zala lancet

Por Rodolfo Queiroz Laterza [1]

Introdução

Desde dezembro de 2022, intensificaram-se imagens de ataques de drones kamikaze identificados como Lancet 3, usados pelas forças russas, destruindo inúmeros sistemas de armas ucranianos, dentre os quais obuseiros rebocados como o americano M-777, D-20, D-30, obuses autopropulsados como M-109A3 e versão A6, o sistema polonês Krab, FH-70, 2S1 e 2S9 (ambos de origem soviética) e sistemas MLRS diversos usados pelas Forças Armadas da Ucrânia – FAU.

O uso do referido sistema teria sido detectado no teatro de operações da Ucrânia, pela primeira vez, em 15 de julho, quando fontes ucranianas compartilharam uma foto mostrando os destroços de uma munição vagante (loitering ammunition) identificado como Lancet, que supostamente foi abatido perto de uma das linhas de frente na oblast de Zaporizhzhia.

A munição vagante (loitering ammunition) apareceu relativamente de forma recente nos conflitos militares, tendo se difundido nas principais forças armadas apenas na década de 2010. Todos esses dispositivos são na verdade UAVs que possuem uma ogiva integrada de vários tamanhos. Esses drones podem fazer voos longos sobre uma determinada área ou campo de batalha, detectando independentemente um alvo e, em seguida, atingindo-o em um mergulho como mísseis guiados. A capacidade de tais UAVs permanecerem no ar por muito tempo, em busca de um alvo ou momento para atacar, levou ao surgimento do nome loitering ammunition (munição vagante).

Este ensaio irá verificar uma análise da eficácia e táticas principais do uso de munições vagantes do modelo “Lancet 3” na guerra da Ucrânia, além de se avaliar o nível de ameaça que emana deles.

Origem e características principais

A loitering ammunition Lancet foi desenvolvida pelo ZALA Aero Group, uma subsidiária da gigante de defesa russa Kalashnikov Concern.

Atualmente, a família Lancet de sistemas de loitering ammunition possui duas versões de ataque, consistentes nas munições “Lancet-1” e “Lancet-3”, que têm a mesma fuselagem e são semelhantes no uso de alguns sistemas internos. A principal diferença entre os aparelhos é o tamanho, que afeta diretamente a capacidade de combate e o desempenho de voo.

Importante ressaltar que esta é uma família de dispositivos escaláveis em modernização ao longo do processo de uso e de curva de aprendizagem, feito de acordo com o mesmo esquema de design. Ambos os modelos – “Lancet 1” e “Lancet 3” são construídos de acordo com o design aerodinâmico em forma de X duplo.

A munição Lancet voa em direção à área designada com um sistema de navegação inercial auxiliado pelo GLONASS. Depois de chegar à área, o operador utiliza um sistema eletro-óptico a bordo por meio de um link de dados bidirecional para detectar, rastrear e travar no alvo.

Além disso, o Lancet possui um módulo de reconhecimento integrado com um mapa inteligente da área e tem uma proteção anti-laser que distorce a mira das armas de mão anti-drone.

A pequena seção transversal do radar e a assinatura infravermelha mínima do drone, além do fato de ser movida a energia elétrica, tornam muito difícil a interceptação por sistemas de defesa aérea.

O uso do design em forma de X oferece vantagens à munição de vadiagem Lancet ao mergulhar em um alvo e realizar manobras, o que é facilitado pela redução do tamanho do produto. Os aparelhos produzidos pela ZALA são bastante compactos, pois o peso do modelo Lancet-1 é de 5 kg, ao passo que peso máximo de decolagem do modelo Lancet-3 chega a somente 12 kg. A redução de peso também é facilitada pelo uso generalizado de materiais compósitos e plásticos na construção.

O Lancet 3 é lançado por meio de uma catapulta que pode ser operada por um único combatente qualificado para seu uso, bem como pode ser colocado tanto em uma caminhonete como em um pequeno barco. A velocidade inicial é alcançada rapidamente e, em seguida, o motor elétrico é ligado. O drone sobe a uma altura de 5 km até atingir o alvo programado.

