EUA devem enviar munição de urânio empobrecido para a Ucrânia capaz de perfurar a blindagem de tanques russos

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M1 Abrams

Os EUA devem aprovar o envio de projéteis de urânio empobrecido para a Ucrânia que são capazes de penetrar na blindagem de tanques russos, informou o Wall Street Journal.

Por vários meses, o governo Biden vem debatendo se deve fornecer as munições para a Ucrânia, devido a preocupações com seus impactos ambientais e de saúde, informou o veículo.

Mas um funcionário do governo disse que agora não há grandes obstáculos para o fornecimento de munição.

O Insider entrou em contato com a Casa Branca para comentar.

O urânio empobrecido, um subproduto do processo de enriquecimento nuclear, é usado porque é extremamente denso. Quando usado em projéteis de tanques, o material é eficaz porque seu volume pode penetrar na blindagem inimiga.

Como Jake Epstein, do Insider, relatou anteriormente, os projéteis de urânio também esquentam e podem pegar fogo, potencialmente causando explosões de combustível ou munição.

As armas podem dar à Ucrânia uma vantagem nas batalhas de tanques ao lançar sua campanha para expulsar as forças russas do território que ocupam no sul e leste da Ucrânia.

O material é considerado pela EPA dos EUA como um perigo de radiação para a saúde quando inalado como poeira ou estilhaços, mas não emite radiação suficiente para penetrar na pele de fora.

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a “toxicidade química” do metal é o maior perigo e “pode causar irritação na pele, insuficiência renal e aumentar os riscos de câncer”.

O Reino Unido foi o primeiro aliado da Ucrânia a fornecer ao país a munição, que é usada nos tanques Challenger fornecidos à Ucrânia.

A decisão do Reino Unido de fornecer as armas à Ucrânia foi denunciada pelo presidente russo, Vladimir Putin, na época, que disse que as armas têm um componente nuclear e que a Rússia seria forçada a reagir.

Funcionários dos EUA, informou o WSJ, acreditam que é vital para a Ucrânia obter ganhos decisivos em sua contraofensiva, enquanto o apoio bipartidário ao país permanece alto.

Putin perdeu pelo menos dois terços de seus tanques desde o início da invasão, disse em maio o Oryx, um site de inteligência de código aberto com sede na Holanda.

A Rússia tem “reativado” tanques dos 4 ou 5.000 que tem de reserva para serem desdobrados na linha de frente. Muitos desses tanques são da era soviética.

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MFB
MFB
1 ano atrás

A minha questão é a seguinte para quem entender do assunto: Como fica a questão de contaminação do solo? A região é produtora de grãos, correto? Esqueçam a disputa, queria saber sobre isso se possível.

Camargoer.
Camargoer.
Reply to  MFB
1 ano atrás

Olá MFB. O minério de urânio tem cerca de 0,7% de U235 (radioativo). Por isso é radioativo. O uranio empobrecido tem menos U235, então seria menos radioativo, mas ainda é um pouco. O risco á saúde depende do tempo de exposição da pessoa. Espalhar uranio pelo ambiente é ruim. O problema é que o uranio em si é também tóxico. Se inalar a poeria, o pouco de uranio U235 pode causar cancer de pulmão. Se ele for para o sistema circulatório, pode causar sérios danos no rim. Não creio que as plantas possam assimilar uranio em seu sistema, se tornando… Read more »

Maurício.
Maurício.
Reply to  Camargoer.
1 ano atrás

Concordo, é só colocar no Google: “Urânio Empobrecido Iraque”, embora o Google não seja a fonte mais segura para se pesquisar por isso, por motivos óbvios, alguma coisa sempre se encontra, o número de deformidades em crianças e o número de doenças é muito maior em áreas onde os EUA usaram tais munições.

Camargoer.
Camargoer.
Reply to  Maurício.
1 ano atrás

Pois é. O uso do agente laranja na Guerra do Vietnã também causou problemas ambientais de longo prazo.

MFB
MFB
Reply to  Camargoer.
1 ano atrás

Muito obrigado 🙂

Joao
Joao
Reply to  Camargoer.
1 ano atrás

Essa questão é muito interessante.
É bastante óbvio dá probabilidade dessa munição contaminar alguém.
O problema é q essas pesquisas apontam q mais de 500 mil militares americanos se contaminaram…
Ora ora ora, como? 500 mil e pouco era todo efetivo americano embarcado, nas bases aérea e logísticas e na zona de combate. Todos se contaminaram?
Segunda dúvida, porque os outros centenas de milhares da coalizão, não?

