Análise das fortificações russas no perímetro operacional da Guerra na Ucrânia
Por Rodolfo Queiroz Laterza [1]
1 – Introdução
Desde as ofensivas bem-sucedidas empreendidas pelas Forças Armadas da Ucrânia – FAU nos meses de setembro e outubro de 2022, as forças russas passaram a uma fase de defesa ativa conjugada com operações de reconhecimento em força para ampliação pontual do controle da linha de contato e ofensivas pontuais em Donbass.
A partir de janeiro, a Organização do Tratado do Atlântico Norte – OTAN, bloco militar fundado em 1949 e liderado pelos Estados Unidos da América – EUA, tem estruturado, financiado e provido formações de novas brigadas de combate das FAU (para maiores informações, veja nosso artigo https://historiamilitaremdebate.com.br/sobre-a-formacao-de-novas-tropas-nas-forcas-armadas-da-ucrania/), com o propósito de impulsionar uma grande ofensiva para retomada de controle de áreas estratégicas sob domínio russo.
Sobre a ofensiva das FAU, conforme estudado em nosso artigo, os desdobramentos potenciais podem ser os seguintes:
- Eixo Kherson: assalto ribeirinho à margem esquerda do Rio Dnieper, tomando algumas ilhas fluviais e estabelecendo um controle de alguns assentamentos; probabilidade: média; efetivo a ser empregado nesta operação: em torno de 11-15 mil soldados.
- Limitações: complexidade logística, limitações de meios para desembarque anfíbio (poucos barcos), ampla rede de artilharia russa no perímetro; efetivo russo suficiente para conter os assaltos; dificuldade de reconhecimento das vulnerabilidades das linhas defensivas russas por DRGs; dificuldade de travessia do Dnieper por ser caudaloso.
- Eixo de Zaporizhzhia: ataques a partir de Orikhovo, Porogi ou Vuhledar para tentar chegar a Tormak e Melitopol. Efetivo: até 50 mil em linha de frente.
- Dificuldades: é o setor do front com maior estrutura de fortificações, bunkers, linhas de defesa e minagem antitanque por forças russas. Geograficamente qualquer ataque é adverso, por ser um terreno aberto com poucas áreas arborizadas, plano e lamacento. A vigilância por drones é muito alta e a detecção antecipada de qualquer ataque facilita a força de defesa – vide o ataque russo fracassado de fevereiro em Vuhledar e os 4 ataques de reconhecimento em força das forças ucranianas em março com perdas colossais. Além disso, o efetivo russo é significativo nesse setor, que está infestado de redes de defesa aérea em multicamadas e tem facilidade logística de suprimentos a partir do corredor terrestre rodoviário e ferroviário da Crimeia.
- Eixo de Soledar – Bakhmut: um ataque em movimento de flanqueamento operacional para retomar partes destas cidades e assentamentos adjacentes. Efetivo: 50 mil só no eixo de Soledar e 70-80 mil no eixo de Kramatorsk – Konstantinova – Chasov Yar. A maior parte das reservas ucranianas estão neste setor.
- Dificuldades: é o setor com maior densidade de artilharia russa e empregos de meios operacionais das forças russas, permitindo uma superioridade qualitativa e quantitativa. O custo de qualquer contraofensiva nestes setores poderia arruinar de vez o potencial de combate das FAU.
- Eixo de Svatovo-Kreminna: com a ampliação da linha de contato e fortificações estabelecidas pelas forças russas, além das perdas ucranianas irrecuperáveis desde novembro de alta magnitude, será bastante difícil uma ofensiva como a de setembro.
- Dificuldades: menor efetivo das FAU, diante da mobilização de reservas redistribuídas para a defesa de Bakhmut e Vuhledar; forças russas mais bem abastecidas por Belgorod; terrenos com muitas florestas plantadas.
