A guerra da desinformação na internet. Desmascarando o homem por trás do canal “War on Fakes”
De todas as campanhas de propaganda online da Rússia nos primeiros dias da guerra na Ucrânia, nenhuma foi mais bem-sucedida do que a “War on Fakes”.
Criado no dia em que os soldados russos invadiram em fevereiro passado, o popular canal Telegram, que afirma oferecer verificação “objetiva” e “imparcial” das notícias sobre a guerra, disparou para meio milhão de seguidores em apenas uma semana, e logo obteve média de 20 milhões de visualizações por dia. No ano passado, sua enxurrada de alegações “verificadas” que apoiam narrativas pró-Kremlin, defendem as ações militares russas e desviam a responsabilidade por atrocidades contra civis foram amplamente citadas por contas do governo russo e apoiadores do Kremlin. Mas a pessoa por trás do popular canal pró-Kremlin era desconhecida.
Uma nova investigação da Logically, uma empresa de tecnologia com sede no Reino Unido que rastreia a desinformação online, diz que a organização identificou o homem por trás de “War on Fakes” como Timofey Vasiliev, um ex-jornalista russo que trabalhou com organizações ligadas ao Kremlin e atualmente hospeda um segmento no canal de televisão estatal mais popular da Rússia. Pesquisadores juntaram os laços de Vasiliev com o canal quando mudanças recentes no registro do site “War on Fakes” revelaram seu nome, número de telefone e endereço de e-mail, disseram à TIME.
Vasiliev não respondeu ao pedido de comentário da TIME. Mas uma revisão de sua carreira indica que ele aparentemente trabalhou para comunicações e organizações de mídia ligadas ao governo desde 2011. Vasiliev trabalhou em várias funções como “jornalista cidadão” para veículos pró-Kremlin, incluindo reportagens sobre operações militares russas na Síria e Crimeia. Ele também trabalhou na ANO Dialog, uma organização russa sem fins lucrativos que se autodenominava uma “empresa estatal de TI de alta tecnologia”, que trabalhava em parcerias com o governo russo com foco em gerenciamento de mídia social, publicidade direcionada, marketing de conteúdo e comunicações de crise, de acordo com o levantamento da Logically.
Em 2021, Vasiliev se autodenominou um especialista em verificação de fatos e mídia social. Em setembro daquele ano, ele falou sobre os perigos da desinformação online para a saúde das pessoas durante a pandemia de COVID-19 em uma conferência organizada pela Fundação Roscongress, administrada pelo estado. “War on Fakes” às vezes citava Vasiliev como um especialista, como em uma verificação de fatos de 18 de agosto do ano passado, alegando desmascarar relatos ucranianos de que a Rússia havia colocado equipamentos e munições na sala de máquinas da Usina Nuclear de Zaporizhzhia.
O sucesso de “War on Fakes” destaca como o ecossistema de desinformação da Rússia depende de propagandistas cidadãos em busca de oportunidades para forjar laços com o Kremlin que possam alavancar em shows de televisão estatais ou empreendimentos comerciais. O relatório da Logically identificando o proprietário de “War on Fakes” como Vasiliev também ilustra que esses veículos de propaganda não requerem necessariamente o apoio ou coordenação direta com instituições estatais. O poder da mídia estatal da Rússia oferece muitas oportunidades para “trolls, guiados por interesses financeiros, influentes ou políticos, ou idiotas úteis que realmente acreditam em sua própria propaganda”, diz Lukas Andriukaitis, um especialista em desinformação russa baseado na Lituânia e um bolsista não residente no Laboratório de Pesquisa Forense Digital do Atlantic Council. “Esses propagandistas cidadãos são do Kremlin,
Vasiliev parece ter sido habilidoso em cooptar formatos ocidentais de verificação de fatos para dar ao seu canal um ar de autenticidade. Configure no Telegram, o principal campo de batalha digital da guerra, “War on Fakes” criou contra-narrativas rápidas que atraíram tanto os seguidores pró-Rússia quanto o público global inclinado a ser cético em relação às fontes de notícias tradicionais. Também criou canais em árabe, chinês, inglês, francês, alemão e espanhol, embora a maioria dos canais não russos tenha parado de postar no verão passado, quando não conseguiu aumentar o número de assinantes. Postagens no canal Telegram “War on Fakes” e o conteúdo de seu site logo foram compartilhados regularmente por contas oficiais do governo russo, incluindo o Ministério da Defesa e embaixadas em todo o mundo, bem como grandes personalidades da mídia como Margarita Simonyan, a editora- Chefe da Rússia Hoje.
À medida que surgiram evidências de baixas civis em massa em Bucha em abril passado, por exemplo, o canal “War on Fakes” publicou uma análise cética. Ele alegou falsamente que depois que as forças russas deixaram a área por volta de 30 de março, os corpos foram “expostos” para acusar os russos de matar civis, e postou vídeos alegando mostrar esses corpos em movimento. Esta postagem foi compartilhada pelo Ministério da Defesa da Rússia, alegando que era prova de uma “campanha coordenada” pela mídia estrangeira e amplamente divulgada a partir daí, inclusive pelo diretor de cinema americano Oliver Stone. O canal também frequentemente contesta a responsabilidade da Rússia pelos atentados, compartilhando “evidências” do armamento usado para culpar a Ucrânia.
