Análise da Base Industrial de Defesa da Turquia e da Coreia do Sul
Por Rodolfo Queiroz Laterza [1]
1 – INTRODUÇÃO
A indústria de defesa é um dos setores críticos em tecnologia intensiva na estrutura produtiva de um país, absorvendo mão de obra qualificada e gerando valor agregado para a produção nacional.
O desenvolvimento da indústria de defesa em um Estado – Nação depende não apenas de motivação política, mas de fatores de intervenção desenvolvimento como continuidade de políticas setoriais pelo Estado, aderência pelas elites dirigentes aos programas de desenvolvimento implantados, resiliência geopolítica diante de pressões de potências externas, subvenções estatais nos planos financeiros, comerciais, institucionais e tributários, marco regulatório específico e que traga segurança jurídica de longo prazo, demanda agregada do Estado por produtos produzidos pelas empresas públicas e privadas envolvidas na cadeia produtiva e formação de estruturas de pesquisa e desenvolvimento integradas, políticas voltadas à exportação, integração com a política de relações exteriores, bem como apoio político suprapartidário com engajamento de correntes ideológicas diversas na implantação e efetivo das medidas direcionadas ao segmento.
Neste contexto, uma análise dos exemplos de países emergentes que desenvolveram suas indústrias de defesa a partir do final dos anos 80, como a Turquia e a Coreia do Sul, é um paradigma pertinente para se buscar soluções e reflexões sobre o desenvolvimento da base industrial de defesa no Brasil, que infelizmente não possui o tratamento político e institucional em nível estratégico que exige, impedindo o fortalecimento desenvolvimento tecnológico soberano no Brasil, ainda que iniciativas inúmeras tenham ocorrido em diferentes contextos recentes mas sem resultados tangíveis como aqueles vigentes naqueles países.
Este estudo apresentará as características e principais detalhes das realidades institucionais e jurídicas das emergentes e crescentes indústrias de defesa turcas e sul coreanas.
2 – A REALIDADE DA TURQUIA
Em uma única década, a Turquia aumentou consideravelmente sua autonomia na fabricação de armas e conquistou vários triunfos no mercado de exportação, especialmente na área de produção de drones.
Publicada pela primeira vez em 2010, a “Visão 2023”, concebida pelo Gabinete do Primeiro-Ministro, envolveu uma multiplicidade de objetivos destinados a tornar a Turquia uma potência independente.
A crescente desconfiança de Ancara entre os países da Europa Ocidental e América do Norte, juntamente com o desenvolvimento acelerado da indústria de defesa do país, levou ao colapso das exportações de armas dos EUA para a Turquia em 81% entre 2010 e 2020.
De 2011 a 2015, a Turquia foi o terceiro maior destinatário mundial de armamento dos EUA, mas caiu para o 19º lugar entre 2016 e 2020.
As autoridades turcas fizeram do desenvolvimento dessas indústrias uma de suas prioridades: em 2018 o executivo chegou a colocá-las sob seu controle direto ao extinguir a subsecretaria de indústrias de defesa (SSB) e estabelecer uma presidência para administrá-las.
Em dez anos, o setor da indústria de defesa deu um salto considerável: enquanto em 2000 apenas uma empresa turca figurava entre as 100 maiores empresas de armamento, hoje são sete.
De um faturamento de um bilhão de dólares em 2002 para onze bilhões em 2020, suas indústrias de defesa fizeram da Turquia o 14º maior exportador de equipamentos militares. De 2010 a 2019, o país vendeu material bélico para 28 nações.
O objetivo da autonomia estratégica parece prestes a ser alcançado: de 2015 a 2019, a Turquia importou 48% menos de seus materiais e tecnologias de guerra do que de 2011 a 2015.
O país conseguiu desenvolver todos os aspectos de sua indústria de defesa: de suas duas empresas que ingressaram em 2020 na lista das 100 maiores empresas militares do mundo, uma fábrica hardware – FNSS Defense Industries – e a outra, Havelsan, é especializada em software.
O melhor símbolo do triunfo da Turquia na frente industrial militar é seu extraordinário sucesso na área de drones militarizados.
Do drone armado Bayraktar TB2 ao drone de vigilância Akinci, a Turquia tornou-se especialista nessas aeronaves não tripuladas graças ao engenheiro Selçuk Bayraktar, agora um herói nacional.
Apesar dos consideráveis avanços obtidos nos últimos anos, a Turquia ainda não pode prescindir da expertise de potências estrangeiras.