- Ataque a assentamentos russos de fronteira, em Bryansk e Belgorod: a fronteira é porosa, com muitos DRGs ucranianos promovendo incursões diárias para sondagem e ataques a alvos estratégicos. Criaria forte impacto midiático e sensação de pânico na sociedade russa ter assentamentos ainda que pequenos controlados por forças ucranianas em território nacional, gerando instabilidade política e social, além de distrair as forças russas de outros setores do teatro de operações.
- Dificuldades: o tempo de permanência das cabeças de ponte e dos controles seria muito limitado e a mobilização russa levaria a uma decretação de guerra total com consequências imprevisíveis.
A futura ofensiva ucraniana exigirá consideravelmente mais tropas, tanques, barragem de artilharia e apoio aéreo do que foi implantado no verão e no outono passado, quando as FAU empreenderam contra-ofensivas bem-sucedidas nas províncias de Kharkiv e Kherson.
Naquela época, as forças russas estavam com efetivo muito limitado (em torno de 135 mil homens), com problemas de interoperabilidade e coordenação entre suas formações de combate heterogêneas (regulares, batalhões de voluntários, formações da Rosguardia, milícias separatistas e PMCs) e, diante do planejamento operacional da OTAN em conjunto com as FAU focado em explorar as vulnerabilidades das áreas fragilmente controladas pelas suas escassas forças, não formaram sólidas linhas defensivas, permitindo ataques rápidos e com ampla superioridade de manobra pelas forças ucranianas e mercenários.
Tal contexto foi o suficiente para as forças ucranianas organizarem ataques com pequenas unidades de infantaria apoiadas por veículos blindados leves (muitos deles do tipo “technicals” – maiores informações ler o artigo https://historiamilitaremdebate.com.br/a-importancia-dos-technicals-na-guerra-contemporanea/) que usaram táticas de ataque e fuga para romper as posições russas. A estratégia das forças ucranianas nesses ataques baseou-se na doutrina militar da OTAN, dando autonomia aos comandantes de batalhão no terreno e acompanhada por barragens de artilharia de alta precisão que golpearam duramente a retaguarda russa e as suas linhas de abastecimento.
As especulações de diferentes analistas sobre a certeza do sucesso operacional da ofensiva ucraniana é contraditada por análises que levam em consideração o treinamento muito acelerado e precário das novas brigadas de combate ucranianas; o maior efetivo empregado pela Rússia no teatro de operações a partir da mobilização parcial decretada em 24 de setembro; a maior consciência situacional qualitativa das forças russas com ampliação de uso dos sistemas de reconhecimento, vigilância, inteligência e coleta de informações; e, finalmente, a ampla rede de fortificações construídas ao longo de todo perímetro operacional, sobre o qual irá este estudo analisar.
2 – Análise das fortificações russas por pesquisa OSINT
A metodologia usada para o embasamento deste estudo será a partir de técnicas de investigação OSINT (inteligência de fontes abertas) e open source research, bem como uso de fontes analíticas diversas segmentadas ao final deste ensaio.
Desde novembro, com a assunção do General Surovikin no comando das forças russas no teatro de operações da Ucrânia, mais de 800 quilômetros de trincheiras, valas antitanque, dentes de dragão (obstáculos de concreto armado para impedir o trânsito e avanço de veículos blindados), concentrações de metralhadoras de emprego geral e sistemas antitanque em espessas estruturas de concreto e bunkers formam uma linha defensiva protegendo o território ocupado pela Rússia na Ucrânia. Desde o verão passado, as forças ocupantes vêm construindo uma enorme barreira defensiva para conter a esperada contra-ofensiva ucraniana.
Dessa forma, ao longo dos territórios ocupados – não apenas nas linhas de frente de Kherson, Zaporizhzhia, Donbass e Kharkhiv, mas também nos municípios russos atrás delas – a Rússia ergueu barreiras defensivas não vistas na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Quando, em meados de outubro, Prigozhin pediu a preparação de linhas de defesa ao longo de toda a fronteira com a Ucrânia, ele também disse que seu representante empresarial estava construindo “estruturas defensivas” na região de Belgorod. O governador da região, Vyacheslav Gladkov, confirmou a construção de uma linha de defesa ao longo da fronteira com a Ucrânia, chamando-a de nova “linha de entalhe”. Este termo foi usado para descrever as fortificações que nos séculos XVI a XVII protegiam o reino russo dos ataques da Criméia-Nogai. Belgorod é um importante centro logístico para o abastecimento do exército russo, por isso é um alvo militar valioso para ataques das forças ucranianas.
