economia destroçada. Futuro ?

Um pais de velhos , inválidos , pobres.

profyler
profyler
Responder para  Bispo
9 meses atrás

Russia boi de piranha da China.,,
População jovem destroçada, economia destroçada. Futuro ?
Um pais de velhos , inválidos , pobres.

Bispo
Bispo
Responder para  profyler
9 meses atrás

EDITADO

Paulo Sollo
Paulo Sollo
9 meses atrás

A dois anos atrás no início desta guerra, quando imperava uma irrefreável histeria anti Rússia que tinha como principal característica uma total ausência de racionalidade em relação a observação, análises e prognósticos, alimentada por uma intensa campanha de desinformação e disseminação de mentiras, muitas inacreditavelmente absurdas, levada a cabo pelos serviços de inteligência e mídias do ocidente, eu chamei a atenção dos incautos e afoitos não só sobre estas questões, mas também sobre a irresponsabilidade de deixarem de considerar as inúmeras e imprevisíveis possibilidades de mudanças numa guerra e a capacidade de reorganização de uma potência militar como a Rússia. Um Povo endurecido por séculos de batalhas das mais brutais que já ocorreram e donos de uma indústria militar robusta, diversificada e em várias áreas totalmente independente.

Fui submetido a tal nível de linchamento(e houve permissividade para que isto ocorresse) que eu decidi ficar um ano e meio afastado destes blogs, observando o Tempo, o Senhor da Razão silenciar gradualmente o ímpeto das massas de manobra.

Aí está. Não adianta insistir em apelar ad nauseam para tentativas infantis de depreciar os russos. “ain, ele disse Kiev em 3 semanas”. Militarmente, economicamente, estrategicamente, os russos já são vencedores desta guerra. Não vão devolver territórios, provavelmente até conquistar mais. Conseguiram adaptar sua economia a ponto de crescerem. Firmaram novas parcerias comerciais e militares. Conseguiram estabelecer fontes fartas e estáveis de fornecimento de munições enquanto o adversário míngua. Consequentemente países inimigos dos eua e aliados como Irã e C. do Norte tiveram acesso a tecnologias militares mais letais. Os russos aumentaram suas vendas de petróleo, gás, urânio. A UE está pagando 3x mais caros por estas fontes de energia, e inclusive hipócrita e vergonhosamente comprando delas oriundas da Rússia através de atravessadores, como a Índia.
Uma completa lambança. Um completo fracasso a tentativa da otan de destruir econômica e militarmente a Rússia. E se Trump voltar aquele mapa do Medvedev pode não ser algo tão surreal assim…

E quando esta guerra terminar, a maior parte da UE voltará rapidamente a estabelecer comércio com a Rússia porque lhes é vital e eles não conseguiram achar alternativas.

fjuliano
fjuliano
Responder para  Paulo Sollo
9 meses atrás

Excelentes observações. 👏👏👏👏👏👏

Fábio De Souza
Fábio De Souza
Responder para  Paulo Sollo
9 meses atrás

Ou seja , Subestimarão uma Potencia Nuclear , com frases que diziam : Se tirarem as Armas Nuclear da Rússia , não lhe sobra nada . Pois bem , aí está o resultado !!

Carlos
Carlos
Responder para  Paulo Sollo
9 meses atrás

Uauu aprendeste tudo isto nos sites da propaganda, a vida na Rússia é um mar de rosas onde nada falta e onde todo o mundo ama Putin, mas nunca ninguém explica o porquê de serem afastados ou mesmo mortos todos aqueles que fazem frente a Putin, qualquer coisa que não bate certo nesse pensamento, porque se todo o mundo ama Putin não há necessidade de afastar qualquer opositor. Na questão económica todo o mundo sabe que a Rússia recebia 900 milhões de euros da UE pela venda de combustíveis, principalmente gás e petróleo e esse combustível era pago a preço de mercado e fica uma pergunta qual destes países, China, Índia e até mesmo o Brasil compra combustíveis à Rússia e paga a preço de mercado? Resposta nenhum, todos compram com descontos e existem pipelines para fornecimento desses combustíveis? Resposta não, como tal não poderiam vender a mesma quantidade que a Rússia vendia à UE. E aquele mapa nunca será real mesmo com a vinda de Trump isto porque os norte americanos já estão vendo qual é a frase “Trump First, Rússia second and America third”. Nunca te esqueças que os dirigentes russos são os maiores mentirosos que existem, que os dados económicos são eles que os divulgam, os dados militares também são eles que os divulgam. Geralmente era o moço de recados que falava das ameaças nucleares e sempre que os dirigentes russos viam problemas nas situações militares, o fornecimento de Himars, o fornecimento de MBT Abraham, alias até os destruíam antes da chegada deles à Ucrânia, e quem não se lembra da destruição de um Himars, que era um camião carregado com uma arvore, ou do Abraham destruído e qua não passava de uma máquina agrícola, mas sem esquecer as linhas vermelhas que foram sempre ultrapassadas e ameaçadas com ogivas nucleares. Fico por aqui porque o South Front, e não só, não passa de um site da propaganda e como tal da mentira