Os produtos apresentados como “feitos localmente” geralmente contêm materiais ou tecnologias de origem estrangeira: o tanque de guerra principal, o Altay, será equipado com um canhão Rheinmetal alemão, os helicópteros de combate TI29 ATAK com motores LHTEC dos EUA e os submarinos da classe Reis são propulsados por motores Siemens da Alemanha.
A Turquia tem o cuidado de escolher seus parceiros em países onde os perigos de uma crise diplomática parecem mínimos.
Por exemplo, as empresas sul-coreanas Doosan e S&T Dynamics fornecerão o motor para o tanque Altay, que deveria ser fornecido pelos alemães antes de se retirarem do projeto em 2018, quando Berlim impôs seu embargo. Quanto aos helicópteros T129ATAK, eles substituirão seu motor americano por um modelo ucraniano, fornecido pela Motor Sich, o qual, devido a ataques russos de precisão no contexto da guerra da Ucrânia, inviabilizou a produção naquela empresa, o que exigiu uma reprogramação para aquisição de outros parceiros, como a China.
3 – CONTEXTO JURÍDICO DA INDÚSTRIA DE DEFESA TURCA
Em 6 de julho de 2022, foi publicado o Decreto Presidencial nº 1.548, de 17/09/2019, que determina os procedimentos e princípios para a contratação de bens e serviços a serem realizados no âmbito da alínea b) do artigo 3º da Lei de Licitações nº 4.734 (“Decreto Presidencial”) pelo Ministério da Defesa Nacional da Turquia.
De acordo com o aditamento anterior, datado de 13 de maio de 2022, nos contratos celebrados em liras turcas relativos a compras de bens e serviços e obras de construção adquiridas no âmbito do Decreto Presidencial, excluindo obras adquiridas no âmbito do Programa de Investimento em Segurança da NATO, diferenças de preço adicionais podem ser calculadas e/ou esses contratos transferidos de acordo com os Princípios Relativos à Implementação do Artigo Provisório 5º da Lei nº 4.735.
Entretanto, a origem da formação do marco legal da indústria de defesa turca está na Lei 3.238, aprovada em janeiro de 1986, criou a Administração de Desenvolvimento e Apoio à Indústria de Defesa (DIDA) e estabeleceu o Fundo de Defesa. A DIDA tem um Conselho composto pelo primeiro-ministro, chefe do estado-maior, comandantes de serviço, vários gabinetes e funcionários da Organização de Planejamento do Estado, a DIDA decidirá sobre várias propostas e determinará as prioridades de fabricação de armas.
Paralelamente ao seu papel como agência de aquisições, de acordo com Erdem, a DIDA busca incentivar empresas turcas privadas e empresas estrangeiras a investir na Turquia, para transferir licenças, tecnologia e know-how.
Quando as empresas nacionais produzirem esses produtos militares, o fundo dará a garantia de comprar esses produtos por um determinado período de tempo, como três ou cinco anos.
A Lei 3.238 também estabeleceu que a DIDA adquiriria o patrimônio das fundações militares criadas anos antes para arrecadar fundos para investimentos militares.
A Turquia também tem uma específica lei de joint ventures para defesa. Neste contexto, a República da Turquia tem atualmente dois tipos de implementações de compensação: militar e civil.
As implementações de compensações militares na Turquia são regulamentadas pela Lei sobre o Estabelecimento da Subsecretaria para Indústrias de Defesa 1 e pela Diretiva de Participação/Compensação Industrial 2 emitida pelo Ministério da Defesa Nacional da Turquia.
A proporção mínima de compromisso em compensações militares deve ser igual a 50% do valor do contrato de aquisição para acordos de participação/compensação da indústria.
A chamada “Lei Omnibus” alterou alguns artigos do Contrato Público e introduziu um novo parágrafo declarando que “…a compra de bens e serviços envolvendo participações industriais/ implementações de compensação que pretendem fornecer inovação (yenilik), localização (yerlilesme) e transferência de tecnologia (teknoloji transferi) ficará isento do âmbito da Lei dos Contratos Públicos.” Assim, com a Lei Omnibus, os referidos bens e serviços ficam excluídos do âmbito de aplicação da Lei dos Contratos Públicos.