Camargoer.
Camargoer.
Reply to  Joao
1 ano atrás

Caro João. Talvez os outros exércitos não se preocuparam em medir o nível de contaminação de suas tropas.

IvanF
IvanF
Reply to  MFB
1 ano atrás

O projétil, quando utilizado, vai liberar particulado radioativo no ar, que vai assentar no solo. Em resumo, onde é utilizado, ficará uma área contaminada.
Nos M1 americanos há uma preocupação extra porque eles utilizam esse material também na blindagem, então eles contaminam o ambiente quando atiram e podem contaminar quando são atingidos.

Lembrando que esse tipo de munição não é exclusividade dos EUA, talvez já esteja em uso no conflito e ninguém tenha falado nada até agora (ou eu que não ouvi falar).

MFB
MFB
Reply to  IvanF
1 ano atrás

Obrigado IvanF

Bosco
Bosco
Reply to  MFB
1 ano atrás

MFB,
Sem dúvida a utilização de urânio em armamentos traz todos os problemas que o Camargoer citou mas estes são infinitamente menores que os problemas imediatos e tardios causados por explosivos, armas de fragmentação, incendiarias, termobáricas , etc. que os russos estão utilizando contra os civis ucranianos.
*Um sujeito que perde as pernas nas minas russas fica com problemas tardios pior do que aquele que eventualmente tenha respirado pó de urânio.

Last edited 1 ano atrás by Bosco Jr
Maurício.
Maurício.
Reply to  Bosco
1 ano atrás

Bosco, sobre as armas de fragmentação, até o nosso Brasil tem culpa no cartório, recentemente envolveram o Brasil em uma polêmica, pois o Brasil exporta foguetes de fragmentação para a Arábia Saudita, que utiliza contra o Iêmen, e de acordo com estudos, cerca de 98% das vítimas dessas munições são civis. Como você sabe, o Brasil é um dos vários países que não aderiu ao tratado de Oslo, o Iêmen, e a Ucrânia são só alguns países que sofrem com isso.

Bosco
Bosco
Reply to  Maurício.
1 ano atrás

Sim , eu sei.
Me referi às minas russas porque é a Guerra na Ucrânia que está agora sendo analisada e acho uma discussão risível essa do pó de urânio fazer mal à saúde tendo em vista o contexto todo.

Maurício.
Maurício.
Reply to  Bosco
1 ano atrás

Bosco, pode ser uma discussão risível para nós, que estamos a milhares de quilômetros de distância, mas o fato é que o urânio faz mal, não importa se as consequências serão a longo prazo, isso não podemos negar.

Camargoer.
Camargoer.
Reply to  Bosco
1 ano atrás

Olá Bosco. São problemas diferentes mas relacionados. No caso, estávamos discutindo a contaminação por urãnio proveniente de munições, mas vocẽ tem razão sobre o problema das munições de fragmentação e dos campos minados. Além disso, como resultado da guerra, há o problema da destruição da infraestrutura civil e da contaminação por outros agentes provenientes da guerra, No Vietnâ teve o agente laranja. A destruição dos carros de combate levam a derramamento de lubrificantes e combustível que contaminam as reservas de água sem falar de outras contaminações com metal pesado (mercurio, chumbo, cromo) provenientes de outras armas. È um desatre.

Bosco
Bosco
Reply to  MFB
1 ano atrás

Isso me lembra a piada do bêbado no velório.
Um bêbado foi num velório e perguntou para a viúva que estava aos prantos ao lado do passante: morreu de quê?
A viúva responde: atropelamento…
O bêbado: foi caminhão?
A viúva: não, foi um fusca
O bêbado: ainda bem.

Carlos
Carlos
Reply to  Bosco
1 ano atrás

Com certeza tem grandes possibilidades de ter problemas futuros. Não esqueçamos do que foi causado pelo regime esquerdista comunista ao usar bombas atômicas para cavar lagos como o Chagan no Casaquistão, extrair diamantes como em Yakutia, criar canais navegáveis como no Canal Pechora–Kama, apagar incêndios em campos de gás ou às centenas de bombas usadas para prospectar campos de petróleo ou milhares de barris que foram jogados por eles ao mar, todos estes lugares ainda tem medição de radiação e se são umas lembrança da tragédia comunista. Mas com certeza os ucranianos tem necessidades que consideram mais urgentes para chegarem… Read more »

Arthur
Arthur
1 ano atrás

Depois o russo ataca um “depósito de combustível da era soviética” e todo mundo fica em polvorosa, com suposta nuvem radioativa etc e tal. Acho que essa história vai se repetir…

Marcelo
Marcelo
Reply to  Arthur
1 ano atrás

A nuvem radiotiva foi mais uma invenção da mídia russa … só que não colou. Mas os russos cavaram trincheiras perto de Chernobyl … será que o Comando Militar da Rússia estava preocupado com a saúde de seus combatentes?