As forças russas também fortificaram as cidades para transformá-las em redutos atrás das primeiras linhas de defesa, de modo que as forças ucranianas terão que tomar uma a uma para evitar deixar unidades inimigas em sua própria retaguarda e terão que cobrir flancos abertos que se formarão conforme os ataques ampliem saliências e profundidade.
Em Zaporizhzhia e na área ocupada da província de Kherson, duas áreas consideradas como altamente possíveis de serem alvo da ofensiva ucraniana, a Rússia construiu três linhas defensivas paralelas de 120 km (75 milhas) de comprimento, cada uma com cerca de 15 km de distância e todas seguindo o mesmo sistema: uma primeira linha de trincheiras de combate com arame farpado, precedida de por campos minados; depois dentes de dragão, fossos antitanque e mais trincheiras com posições adicionais para tanques cavados atuarem como artilharia – fundamentalmente T-55 e T-62M.
Em setembro do ano passado, Yevgeny Prigozhin, informou que o Wagner PMC, empreiteira militar privada que lhe pertence (para maiores informações leia o artigo https://historiamilitaremdebate.com.br/os-mercenarios-do-grupo-wagner/) , havia começado a construir uma linha de defesa perto da cidade de Gorskoye, região de Lugansk. De acordo com o mapa publicado pela RIA FAN, a “Linha Wagner” deve se estender para o leste da fronteira russo-ucraniana até Kremennaya e depois para o sul até Svetlodarsk. O comprimento da linha pode chegar a 217 km.
Essas zonas que compõem as fortificações e linhas de defesa consistem em uma primeira linha de posições de combate avançadas seguidas por duas zonas defensivas quase inseparáveis e mais complexas, conforme iremos analisar em imagens a seguir.
3 – Imagens a análise da eficácia das fortificações russas
Muitas imagens de satélite fornecidas à mídia, incluindo Washington Post e El País pela Maxar Technologies, revelaram os contornos desse vasto projeto de fortificação.
A própria presença de tais linhas e fortificações obriga a força adversária a mudar a direção do ataque. Se for adiante um avanço frontal ou uma manobra operacional de flanqueamento, corre-se o grande risco de se tornar um alvo fácil para a artilharia guiada por sistemas de reconhecimento por drones, pois a força atacante levará tempo para o equipamento romper os “dentes” de dragão (destruir ou movê-los) e superar os ressaltos, escavados e trincheiras minadas.
Além disso, linhas bem fortificadas possibilitam o uso de menos pessoal e equipamentos para mantê-los. Isso, em tese, libera recursos materiais e humanos para serem utilizados em outras áreas.
Os padrões modernos para a colocação de “dentes de dragão” são difíceis de avaliar com o conjunto de fontes consultadas neste estudo, mas de acordo com as recomendações do Military Engineering Journal (nº 10, 1944), a distância entre as estruturas seguidas deve ser de cerca de quatro metros. Um artigo da década de 1980 do escritor militar russo e engenheiro do exército soviético Yuri Veremeev afirma que a distância entre os blocos deve ser ligeiramente menor que o comprimento do tanque inimigo. Sua largura é de pouco mais de 3,4 metros. Ao mesmo tempo, as estruturas devem ser construídas em 4 filas, pelo que são necessários até mil “dentes de dragão” por quilómetro de fortificações.
Em meados de março, quatro áreas são claramente visíveis na imagem de satélite. Um deles começa em Perekop Bay, o segundo e o terceiro estão localizados em ambos os lados da rodovia E-97. Outro sistema de trincheiras fica perto da própria aldeia de Filatovka.