Os licitantes, no âmbito da referida legislação, devem se comprometer a cumprir as taxas mínimas de compromisso do protocolo de compensação – ICP, conforme estabelecido em seu respectivo Contrato Principal de Fornecimento. As categorias de ICP obrigatórias são as seguintes:
- Categoria A – Contribuição de produção local: Os contratantes devem fabricar um produto de alta tecnologia como um todo ou em parte na Turquia usando qualquer instalação existente na Turquia;
- Categoria B – Investimento: Os contratantes devem fabricar um produto de alta tecnologia como um todo ou em parte na Turquia e construir uma nova instalação de produção na Turquia para tal produção;
- Categoria C – Cooperação Tecnológica: Esta opção exige que os contratantes tragam suficiência tecnológica para a indústria turca por compromissos do ICP; e
- Categoria D – Exportação: Os contratantes devem fornecer exportação da Turquia por compromissos ICP.
Os compromissos enquadrados nas Categorias C ou D só podem ser cumpridos em conjunto com os compromissos incluídos na Categoria A e/ou na Categoria B.
4 – A INDÚSTRIA DE DEFESA DA COREIA DO SUL
Na Coreia do Sul, o governo há muito pressiona e incentiva o desenvolvimento industrial de defesa e continua a fornecer apoio extremamente forte e consistente ao setor.
O acordo de US$ 14,3 bilhões assinado com a Polônia em julho, que inclui 48 aeronaves leves de combate FA-50, 980 tanques K2 Black Panther e 672 obuses autopropulsados K9 Thunder adicionais, é de longe o maior já feito para a indústria de defesa da Coreia do Sul.
Em janeiro de 2022, as empresas sul-coreanas venderam um número não revelado de sistemas de defesa aérea de médio alcance Cheongung Block-2 para os Emirados Árabes Unidos no valor de US$ 3,5 bilhões, e em dezembro passado eles ganharam um contrato de US$ 667 milhões para fornecer artilharia e veículos de reabastecimento de munição para o Exército australiano.
O país também vende navios de guerra, submarinos, docas de plataformas de desembarque, aeronaves de treinamento, bem como uma variedade de armas, guerra eletrônica e sistemas de comunicação.
Esse notável desenvolvimento da indústria de defesa sul coreana é apoiado por duas novas leis que foram introduzidas em 2021: a Lei de Desenvolvimento da Indústria de Defesa e a Lei de Promoção de Inovação em Ciência e Tecnologia de Defesa, ambas as quais entraram em vigor sob o antecessor de Yoon, Moon Jae-in, e visam alcançar o que a Coreia do Sul chama de uma indústria de defesa “voltada para a exportação”.
Essa abordagem institucional e desenvolvimentista permitiu o suporte ao cliente em áreas como flexibilidade de pagamento, empréstimos, pacotes de compensação de saída, transferências de tecnologia, investimentos e colaboração industrial.
5 – PRINCIPAIS DETALHES DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA DE DEFESA SUL COREANA
Com a missão de melhorar as capacidades de defesa e promover a indústria de defesa, a Administração do Programa de Aquisição de Defesa (DAPA) da República da Coreia do Sul (ROK) foi criada em 2006 como o órgão administrativo central para aquisição de defesa.
A DAPA planeja, executa e supervisiona a aquisição de armas, equipamentos militares e suprimentos em nome do Ministério da Defesa Nacional (MND) em todos os domínios.
Além disso, a DAPA negocia os requisitos dos produtos e serviços de defesa, autoriza créditos de compensação, dita os termos e condições e faz alterações nos cronogramas de entrega ou nas entregas exigidas.
A DAPA controla todas as negociações formais sobre preço, transferência de tecnologia, compartilhamento de trabalho local e pacotes de compensação.
Para participar de programas governamentais que exigem coprodução ou desenvolvimento conjunto local, os contratantes de defesa estrangeiros muitas vezes formam um consórcio com as principais empresas de defesa coreanas, como a Korea Aerospace Industries (KAI), a Korean Air, a Hanwha, a LIG NEX1, a Hyundai e outras.
Trabalhar com parceiros locais é considerado essencial para empreiteiros de defesa estrangeiros, a fim de superar as barreiras linguísticas, proteger redes com os principais tomadores de decisão, obter inteligência do mercado local e enfrentar os desafios administrativos e logísticos relacionados aos processos de aquisição.
A DAPA, como agência do governo central, administra a política de compensação, enquanto as avaliações de tecnologia e confiabilidade são conduzidas pela Agência de Defesa para Tecnologia e Qualidade (DTaQ), uma organização sob a DAPA.
Uma obrigação de compensação pode surgir para um contratado estrangeiro caso o valor do contrato do programa de defesa exceda US$ 10 milhões.
