Zelensky - 4

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, demitiu o seu ministro da Defesa, citando a necessidade de “novas abordagens” à medida que a guerra com a Rússia entra no seu 19º mês.

“Esta semana, o parlamento será solicitado a tomar uma decisão pessoal… Decidi substituir o ministro da defesa da Ucrânia. Oleksii Reznikov passou por mais de 550 dias de guerra em grande escala”, disse Zelensky.

O presidente nomeou Rustem Umerov , ex-deputado popular da Ucrânia, para se tornar o novo ministro da Defesa.

“A Verkhovna Rada (legislatura) da Ucrânia conhece bem essa pessoa, e o Sr. Umerov não precisa de apresentações adicionais”, disse Zelensky. “Espero que o parlamento apoie este candidato.”

Umerov é atualmente o presidente do Fundo de Propriedade do Estado, cuja missão é atrair investimentos para a Ucrânia, e tem estado intimamente envolvido nas trocas de prisioneiros de guerra. Ele também atuou como negociador sênior na Iniciativa de Grãos do Mar Negro e mais de uma vez expressou ceticismo quanto à possibilidade de a Rússia cumprir o acordo. Desde então, a Rússia abandonou o esquema.

A sua nomeação surge num momento crítico para a contra-ofensiva da Ucrânia no sul e num momento em que as suas relações com aliados e doadores entram numa nova fase. A Ucrânia está a tentar acelerar o treino e a implantação de aviões de combate F-16, bem como adquirir uma série de outros equipamentos e armas para ajudar a impulsionar a sua contra-ofensiva.

Reznikov apresentou a sua demissão na segunda-feira, escrevendo no Facebook: “Seguindo a decisão do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, apresentei a minha demissão ao Parlamento ucraniano. Estou pronto para o relatório. Vamos manter a linha!”

Ele também postou fotos suas com sua carta de demissão.

Reznikov atua como ministro da Defesa desde novembro de 2021, tendo anteriormente atuado em outras funções governamentais, como vice-primeiro-ministro, de acordo com sua biografia no site do Ministério da Defesa.

A sua destituição surge na sequência de uma série de escândalos de corrupção envolvendo o Ministério da Defesa da Ucrânia.

Zelensky demitiu uma série de altos funcionários no início do ano devido a um escândalo ligado à aquisição de suprimentos durante a guerra; o vice-ministro da Defesa do país renunciou após enfrentar acusações de corrupção; depois, em agosto, Zelensky demitiu todos os funcionários encarregados dos centros regionais de recrutamento militar, citando numerosos processos criminais em andamento.

Embora Reznikov não tenha sido implicado em nenhum destes escândalos, eles ainda o prejudicaram por associação.

E no sábado, um dos oligarcas mais poderosos da Ucrânia e um dos principais apoiantes de Zelensky, Ihor Kolomoisky, foi preso como parte de uma investigação de fraude.

Zelensky disse que erradicar a corrupção em todo o governo da Ucrânia é vital para as chances de Kiev alcançar a tão esperada adesão à OTAN e à União Europeia .

De acordo com um relatório de 2021 da Transparência Internacional, a Ucrânia é o segundo país mais corrupto da Europa, depois da Rússia. Globalmente, ficou em 122º lugar entre 180 países.

A promessa de Zelensky de livrar o governo da corrupção foi uma das razões por trás de sua rápida ascensão ao poder em 2019. Ex-comediante que interpretou o presidente da Ucrânia em um programa de TV de sucesso, Zelensky não tinha nenhuma experiência política no momento de sua eleição – mas conseguiu explorar a desilusão e o desgosto profundamente enraizados do país face à corrupção desenfreada.

A Ucrânia tornou-se oficialmente um Estado candidato à UE no ano passado, mas Bruxelas deixou claro que Kiev terá de intensificar a sua luta contra a corrupção se quiser tornar-se membro de pleno direito.