4 – Considerações finais
Em nosso entendimento, corroborado por várias análises, tentar uma ofensiva contra várias linhas de trincheiras, campos minados e obstáculos com ninhos de metralhadoras não é eficaz sem o apoio de artilharia suficiente e de aeronaves de combate.
Além disso, depositar excesso de expectativa no uso de tanques e veículos blindados de combate de infantaria é equivocado, pois a guerra em curso é adversa para o emprego destes sistemas de armas, diante da profusão de minas antitanque e características do terreno (aberto, lamacento, plano e com corredores estreitos) que tornam a escala de perdas de blindados por ambas as forças beligerantes em nível muito alto.
Ademais, para atingir os objetivos proclamados na ofensiva ucraniana (dominar todo front sul, inclusive a Crimeia) será exigido um nível extraordinário e inaudito de profissionalismo para coordenar todos os ramos das forças armadas envolvidos em um ataque. Ainda que as forças ucranianas possam atualmente exceder a superioridade de três para um em número de tropas que a teoria militar prescreve como necessária em operações ofensivas, o número de baixas e perdas materiais será grande e pode gerar sobrecarga e exaustão operacional em mais de três semanas de ofensiva continua.
Em artigo publicado no periódico eletrônico War on the Rocks, o professor Stephen Biddle afirmou que o equilíbrio das forças opostas testemunhado até agora durante a guerra augurava que uma contra-ofensiva alcançaria ganhos modestos, afirmando que onde as defesas foram profundas, apoiadas por reservas operacionais e uma linha de frente bem preparada, blitzkriegs bem-sucedidas têm sido praticamente impossíveis quase um século de mudança tecnológica. De acordo com o professor da Universidade de Columbia, forças atacantes bem treinadas e eficazmente dirigidas com superioridade numérica podem alcançar progresso no terreno, mas lentamente e com grande custo em perdas de pessoal e armas.
A Ucrânia terá usar sua vantagem em consciência situacional qualitativa provida pela ampla rede C4ISR da OTAN para efetivar ataques de precisão que depreciem e interrompam as linhas de abastecimento, fortificações e postos de comando das unidades de combate russas, além de atingir com máxima eficácia depósitos de combustível e depósitos de armas atrás das linhas primárias de defesa russas.
Os militares ucranianos, que receberam tanques pesados e canhões de longo alcance de seus aliados ocidentais nas últimas semanas, prometeram lançar uma nova ofensiva importante assim que o tempo permitir. Kiev não divulgou os números, mas Yevgeny Prigozhin, chefe do grupo paramilitar russo Wagner, que está na linha de frente, disse que Moscou deve estar pronta para repelir forças ucranianas situadas entre 200.000 e 400.000 combatentes.
As fortificações foram consideradas por muitos como um “anacronismo estratégico”, porém, as áreas fortificadas das próprias Forças Armadas da Ucrânia tornaram-se um obstáculo significativo ao avanço rápido das tropas pelo fato de estarem prioritariamente localizadas principalmente nas cidades e em outros assentamentos.
Alega-se que, para romper com eficácia a defesa russa, as FAU precisarão criar uma superioridade numérica múltipla e usar barragens de artilharia massivas com ataques de precisão. Mas, para impedir ataques maciços que certamente irão romper as linhas de defesa de primeira camada em alguns setores do front, a reserva operacional das Forças Armadas da Federação Russa terá que empregar os cerca de 150.000 combatentes da recente convocação da mobilização parcial de setembro do ano passado. Os veículos blindados ucranianos providos pelos países da OTAN terão que superar a dura oposição de armas antitanque espalhadas ao longo das fortificações: estima-se que haja 800 sistemas antitanque com 4 mil mísseis implantados na primeira linha da zona fortificada russa por setor; os sistemas antitanque implantados na segunda linha de defesa estão sendo saturados devido à produção em massa dos complexos antitanque Kornet e Metis.
As batalhas a eclodirem em breve serão determinantes para indicar o curso, rumo e desfecho do conflito, o mais sangrento da Europa após a Segunda Guerra Mundial.