Carlos
Carlos
Responder para  Carlos
9 meses atrás

Só para acrescentar um dado; 900milhões de euros “POR DIA” e esta foi a receita que a Rússia deixou de receber. Também não falei sobre a nova referência em termos de consumo energético como é a Ilha de Samso, Dinamarca e também não falei da ajuda que Putin deu ao desenvolvimento energético na UE ou seja os danos provocados por Putin, na economia russa, terão efeitos por muitos e longos anos.

Vitor
Vitor
9 meses atrás

Nessa conta da p.ilhagem de soldados ucranianos no front devem incluir milhares de operadores da Otan …lógico esses vão ser incluídos em outra lista de desaparecidos…como ajuda humanitária.

Nilton L Junior
Nilton L Junior
9 meses atrás

1 Agora só falta o lencinho pra torcida;

2 Um pequeno conforto, “Há mas Rússia esta atolada na Ucrânia”;

3 O F-16 não vai resolver mas vai estabilizar;

4 Antes era a velha da Taubaté agora teremos as viúvas da Kiev/NATO.

Tudo isso poderia ter sido resolvido mas a elite oligárquica ucra preferiu ser lacaia da nato/usa para receber uma mamata sendo proxy do atlanticismo para quebrar a economia Alemã.

Monarquista
Monarquista
Responder para  Nilton L Junior
9 meses atrás

“Tudo isso poderia ter sido resolvido mas a elite oligárquica ucra preferiu ser lacaia da nato/usa para receber uma mamata sendo proxy do atlanticismo para quebrar a economia Alemã.”

E controlados pelos reptilianos, em sua guerra secreta contra os grays!

fjuliano
fjuliano
9 meses atrás

Excelente artigo como de praxe Doutor Rodolfo Laterza. Impecável “A narrativa ocidental construída para este conflito não foi suficiente para deter uma nova realidade geopolitica mundial.” Amém.

Junior Duraes
Junior Duraes
9 meses atrás

Quando o autor ss recusa a descrever o evento como A INVASÃO RUSSA DA UCRÂNIA ele ja mostra que seu texto sera muito tendencioso, como de fato é.
Quanto ao evento em si, mantenho o que eu ja disse aqui,o maior erro geopolítico dos últimos 40 anos sem dúvida.

Nilo
Nilo
Responder para  Junior Duraes
9 meses atrás

A guerra da informação, essa o Putin declaradamente já disse que não ganha, análises rasas sem consideração do contexto histórico na linha do tempo perde sentido, fica circunscrito a uma palavra que exigem que defina tudo “Invasão…”, isso sim é “tendencioso”.

Junior Duraes
Junior Duraes
Responder para  Nilo
9 meses atrás

Um país livre e independente, uma democracia reconhecida por toda a comunidade internacional, foi invadido por uma potência estrangeira sem sequer uma declaração formal de guerra.
Ainda assim o Sr insiste que devemos considerar o “contexto histórico”?
E tendencioso chamar isso de invasão? Como poderíamos descrever então? Um piquenique com bombas?

Nilo
Nilo
Responder para  Junior Duraes
9 meses atrás

Seria pretensão minha me extender em explicações, ou como vc diz, insistir no contexto histórico para justificar meu ponto de vista a sua pessoa, os fatos estão aí, mas não consideraria, citando sua fala, hoje a Ucrânia como uma democracia, é registro histórico das promessas de campanha do Zelensky e ações outras que veio a tomar após ganhar as eleições.

Edvaldo Honorio da Silva
Edvaldo Honorio da Silva
Responder para  Nilo
9 meses atrás

Não esqueçam que Zelensky o Palhaço! Está no poder por causa de um golpe militar só lembrando, observo muito texto más ninguém menciona isso.