O Lancet 3 recebeu vários sistemas de direcionamento e coordenação, com o auxílio de meios optoeletrônicos e combinados. Ao mesmo tempo, o drone possui um canal de comunicação que transmite uma imagem em tempo real do alvo e permite confirmar o sucesso do acerto de um determinado alvo.

Ambos os dispositivos Lancet-1 e Lancet-3 são equipados com motores elétricos, sendo esta a solução padrão para drones da marca ZALA. O uso de um motor elétrico, neste caso, não é tanto por supostas mitigações ambientais, mas uma garantia do uso discreto e com pouco ruído.  Os motores elétricos são menores e mais leves do que seus equivalentes tradicionais e também menos impactantes ​​em termos de detecção acústica.

Como pontos fortes dos sistemas Lancet, em avaliações diversas, a inteligência ucraniana destacou nos referidos equipamentos a presença de modernos sistemas de orientação multifuncionais e a possibilidade de seu uso contra objetos em movimento a uma distância de até 60 km.

Além disso, o tamanho pequeno, o silêncio relativo e a construção composta dos drones os tornam alvos extremamente difíceis para detecção de radar dos sistemas de defesa aérea. Uma munição de pequeno porte como a Lancet 3 feita de materiais compósitos poliméricos reduz seriamente a possibilidade de ser detectada pelo radar adversário.

Entre as deficiências relatadas, nota-se uma baixa velocidade de voo (até 100 km/h) e uma ogiva não muito grande (de um a cinco quilos), o que os torna ineficazes contra alvos blindados com armadura mais espessa.

Já com o início das hostilidades do exército russo na Ucrânia, ficou claro que o sistema Lancet-3 poderia atingir alvos móveis, como veículos de combate de infantaria e tanques. Além disso, a munição Lancet pode desativar um tanque de guerra principalmente se entrar no compartimento do motor, dado o pequeno porte.

As FAU acreditam que o fornecimento em massa de drones kamikaze desse tipo criou sérios problemas para as suas unidades de combate de linha de frente, pois desde o início de seu uso em massa, mais de 200 peças de artilharia foram destruídas ou danificadas, principalmente os obuses americanos M777, conforme inúmeras imagens documentadas.

Ao mesmo tempo, a duração do voo de 30 a 40 minutos foi reconhecida como suficiente para apoiar as unidades terrestres das Forças Armadas da Federação Russa no nível tático. No entanto, o comando ucraniano acredita que no momento eles são usados ​​​​apenas por militares das forças especiais (SOF) e grupos de reconhecimento móvel, o que limita as capacidades das forças de infantaria das Forças Armadas da Federação Russa.

O período mais perigoso do emprego da loitering ammunition Lancet é à noite, no horário das 23h00 às 06h00, devido à dificuldade de controle visual da situação aérea e determinação da quantidade exata de munição voadora.

Um detalhe interessante foi observado nas táticas russas: os sistemas Lancet são geralmente usados em conjunto com os UAVs de reconhecimento Orlan-10 e Orlan-30, bem como os UAVs iranianos de reconhecimento e ataque Mohajer-4 e Mohajer-6, possivelmente para saturar as defesas aéreas ucranianas e confundir sua identificação.

Na Ucrânia, o emprego cada vez maior de drones continua – seu número cresce dia a dia e milhares são usados por ambas as forças beligerantes ​​para missões de reconhecimento, ataques a forças inimigas, veículos blindados, sistemas de defesa aérea, sistemas de artilharia e fortificações.

