Iran's Foreign Minister Hossein Amir-Abdollahian meets with Palestinian group Hamas's top leader Ismail Haniyeh in Doha on Saturday

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, se reúne com o principal líder do grupo palestino Hamas, Ismail Haniyeh, em Doha no sábado

O Irã alerta que qualquer ofensiva terrestre israelita na Faixa de Gaza poderá alargar o âmbito do conflito noutras partes do Médio Oriente

Teerã, Irã – O Irã alertou Israel sobre uma escalada regional se os militares israelenses entrarem em Gaza para uma invasão terrestre no momento em que a guerra com o Hamas entra em sua segunda semana.

“Se as medidas destinadas a parar imediatamente os ataques israelitas que estão matando crianças na Faixa de Gaza terminarem num impasse, é altamente provável que muitas outras frentes sejam abertas. Esta opção não está descartada e isto está se tornando cada vez mais provável”, disse o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, à Al Jazeera no domingo.

“Se a entidade sionista [Israel] decidir entrar em Gaza, os líderes da resistência irão transformá-la num cemitério de soldados de ocupação”, acrescentou.

Desde que o grupo armado palestiniano Hamas lançou um ataque sem precedentes dentro do território israelita, em 7 de Outubro, os ataques aéreos israelitas mataram mais de 2.670 pessoas – um quarto das quais crianças – e feriram quase 10.000 outras em Gaza, onde se desenrola uma crise humanitária catastrófica.

As Nações Unidas estimam que um milhão de pessoas – quase metade da população de Gaza – foram forçadas a abandonar as suas casas, enquanto os militares israelitas se preparam para uma esperada invasão terrestre.

Pelo menos 1.400 pessoas, incluindo 289 soldados e alguns cidadãos estrangeiros, foram mortas no lado israelense, disseram autoridades no domingo.

Teerã rejeitou as alegações de estar diretamente envolvido no ataque do Hamas a Israel no fim de semana passado.

Amir-Abdollahian reuniu-se no sábado com o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, no Qatar, onde discutiram a crise de Gaza “e concordaram em continuar a cooperação”, disse o Hamas num comunicado.

Também no sábado, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que todas as nações islâmicas têm o dever de ajudar os palestinianos.

O Irão também se envolveu numa ofensiva diplomática num esforço para impedir os ataques israelitas a Gaza.

Amir-Abdollahian também visitou o Iraque, o Líbano e a Síria, onde se encontrou com o presidente Bashar al-Assad depois de Israel bombardear os aeroportos de Aleppo e Damasco.

No início do domingo, o ministro iraniano encontrou-se com o emir do Qatar, Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani, em Doha.

“Se os ataques do regime sionista contra os civis e o povo indefeso de Gaza persistirem, ninguém pode garantir que a situação estará sob controle e que o âmbito dos combates não se expandirá”, disse ele ao emir do Qatar, que também anteriormente deteve uma conversa telefônica com o presidente iraniano, Ebrahim Raisi.

Amir-Abdollahian reiterou o apelo de Teerã para uma reunião urgente dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) sobre Gaza.

A potência regional Arábia Saudita supostamente suspendeu as negociações de normalização com Israel, com o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman conversando na quinta-feira com o presidente iraniano sobre a guerra Israel-Hamas – seu primeiro telefonema desde o restabelecimento dos laços diplomáticos.

Entretanto, Israel também se prepara para a possibilidade de a guerra se expandir para múltiplas frentes. Afirmou que bombardeou os aeroportos na Síria para impedir potenciais esforços de mobilização iraniana naquele país.

No domingo, Israel declarou a sua fronteira com o Líbano uma zona militar fechada enquanto os confrontos com o Hezbollah continuavam.

No sábado, o site de notícias Axios, com sede nos EUA, informou que o Irão alertou Israel através da ONU que não quer que o conflito em Gaza aumente, mas terá de responder se os ataques israelitas continuarem.

O Irã não comentou oficialmente o relatório Axios.

FONTE: Al Jazeera

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MARS
MARS
1 ano atrás

Olha só quem quer dormir com as costas quentes…

naval762
naval762
1 ano atrás

Bullshit.

Jose
Jose
1 ano atrás

Esperar o que de um país que apóia o terrorismo ? Lamentável…

Maurício.
Maurício.
Responder para  Jose
1 ano atrás

“Esperar o que de um país que apóia o terrorismo ? ”

Só um detalhe, muitos países apoiam o terrorismo, Trump disse que o Qatar apoiava o terrorismo em um nível muito elevado, mesmo assim o Qatar continua sendo um aliado americano, inclusive com novos F-15, sem contar a Arábia Saudita, que também financia o terrorismo, no atentado do 11 de setembro, dos 19 terroristas, 15 eram sauditas, sem contar a colaboração dos EUA com os terroristas na Síria. Então esse papo de apoiar terrorismo, é muito, mas muito relativo…

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Maurício.
1 ano atrás

A diferença é bem simpes:

Qatar e Arábia Saudita são clientes assíduos da Boeing e Lockheed Martin.

Se o Hamas tambem fosse, talvez eles não estariam nessa “lista”.