Fontes consultadas
- https://www.ft.com/content/01a819c0-82f5-4eb3-b012-9dc97d93cde6&ved=2ahUKEwjrvPP5-8T-AhX7LrkGHU2mBfYQFnoECC0QAQ&usg=AOvVaw3Hv-FVKbLZvNoK08XMPjm5
- https://www.nytimes.com/interactive/2022/12/14/world/europe/russian-trench-fortifications-in-ukraine.html&ved=2ahUKEwjrvPP5-8T-AhX7LrkGHU2mBfYQFnoECBIQAQ&usg=AOvVaw3hRCaBsFl8HDmjBwxeUdY
- https://www.pravda.com.ua/eng/news/2023/04/4/7396308/index.amp&ved=2ahUKEwjrvPP5-8T-AhX7LrkGHU2mBfYQFnoECDAQAQ&usg=AOvVaw0w9IphUp4i4QaGT7sMcwxe
- https://www.thedrive.com/the-war-zone/ukraine-situation-report-russia-building-up-zaporizhzhia-fortifications&ved=2ahUKEwjrvPP5-8T-AhX7LrkGHU2mBfYQFnoECDIQAQ&usg=AOvVaw26zaakLQUa1mqDeytOs7B4
- www.topwar.ru
- https://warontherocks.com/2022/11/ukraine-and-the-future-of-offensive-maneuver/
- https://www.washingtonpost.com/world/interactive/2023/ukraine-russia-crimea-battle-trenches/&ved=2ahUKEwjrvPP5-8T-AhX7LrkGHU2mBfYQFnoECA4QAQ&usg=AOvVaw05Zu1GtdlnM3XdEAYm0eeJ
- https://www.washingtonpost.com/world/interactive/2023/ukraine-russia-crimea-battle-trenches/%23:~:text%3DAfter%2520weeks%2520of%2520digging%252C%2520the,trench%2520system%2520stretching%2520several%2520miles.&ved=2ahUKEwjrvPP5-8T-AhX7LrkGHU2mBfYQFnoECFkQBQ&usg=AOvVaw05Zu1GtdlnM3XdEAYm0eeJ
[1] Delegado de Polícia, Mestre em Segurança Pública, historiador, pesquisa sobre geopolitica e conflitos militares.
Belo texto!
“fossos antitanque e mais trincheiras com posições adicionais para tanques cavados atuarem como artilharia – fundamentalmente T-55 e T-62M“.
Um cenário plausível para o empregos dos tanques da discórdia.
Isso já foi dito atropelos Russos e mostrado aqui mesmo no fórum. Os T-55 e os T-64M foram atualizados com periscopio elevadiço para ter a melhor visão possível das trincheiras e obstáculos, sendo operados pelos separatistas.
“Um cenário plausível para o empregos dos tanques da discórdia.”
Na minha opinião, a maioria do pessoal achou ou ainda acha, que os T-55 ou até mesmo os T-62 serão enviados para a linha de frente, para enfrentarem os Abrams, Challengers e Leopards, o que na minha opinião, seria loucura, praticamente um suicídio por parte dos russos, por isso que eles são os “tanques da discórdia” como você disse.
Exatamente esse o sentido empregado.
Exatamente!!
Os Russos continuam fortalecendo estas linhas. O tempo corre contra os ucranianos.
Tomara que estas defesas consigam barrar os ucranianos. Vamos ver onde será esta ofensiva
Queria ver mesmo era os ucranianos tentando atacar Belgorod. É tudo que a Rússia precisa.
Já foi falado várias vezes aqui na Trilogia como os russos usam esses tanques “dinossauros” na guerra.
Viram canhões de artilharia em linhas de defesa. Até fotos e vídeos já foram postados.
Mas o pessoal prefere fingir que não sabe e fica tirando sarro.