FONTE: CNN

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Maurício.
Maurício.
1 ano atrás

Acho que a corda arrebentou do lado mais fraco, “normal”, agora, quanto a escândalos no quesito recrutamento, volto a dizer o que eu disse esses dias, na internet tem muito vídeo de recrutamento forçado pelos recrutadores ucrânianos, se realmente for verdade todos esses vídeos, o Zelensky tem que repensar tudo isso, recrutar na base da força não é o certo, na minha opinião, se for verdade, coloca o nível dele lá embaixo, no nível de um ditador.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Maurício.
1 ano atrás

Pois é. Zelensky comentou há alguns dias que não há condições de serem realizadas eleições na Ucrânia sob lei marcial, a não ser que os EUA e a Europa cubram os custos da eleição, estimados em US$ 135 milhões. Lembrei do jingle do Eymael… “E, E, Eymael… um democrata cristão….”

Maurício.
Maurício.
Responder para  Camargoer.
1 ano atrás

Na verdade, quando falamos de Rússia e Ucrânia, estamos falando de dois países que nunca foram democracias. A Ucrânia como o próprio texto menciona, sempre foi cheia de corrupção, atualmente na Europa só perde para a Rússia, dizem que alguns recrutadores ficaram ricos por aceitarem subornos de quem não quer ir para a guerra, ou seja, quem não tem dinheiro para pagar acaba se ferrando. Na minha opinião Zelensky já errou quando proibiu os homens de deixarem o país, isso não é coisa de uma democracia, está mais para uma ditadura. Aparentemente ele já demitiu os oficiais corruptos, e agora o ministro da defesa, em tese esses supostos recrutamentos forçados devem acabar, vamos ver o que vai acontecer.

Vinicius Momesso
Vinicius Momesso
Responder para  Maurício.
1 ano atrás

A Polônia até já começou extraditar homens ucranianos que fugiram no começo do conflito e que cumpram os requisitos mínimos de recrutamento. Tipo: “Seus covardes! Voltem ao seu país e lutem.
Tudo isso somado ao fato de agora, até mulheres vão começar a serem recrutadas também.

Maurício.
Maurício.
Responder para  Vinicius Momesso
1 ano atrás

“Seus covardes! Voltem ao seu país e lutem.”

Em uma democracia de verdade, quem decide se quer lutar ou não é a população, não o governo.

Vinicius Momesso
Vinicius Momesso
Responder para  Maurício.
1 ano atrás

Não como defender uma democracia soberana e ao mesmo tempo ser a favor da “Lei Marcial”. A lei mais ditatorial que existe. O homem não pode ser refém de uma vontade minoritária.

Ciclope
Ciclope
Responder para  Maurício.
1 ano atrás

E até perigoso forçar alguém que não quer lutar a lutar. No Vietnã, no final da guerra, acontecia de uma granada de mão cair rolando dentro da barraca dos oficiais no meio do acampamento do nada, sem falar nos oficiais que foram atingidos por fogo “amigo” ou tiro de snaiper logo que saiam das bases.
Sem falar nos traidores ou desertores.

Capa Preta
Capa Preta
Responder para  Ciclope
1 ano atrás

Sugiro que leia a constituição de seu país , especificamente o artigo 88. Único que permite pena de morte por fuzilamento, em caso de guerra declarada para traidores e desertores. Existe justamente para podar malandros que vão se esconder na moita enquanto outros lutam para defender seus gruteos covardes e depois de findada a guerra apareçam dando joinha “opa acabou?! Foda Hem?! Marcar aquele churrasco lá?!”

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Capa Preta
1 ano atrás

Caro. Apenas uma correção. O Art.5 define que todos são iguais perante a lei e define os termos deste direito. A alínea “a” do inciso XLVII esclarece que no Brasil “não haverá penas de morte, salvo em caso de guerra declarada”. A regulamentação da pena de morte em caso de guerra é feita pelo decreto 4766 de 1942, assinado por Vargas. A propósito, deserção é punida no Brasil com prisão.

