Entregas de armas russas para a Índia estão atrasadas por causa da guerra na Ucrânia
A Rússia é incapaz de honrar seus compromissos de entrega de armas à Índia por causa da guerra na Ucrânia , disse a Força Aérea Indiana (IAF), colocando uma tensão potencial no relacionamento de Nova Délhi com seu maior fornecedor de defesa, enquanto Moscou tenta aumentar a produção de armas.
Um representante da IAF disse a um comitê parlamentar indiano que, devido à guerra na Ucrânia, uma “entrega importante” de Moscou “não acontecerá”.
A admissão, publicada em um relatório da câmara baixa do parlamento da Índia na terça-feira, é a primeira confirmação oficial das autoridades indianas em meio a rumores e reportagens na mídia local sugerindo deficiências na capacidade russa.
“Eles nos deram por escrito que não são capazes de entregar”, disse o representante, segundo o relatório.
A CNN entrou em contato com a Embaixada da Rússia em Nova Delhi, mas não recebeu uma resposta no momento da publicação.
O relatório não mencionou os detalhes da entrega.
A maior entrega em andamento são as unidades do sistema de defesa aérea S-400 Triumf que a Índia comprou em 2018 por US$ 5,4 bilhões. Três desses sistemas foram entregues e mais dois são aguardados, informou a Reuters.
A IAF também depende da Rússia para obter peças sobressalentes para seus caças Su-30MKI e MiG-29, o esteio do ramo de serviços, segundo a Reuters.
A Rússia é o segundo maior exportador de armas do mundo, de acordo com o Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI).
No início deste mês, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou um esforço em larga escala para aumentar a capacidade de produzir mais armas para a guerra em um movimento que ele disse ser “necessário com urgência”.
A ordem de Putin também se seguiu a repetidas reclamações do chefe de Wagner, Yevgeny Prigozhin, de que seus mercenários não estavam recebendo munições suficientes em sua batalha prolongada pela cidade oriental de Bakhmut.
Nova Délhi tem fortes laços com Moscou desde a Guerra Fria e continua fortemente dependente do Kremlin para obter seu equipamento militar – um elo vital, dadas as tensões contínuas ao longo da fronteira compartilhada da Índia no Himalaia com uma China cada vez mais assertiva.
A admissão pela IAF é “muito séria”, de acordo com Harsh V. Pant, vice-presidente de estudos e política externa da Think Thank Observer Research Foundation, com sede em Nova Delhi.
“Acho que isso ressalta os problemas que (a Índia) tem atormentado esse relacionamento há algum tempo”, acrescentou. “E a crise da Ucrânia acelerou a tendência de que a Índia, por muito tempo, vem tentando diversificar e estava preocupada com sua dependência excessiva da Rússia.”
Um relatório do SIPRI publicado este mês disse que a Rússia continua sendo o maior fornecedor de armas da Índia, apesar de uma queda nas importações de defesa de 62% para 45% entre 2017 e 2022.
Especialistas sugeriram que a queda pode ser porque a Índia está procurando diversificar suas importações e empurrar mais equipamentos domésticos.
Em setembro passado, um funcionário do Departamento de Estado dos EUA disse que Washington estava em negociações “profundas” com a Índia sobre sua dependência de armas e energia russas.
A Rússia “não é mais um fornecedor confiável de armas” e os representantes indianos estão “começando a entender que pode haver benefícios reais para eles (ao encontrar outros mercados)”, disse o funcionário a repórteres em Nova York.
Desde o início da guerra na Ucrânia, a Índia, a maior democracia do mundo, navegou cuidadosamente por um caminho intermediário.
Nova Delhi se recusou a condenar o ataque brutal de Moscou em várias resoluções das Nações Unidas. E, em vez de cortar os laços econômicos com o Kremlin, a Índia minou as sanções ocidentais ao aumentar suas compras de petróleo, carvão e fertilizantes russos.
A Índia também manteve laços estreitos com o Ocidente – particularmente os Estados Unidos – enquanto trabalha para impedir a ascensão da China.
Enquanto Putin continua sua agressão, fazendo disparar os preços dos alimentos e dos combustíveis, especialistas sugeriram que as ações de Moscou na Ucrânia podem estar testando a paciência de Nova Délhi.
E a divulgação pública da Força Aérea Indiana sobre a falha na entrega de armas da Rússia pode ser um sinal dessa tensão, disse Pant, da Observer Research Foundation.
“Acho que a relação (entre a Índia e a Rússia) está sob tensão há muito tempo”, disse ele. “Agora está ficando claro que a atual trajetória dessa relação está se tornando cada vez mais insustentável (por causa) do que está acontecendo na Ucrânia.”
FONTE: CNN
Como assim uma operação de 3 dias pode afetar o fornecimento de equipamentos já vendidos ?
Imagine encomenda de munição de 155mm dos EUA/OTAN…
Quem comprou 5,4bi em 155mm? Ops ninguém, entrega o restante lá pros indus e não foge da raia…
?
Impressionante o condicionamento acrítico por mídia dos EUA ou satélite… CNN, que cita Reutes e um think thank atlantista na Índia…
De qualquer maneira, só a Rússia tem atrasado entrega de encomendas X ou Y?
Sabe o que é cadeias produtivas?
Ouviu falar de “pandemia” que teve por aí?
Ou que no caso russo, ainda, estão passando pela consolidação de um processo radical de substituição de importações?
