Mudança no comando da logística russa busca melhorar fornecimento de munições para as frentes de combate

Alexey Kuzmenkov agora ocupa o lugar de Mikhail Mizintsev, o ‘Açougueiro de Mariupol’, para enfrentar os crescentes problemas de Moscou em manter as tropas da linha de frente abastecidas

O Kremlin nomeou um sucessor de Mikhail Mizintsev, conhecido pelos militares ucranianos como o “ Açougueiro de Mariupol ”, à frente da logística do exército russo. Desde a semana passada, o coronel-general Alexey Kuzmenkov foi encarregado de supervisionar um dos maiores desafios de Moscou em sua guerra em andamento: garantir suprimentos no front. Kuzmenkov representa uma nomeação de continuidade no cargo de vice-ministro da Defesa para Logística, departamento responsável por sustentar toda a máquina militar do Kremlin . Tendo servido anteriormente como vice-diretor da Guarda Nacional, Kuzmenkov foi nomeado no final da semana passada pelo ministro da Defesa, Sergei Shoigu, após a inesperada demissão de Mizintsev após oito meses no cargo.

Nascido em Donetsk, uma das regiões da Ucrânia anexadas ilegalmente pela Rússia no ano passado , Kuzmenkov tem larga experiência na retaguarda militar. Sua nomeação é a resposta do Kremlin a um dos problemas mais prementes que o exército russo enfrenta na Ucrânia: o fornecimento de munição. Até Vladimir Putin reconheceu o problema e Yevgeny Prigozhin, chefe do mercenário Wagner Group , fortemente envolvido nas operações de linha de frente na Ucrânia, reclama periodicamente da falta de suprimentos e equipamentos.

A mídia pró-Kremlin foi rápida em vincular a nomeação de Kuzmenkov ao fornecimento de armas para as tropas da linha de frente. “No decorrer da operação militar, surgiram sérios problemas de apoio material e técnico às tropas, que um gestor altamente profissional nesta área deve resolver”, disse um dos jornais mais antigos da Rússia, Komsomolskaya Pravda , ao saber da decisão do Kremlin . escolha como seu novo chefe de logística.

Entre as realizações de Kuzmenkov notadas pela mídia russa está sua participação no plano para fornecer rapidamente armamentos e suprimentos necessários às unidades russas destacadas na guerra civil síria, na qual o Kremlin começou a se engajar ativamente em 2015. Formado pela Volsk Higher Military School of Logística, Kuzmenkov começou sua carreira como oficial nas Forças Terrestres Russas e continuou a subir na hierarquia, sendo nomeado Vice-Chefe do Departamento de Suporte de Recursos em 2011 e Chefe do Estado-Maior de Logística das Forças Armadas Russas em 2014.

Foi promovido novamente em 2018 a Subcomandante das Forças do Distrito Militar Sul para Fornecimento Material e Técnico e um ano depois foi nomeado vice-diretor da Guarda Nacional, força independente que responde diretamente a Putin.

Kuzmenkov foi adicionado à lista da União Europeia de funcionários e empresários russos sancionados em julho de 2022, após a invasão da Ucrânia por Moscou. Entre as razões para sua inclusão estava o fato de que, como vice-diretor da Guarda Nacional, responsável pela segurança interna, ele estaria por trás da ordem para reprimir os protestos contra a ocupação russa em Kherson – que já foi libertada – Henichesk, Berdiansk e Mariupol .

Ele também é suspeito de envolvimento nos supostos assassinatos, estupros e torturas de civis em Bucha no início da invasão russa em março de 2022, e é acusado de ordenar à Guarda Nacional a prisão de cidadãos ucranianos e de estabelecer administrações militares nos territórios ocupados. , que a UE declarou que torna Kuzmenkov responsável por “apoiar ou implementar ações ou políticas que prejudiquem ou ameacem a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia”.

FONTE: El País