Zala x Bradley e Zala x IRIS-T (???)
Imagens divulgadas na internet mostram um drone suicida russo do tipo Zala atingindo um solitário IFV Bradley M2 ucraniano. Os drones do tipo Zala se mostraram armas valiosas e de grande valia.
A Russian ZALA Lancet kamikaze drone targets a Bradley M2A2 with BRAT reactive armor just east of Robotyne. It hits the IFV but does no damage at all as the Bradley keeps moving and the crew is safe. pic.twitter.com/0gEPpCyNjp
— NOELREPORTS 🇪🇺 🇺🇦 (@NOELreports) August 2, 2023
Em outra imagem um drone Zala atinge um lançador do sistema antiaéreo IRIS-T. No entretanto, tudo indica que se trata de um “decoy” (um lançador falso, de madeira)
#Ukraine: The "85th IRIS-T destroyed,,,,"- A Russian Lancet loitering munition successfully targeting a Ukrainian IRIS-T SLM launcher decoy in #Kherson Oblast. pic.twitter.com/KT7aVQPBat
— 🇺🇦 Ukraine Weapons Tracker (@UAWeapons) August 1, 2023
Incrível a curva de aprendizagem tanto dos ucranianos como os russos nessa guerra. A utilização de drones como uma ferramenta importante veio mudar a doutrina militar. Os baratos drones suicidas é a bola da vez. Os caros e avançados drones Bayktars perderam sua importância.
Os “Bayktars” são armas mais complexas e não se comparam com um drone suicida tipo “lancet” que esta mais para uma “munição” do que os Bayktars que estão mais para “uma plataforma de lançamento de munições”… ambos tem vantagem e desvantagem a depender do Teatro de Operação e seu uso especifico.
https://twitter.com/armyinformcomua/status/1529143879278153734
Os drones de vadiagem (loitering) devem ser lançados quando há grande possibilidade de encontrar um alvo , então, na prática , ele não substitui a vigilância do campo de batalha exercida por outros meios.
Em vista disso eles não passam de mísseis de ataque direto com alguma flexibilidade a mais, como por exemplo, a possiblidade de interromper o ataque ou buscar um outro alvo próximo caso o primeiro já tenha sido neutralizado.
O custo e a complexidade de implementar uma robusta defesa anti-drone são muito menores do que são as defesas anti-balísticos e anti-hipersônicos e temo que esse oba-oba dos drones kamikazes seja só fogo de palha.
Claro, eles não vão ser extintos , mas seu impacto nas guerras futuras será bem menor do que vemos hoje acontecer na Ucrânia onde a combinação drone de reconhecimento e drone kamikaze tem sido mortal.
Eu fico imaginando como seria então a combinação, por exemplo , de um pacote de ataque com, digamos, uns 8 F-35 com radar AESA no modo “abertura sintética (SAR)” e “indicador de alvos móveis (MTI)” e 8 Storm Breaker com 100 km de alcance em cada caça.
A capacidade de um F-35 (só pra citar um exemplo) de detectar e identificar alvos em terra espalhados em uma grande área a mais de 150 km , utilizando o radar AESA, é muito maior que a de um simples e barato drone de reconhecimento.
Qual seria o custo desses 8 F-35s e os 8 SB em relação comparado aos drones como no vídeo, em relação aos alvos possíveis?
8 F-35 e 64 Storm Breaker .
O custo é irrelevante no caso de ser a única solução viável.
Não fiz essa comparação.
Boscão, adoro você, cara, e seus comentários são maravilhosos, mas “o custo é irrelevante” é intróito lógico para uma análise ou equivocada ou – desculpe a repetição – irrelevante. Esse fator é sempre determinante.
João,
O cenário que eu coloquei o F-35 é numa eventual situação em que os drones seriam neutralizados com certa facilidade e aí não sobraria nenhuma outra opção que não um F-35 com Storm Breaker.
Claro que em continuando praticável no futuro o emprego de drones kamikazes o custo se faz relevante.
Boa tarde!
É aí que está… Utilizar drones de reconhecimento para identificar alvos e lançar drones kamikazes para destruí-los é muito mais barato do que utilizar F-35 com pacotes de GBU-53/B (StormBreaker).