Militares ucranianos acreditam que os drones russos representam uma séria ameaça para as Forças Armadas da Ucrânia. As tropas russas fizeram uma mudança nas táticas de uso de drones de ataque, que consiste em usá-los à noite e após um ataque de míssil

O fato é que é muito difícil estabelecer meios de defesa perante tais sistemas. Uma das principais táticas adotadas é a sobrecarga da defesa aérea adversária com o emprego de enxame de drones para ataque e reconhecimento, o que torna muito difícil de interceptar com baterias antiaereas, ainda que modernas e com sensores avançados.  Nesta tática de “enxame de drones”, quando há muitos alvos pode não haver mísseis suficientes para abatê-los.  Vale lembrar também que os drones são sistemas baratos, ao contrário dos mísseis antiaéreos.

Outra vantagem tática de pequenos drones kamikaze como o sistema Lancet 3 é que eles podem ser lançados literalmente à mão em qualquer terreno por uma equipe de dois combatentes ou mesmo um com experiência.  Isso os torna um meio de ataque ideal para um batedor que permanece invisível perante sistemas de reconhecimento.  O raio de ação dos LANCET 3 pode ultrapassar cem quilômetros, então tais drones kamikaze podem aparecer nos lugares mais inesperados para a força inimiga, sendo de detecção muito difícil já que voam em baixa altitude.

Considerações finais

Drones-kamikaze “Lancet” realmente demonstraram sua alta eficiência na derrota de pontos de tiro de artilharia ucraniana. Em combinação com equipamentos de reconhecimento com bons sistemas ópticos, a munição de vadiagem Lancet 3 torna-se um meio eficaz de supressão de barragens de artilharia, depreciando seu uso tático-operacional pelas Forças Armadas da Ucrânia, que empregaram com bastante ênfase nas batalhas posicionais avançadas anteriores às ofensivas de setembro -outubro nos eixos de Kharkiv e Kherson.

Munições vagantes (também popularmente chamadas de drones kamikaze), como os sistemas Lancet e o KUB-BLA, permitem que os militares russos atinjam alvos de alto relevo atrás da linha de visão com alta precisão e em um curto espaço de tempo. Essas loitering ammunitions são baratas e fáceis de fabricar, o que facilita seu emprego em alta escala no teatro de operações.

Portanto, as forças russas irão maximizar todos os esforços para fornecer complexos de reconhecimento e ataque na modalidade de loitering ammunitions a todas as unidades da linha de frente. O uso massivo de “Lancets” na frente poderá reduzir significativamente as capacidades de combate das Forças Armadas da Ucrânia, afetando o potencial de sua futura ofensiva se assim continuar.

Hoje, além de Israel, os Estados Unidos, a Turquia, a China e vários exércitos europeus possuem sistemas de armas semelhantes. A eles foi adicionada a Rússia, que cria sua própria linha de tais sistemas, como o sistema Lancet. Todos esses modelos existem para desferir ataques de precisão contra o inimigo através de meios simplificados e baratos.

A gama de alvos atingidos por esses tipos de UAVs é enorme. As munições vagantes, que Israel inicialmente desenvolveu como uma forma de destruir elementos de sistemas de defesa aérea inimigos, podem ser usadas para atingir uma ampla variedade de alvos terrestres, tanto estacionários – por exemplo, peças de artilharia, postos de tiro, concentrações de tropas – e alvos móveis – por exemplo, veículos blindados.

Especificamente, observa-se que o potencial dos drones kamikaze na guerra moderna é enorme e seu baixo custo costuma ser uma ordem de grandeza muito menor do que o dos alvos que estão sendo atacados – normalmente blindados, obuses autopropulsados e MLRS.

Fontes consultadas


[1] Delegado de Polícia, Mestre em Segurança Pública, historiador, pesquisa sobre geopolitica e conflitos militares.

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Vitor
Vitor
1 ano atrás

Dr. Rodolfo pesquisador ímpar parabéns pelo trabalho.

Antunes 1980
Antunes 1980
1 ano atrás

A cada dia surgem mais vídeos do Lancet e nenhum vídeo do Bayraktar.

Alguém sabe o motivo dos drones armados ucranianos, não estarem conseguindo ter êxito ?

Não seria a hora da Ucrânia rever e/ou implementar novas doutrinas de mais e maiores drones “kamikazes” ?