Nilo
Nilo
9 meses atrás

Tece qualquer comentário sobre os excelentes artigos do Rodolfo é temerário, com risco de poluir o conteúdo rsrs
O termo desnazificação talvez merece ser melhor analisando sob perspectiva dos Russos e não sobre o significado semântico da palavra.
Hoje os grupos Azov e outros de extrema direita ucranianas estão mais preocupados em sobreviver do que propriamente realizar ações de divulgação e ampliação de seu corpo através de recrutamento de jovens e adolescentes as suas fileiras, o que por si só já é uma vitória dos Russos.
A desmoralização das ambições e promessas do Zelensky é seu grupo é uma pauta que está a frente, ante a busca da morte líder ucraniano. A desnazificação no sentido de grupos hostis a Rússia, com ideológicas permeadas por ideologia e símbolos que lembram o nazista, só viria em território de deminio russo, onde um trabalho educacional e cultural redimiria as atuações e influência deste grupo, portanto querer resultado de desnazificacao em território ainda sobre domínio do Zelensky parece inapropriado.

Gavião
Gavião
9 meses atrás

É uma verdadeira desgraça. Este criminoso do Putin, que pensa ainda estar no Sec. XIX, trouxe uma tensão totalmente desnecessária para a Europa, e (a depender dos desdobramentos) para o mundo.

LUIZ
LUIZ
Responder para  Gavião
9 meses atrás

Ah o Euromaidan foi os russos que trouxeram pra Ucrânia. E a Vitória Nuland distribuindo pãezinhos aos manifestantes golpistas foi conto de fadas.

Fábio De Souza
Fábio De Souza
9 meses atrás

Excelente texto que traz a verdadeira Realidade , da situação da Ucrânia , e não falsos artigos da ´´ Tal Inteligência Inglesa que dizia que a Rússia , perdeu Muito mais soldados que a Ucrânia , que não Tinha Munição , que estavam desmontando maquina de lavar para tirarem peças etc , etc .. Para a Ucrânia , só resta uma Única solução , procurar acabar com esse conflito através da Diplomacia.

Coringa Makalaba
Coringa Makalaba
9 meses atrás

Artigo de excelência.
Parabéns ao Forte.
De relembrar a derrota dos aficionados do grupo OTAN.

Carlos
Carlos
9 meses atrás

Um copo meio de água está meio cheio para uns e meio vazio para outros. Este artigo não passa de um artigo de opinião com meias mentiras e meias verdades ou com omissões.
Quanto aos mercenários eu não tenho conhecimento de nenhum mas de voluntários tenho conhecimento de muitos incluindo brasileiros que voluntariamente se ofereceram para lutar pelos ucranianos.
Em momento algum vi menções aos equipamentos desenvolvidos pela Ucrânia, tal como os misseis Neptuno que afundaram o Cruzador Moskva, ou os drones marítimos que já afundaram um terço da armada russa do mar Negro, incluindo corvetas novíssimas que lançavam misseis cruzeiro, também nada vi de referência aos drones de longa distância desenvolvidos pela Ucrânia e que atingiram refinarias próximo de São Petersburgo, recordo que nenhum país da OTAN forneceu misseis de cruzeiro com tal alcance.
Também nada li sobre os os aviões russos abatidos durante o último mês Só nos últimos 10 dias foram abatidos 4 aviões russos.
Também não li nenhuma referência aos drones e misseis comprados pela Rússia ao Irã, nem das munições compradas pela Rússia à Coreia do Norte, e que ninguém sabe qual foi a quantidade comprada em ambos os casos.
Não vou falar de brigadas necessárias para os vários períodos da guerra, mas a contraofensiva foi anunciada muito antes de ser executada dando tempo aos russos para reforçarem e construírem novas linhas defensivas.
Lamento mas não gostei do artigo e o achei tendencioso e pró russo.

Severino Alves
Severino Alves
9 meses atrás

Enquanto vcs falam que a Rússia está ganhando a guerra, a Ucrânia detona as refinarias de combustível deles. Antes de ontem foram duas, ontem mais uma, perto de Moscou. Já já, os russos sebosos vão ficar sem gasolina, e seus carros velhos irão parar.

Guilherme
Guilherme
7 meses atrás

Ninguém, constrói, um porto em Cuba, um metro na Venezuela, uma liberação de bilhões de dólares para outros países, porque é solidário, sempre pode haver uma gorda % comissão por trás desta (filantropia), vários políticos da União Europeia , estranhamente, não falam em Paz, más sim em enviar mais e mais dinheiro….

Bigliazzi
Bigliazzi
5 meses atrás

Isso mais parece a letra de um hino de torcida organizada do que uma matéria. 3 dias em Kiev… 3 semanas em Paris… E quase se vão 3 anos…