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EDITADO
2 – Mantenha o respeito: não provoque e não ataque outros comentaristas, nem o site ou seus editores;
https://www.forte.jor.br/home/regras-de-conduta-para-comentarios/
T-62 modernizando(tem blindagem Kontakt -1 e sobrancelhas de brezhnev) são iguais ao t-64 ucraniano ou t-72 A(eles são iguais a leopardo 2a4)…combates de blindados são agora em distâncias curtas,geralmente a 1000-1200 m…então e tudo igual nos dias de hoje… importante e a modernicao …
E os t-55 são usados como artilharia para guerra urbana e alguns como alvos falsos para a ucrania gastar os himers milionários…re
Parabéns ao texto, leio com gosto este artigo.
“Ainda que as forças ucranianas possam atualmente exceder a superioridade de três para um em número de tropas…”
“…com superioridade numérica podem alcançar progresso no terreno, mas lentamente e com grande custo em perdas de pessoal e armas…”
Podem conquistar alguns kms de terreno, mais da certeza em perdas grandes de homens e equipamentos o que comprometeria de forma definitiva as forças ucranianas rsrsrs
É certo que já deu início a ofensiva Ucraniana assim como a contra ofensiva russa, nenhum dos lados quer assumir e ter que se justificar um possível fracasso.
Dessa vez, a ofensiva contará com tanques ocidentais, veículos de combate de infantaria ocidentais, artilharia e uma variedade de outros sistemas, e o tipo de treinamento e desenvolvimento de unidade que permitirá à Ucrânia pela primeira vez tempo para realizar operações de armas combinadas nesta guerra em particular – algo que a Rússia não fez no passado e algo que os ucranianos fizeram, em grau modesto, na ofensiva de Kharkiv no outono passado. O uso de tanques junto com a infantaria para manter a infantaria inimiga e seus mísseis guiados antitanque fora dos tanques, com artilharia e morteiros suprimindo o inimigo, e com engenheiros e disposição de munições explosivas para reduzir obstáculos e desarmar minas, com defesa aérea junto com os tanques para manter o ar do inimigo longe deles e a logística logo atrás deles com munição adicional, comida, combustível, água, apoio médico e suprimentos, bons comando e controle do lado ucraniano, guerra eletrônica para degradar as comunicações dos russos. Talvez o mais importante de tudo, logo atrás dos elementos principais, unidades adicionais que podem explorar os ganhos das forças principais algo que realmente não existia o suficiente em Kharkiv no outono passado, de modo que quando a capacidade física das forças foi alcançado, depois de uma semana ou mais, não havia nada para avançar e explorar da maneira que acho que veremos neste verão.
O avanço certamente será em varias frente e sempre procurando ganhar vantagens nos flancos desguarnecidos ou de estatura frágil e assim fazer um pedaço de cada vez. Será garantir que os russos não sejam capazes de reforçar ou reabastecer a Crimeia através da parte sudeste da Ucrânia, de modo a cortar a linha terrestre de comunicações que eles alcançaram com sua ofensiva na primavera e no verão passados. E então, em segundo lugar, provocar o desmoronamento, talvez até o colapso, das forças russas em uma área bastante ampla do sul da Ucrânia, à medida que libertam mais do território ucraniano que os russos capturaram no ano passado.
Veículos ocidentais que são tão vulneráveis a armas anti-tanque quantos os veiculos Russos, operados por tropas sem experiencia de combate, treinados as pressas e portanto sem treinamento adequado pelo método da OTAN, contra uma tropa Russa mais bem preparada para ações defensivas.
Não será fácil como da última vez.
Vale a pena ver a Batalha por Cyclops para sentir como uma simples trincheira russa pode ser um inferno defendido por bunkers que, por sua vez, são praticamente invisíveis e só podem ser atacados através da conquista da trincheira.
O mesmo vale para trincheiras ucranianas…
O problema é quem vai ter que se expor para avançar são os ucranianos e evidente estarão muito mais vulneráveis do que os russos.
Trabalho de engenharia de combate requer muito profissionalismo e equipamento de ponta para garantir mobilidade das forças ucranianas e não sabemos o grau está esse treinamento/equipamento fornecido pela Otan.