Kommander
Kommander
Responder para  Antunes 1980
1 ano atrás

Ao que tudo indica os Russos tem um poder de guerra eletrônica muito grande e estão interferindo na operação de drones dos ucranianos. Foi o que eu vi tempos atrás numa reportagem.

Alex
Alex
Responder para  Kommander
1 ano atrás

Não sei se vc percebeu….mas a guerra acabou. Os russos não avançam mais com blindados.
Apenas rastejam.

Maurício.
Maurício.
Responder para  Kommander
1 ano atrás

“Foi o que eu vi tempos atrás numa reportagem.”

Um tempo atrás, saiu uma matéria, acho que aqui no forte mesmo, falando das deficiências da guerra eletrônica russa, eu até fiquei surpreso, já que os russos teoricamente seriam bons nesse quesito, mas parece que eles estão contornando as deficiências do início da guerra, e agora, estão tendo melhoras resultados, até porque, testar um equipamento militar em tempos de paz é uma coisa, agora, em uma guerra de verdade, a história é bem mais complicada, e nem sempre o folder diz a verdade.

Ildo
Ildo
Responder para  Maurício.
1 ano atrás

Deficiências a partir de que fonte?

Mas é absolutamente óbvio que com o desenvovimento da guerra uma série de ajustes foram feitos; tanto de engajamento quanto de hardware e industrial.

Todos os sistemas russos estão sendo melhorados com a experiência em combate.

N sistemas terrestres saíram de fábrica/modernização já em 2022 como
“Obr. 2022” e este ano como “Obr. 2023” (Modelos 2022 / 2023).

Ildo
Ildo
Responder para  Kommander
1 ano atrás

A Rússia aumentou intensa e extensivamente o uso de sistemas de EW no últimos meses em todas as frentes.

Idem sistemas de contrabateria como o 1B75 Penicillin (sistema acústico-térmico de reconhecimento de artilharia).

Todos esses sistemas mais UAVs e Loitering Munition como o Lancet obrigaram os ucranianos a usarem sua artilharia no limite máximo de alcance em várias frentes; sendo assim não atinge mais a retaguarda russa.

Carlos Campos
Carlos Campos
Responder para  Antunes 1980
1 ano atrás

acho que pq diminui o número de TB2, porém continuam lá, e nem sempre tem alguém filmando,

sergio
sergio
Responder para  Carlos Campos
1 ano atrás

Essa teoria cai por terra por que e o próprio TB2 que filma, então isso não procede.

RDX
RDX
Responder para  Antunes 1980
1 ano atrás

O Bayraktar teve êxito até os russos aprenderem com os próprios erros e organizarem um formidável sistema AAer em camadas complementado por modernos equipamentos de Guerra Eletrônica.

Ildo
Ildo
Responder para  RDX
1 ano atrás

Exato.

UCAV ou avião de ataque que se aproximarem muito das frentes tem altíssimo risco de serem abatidos.

A aviação ucraniana tem voado missões só a noite em algumas frentes. Raras missões. As diurnas são extremamente arriscadas. Como disse um piloto ucraniano pouco tempo atrás: não existe espaço para erro; quem lançar foguetes fora do protocolo atual está morto…

Dia 19 perderam um Su-25 perto de Vuhledar:

https://t.me/frenteoriental/5437

Vinicius Momesso
Vinicius Momesso
Responder para  Antunes 1980
1 ano atrás

No caso caso do HIMARS, realmente no começo os russos sofreram um bocado com ele, inclusive tendo de apelar para espoletas programáveis a fim de tentar acertar os mísseis, mas obtiveram um taxa de sucesso muito baixa. Um tempo depois uma foto de um exemplar apareceu em uma instalação russa sendo estudado. Com base nisso, alterações foram feitas no software dos radares russos, isso permitiu que os misseis fossem detectados e interceptados mais facilmente.
Assim como o HIMARS, o Lancet mais cedo ou tarde, terá sua taxa de sucesso reduzida.