Jose
Jose
Responder para  Jose
1 ano atrás

Não, não vale apoiar o terrorismo. Aqui a questão é o Irã e é simples…esperar o que desse país ? Não muda o foco como nos demais tópicos.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
1 ano atrás

Gaza é uma das regiões com maior densidade populacional do mundo. O lugar todo é praticamente um favelão superdimensionado.
Será mesmo que Israel quer invadir aquilo? Todo mundo sabe que combate urbano é um inferno.

Tomcat4,5
Tomcat4,5
Responder para  Willber Rodrigues
1 ano atrás

Creio ser o grande e verdadeiro plano do Hamas, arrastar tropas israelenses para dentro de seu território, no chão, onde tem condições de causar muitas baixas de soldados e meios de Israel.

Maurício.
Maurício.
1 ano atrás

O Irã também está procurando sarna para se coçar, não acredito em uma guerra Israel vs Irã, mas os EUA podem comprar a briga israelense e invadirem o Irã.

Douglas Targino
Douglas Targino
Responder para  Maurício.
1 ano atrás

Invadir, eu acho bem difícil! Mas meter uma saraivada de mísseis junto com Israel em pontos importantes, ai é outra história. Alias, o Irã já entrou na guerra, só que indiretamente! Mas o Irã não é um pais qualquer, infelizmente ele consegue bater de frente de algumas maneiras, e uma delas é fechando o estreito lá só ali já diz muita coisa).

Maurício.
Maurício.
Responder para  Douglas Targino
1 ano atrás

“Invadir, eu acho bem difícil! Mas meter uma saraivada de mísseis junto com Israel em pontos importantes, ai é outra história.”

Israel pode meter uma saraivada de mísseis, aí eu concordo, mas só se os EUA começarem primeiro. Na minha opinião se os EUA não se meterem, Israel também não se mete, até porque, se só Israel atacar, aí vai virar um Israel vs Irã, o que acho difícil.

Tomcat4,5
Tomcat4,5
Responder para  Maurício.
1 ano atrás

Não creio em invasão mas ,como o Douglas, acredito em um baita ataque com mísseis em pontos estratégicos no Irã, lembrando que os EUA tem que manter seus navios a certa distancia pois podem ser atacados(principalmente os PA’s).

Radagst, o Castanho
Radagst, o Castanho
Responder para  Maurício.
1 ano atrás

Uma invasão é pouco provável, mas um eventual ataque dos EUA pode acontecer se o Irã der motivo firme, mas os Aiatolás não são tolos, não darão esse motivo.

Outra coisa a se dizer é que os Aiatolás estão pouco se lixando para a população palestina, eles não ligam para sua própria população quanto mais ligar para outras pessoas.

Acho que a motivação do Irã está mais ligada em garantir a existência do HAMAS do que qualquer outra coisa, pois se o HAMAS for exterminado ou tiver suas atividades reduzidas a insignificância eles perdem um aliado na guerra por procuração que trava com o Israel.

Brandão
1 ano atrás

Israel responde: “Cai pra dentro!”
Irã retruca: Depois te pego….

Jefferson Ferreira
Jefferson Ferreira
1 ano atrás

Alguma coisa grande está acontecendo e muitos não estão percebendo… a retórica é real e a chance de acontecer uma guerra regional também…

A questão é até aonde o eua está disposto a ir por israel já que sozinho não terá condições de enfrentar várias frentes…

Elintoor_
Elintoor_
Responder para  Jefferson Ferreira
1 ano atrás

Tanta tempestade à toa.
A estratégia é bem simples.
Mandem todo o povo sair.
Bombas JDAM nas edificações e estruturas do HAMAS.
E a transformação daquilo ali no maior estacionamento a céu aberto do mundo.
Bombas termobáricas nos túneis.
Matam os terroristas e os enterram ali mesmo.
Não sobrarão nem as lagartixas!
Depois disso, basta chamar o General Santos Cruz e alguns congoleses sob seu comando.
Limparão o pouco que restou da área.
Pronto!
É o fim do Hamas!

João Ricardo
João Ricardo
1 ano atrás

Eu queria ver esses líderes mundias subir o tom com a Rússia como estão fazendo com Israel! Não tem um homem no planeta com essa coragem?

Carlos Silva
Carlos Silva
Responder para  João Ricardo
1 ano atrás

o Borrel não falou que se os russos usassem armas nucleares na Ucrânia seriam aniquilados ?

UE alerta que forças russas serão ‘aniquiladas’ se usarem armas nucleares.

_______

EDITADO

JapaSp Jantador
JapaSp Jantador
1 ano atrás

Irã faz nada por mãos próprias sempre usa terroristas, covardes.

Zé bombinha
Zé bombinha
1 ano atrás

Israel não ameaça, faz logo de uma vez! Eu não duvido de um ataque israelense ao Iran de forma direta em menos de um mês. Israel vai e faz e o silêncio fica.

Marcelo
Marcelo
1 ano atrás

Bem, devo lembrar que, em termos militares, Israel não é a Ucrânia, que está há 600 dias contendo a toda poderosa Rússia. Israel, apesar da falha colossal do Mossad para prever o ataque do Hamas, detém forças armadas muito bem equipadas e treinadas. Também dispõe de ogivas nucleares em seu arsenal. E os EUA já enviaram dois de seus mais poderosos grupos de batalha naval para as proximidades como aviso ao Irã. Os Aiatolas vão falar muito e fazer nada.