De acordo com as diretrizes mais recentes, um mínimo de 50% ou mais do valor estimado do contrato principal seria alocado para compensação de contratos com fornecedores concorrentes.
Para contratos de fonte única, um mínimo de 30% ou mais do valor estimado do contrato principal seria aplicado a uma compensação.
De acordo com os últimos dados da DAPA publicados em 2021, cerca de 62% dos programas de compensação avaliados em US$ 497 milhões foram administrados na forma de exportação de peças e componentes de sistemas de armas.
Outros tipos de transações de compensação incluíram aquisição de equipamentos e transferências de tecnologia.
Além disso, empresas estrangeiras de um total de 8 países participaram dos programas de compensação da Coreia do Sul de 2016 a 2020.
A indigenização da tecnologia de defesa da Coreia do Sul tem aumentado constantemente. De acordo com os dados da Korea Defense Industry Association anunciados em 2021, a taxa geral de indigenização da indústria de defesa da Coreia do Sul cresceu de 70,7% em 2015 para 75,5% em 2019.
Em agosto de 2021, a DAPA revelou uma nova política industrial, conhecida como Capacidade de Defesa da Coreia, que prioriza o fornecimento de artigos de defesa fabricados na Coreia em vez de produtos de defesa produzidos no exterior vinculados a contratos de aquisição de defesa.
Essa nova política exige que todas as aquisições de defesa adotem uma cota de 80% a 20% entre produtos locais e estrangeiros, respectivamente.
FONTES CONSULTADAS
- https://www.airforce-technology.com/comment/turkey-domestic-defence-industry/
- https://www.businessinsider.com/new-ships-jets-mark-rise-of-south-korea-defense-industry-2023-3
- https://defense-korea.com/
- https://www.economist.com/asia/2022/02/12/south-korea-wants-to-become-one-of-the-worlds-biggest-arms-exporters
- https://www.eastasiaforum.org/2022/12/14/is-south-koreas-booming-defence-industry-here-to-stay/
- https://www.mfa.gov.tr/turkish-defence-industry-products.en.mfa
- https://www.taylorfrancis.com/chapters/edit/10.4324/9780429466793-19/defense-industry-republic-korea-richard-bitzinger&ved=2ahUKEwig4bqU6KL_AhV6pZUCHSBbBD44ChAWegQIFxAB&usg=AOvVaw1S_YtTPOuFZK9nLXbsJML3
- https://www.trtworld.com/opinion/tanks-drones-jets-how-turkiyes-defence-industry-became-a-global-force-12798372
- https://www.turkishdefencenews.com/
[1] Delegado de Polícia, Mestre em Segurança Pública, historiador e pesquisador sobre geopolítica e conflitos militares.
Brasil vai tentar fazer algo parecido? Não, da minha turma no IFSP em T.I e dos colegas que conheci lá em Engenharia. Maior parte, foi para a Europa e EUA.
Que bom, assim tem chance de voltarem e trabalharem aqui caso o Brasil invista e comece a desenvolver. Podiam ter virado Uber ou estar trabalhando em áreas diferentes e assim perderiam todo o investimento que tiveram na qualificação.
Já debatíamos isso na ESG há 20 anos atrás.
” A necessidade é a mãe da invenção.”
Platão
A missão determina os meios que são empregados e não o contrario.
Entendo que o primeiro passo para estruturamos uma politica de defesa eficiente é a estruturação de um bom sistema de inteligência capaz de subsidiar as lideranças com informações a respeito das reais ameaças ao país. A partir dai vamos estruturar um plano de ação…é essa missão institucional que vai determinar e dimensionar as reais demandas materiais para a consecução do objetivo. Feito isso faremos o estudo de viabilidade junto ao setor industrial nacional . Em posse esses dados estruturamos o arcabouço legal e orçamentário sob medida para tirar o projeto do papel. Dai entra o gerenciamento de risco e projeto das próprias forças armadas.
O país que em minha opinião melhor serve como exemplo ao Brasil de politica industrial de defesa é a Colômbia. Os caras estão construindo empresas fortes baseada em demandas pragmáticas e escaláveis das forças militares e policiais. O portifólio da indústria colombiana é vendável a maior parte dos países em desenvolvimento por um preço convidativo conferindo sustentabilidade das linhas de produção com demandas internas e externas.
Esse tipo de matéria me dá um sentimento imensurável de inveja misturado com tristeza…
Excelente matéria. E que permite tirar muitas lições:
1 – o setor de defesa demanda regulamentação especial, que garanta a participaçãode indústrias nacionais e o desenvolvimento de capacidades tecnológicas.