LUIZ
LUIZ
Responder para  Vinicius Momesso
1 ano atrás

Os russos já tem um drone mais avançado. Tem um comentário aqui sobre o protótipo.

Ildo
Ildo
Responder para  Antunes 1980
1 ano atrás

Agumas fontes apontam que todos recebidos pela Ucrânia foram abatidos.

Depois de perdas do início da Operação Militar Especial os russos adotaram uma doutrina de engajamento muito eficiente contra eles em missões do TB2 como UCAV.

Bacchi
Bacchi
Responder para  Ildo
1 ano atrás

Depois de perdas do início da Operação Militar Especial”

Pode falar invasão tá, todo mundo sabe que que foi isso rs.

Rafael Gustavo de Oliveira
Rafael Gustavo de Oliveira
Responder para  Bacchi
1 ano atrás

você é parente do falecido Reginaldo Bacchi?

Ildo
Ildo
Responder para  Bacchi
1 ano atrás

A única invasão que houve na Ucrânia foi da OTAN.

Inimigo público
Inimigo público
1 ano atrás

Xiu…. É proibido falar em efetividade de armas russas, pois o leitor de catálogos dizia que nada produzido na Rússia prestava…

Maurício.
Maurício.
Responder para  Inimigo público
1 ano atrás

Dizem que os russos estão fazendo esses drones com placas de frigobar, pois as geladeiras acabaram….rsrsrs.

Inimigo público
Inimigo público
Responder para  Maurício.
1 ano atrás

Genial kkkkkk

Inimigo público
Inimigo público
Responder para  Maurício.
1 ano atrás

Haja geladeira para tantos drones, blindados, etc…

sergio
sergio
Responder para  Maurício.
1 ano atrás

Touche!!!!!!!!!!

Vinicius Momesso
Vinicius Momesso
1 ano atrás

No começo da invasão, nos poucos vídeos que surgiam, o Lancet na maiorias das vezes errava o alvo e as imagens internas eram horríveis. Hoje é diferente, acertam em cheio e tudo e filmado em ótima qualidade.
Tá com cara de que os chineses estão ajudando l, fornecendo as câmeras e os componentes para o hardware interno.

Neural
Neural
Responder para  Vinicius Momesso
1 ano atrás

A Ucrânia e a Russia estão usando um drone kamikaze mais simples, o FPV. A versão Ucraniana parece muito com os Drones DJI, voa baixo alcance baixo, mas leva uma carga de 2kg suficiente para destruir alvos fracamente blindados. Tem um vídeo de um Drone desses acertando um Caminhão, e outro acertando um BMP. A Russia anda usando um modelo parecido, tem vídeo de um acertando uma trincheira cheia de soldados..

O bicho é baratão, custa 500 dólares cada um só, pelo que vi nos canais.

Ildo
Ildo
Responder para  Neural
1 ano atrás

FPV é um tipo de UAV:

First Person View (Visão em Primeira Pessoa); UAV que transmite em tempo real o vídeo de sua câmera para um óculos/visor.

Há n modelos, tamanhos, perfis de voo, civis e militares.

Vide:

https://t.me/frenteoriental/5159

Maurício.
Maurício.
Responder para  Vinicius Momesso
1 ano atrás

“Se essa sua especulação for verdade, creio que Taiwan e EUA estão em uma situação bastante delicada.”

Se for verdade, Taiwan sim teria motivos para se preocupar, mas os EUA não, ou tu acha que os EUA vão se meter com tropas para ajudar Taiwan em uma possível guerra futuramente? Os EUA não reconhecem Taiwan como um país livre e soberano, eles nunca se meteriam com tropas para ajudar Taiwan, simples assim.

Maurício.
Maurício.
Responder para  Maurício.
1 ano atrás

Em pleno 2023 e os EUA não reconhecem Taiwan como nação livre e soberana, e tu achando que os EUA sairão em defesa de Taiwan, e depois é eu que estou sonhando…rsrsrs.