Curioso que apontam o dedo para os russos mas a OTAN está raspando o taxo de hardware e munição para a Ucrânia e ainda estão fazendo encomendas urgentes pelo mundo todo… Idem em relação a equipamento novo; os atrasos são inúmeros e em série…
Mas “não vem ao caso”…
Pois é, muitos países com encomenda de Javelins estão com entrega atrasada mas não vira manchete.
Sei que o custo é proibitivo e a FAs brasileiras tem ojeriza à equipamentos fora do eixo EUA-Europa Ocidental, mas imaginem umas três ou quatro baterias completas de S-400 defendendo regiões chave do Brasil como o Vale do Paraíba (onde ficam CSN, Embraer, Itaguaí, BASC, usinas de Angra, Porto de Santos, etc), Itaipu, Belo Monte, etc? Seria um efeito dissuasor fantástico no Hemisfério Sul.
Mas aí seria equipamento para Defesa Nacional.
Não teria 25 carimbos de Washington e 15 estadunidenses de rayban para disparar o míssil de treinamento…
Muito menos diária para conhecer os EUA ou Europa ocidental…
Ótima!
Sinceramente depois deste conflito da Ucrânia eu tenho minhas duvidas quanto a capacidade de equipamentos altamente tecnológicos da Rússia, a Ucrânia tem jatos voando até hoje, por mais que não seja o mesmo equipamento mas dentro da esfera de defesa aérea o Moskava foi afundado por misseis anti navio “primitivos”, vimos vídeos de um drone bem rustico penetrando no espaço aéreo russo para atacar um refinaria, diante de tantas mentiras sobre as capacidades das FA russas eu não arriscaria, aí pagamos os tubos, nos indispomos com toda a OTAN igual a boba da Turquia e arriscamos a adquirir um cacareco que pode até ficar sem suporte futuro, não existe a menor necessidade de dar um passo desse com outras opções no mercado!
“nos indispomos com toda a OTAN igual a boba da Turquia.”
O Brasil não tem que pensar se a otan vai gostar ou não de algum equipamento que por ventura o Brasil comprar, o Brasil é um país livre e soberano. A Turquia é um pouco mais complicado porque ela faz parte da otan e mesmo assim comprou um equipamento do “inimigo”, mas se ela achou o equipamento do “inimigo” melhor, ela tem todo o direito de comprar.
Quanto aos equipamentos de defesa aerea russa, tá certo que a Ucrânia recebeu algumas velharias, como o Hawk e Crotale, e o mais velho Aspide, mas também recebeu equipamentos tops e novos, como o Iris-T e o NASAMS, e mesmo assim a força aérea russa continua voando, ela ainda vai receber o Patriot, e a força aérea russa vai continuar voando, se formos pela sua lógica, esses sistemas de defesa aerea também não são grandes coisas, sem contar aquele drone jurássico soviético, que sobrevoo, acho que uns três países da otan por mais de uma hora e ninguém fez nada, e sim, esse mesmo drone jurássico também sobrevoo e atacou a Rússia, da mesma maneira que drones do Aliexpress vazam os Patriot.
“O Brasil não tem que pensar se a Otan vai gostar ou não de algum equipamento que por ventura o Brasil comprar, o Brasil é um país livre e soberano.”
Como eu disse, é um ato bobo, recebemos diversas doações, temos acesso a FMS, nossa doutrina militar é toda ocidental, nossas compras no geral passam pela Otan tbm, é ingênuo se colocar nessa posição só pq pode, tipo pirraça de criança pq ninguém ganharia exceto a Rússia, é preciso ter maturidade!
Na minha opinião, é preciso ter maturidade para escolher sempre o melhor equipamento, independente se vamos desagradar um país “x” ou “y”, até porque, se um dia a coisa apertar, estaremos sozinhos, é só ver a Ucrânia, recebe equipamentos, mas o sangue derramado é dos soldados ucrânianos, não dos EUA ou da otan. Mas, enfim, cada um tem um pensamento diferente quanto a isso.
Sair da dependência é imaturidade?
Graças a tudo isso as “FAs” do Brasil são o que são…
E ainda há quem insista nessa política…
Impressionante…
Equipamentos dos EUA também deixaram a desejar, ja qui o Irã ou os rebeldes iemenitas destruiram eslalações petrolíferas da Arábia Saudita com drones feitos em oficinas.
Artilharia AA e SAM nunca foi especialidade ocidental, muito menos dos EUA…
Tem mais de um vídeo de ataque a Riad que mísseis do sistema Patriot são lançados e caem feito buscapés no solo:
https://www.youtube.com/watch?v=YS4i2InVB-Y
Notória é a tentativa dos EUA de criar um SPAAG que acabou no fiasco do M247 Sergeant York…
Nós sofreríamos sanções por comprar equipamento russo (CAATSA).
Nesse dia seremos um país Soberano.
Mas há quem prefere ser vassalo dos EUA/OTAN e comprar equipamento usado, obsoleto via FMS… Ou novo em quantidades ínfimas que custam o dobro ou mais de outras opções euroasiáticas.
Na prática equipamento dos EUA/OTAN é só para desfile, tal o nível de intrusão geopolítica…
Mas para muita gente tá bom… Para defesa real dá muito trabalho e não tem diária para conhecer os EUA e Europa…
A Rússia nunca foi confiável, imagine agora.