Morre aos 105 anos a última enfermeira da Força Expedicionária Brasileira
Brasília (DF) – Morreu na última quarta-feira, 29, aos 105 anos, a Capitão Virgínia Maria de Niemeyer Portocarrero, última das 67 enfermeiras da Força Expedicionária Brasileira (FEB), tropa que combateu o fascismo na Segunda Guerra Mundial. A veterana morreu de causas naturais em sua casa em Araruama, Região dos Lagos, no Rio de Janeiro.
Em um dos depoimentos que deu em vida, a Capitão Virgínia destacou a experiência de ter participado do maior conflito armado da História. “Não tenho nenhum arrependimento por ter ido. Tenho é orgulho de ter acompanhado uma tropa de tamanho valor”.
Trajetória
Virgínia Maria de Niemeyer Portocarrero nasceu em 23 de outubro de 1917, no Rio de Janeiro. Em 1942, fez o curso de Samaritana na Cruz Vermelha Brasileira e, em 1943, apresentou-se como voluntária para o Exército Brasileiro, integrando como enfermeira a primeira turma de mulheres militares no Brasil.
Em 7 de julho de 1944, Virgínia partiu para a Itália para atuar na Segunda Guerra Mundial como integrante do Destacamento Precursor de Saúde da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Lá, prestou os primeiros socorros aos brasileiros que chegavam. Seu diário de guerra, “Visionário Pacto”, fruto de cartas trocadas com seu pai, está atualmente depositado no acervo da Casa de Oswaldo Cruz na FIOCRUZ. Neste local, a Capitão empresta seu nome a um fundo que reúne muitos outros documentos do conflito.
No pós-guerra, a Capitão Virgínia teve grande desempenho na Associação Nacional de Veteranos da FEB (ANVFEB), sendo membro nato do Conselho Deliberativo e administradora do Mausoléu e do Ossuário dos Veteranos da FEB, nos cemitérios do Caju e São João Batista. Reformada no posto de Capitão, foi condecorada com as Medalhas de Guerra, de Campanha, da Cruz Vermelha Brasileira, Marechal Mascarenhas de Moraes, do Pacificador e Serviço de Saúde da FEB. A Capitão recebeu, ainda, o título de Aluna Emérita do Colégio Pedro II.
O Exército presta o seu respeito e homenagem à senhora Virgínia Maria e familiares.
FONTE: Agência Verde-Oliva/CCOMSEx
Histórias valorosas de coragem que nossos governos insistem em esconder. Esses são nossos verdadeiros heróis.
Eles não tentam esconder, só não se importam.
Caro. Existem vários trabalhos acadêmicos sobre as enfeiras da FEB, por exemplo a tese de doutorado “ENFERMEIRAS DA FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA NO FRONT DO PÓS-GUERRA: O PROCESSO DE REINCLUSÃO NO SERVIÇO MILITAR ATIVO DO EXÉRCITO (1945-1957)”, o artigo “AS ENFERMEIRAS DA FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA E A DIVULGAÇÃO DE SEU RETORNO AO LAR”, também tem o “O Grupamento Feminino de Enfermagem do Exército na Força Expedicionária Brasileira durante a 2ª Guerra Mundial: uma abordagem sob o olhar fotográfico: 1942-1945″. Existe muita coisa publicada sobre elas.
Não entendi porque um comentário desse foi tão negativado. O cara traz informação, totalmente pertinente com o tema e a mediocridade se manifesta.
Pena mesmo.
Obrigado pela informação.
Olá AMX. Pois é. riso. O tema das enfermeiras da FEB tem sido bastante estudado. Existem vários artigos, teses e dissertações sobre elas. Elas fizeram um trabalho memorável. Uma das coisas legais é que a quase tudo o que tem sido publicado sobre elas está disponível para consulta na internet, inclusive as teses e dissertações de mestrado. Talvez seja mais fácil encontrar usando as ferramentas do “Google Acadêmico”, Para quem gosta do tema tem muito material para ser consultado.
Parabéns ao Forte pela homenagem.
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Uma, vida abençoada.
“Segundo a especialista, as enfermeiras brasileiras foram de forma voluntária para o front. “Elas precisavam ter qualquer diploma em enfermagem para se voluntariarem. Inicialmente, passaram por um treinamento intensivo, e depois foram para a frente ainda sem um posto definido. Lá na Itália, o Marechal Mascarenhas de Moraes deu a elas a patente de tenente, porque as enfermeiras norte-americanas eram enfermeiras militares. Já as enfermeiras da Aeronáutica, que só ficaram na retaguarda, é que já saíram daqui com o posto de tenente.””