Ildo
Ildo
Responder para  Vinicius Momesso
1 ano atrás

Os sistemas estão sendo melhorados com a experiência em combate; assim como além do grande aumento de produção as fábricas estão sendo ampliadas e modernizadas.

Umas das questões de sistemas como o Lancet é sua velocidade para engajar alguns alvos.

Pois os russos já estão em fase avançada de desenvolvimento de uma Loitering Munition com propulsão a jato…

Alfa BR
Alfa BR
1 ano atrás

Vale notar que a capacidade de contra-bateria russa parece residir nestas munições vagantes enquanto praticamente não se vê relatos ou material audiovisual abundantes que atestem contra-bateria pela sua artilharia de campanha, que parece bater alvos pouco profundos, em primeiro escalão, provendo apoio ao assalto. Já os ucranianos executam contra-bateria principalmente com sua artilharia, o que possbilita um maior volume de fogos.

Vinicius Momesso
Vinicius Momesso
Responder para  Alfa BR
1 ano atrás

O problema dos radares de Contra-Bateria é a exposição. Eles precisam ser muito bem camuflados para não serem encontrados por drones como Lancet por exemplo. Os russos estão preferindo usar drones de vigilância para detecção e correção de fogo de artilharia.

Alfa BR
Alfa BR
Responder para  Vinicius Momesso
1 ano atrás

Todos utilizam drones para detecção e correção do tiro de artilharia.

Ildo
Ildo
Responder para  Vinicius Momesso
1 ano atrás

A questão que o radar é um sistema ativo. Os russos destruíram a maioria dos radares de contra-bateria ucranianos detectando seus sinais.

Por sua vez o russos usam o 1B75 Penicillin que é um sistema de reconhecimento acústico-térmico (passivo).

sub urbano
sub urbano
Responder para  Alfa BR
1 ano atrás

Dificil julgar pelos videos, já que as redes sociais ucranianas são profissionalizadas.

Alfa BR
Alfa BR
Responder para  sub urbano
1 ano atrás

Mas estou falando de vídeos divulgados pelos russos. A maioria mostra a destruição de peças de artilharia ucranianas por munições vagantes como Lancet.

Bardini
Bardini
Responder para  Alfa BR
1 ano atrás

A artilharia ucraniâna tem maior alcance.

sub urbano
sub urbano
1 ano atrás

É o switchblade russo. A fabrica deles é gigante, vi em um canal russo do telegram. O lancet pequeno a ideia é usar a nivel de pelotão, mas na pratica eu acredito que usam isso a nivel de companhia. Interessante que a função classica dos comandos tem sido substituida por drones operados por jogadores de videogame. O soldado de elite fisicamente excepcional, com nervos de aço e cursado a duras penas está ficando obsoleto, sendo substituido por um jovem de dedos finos, com tdah e acostumado a olhar pra uma tela de cristal liquido por longas horas.

Oráculo
Oráculo
Responder para  sub urbano
1 ano atrás

Discordo com relação ao soldado.

Essa guerra mostra que o futuro do Grupo De Combate é “híbrido” em relação a soldados.

O fortão que atira com uma Mag como se fosse um fuzil vai dividir espaço com o nerd que opera um drone.

Pelotões russos e ucranianos já fazem isso.
Tem videos do pelotao avançando e do lado do tenente tá lá o nerd com um tablet operando o Drone a 200mts na frente.

ORIVALDO
ORIVALDO
1 ano atrás

Agora vai. Lisboa em 2 semanas !!

Alex
Alex
Responder para  ORIVALDO
1 ano atrás

Pois é…
Fica claro que vc pode ter domínio dos céus e batalhões de drones….
Se não tiver uma infantaria capaz no terreno….vç não tem nada !!