Sem querer entrar no mérito da qualidade do combo do F-35+GBU-53 (que ainda está só no papel, enquanto que os drones estão sendo aprovados em combate), podemos concordar que utilizar estes sai muito mais caro. A GBU-53 não sai por menos de U$ 150k cada e, em comparação, o drone suicida mais famoso nessa guerra, o Lancet, não custa mais que U$ 40k cada. Só desse ponto já podemos ter uma ideia, não preciso nem falar do custo unitário de um F-35 em comparação ao custo de um drone de reconhecimento, muito menos no custo de operação/hora de voo de cada um que é um abismo colossal.
Derrubar esses drones também não sai barato quando utilizam sistemas de defesa como o Iris-T ou Patriot, pois cada míssil custa caríssimo (Iris-T = U$ 400k / PAC-3 = U$ 4kk – Isso mesmo, quatro milhões por míssil).
Portanto, o custo benefício de se usar os pacotes de drones é bem atraente, pelo menos até conseguirem achar um sistema anti-drone que seja eficaz e barato. Os drones, se bem utilizadas, podem dar muita dor de cabeça para qualquer oponente.
Abraços!
“A GBU-53 não sai por menos de U$ 150k cada e, em comparação, o drone suicida mais famoso nessa guerra, o Lancet, não custa mais que U$ 40k cada.”
Eu fiz um comentário e disse que provavelmente uma Stormbreaker poderia ser mais cara que um drone kamikaze, mas não pensei que seria tão mais cara!😳
No cenário que o Bosco colocou, com as 64 bombas, daria para comprar em torno de 240 drones, até mais, dependendo do modelo!
Lancet tá custando 5k-8k dólares dependendo da versão, depois que ganhou escala de produção barateou. Fonte southfrobt numa notícia que saiu sobre eles
… eu acho que “caro” mesmo é “perder a guerra….”
Victor,
Drones como o Lancet não são interceptador por mísseis como o Iris-t. Ou se utiliza interferência eletrônica (soft kill) ou hard kill na forma de canhões , metralhadoras, drones antidrones, laser, PEM ou mísseis portáteis.
Nenhum exército hoje está equipado , treinado ou com doutrina para enfrentar drones, mas isso está mudando rapidamente e muito devido à guerra na Ucrânia.
Boa noite!
Foi noticiado que os Iris-T estão sendo usados contra drones sim:
Under the radar, Germany trains Ukrainians on advanced air defence weapon | Reuters
Abraços!
Victor,
Sinceramente não acredito não. A mídia leiga é muito burra quando o assunto é tecnologia militar e geralmente é a tia da cantina da redação que assina esses artigos.
Mas pode ser que seja verdade tendo em vista que o mundo está de cabeça pra baixo.
Bosco, boa tarde.
Interessante sua abordagem, eu eu concordo: os drones, de todos os tipos, dos civis de site chinês aos sofisticados do arsenal militar, são uma novidade no campo de batalha, logo medidas defensivas mais eficientes vão aparecer.
O LUIZ foi feliz em ressaltar a curva de aprendizagem de ucranianos e russos, e você complementou bem sobre como os drones serão combatidos no futuro.
Na sua opinião, num exercício de hipóteses, como você considera que poderia ser essa defesa anti-drone na sua forma mais simples e, portanto, acessível? Eletromagnética? Bloqueio de sinal? Pequenos drones atuando como “caça drones”? que tal pequenas versões de CIWS, baratas e até mesmo rusticas?
Hélio,
Você abordou todas as diversas formas de neutralizar pequenos drones e elas serão utilizadas combinadas.
Muito provavelmente cada veículo de combate no futuro terá o seu próprio sistema antidrone (C-UAV) .
Os pequenos drones (classe I e II) são vulneráveis a vários tipos de armas:
metralhadoras, canhões, lança granadas, mísseis portáteis, drones antidrones, laser, arma de pulso EM, interferência eletrônica, etc.
Os drones foram uma grande surpresa por conta não só do seu tamanho reduzido mas da velocidade baixa, e pegou todo mundo com a calça nas mãos.
Com certeza drones autônomos operando em enxame e com características stealth serão armas extremamente letais no futuro mas essa modalidade atual terá vida curta, principalmente em conflitos de alta intensidade entre adversários pares. Não que irão ser extintos, mas eu imagino que sua relevância tende a diminuir, principalmente com a entrada em operação em larga escala das armas de energia direta (laser e EMP).
“temo que esse oba-oba dos drones kamikazes seja só fogo de palha.”