Sputinik 08/15/2015
Pois é. A FEB é uma história de valor. Alguns colegas que frequentam a trilogia têm publicado sobre a FEB. Creio que toda a tropa da FEB foi de voluntários, mas não tenho certeza. Lembro de ler que a maioria dos oficiais da FEB vieram do CPOR e que os oficiais de carreira do EB que temiam ser preteridos nas promoções por não terem experiência de combate, o que levou o EB a desmobilizar a FEB e dispersar o pessoal com experiência de combate em unidades afastadas do RIo de Janeiro. A ideia que Vargas dispersou a FEB por medo… Read more »
Prezado Camargoer, essa informação que você deu me era desconhecida.
Se confirmada, é reveladora de uma mediocridade absoluta do comando do EB àquela época.
Olá Pangloss. Lembro desta discussão aqui na Trilogia há alguns anos. Lembro que ela surgiu a partir de um artigo de um colega aqui da Trilogia sobre como o alto comando do EB colocou obstáculos para o ingresso de judeus, negros ou não-católicos na escola de oficiais. Eu lembro que eu até brinquei que Geisel teve sorte poque quando ele ingressou, ainda era tolerado protestantes como oficiais do EB. Vou procurar este estudo e se achar, colocarei o link aqui.
Me lembro dessa discussão e dessa conclusão que revela a mediocridade do oficialato do EB frente aos da FEB.
Alguns estiveram na Itália e seguiram carreira, mas a maioria foi desmobilizada ainda no desfile da Vitória na Rio Branco!
Havia o temor de que o contato com o US ARMY e seu exército-cidadão “contaminasse” o aristocrático EB.
Exato. Foi uma discussão extremamente rica. Lembro de colegas que disponibilizaram suas teses e dissertações de mestrado sobre a FEB. Aprendi muito com eles naquela discussão.
Se isso for mesmo verdade, isso foi a maior cr3tinice ( pra não dizer termo pior ) da história do EB…
Imagine o que o EB seria se esses ex-combatentes da FEB tivessem subido na carreira e ido pro alto comando do EB, moldando a instituição com gente com real experiência de combate.
Com certeza hoje teríamos um EB enxuto, profissional e com a cabeça e pés no séc. XXI.
Ou seja, um EB totalmente diferente do atual EB…
Olá Wilber. Encontrei a referência. Procure o livro “Indesejáveis: Instituição, Pensamento Político e Formação Profissional dos Oficiais do Exército Brasileiro (1905-1946)” do Fernando Rodrigues. Na página 168 do Cap. tem um trecho de um documento reservado do EB descrevendo quais as características necessárias para ingressas na Escola de Ofíciias: Ser brasileiro nato e filho legítimo de brasileiros também natos; Pertencer à família organizada e de bom conceito; Ser física e mentalmente sadio; Não ser de cor; Não ser – nem seus pais – judeu, maometano ou ateu confesso. È possível baixar PDF do livro pela internet.
“Na página 168 do Capítulo 5”
Isso não surpreende.
É só ver como os oficiais da MB praticavam castigo físico contra os praças e subalternos….e isso não foi a 100 anos atrás.
Muito obrigado pelos serviços prestados ao Brasil.
A senhora fez parte de um tempo em que tínhamos orgulho de nossos militares,dos anos anos 2000 em diante tá difícil sentir tal orgulho.
Descanse em paz e obrigado pelos serviços.
Que Deus a tenha e que os corações de seus familiares sejam consolados!
Eterna Gratidão aos nossos heróis!
RIP
Meus agradecimentos à Capitão, que descanse em paz, obrigado pelos serviços
Os grandes exércitos cultuam os feitos do passado porque sabe que é a partir deles que constrói o respeito e a confiança da sociedade. Hoje, dia 31/03, o EB desonra seu passado e sabe-se lá aonde vai parar a confiança da sociedade nesta instituição outrora referência de defesa da pátria.
OFF TOPIC: A continuação daquele combate no cruzamento em T.
https://www.youtube.com/watch?v=0TGjkYjFx2o
Boa tarde a todos!
Alguma nota do EB?
SDS
Sim, o exército se manifestou. Eu soube da notícia do falecimento pelo Twitter do Exército. Aqui a notícia na página do Exército:
https://www.eb.mil.br/web/noticias/noticiario-do-exercito/-/asset_publisher/znUQcGfQ6N3x/content/id/16565503
Procure a autoria do texto acima publicado.
Não sabia que a FEB tinha confrontado as forças do Mussolini também.
Assim como os “N”s pracinhas e enfermeiras e todos que serviram bravamente, nesta que foi a “maior cruzada” entre o bem e o mal da humanidade (engraçado que hoje toleramos e até apoiamos esse mal, denominado nazismo).
Obrigado por seu serviço e seu sacrifício!
Deus a tenha.
Que Descanse em Paz a Capitão Virgínia , com a certeza da Missão mais que Cumprida !