Felipe
Felipe
Responder para  ORIVALDO
1 ano atrás

Ainda estamos no aguardo da contra-ofensiva ucraniana que ia começar em 72 horas fez umas 3 semanas…

ORIVALDO
ORIVALDO
Responder para  Felipe
1 ano atrás

72 hrs era para Kiev cair, como de fato aconteceu

Oráculo
Oráculo
1 ano atrás

Chega a impressionar a quantidade de vídeos de ataques desse drone destruindo alvos ucranianos, vídeos que são divulgados diariamente nos canais russos do Telegram.

Creio que são eles, os Lancets, que estão pendendo a balança pra Rússia nesse momento da guerra.

Porque a guerra de trincheiras continua cruel. As batalhas urbanas seguem uma carnificina. Porém o estrago que esses drones estão fazendo na retaguarda ucraniana está ajudando muito os russos.

Creio que ninguém contava com a capacidade Russa de produzir um drone tão letal, numa quantidade absurda, em tão curto espaço de tempo.

Certeza que os chineses estão dando aquela força por baixo dos panos…

Ildo
Ildo
Responder para  Oráculo
1 ano atrás

Os fatores são vários. O Lancet é mais um deles.

A artilharia ucraniana está tendo que operar no limite do alcance para ter alguma chance de sobreviver em campo devido ao intenso uso de EW, UAVs, UCAVs, Loitering Munition e sistemas passivos de contrabateria como o 1B75 Penicillin pelos russos.

Francisco Vieira
Francisco Vieira
Responder para  Oráculo
1 ano atrás

Verdade. Antes da guerra só se ouvia falar nos drones iraniano (creio eu, usado agora como isca para as defesas aa) e no turco. Também acredito que a China já esteja ajudando os Russos. Seria burrice deles se não o fizesse.

Marcelo
Marcelo
1 ano atrás

No conflito militar na Ucrânia, onde as forças russas estão demonstrando um desempenho bem abaixo das expectativas, a munição de vadiagem Lancet-3 parece ser uma de suas inovações de maior sucesso. Ha vídeos divulgados pelos militares da Rússia que mostram os Lancet-3 danificando ou destruindo sistemas de artilharia fornecidos pelo Ocidente, incluindo obuseiros M777 rebocados, veículos blindados de artilharia autopropulsados, radares, tanques e até uma canhoneira. Mas, como nem tudo que reluz é ouro, o Lancet-3 tem algumas desvantagens: 1) alcance máximo de 40 km e automia de vôo de 40 minutos; 2) baixa capacidade da ogiva; 3) e, não pode ser recuperado se não tiver realizado nenhum ataque. Mas a maior desvantagem para os russos e que as tropas ucranianas modificaram suas táticas, em resposta aos ataques dos Lancet-3, passarando a abrigar veículos blindados e peças de artilharia móvel sob redes de camuflagem ou em gaiolas de arame que literalmente prendem os drones que mergulham perto de seu alvo. No link abaixo há videos e imagens, compartilhados pelas tropas ucranianas, que mostram que essa tática está funcionando. No Twitter há um post de um oficial de artilharia do Exército dos EUA em serviço ativo que relata o seguinte: “Logo foi descoberto, aparentemente por acidente, que os Lancets tinham dificuldade em penetrar nas redes de camuflagem usadas pelos tanques do Exército ucraniano para disparar fogo indireto … o Exército ucraniano rapidamente passou essas lições aprendidas para suas tripulações do M777, que eram mais vulneráveis. Em uma semana, cercas/telas de metal estavam sendo incorporadas às redes de camuflagem para fornecer proteção contra lancetas. Embora isso significasse que os M777s seriam menos móveis, isso significava que eles estariam protegidos de sua ameaça atual.” Os ucranianos também estão aperfeiçoando a camuflagem de cima para evitar que os Lancet-3 localizem e, consequentemente, atinjam seus alvos. O Lancet-3 é um bom equipamento, mas está muito longe de ser um game charger.
https://www.google.com/amp/s/www.forbes.com/sites/sebastienroblin/2023/01/31/ukraine-uses-camouflage-nets-to-snare-russian-drones-attacking-its-artillery/amp/

Vinicius Momesso
Vinicius Momesso
Responder para  Marcelo
1 ano atrás

Na grande maioria das vezes, um equipamento novo e desconhecido pelo inimigo, causa um impacto positivo no começo. A WWII foi um grande exemplo disso.