2 – existe a demanda de um órgão regulador, que estimule a produção de materiais de defesa, gerencie as compras militares governamentais, tal como a DGA francesa ou a própria DAPA sul-coreana.
3 – demanda significativa motivação governamental e estatal, e ambos os países citados têm muitas motivações, especialmente em relação aos vizinhos e o histórico conturbado de sua história.
Enfim, muitas ideias, mas no Brazil não cola. É mais fácil devolvemos para os indígenas e pedir desculpas. Quem sabe dá certo…kkkkk
Abraço
Pode-se notar que as Agências governamentais regulam, estimulam e fomentam a área, e esses países não entregaram as base industrial de defesa a estatais ultrapassadas, gerenciadas por generais incompetentes e dezenas de outros.militares que nada entendem de negócios, tecnologia e mercado. O Presidente Francês durante a 1a Guerra, Ferdinand Foch ja dizia “a guerra é um assunto importante demais para ser conduzido por militares”.
Vale a pena lembrar que o Brasil já foi o quarto maior exportador de armas do mundo. A Avibrás possui um produto top de linha mas que tem dificuldades para conquistar novos clientes. Desde a invasão da Ucrânia o HIMARS está vendendo como água, já o Astros continua a ver navios.
Claro, o atual presidente vetou o início de negociações de venda do guarani versão ambulância pra Ucrânia, munição de guepards e até mesmo se nega a falar com o presidente Ucraniano. Não estranhe se por algum acaso, países da OTAN não quiserem comprar mais o Kc390, ou até mesmo dificultem exportação do guarani pra outros países terceiros, como já fizeram os alemães.
Vc esta certo mas é preciso olhar de forma mais ampla e abrangente!
O Ex foi abanar o rabinho para o Putin nas vésperas da invasão para sustentar um mentira sobre fertilizante e pagar de pacificador para alguns malucos.
Nosso problema não pode ser resumido a atual polarização politica pq aí partimos de um “tá todo mundo errado amém”, defesa não é um assunto de Governo, é um assunto de Estado e fazem uns 30 ou 40 anos que a coisa começou a desandar nas três forças.
Alias perdoe expandir mas essa incompreensão do que é de Governo e o que é de Estado é um dos pilares dos sucessivos voos de galinha em quase todas as áreas quando falamos de Brasil, notoriamente o Ex jogou todo esse conceito pela janela de uma forma que levaremos muitos anos para reorganizar as estruturas de Estado, isso se não vier outro maluco para chamar as FA de “minhas” de novo!
Fawcett,
O Astros não é top de linha já há muito tempo. Armas de saturação de área com submunições estão em franca decadência, tanto por serem discriminadas pelo politicamente correto quanto pela eficiência.
Ou o Astros evolui para um sistema de foguetes guiados (mísseis) ou irá encalhar.
O curioso é que 40 anos atrás a Turquia não produzia nada que não fosse material de baixa tecnologia sob licença. Já o Brasil era um dos principais fabricantes de material bélico do mundo. O sistema ASTROS e os blindados da Engesa reinavam em suas respectivas categorias. Nessa época, um MBT brasileiro disputava com o Abrams um contrato bilionário para equipar o exército saudita. Aliás, o Brasil nessa época já tinha desenvolvido 2 tanques (Osório e Tamoyo). A Turquia nem sonhava em ter um tanque nacional.
Eu vou pular a Turquia pq meu conhecimento é marginal mas não tem como sustentar uma indústria de defesa se nem o próprio país compra, é o óbvio do óbvio, não da tempo de financiar, testar, certificar, incorporar e consequentemente é muito difícil vender um produto que não esta exposto na prateleira. Nossas FA não pensam em indústria de defesa, eles preferem ToT completamente soltos de metas concretas e coquetéis.
Osório e Tamoyo eram dois belos Franksteins, não sei porque o pessoal puxa tanta sardinha pro lado desse MBT. Osório vive mais de mito do que eficiência.
Exatamente.
Ninguém está puxando sardinha. A citação é um registro histórico. Pergunte aos indianos e turcos porque eles ainda não abandonaram seus projetos de tanques. 2 franksteins, diga-se de passagem. A razão é um mix de independência, progresso e orgulho. Essa é mentalidade das grandes potências e não dos anões estratégicos. A diferença é que eles só alcançaram agora um patamar no campo dos blindados que o Brasil já tinha conquistado 40 anos atrás…e a nossa classe política fez questão de destruir.
os dois países pediam ToT e absorviam, aqui não absorvemos, a não ser a parte aeronáutica, além de haver ToT de mim para mim mesmo
Absorve, governo além de não comprar nada, atrapalha a venda pro exterior. empresas fecham e os funcionários qualificados vão trabalhar no exterior, na melhor das hipóteses.