Eu acho o contrário, o “oba-oba” desse tipo de drone chegou para ficar, é algo relativamente barato e como estamos vendo na Ucrânia, pode tirar de combate ou causar danos consideráveis até mesmo em equipamentos considerados por alguns como “game changer”, um exemplo é o próprio Bradley. Quanto ao F-35, os EUA gastam uma fortuna em sua defesa, eles podem esbanjar em praticamente qualquer área, pra eles não faz diferença, mas a grande maioria dos países não tem condições de operar o F-35 com bombas guiadas como a Stormbreaker, que muito provavelmente são até mais caras que um drone kamikaze.
A defesa contra drones é fácil e barata de ser implementada em larga escala. A defesa contra uma esquadrilha de F-35 ou um F-15E, com dezenas de StormBreaker é muito mais complicada.
Se for considerar só a hora de voo do f35 é o mesmo valor que o zala uns 35K usd. Se esse IRIS-T fosse real seria um prejuízo de 1M de euros, talvez seja melhor fazer decoy mesmo seria mais barato que a hora de voo do F35 😅😅.
Comentário impecável como sempre, Mestre Bosco!
É o sucesso, os drones serão parte das doutrinas militares é inevitável, como também a artilharia, pelo menos naqueles TO que tiverem característica de atrito.
Interesse artigo CNN Portugal (mas e a ameaça de Fukushima rsrs).
artigo 5.º da NATO.
https://cnnportugal.iol.pt/dossier/como-desta-vez-e-preciso-falar-com-cientistas-e-nao-com-peritos-militares-para-sabermos-se-zaporizhzhia-pode-resultar-ou-nao-na-entrada-da-nato-na-guerra/64a4800ed34e72171a0ad98c
Drone destruindo um sistema “isca” ( decoy )…que sucesso hein Russos ! rs
Provavelmente esse simulacro custa mais que o drone.
E isso não importa, pois foi colocado lá para este fim.
Importa sim, é por isso que estão igual mendigos, se humilhando por qualquer trocado da OTAN. Guerra é antes de tudo, dinheiro.
Tá, mas atingiu seu objetivo de ser um decoy. É produzido pra isso.
Destruiu muito e muito mais (mais de 1 Iris-T de verdade), só procurar os vídeos.
Destruiu..o vídeo acima então. ô ! Explodiu tudo !
E quem acredita que era um simulacro?
Tirando você? Todo mundo!
Boa ! Esses seres são uma piada.
Lancet o terror dos Nutella ianque faz muito com pouco ..o resto é lenço de velório.
Chegou o rapaz da piada, dá raiva e do discursinho antiamericano.
Eles são assim. Não têm argumento e vivem pra idolatrar aquele anão russo ridiculo.
Terror dos “decoys”….pode chorar e muito. Leia um pouquinho da matéria e, talvez, não vá escrever tanta baboseira pró ditador.
Antonio,
Até onde sei, o EB não optou pelo CV90. A disputa no programa de novos blindados sobre lagartas mal começou.
O EB está no momento avaliando o CV90 e deverá avaliar outros blindados:
https://www.forte.jor.br/2023/07/18/saiba-mais-sobre-a-prospeccao-do-eb-para-novos-blindados-sobre-lagartas-vbc-fuz-e-vbc-cc/
Se o Exercito Brasil realmente quiser Bradley tenho certeza que é só pedir com jeitinho que titio Sam arranja um monte….
Creio que os maiores ganhos com era dos drones que se inicia não será os de ataque, haja vista em curso uma adaptação das defesas aéreas até então inexistentes para esse tipo de ameaça. Ainda, a guerra eletrônica se mostra eficaz e ainda vai melhorar muito mais, visto que os drones sempre terão o calcanhar de aquiles, que é a comunicação com o controlador, sempre passível de jammer.
Os maiores ganhos serão como vetoradores de artilharia e como designador de alvos. Vislumbro que partir de agora nasceu uma nova arma muito complexa: a artilharia vetorada. E os russos saíram na frente e, embora estejam na curva de aprendizado, já tem muita expertise.
Cada lancet custa só 5 mil dólares, então o prejuízo é pequeno, se os alvos são falsos.
É dito que cada Lancet custa 35 mil dólares.
Shoigu inspecionando CV-90 capturado:
https://www.youtube.com/watch?v=og5S7wB5hMk