É uma boa matéria, mas acho que faltou falar dos engenheiros ucranianos…desse jeito assusta….rs
Alguem sabe como estão as forças aeromoveis e paraquedistas ucranianas?
As tropas automóveis e paraquedistas Ucranianas viraram infantaria comum pois a Ucrânia não tem aviação de transporte para emprega-las como deveriam e mesmo que tivesse, seria suicídio devido às defesas anti-aérea Russas e a aviação de caça.
Sinceramente não estou confiante na ofensiva ucraniana não. Os ucranianos não tem, o que considero o principal, mísseis de longo alcance (mínimo de 300km de alcance), artilharia de precisão com igual alcance para atingir as bases de suprimentos bem distantes das linhas de combate. Se não houver o fustigamento desses importantes pontos, na guerra de atrito, a vantagem é russa(mais equipamentos, mais carne para moer).
Duas outras ações que deveriam ser prioridade pela Ucrânia, no meu entender, a tentativa de derrubar aquela ponte na Crimeia e atingir parte, ou até quem sabe, todo o porto de Sevastopol; seria um movimento estratégico ímpar, além de funcionar como combustível midiatico e de moral para as tropas.
Mas, como conseguir isso sem mísseis e artilharia de longo alcance, não vejo como.
No corpo a corpo, dependendo exclusivamente da artilharia de ponto, sem um suporte aéreo forte e coeso(poucos caças), acho difícil. Talvez mais alguns quilometros, e nada mais.
Depende da situação. Se cortarem as linhas de abastecimento, a quantidade pouco importa para quem estiver a defender, como o que aconteceu em Kherson e na ofensiva a norte.
E a Crimeia é uma península, quase uma ilha. É muito mais fácil atacar os poucos pontos que ligam ao resto do país do que a ponte de Kerch.
Os Russos não conseguem defender toda a linha com a mesma força em caso de uma ofensiva. A iniciativa agora pertence à Ucrânia, a Rússia resta esperar e fazer alguns ataques esporádicos.
A Ucrânia também não tem como atacar em todas as frentes, acho que nos Russos vão esperar para ver onde a Ucrânia vai atacar e bombardear pesado o local concentrando seus ataques no local do avanço Ucraniano.
Hcosta,
“Depende da situação. Se cortarem as linhas de abastecimento, a quantidade pouco importa para quem estiver a defender, como o que aconteceu em Kherson e na ofensiva a norte.”
Foi exatamente o que falei, quebrar as linhas/bases de suprimentos; quem tem que informar é o serviço de inteligência estacionado nos quatro oblasts. Localizar é a metade da missão, a outra metade é atingir o alvo, mas, como fazer sem mísseis? A não ser que seja por operações de sabotagem, que nós sabemos que não interfere no todo, uma ou outra equipe tem êxito, porém, a maioria falha.
A Ucrânia precisa de algo mais efetivo, e isso se conseguiria com os mísseis de longo alcance, como o nosso MTC-300 (só o exemplo), a OTAN não forneceu nada do tipo, e sem isso, no meu entender, será mais um banho de sangue, muita carne moída e pouca efetividade.
Normalmente é o verão que vem depois da primavera. Só que o tempo anda tão maluco que pode ser que pulem o verão esse ano.
Quase infartei de tanto rir
Uma dúvida, as forças ucrânias tem condições de fazer uma ataque com parequedistas na retaguarda ruusa de Kherson?
Me refiro a algo similar ao que as forças paraquedistas fizeram na normandia.
como os Russos fizeram no início e se arrependeram…
Mas talvez assaltos aéreos… Não sei a quantidade de helicópteros…
Não hã aviões para um assalto aeroterrestre.
Cabe uma pesquisa se não houve pedidos de aviões de transporte ou se a Otan se recusou a doar (cabe reflexão)
Fora os aviões de transporte, a Ucrânia teria que ter alguns caças Mig-29 ou Su-27 para a escolta, e mesmo assim, seria muito perigoso, com o tanto de defesa aérea russa e radares, fora o fato dos Mig-29 e Su-35 russos terem aviônica, radares e mísseis mais avançados, fora as aeronave AEW russas que podem dar suporte.