Maurício.
Maurício.
Responder para  Marcelo
1 ano atrás

Toda arma tem suas vantagens e desvantagens, esse papo de “game changer” simplesmente não existe. Eu lembro que você e o Bosco ficaram bem empolgados com a notícia que os EUA doariam os Switchblade para os ucrânianos, vocês já estavam imaginando ataques a bases russas e tudo, mas na realidade, o switchblade 300 se mostrou bem fraquinho, ou seja, também tinha vários pontos fracos. Volto a repetir, esse papo de “game changer” não existe, não é o Lancet, assim como não era o Switchblade, assim como não é o Himars, o Terminator, Kalibr e assim por diante.

Inimigo público
Inimigo público
Responder para  Marcelo
1 ano atrás

EDITADO

Ildo
Ildo
Responder para  Marcelo
1 ano atrás

Pois é; os ucranianos estão adaptendo cercas de arame em seus sistemas de artilharia…

Cristiano de Aquino Campos
Cristiano de Aquino Campos
Responder para  Ildo
1 ano atrás

Isso deve prejudicar a retirada da peça de posição não?

Ildo
Ildo
Responder para  Cristiano de Aquino Campos
1 ano atrás

Com certeza afeta a mobilidade.

Heitor
Heitor
1 ano atrás

Os chineses podem não estar oferecendo material letal, mas dinheiro, peças ou chips devem estar..

Heitor
Heitor
Responder para  Heitor
1 ano atrás

Além disso deve-se perguntar como está a situação das baterias antiaéreas das FAU. Tem um vídeo interessante no canal do Binkov sobre isso. Se as baterias ficarem sem mísseis, será difícil segurar a Força Aérea Russa com migs poloneses

Ildo
Ildo
Responder para  Heitor
1 ano atrás

E da Eslováquia; todos obsoletos…

Aliás, da Eslováquia quase todos não tem condições de voo e foram enviados de caminhão…

LUIZ
LUIZ
Responder para  Ildo
1 ano atrás

Li no outro site que os EUA estão de olho nos Migs 29 e nos S-300 do Egito. Esses Migs 29 são similares ao Mig 35.

Ildo
Ildo
Responder para  LUIZ
1 ano atrás

Só se Egito quiser dar um tiro de RPG no pé…

Rafael Gustavo de Oliveira
Rafael Gustavo de Oliveira
1 ano atrás

Vale lembrar também que os drones são sistemas baratos, ao contrário dos mísseis antiaéreos.”

Por isso que eu acredito na tese que depender de um sistema como MShorad seria insuficiente….pessoal foca muito nas características contra ameaças de alto valor como aeronaves e helicópteros e esquece do custo benefício em um combate prolongado…
Ter uma artilharia antiaérea dependente 100% do uso de míssil, além de caro o ressuprimento é demorado e complexo….é o que está acontecendo na Ucrânia, não seria muito diferente disso para o Brasil.

Volto a afirmar, o método mais eficaz contra esse tipo de ameaça seria investir em guerra eletrônica e canhões com munição air burst….

Abaixo segue uma solução da bae system em um CV90

https://www.youtube.com/watch?v=nAKJXggYc4k

Mirão
1 ano atrás

O engraçado é que até agora não se ouve nenhuma palavra sobre o fato de que os ucranianos estão literalmente construindo barracos de grade para abrigar as suas peças de artilharia e até mesmo soldando esses mesmos barracos em suas artilharias auto propulsadas.

Os torcedores da Ucrânia inventaram um nome pra isso lá no começo da guerra mas pelo visto esse termo caiu em desuso pois os próprios ucranianos estão desesperadamente fazendo imenso uso disso para tentar se protegerem kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk