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Por Willian Waack

O desencontro entre os presidentes do Brasil e da Ucrânia, respectivamente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Volodymyr Zelensky, no G7 foi o desencontro entre duas visões de mundo.

Zelensky transformou-se em herói internacional por defender seu país, atacado brutalmente por um adversário superior que nega o direito da Ucrânia de existir.

Lula coloca o agressor e o agredido como dois lados quase iguais numa guerra de conquista iniciada sem provocação, embora reconheça que a integridade territorial da Ucrânia tenha de ser respeitada.

A guerra da Ucrânia criou uma unidade dentro do G7 como não se via há décadas e uma disposição de impor um altíssimo preço ao agressor, a Rússia.

Lula acha que os países ricos fracassaram nesse contexto. E o que é esse contexto? É a tentativa de virar de cabeça para baixo a ordem liberal internacional via guerra na Ucrânia, mas não só: virar de cabeça para baixo a ordem internacional através de um eixo autocrático centrado na China e na Rússia.

Nesse sentido, é particularmente desastrosa a frase de Lula sobre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, cujo discurso, segundo ele, não estaria ajudando.

O discurso de Biden é simplesmente o de reiterar aquilo que está na Carta das Nações Unidas (ONU), que é o respeito à integridade territorial dos países e a renúncia à força nas relações internacionais.

É a natureza desse conflito que Lula não entendeu. É o que está implícito na destruição da ordem internacional que Lula não entendeu. É o que realmente dá estatura a líderes internacionais o que Lula não entendeu.

FONTE: CNN Brasil