A ‘batalha do Meyer’: colocando o mapa da frente ucraniana em perspectiva

Acostumados com as dimensões e distâncias do Brasil, frequentemente podemos nos atrapalhar um pouco na hora de colocar em perspectiva os mapas da guerra na Ucrânia, um país cuja área (pouco mais de 600 mil km2) equivale aproximadamente à soma dos estados  de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Para ajudar, trazemos aqui um mapa publicado há poucas horas pela BBC sobre os últimos avanços ucranianos em sua contra-ofensiva, especialmente no fronte sudeste.

Nessa região, analistas veem como possível objetivo ucraniano a recuperação de Tokmak, posição-chave que poderia levar a um isolamento da Crimeia em relação a outras áreas ocupadas pela Rússia e um rápido avanço até o mar de Azov. Ou a um colapso do exército ucraniano, por atrito, caso fique preso por muito tempo à conquista ou cerco da cidade.

Reparando na escala marcada no canto inferior direito do mapa, com a marcação da distância equivalente a 20 km, percebe-se que a distância entra a linha de frente e o Mar de Azov fica entre 40km e 50km em algumas áreas.

Não é muito, quando pensamos em Brasil (obviamente, existem as dificuldades dos terrenos e, principalmente, das defesas russas entre um ponto e outro).

Para quem conhece a cidade do Rio de Janeiro e as vizinhas da Baixada Fluminense, seria (grosso modo) comparável à linha de frente estar em Duque de Caxias, o mar de Azov ser o litoral na Barra da Tijuca e Tokmak estar mais ou menos no Meyer, como se vê nesta captura de tela do Google Maps.

Talvez estejamos exagerando um pouco, afinal não se trata de uma linha reta. Pensemos então nessa linha um pouco mais longe, em Nova Iguaçu. Não importa. A diferença é pequena para a realidade da guerra na Ucrânia, quando comparada às distâncias com as quais estamos acostumados no Brasil. Nas próximas semanas, estaremos talvez acompanhando os desafios da batalha do Meyer, quer dizer, de Tokmak.