Quem tudo defende, nada defende! A Rússia está espalhando linhas de defesa nos territórios iligalmente ocupados na Ucrânia. Muito bem. Mas qual é a real qualidade dessas defesas? E qual é a real capacidade da Rússia de defender essas linhas tão extensas? Será que a artilharia russa ainda estara operacional após o início dos ataques ou será transformada em sucata metálica retorcida e chamuscada como cansamos de ver. Alvos estáticos são fáceis de identificar, engajar e destruir. Fotos de dentes de dragão e de arame farpado são impressionantes, até que sejam explodidos ou soterrados.
É verdade, mas para explodirem e soterrados, tem que ter muita munição e muitos combatentes, ou você acha que a Rússia vai só ficar olhando?
Melhor conteúdo que li sobre a guerra na Ucrânia desde que a guerra começou. Parabéns pelo texto, pelo detalhamento das informações e pela imparcialidade!
Como comandante de tropas você já era kkkkkk.
Esses textos do Rodolfo Laterza estão entre os mais coerentes que leio na internet. Poucos sites gringos possuem material dessa qualidade.
Os russos levaram um “corridão” em Kherson e Kharkiv, mas aprenderam a lição e fizeram o dever de casa.
Será muito difícil a Ucrânia obter algum avanço muito significativo nessa contra-ofensiva.
Por três fatores.
Os milhares de mísseis anti-tanque que estão posicionados nessas linhas.
A superioridade aérea russa, que é total. Inclusive foi a Forca Aérea russa que parou a ofensiva de Kharkiv, poucos falam disso.
E os drones. Imagine a quantidade de Lancets que os russos estão posicionando nessa defesa. E que, ao contrário de Bakhmut que é uma área urbana com muitos locais pra se proteger, será travada em campo aberto.
Pra piorar ainda mais, a maioria absoluta das tropas Ucranianas será formada por soldados sem experiência em combate. O que aumenta muito as baixas.
Pra se ter uma ideia da diferença que soldados experientes fazem no front, os blogueiros russos comemoram a morte de sargentos e tenentes ucranianos que lutaram na guerra do Donbass em 2014. Pois é menos um “casca grossa” comandando Grupos de Combate ou Pelotão. Pequenos detalhes que mudam o rumo de uma batalha.
A contraofensiva vai ser outra carnificina.
Essa guerra precisa acabar.
Prezados, mesmo se Ucrânia mandar os 100-200 mil pessoas e os 300 -500 tanques e 1500 blindados ,200 canhões e últimos 30-50 aviões ….será uma carnificina.Tropas russas agora tem superioridade numérica ,tanques e artilharia e aviação.todos campos estão minados e artilharia já os mapeou…resumo .
.até a chegada na primeira linha de defesa ,Ucrânianos terão de atravessar dezenas de km ,com fogo constante de artilharia e tanques (milhares) e aviões e helicópteros de ataque(centenas) . Foguetes lançarão milhares de mísseis com minas antitanques inteligentes,cada soldado e tanques receberão dezenas de projéteis de artilharia e quando chegarem num raio de 5 km ,tanques e mísseis antitanques farão o disparo…vocês sabem que mais de 70 lançadores de himers e quase 300 dos canhões m-777 já fora destruídos ? Ucrânia perdeu 9000 blindados destruídos e mais de 3000 capturados …?
O que a Ucrânia provavelmente irá fazer é lançar bombardeio concentrado e móvel em conjunto com ataques diversionários que servirão como sondagem, em pontos pré-determinados da linha. Utilizarão a tática de atacar e correr, com o objetivo de criar pequenos corredores, confundindo e causando pânico na defesa russa. Depois procederão à infiltração. Eles (os ucranianos) estão se valendo dos tanques ocidentais para lograr sucesso. O risco da Rússia executar um contra golpe e um subsequente bolsão é grande.
Vamos ter um novo Somme?