O objetivo de canais como o War on Fakes não é convencer grandes audiências, mas sim semear dúvidas e fazer parecer impossível saber o que realmente está acontecendo no local, disse Andriukaitis à TIME. “Se você acredita na desinformação do Kremlin e nas narrativas do Kremlin, estará procurando ativamente por “fatos” para basear suas opiniões”, diz ele. “E esse tipo de página de ‘verificação de fatos’ oferece exatamente isso.”
À medida que o canal decolou, Vasiliev ganhou mais visibilidade, dando entrevistas como especialista em desinformação. Desde agosto, ele apresenta um segmento chamado “Fake Control” no programa de um dos propagandistas mais poderosos de Vladimir Putin, Vladimir Solovyov. um dos mais proeminentes propagandistas do estado russo. Vasiliev usou sua nova proeminência para lançar outros empreendimentos, incluindo uma rede de doadores mensais para os militares da Rússia que organiza viagens para a “Zona de Operações Especiais” na Ucrânia, e um canal de Telegram onde ele transmite noticiários ao vivo.
“Toda a trajetória de sua carreira é interessante porque, de certa forma, o retrata como um oportunista”, diz Kyle Walter, chefe de pesquisa da Logically. “Ele havia feito todas essas coisas no passado para obter alguma forma de atenção, e então ele simplesmente se aperfeiçoou na hora certa, com as conexões certas, e conseguiu fazer essa conta realmente explodir rapidamente.”
FONTE: time.com
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2 – Mantenha o respeito: não provoque e não ataque outros comentaristas, nem o site ou seus editores;
https://www.forte.jor.br/home/regras-de-conduta-para-comentarios/
Você só acredita no que te agrada, esse é o problema… Vocês confundem imparcialidade com mídia companheira.
Agora veremos se haverá uma mesma publicação citando as fake news do lado ucraniano.
Deve existir, mas isso não torna nada do que foi mostrado nessa matéria uma mentira. Aliás, se vc continuar negando o óbvio, estará sendo o que está destacado em vermelho no texto.
Nas guerras de narrativas a verdade sempre é a primeira a tombar!!
Olha aqui no Brasil tem muito canais militares que ate constrangem de tanta defesa pro Russa e Chinesa.
Pior são os comentaristas profissionais com 50 nicks diferentes exaltando a Rússia e a China!
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Inclusive um que tomou exposed da inteligência austríaca.
Ou “Contra-Inteligência” austríaca
save Ferris 😃
Ora, que surpresa.
A parte grifada em vermelho, dentro de um trecho já grifado em negrito, ocorreu e ocorre justamente nesse espaço.
A propaganda também é uma arma de guerra, mas parece que tiro saiu pela culatra para Putin. Só para relembrar algumas das mentiras russas: 1) no primeiro dia da invasão russa, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky teria fugido para Londres, onde possuía propriedades imobiliárias. 2) Os ucranianos, pobres e abandonados, estava escondidos em porões para se esconder do invencível exército russo. 3) O objetivo da invasão russa era o de desnazificar a Ucrânia. 4) A Ucrânia estava produzindo armas químicas. 5) A Ucrânia estava instalando bases militares americanas. 6) A Rússia usaria armas nucleares táticas. Depois, diante dos seguidos fracassos… Read more »
Complementar um esquecimento de uma conferência de Lavrov durante a cimeira do G20 na Índia, na qual se queixava de estar o mundo todo contra a Rússia e os presentes a rirem-se como se Lavrov estivesse a contar uma anedota
‘Uma nova investigação da Logically, uma empresa de tecnologia com sede no Reino Unido…’
Estranho.
Muito estranho.
Aqui no Brasil vem se criando uma demonização da internet ao mesmo tempo em que outros braços do mesmo corpo se posicionam como entidades de verificação de fatos até que outros braços, do mesmo corpo é claro, consigam controle da informação através do estado.
Minha resposta quanto a isso é simples: mídia que não permite liberdade eu substituo. Simples assim. Infelizmente nem todos tem consciência de que estão vivendo uma bolha de censura esquerdista, mas não posso fazer nada. Só lamento e trato como louco
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6 – Mantenha-se o máximo possível no tema da matéria, para o assunto não se desviar para temas totalmente desconectados do foco da discussão;
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Entendido. Desculpe.
Fake news tem dos dois lados. É só lembrar do aviador matador da Ucrânia. Ocorre volume muito maior de notícias pró-invadido “favoráveis” do que negativas por estas bandas. Se fosse o que pintam a guerra já tinha acabado, o invasor já tinha quebrado e o armistício teria sido assinado, mas não é o que ocorre. A realidade pode ser diferente da torcida ou do mundo virtual.
Atlantic Council: clube de bilionários ocidentais que usam lobistas para criticar lobistas pro-Kremlin. Não há inocentes nisso. Talvez alguns idiotas.
Tem mentira dos dois lados. O unico canal que eu conheço que é mais imparcial é o Xadrez Verbal que sempre da os dois lados da noticia.
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Comentar nos blogs Forças de Defesa não é um direito, é um privilégio
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por isso não acredito nem nos russos e nem nos ucranianos, os dois mentem,
quem começou as mortes e é o responsável pela tragédia desta guerra é putin/governo russo, como é fato inconteste, ninguém precisa se basear na narrativa de nenhum lado para saber o q é o certo.
A invasão é uma coisa, notícias falsas e verdadeiras é outra coisa. Nada impede do invadido realizar sua própria campanha de mentiras por aí.
Se esse “War on fake” é pro-Rússia, vocês precisam ler o “Sputnik”; é cada bobagem!!