Carlos Campos
Carlos Campos
Responder para  Vinicius Momesso
1 ano atrás

nossa que nojento, isso é contra os direitos humanos, se for vdd é claro

Charles
Charles
Responder para  Maurício.
1 ano atrás

Sem falar que agora está tentando extraditar todos os Ucranianos homens que estão refugiados fora, pressionando país como a Polônia e a Alemanha para mandarem eles devolta a força.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
1 ano atrás

A sua destituição surge na sequência de uma série de escândalos de corrupção envolvendo o Ministério da Defesa da Ucrânia.
Zelensky demitiu uma série de altos funcionários no início do ano devido a um escândalo ligado à aquisição de suprimentos durante a guerra; o vice-ministro da Defesa do país renunciou após enfrentar acusações de corrupção; depois, em agosto, Zelensky demitiu todos os funcionários encarregados dos centros regionais de recrutamento militar, citando numerosos processos criminais em andamento.´´

Quem assistiu O Senhor dos Armas´´ já deve imaginar quantas armas doadas´´ a Ucrânia não foram parar no mercado negro…
 O que vai aparecer de Javelin e outras armas pesadas nas mãos de Houthis, ISIS, FARC e outros grupos paramilitares nos próximos anos não é
brincadeira.
 No mais, da mesma maneira que os russos fizeram no começo do conflito, ter dança das cadeiras´´ durante uma guerra mostra que tem coisa grave acontecendo nos bastidores. 

Ciclope
Ciclope
Responder para  Willber Rodrigues
1 ano atrás

Estranho só agora ele perceber a corrupção em um funcionário tão próximo. Será que a corrupção alegada não é Corina de fumaça para uma demissão por divergência dos comodantes em relação ao Zelensk?

Allan Lemos
Allan Lemos
1 ano atrás

O governo ucraniano sempre foi corrupto. Surpresa zero com isso ai.

Nuno Taboca
Nuno Taboca
Responder para  Allan Lemos
1 ano atrás

Honesto mesmo, é a Rússia..pensa numa democracia transparente. Kkkkkkkk

Charles
Charles
Responder para  Nuno Taboca
1 ano atrás

A Rússia e a Ucrânia são muito parecidas em muitas questões. Essa ideia de que eles são moralmente superiores é pura propaganda.

Alecs
Alecs
Responder para  Charles
1 ano atrás

O povo ucraniano prova a todo dia que quer se ver livre dos oligarcas russos e os corruptos do Kremlin. Já o povo russo da algum sinal de querer isso também, mas ainda são muito massacrados pelo ditador salva vidas de aquário.

Orivaldo
Orivaldo
Responder para  Allan Lemos
1 ano atrás

Claro quee sim. Ser dominado por tanto tempo pela Rússia trás suas consequências. Já no Brasil, vem de berço

Alecs
Alecs
Responder para  Allan Lemos
1 ano atrás

Aprenderam com o titio Putinho e seus mafiosos oligarcas. Quando a guerra terminar e a Ucrânia quiser se reconstruir e entrar para União Europeia isso deve diminuir muito! Para entrar para OTAN mais à frente então vão fazer a limpa nos últimos redutos corruptos russos.

Quirino
Quirino
1 ano atrás

A corrupção na Ucrânia é gigantesca, na Europa só deve perder pra Rússia.
O que esta acontecendo na Ucrânia é uma péssima combinação, país extremamente corrupto recebendo uma montanha de dinheiro que não tem como ser fiscalizado se esta sendo usado de forma adequado ou não, isso é o paraíso dos corruptos, complicado.

Cleiton
Cleiton
Responder para  Quirino
1 ano atrás

Não de ideias que amanhã vão arrumar uma guerra por aqui. Fica falando em dinheiro sem ter como fiscalizar .

Otto Lima
Responder para  Quirino
1 ano atrás

A Ucrânia é o novo Vietnã do Sul

Realista
Realista
1 ano atrás

Nada de novo no front .

Corrupção lá sempre teve o problema maior foi essa contraofensiva .

rodes
rodes
Responder para  Realista
1 ano atrás

Kiev em 3 dias, continua aguentando camarada. A VDV ainda segura Hostomel.