Ademir
Ademir
1 ano atrás

Manda mais que o primeiro lote explodiu no armazém.

Marcelo
Marcelo
Reply to  Ademir
1 ano atrás

Se informa melhor antes de comentar, ok? A investigação da poderosa explosão em Khmelnytskyi, em 13/05/2023, está ficando mais interessante. De acordo com uma investigação da GeoConfirmed, uma conta do Twitter que geolocaliza o conteúdo visual da guerra Rússia-Ucrânia, há pouco para apoiar a noção de que o que foi atingido foi uma instalação onde foram armazenadas “cápsulas de urânio empobrecido”. Por outro lado, há relatórios da mídia pré-guerra e registros públicos que sugerem que se tratava de um depósito de munição da era soviética, que, indicam os relatórios, poderia conter até 30.000 toneladas de munição. Alguns dos artigos sugerem… Read more »

Marcelo
Marcelo
1 ano atrás

A Rússia não precisa se preocupar com o envio de dardos penetrantes de urânio empobrecido, porque essa munição é indicada para uso contra tanques de guerra modernos e veículos fortemente blindados. Diante do que tem acontecido no campo de batalha da Ucrânia, as forças russas estão ficando sem sistemas de armas modernas e é cada vez mais provável que os novos tanques ucranianos tenham que lidar com tanques T-62 e T-55 ou com veículos blindados da época soviética. Dessa forma, os ucranianos podem usar munições mais simples e guardar os dardos penetrantes feitos de urânio empobrecido na estante. Pelo visto,… Read more »

Talisson
Talisson
1 ano atrás

É a mesma turma que ta preucupada com as questões ambientais na nossa Amazônia?

Camargoer.
Camargoer.
Reply to  Talisson
1 ano atrás

Provavelmente sim. Acho que toda pessoa com preocupação ambiental irá se preocupar com a situação na Amazônia, tanto no Brasil quanto nos vizinhos, na situação do pantanal, cerrado, na situação dos aterros sanitários nas regiões de periferia das grandes cidades, nas regiões industriais (é preciso lembrar que Cubatão foi por décadas um desastre ambiental), poluição em rios (tanto nas grandes cidades quanto nas pequenas), no risco de vazamento de óleo de plataformas, oleodutos e acidentes com petroleiros. Acho que os mais conhecidos seria a explosão da plataforma Deepwater no Golfo do México e do Exxon Valdez na costa do Alasca.… Read more »

Mafix
Mafix
Reply to  Camargoer.
1 ano atrás

Se preocupação ambiental fosse real todos os paises preocupados reflorestariam onde tem lavoura e minas de carvão .
(fora outros negocios que eles tem na africa e aqui na america do sul que destroi o local onde é explorado)

Camargoer.
Camargoer.
Reply to  Mafix
1 ano atrás

Caro. O movimento ambientalista nasce dentro dos grupos que protestavam contra as armas nucleares. A questão ambiental é anterior ao debate sobre mudanças climáticas. Os mais velhos se lembram da cidade de Cubatão, perto de Santos. Era considerado um dos locais mais poluídos do mundo. A poluição era de tal ordem que passou a prejudicar a cobertura florestal da Serra do Mar, criando um risco de desmoronamento que destruiria todo o complexo industrial de Cubatão. Por isso, foi preciso implementar um programa de despoluição e reflorestamento. Perceba que a questão ambiental é muito mais complexa do que se supõe. Nem… Read more »

Maurício.
Maurício.
Reply to  Talisson
1 ano atrás

É exatamente a mesma…rsrsrs.

Mafix
Mafix
Reply to  Talisson
1 ano atrás

Muda o fato que toda hora eles vem falar de Amazonia ?

sub urbano
sub urbano
1 ano atrás

Brasil importa trigo daquela região. Provavelmente qm ta lendo esse comentario vai comer um pouco desse uranio fornecido pelos americanos em um pãozinho de sal ou macarrão.

Camargoer.
Camargoer.
Reply to  sub urbano
1 ano atrás

Olá Sub. Eu não acredito que o trigo possa ser prejudicado pela contaminação com urânio proveniente das munições, contudo. é muito provável que as populações que voltem a residir nas áreas onde estas munições foram empregadas correm um risco considerável.

José Baracho
José Baracho
1 ano atrás

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