Eu cheguei a acreditar que o governo anterior faria algo pra melhorar nesse quesito, se fez foi pífio e demonstrou uma idolatria a produtos importados bem tosca. O atual já provou que não quer resolver tb… tá difícil ter esperança.
O atual, responsável por muito dos programas que temos hj, dessa vez nem se propôs e eu não julgo, as FA foram corrompidas pela pornografia politica e existe uma herança bem ruim deixada pelo Ex, os tempos são outros e quem plantou vento vai colher tempestade, a melhor solução politica para o problema das FA atualmente seria uma limpeza radical no alto comando para tentar mudar a péssima cultura da instituição, seja moral, ética e/ou estrutural que ali se enraizou!
É muita inocência pedir para os atores democráticos pensarem com carinho com tanto oficial de alta patente mexendo com golpe, politica, jóia e discursos obcuros, sinceramente esse pessoal esta de parabéns, se aplicarem a mesma estratégia em um conflito no Brasil nossas FA apanham do exercito invasor e do próprio povo, asquerosos!
Tanto o atual como o ex são corruptos, ainda que aquele mais do que este.
Ambos deveriam estar presos.
Dói falar mas hj eu não procuro aquele individuo inoxidável, acho que esta meio que como contar com a mega sena, hj eu alguém com um pensamento minimamente republicano e com um projeto de Brasil que não seja destruir o país já é um avanço!
O que o atual fez de tão grandioso assim pelas FAs?
Só falta vc dizer que foi graças a ele que o sub nuclear vai sair e outras panfletagens dos partidários,quem mais se beneficiou forem empreiteiras e empresas estrangeiras,principalmente francesas;as FAs mesmo não,nunca houve ou há por parte desse atual,16 anos enquanto o outro 4,uma preocupação com a defesa do Brasil.
Mesmo que eu diga que o atual não fez absolutamente nada na época anterior dele não falávamos de golpe de estado nem tínhamos general em ministério da saúde, para o bem das próprias Forças Armada ajuda muito quem não atrapalha!
Golpe só na cabeça de vcs,o atual é que ama ditaduras não se esqueça disso.
Vcs quem? Eu não sou o Ajudante de Ordens de ninguém!
A atual ministra da saúde é formada em sociologia e tem mestrado em ciências políticas.
Eu não sugeri cargo técnico ate pq o Elon Musk nao é engenheiro mecanico e os Tesla estao aí e independente dela ter presidido a fundação Oswaldo Cruz eu sugeri que a política seja feita por quem pode fazer política, militar da ativa não deve fazer política nem no ministério da defesa, são questões estruturais de uma democracia saudável, quem tem arma não entra em discussão de ideias político pq em último caso pode vencer o debate da forma errada!
Militar bom é militar dentro da caserna cuidando da defesa do país e obedecendo rigorosamente o poder civil sem absolutamente nenhuma margem para pensar fora disso.
Bosco, só balança a cabeça e finge que concorda com esse pessoal. Eles veem a que lhes convém. Só se Indignam com quem pensa diferente. O atual presidente, o descondenado, só faz e fala “m” e ainda batem palma. Preso por corrupção, toda sua turma envolvida em corrupção, não são punidos por causa dos amigos supremos.
O camarada cita o Pazuelo que não era médico como crítica, a atual também não é médica, mas está tudo certo pois é do pessoal do bem do amor, aí não tem problema. Por isso que a banânia não dá certo. O que é certo é errado e o que é errado é certo pra essa turma.
Falam em amor, reconstrução e blábláblá, porém só destilam ódio, mentiras e meia verdades.
Cansa…
Senhores, a conversa já saiu do trilho até chegar na estação do Ministério da Saúde. Por favor, foquem no tema da matéria.
Olhem o tamanho dos orçamentos. São semelhantes em tamanho ao nosso.
As semelhanças acabam aí:
Brasil tem um orçamento de defesa enorme, 90% gasto com salários.
Nossas FFAA desenvolvem produtos e não compram, não mantém a cadeia produtiva ativa,
Perdemos o “Bonde da História” lá no inicio dos anos 70. Hoje o planejamento do brasileiro é perguntar se vai dar praia no final de semana!!