Fish
Fish
1 ano atrás

Quem diria, um escândalo de corrupção no país mais corrupto da europa. Ainda mais com a torneira de dinheiro do contribuinte europeu e estadunidense aberta.

rodes
rodes
1 ano atrás
Francisco Vieira
Francisco Vieira
1 ano atrás

Uns morrendo pela pátria e outros ficando rico roubando a mesma pátria.
Ou seja, o otário que morreu, morreu para defender a fortuna, a fazenda, os dólares
e os bens da família dos ricos ladrões.
Muito nobre tudo isso!

Felipe
Felipe
1 ano atrás

Corrupção é desculpinha, o motivo é o fracasso da contra-ofensiva

Orivaldo
Orivaldo
1 ano atrás

Patriotas Russos, mais 72 hrs e O Governo vai cair. Nem vai precisar utilizar o exército para tomar Kiev. FIRME !¡

AVISO DOS EDITORES: LEIA AS REGRAS DO BLOG:

https://www.forte.jor.br/home/regras-de-conduta-para-comentarios/

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Orivaldo
1 ano atrás

Caro. Ainda que as 72 h tenha virado um meme, tanto que Jack Bauer já disse que na próxima crise, ele prefere resolver em 3 dias, a situação nesta guerra é bem mais complicada. Minha análise sugere que esta guerra continuará neste contexto de guerra de atrito pelo menos até que sejam definidas as eleições na Ucrãnia, Rússia e EUA, todas no próximo ano. Acredito que veremos uma avalanche de informação nos próxmos meses muito mais focadas em influenciar estas eleições do que qualquer outra coisa.

Orivaldo
Orivaldo
Responder para  Camargoer.
1 ano atrás

Boa análise. Só forçou nas eleições da Russia

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Orivaldo
1 ano atrás

Caro. Por que? Em uma situação normal, ocorreriam eleições em 2024 nestes três países. Até aqui, Biden é um dos pré-candidatos democratas e leva uma vantagem óbvia por tentar a reeleição (todo presidente que tenta reeleição leva alguma vantagem sobre os demais candidatos, sem que isso seja uma garantia de vitória). Caso Biden vença, é provável que os EUA mantenham a ajuda militar. Por outro lado, um adversário de Biden pode ter como proposta encerrar a ajuda e eventualmente ganhar a eleição. No caso da eleição ucraniana, Zelensky também pode tentar a reeleição, isso se ocorrer a eleição porque ele mesmo declarou que não existem condições de serem feitas eleições na Ucrânia sob lei marcial e que seria preciso uma ajuda externa para custear as eleições. Neste momento, é difícil dizer qual o impacto de adiar as eleições na Ucrânia. Será que os EUA e a Europa continuarão apoiando a Ucrânia caso não sejam realizadas eleições? E se um candidato de oposição tiver uma proposta de cessar fogo e vencer as eleições? Putin também pode concorrer á reeleição. Também é um cenário incerto neste momento quais os cenários prováveis. Aliás, nem sei se a Russia terá eleição. Então, é óbvio que os cenários eleitorais nos trẽs países afetará a guerra a partir de 2025. Ao longo do proximo ano, estes trẽs presidentes estarão engajados em garantir algum tipo de vitória, seja eleitoral, por um golpe ou por meio de aliados.

JHF
JHF
Responder para  Camargoer.
1 ano atrás

Oficialmente o Zélensky já avisou que não pretende fazer eleição em 2024. Abriu a possibilidade de pensar no caso se obrigado pela EU e os States. Mas deve ter uma página de desculpas para não fazer nada. Só um candidato se apresentar com uma proposta de paz real e paralização da guerra para ganhar a eleição dele. Entre convocação feminina, recrutamento forçado e suborno explícito, a população deve estar bem descontente com o atual andar das coisas por lá.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  JHF
1 ano atrás

Pois é. Será interessante acompanhar o desenrolar diplomático do cancelamento das eleições da Ucrânia.