Russian Tanks

Por Vitelio Brustolin*

Neste momento em que a guerra entre Rússia e Ucrânia completa um ano, publico uma prospecção de cenários produzida para o conflito. O gráfico com a intersecção das possibilidades para o desfecho da guerra está disponível ao final.

Cenários:

1. Guerra restrita à Ucrânia

Possibilidades (1):

1.1. Vitória russa: (a) convencional, com ofensivas decisivas após forte mobilização (com equipamentos suficientes). Consequências: necessidade de reformas no Sistema Internacional (Direito e Organizações Internacionais); países como Moldávia e Geórgia seriam os próximos a serem invadidos.

1.2. Vitória ucraniana: (a) convencional, uso de armas modernas e contra-ataques, expulsando os russos; (b) por efeitos das sanções e do prolongamento da guerra na economia russa, com (improvável) mobilização interna com deposição do Putin. Consequências: decisão sobre o que aconteceria com Putin. Julgamento de alguns russos por crimes de guerra.

1.3. “Empate”: (a) pela via diplomática; (b) impasse: congelamento ou prolongamento insustentável da guerra por longo período. Consequências: versões de ambos os lados para seus públicos; provável nova guerra na Ucrânia em futuro próximo; terrorismo.

2. Guerra na Ucrânia, com outros exércitos oficialmente no teatro de operações

Possibilidades (2):

2.1. Uso de armas nucleares táticas pela Rússia. Consequências: expansão da guerra, mas apenas em território ucraniano, com tropas da OTAN atuando diretamente em uma guerra convencional.

3. Expansão da guerra

Possibilidades (3): 

3.1. Ingresso do Exército de Belarus na guerra (improvável). Consequências: expansão da guerra para Belarus.

3.2. Ingresso da China na guerra (improvável). Consequências: expansão da Guerra, com possível Terceira Guerra Mundial.

3.3. Ataque proposital russo a membro(s) da OTAN. Consequências: formalização da Terceira Guerra Mundial.

3.4. Uso de armas nucleares estratégicas. Consequências: formalização da Terceira Guerra Mundial com Destruição Mútua Assegurada (MAD).

Clique no gráfico para ampliar

*Sobre o Autor: Prof. Dr. Vitelio Brustolin, professor de Relações Internacionais da UFF e pesquisador de Harvard. Website: https://scholar.harvard.edu/brustolin

 

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Maurício Bart
Maurício Bart
1 ano atrás

Excelente análise realista. Com certeza os governos dos principais países envolvidos direta ou indiretamente no conflito têm uma prospecção de cenários como essa. Não vi nada assim na imprensa nacional ou internacional, o que é estranho, após um ano de guerra. Os cenários ajudam a entender as opções militares e diplomáticas possíveis.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Maurício Bart
1 ano atrás

Olá Maurício. Pois é. Pouca gente tem feito este tipo de avaliação de cenários. Geralmente, jornalistas estão acostumados a cobrir um fato passado. Não há cenários alternativos para um fato passado. Isso os leva, quase sempre, a avaliar apenas um cenários futuro. Por outro, planejadores, estrategistas e bons analistas são hábeis em desenhar cenários otimistas e pessimistas e correlaciona-los com cenários mais prováveis e menos prováveis. Ás vezes, eu coloca este tipo de análise aqui na trilogia mas nem sempre com sucesso. Talvez pelo espaço mais restrito. Pois bem, considerando o atual cenário de uma guerra de atrito, o mais provável é que esta guerra continue por muito tempo em um contexto de guerra de baixa intensidade. As ações da Ucrânia tem sido essencialmente reativas. A Russia tem determinado o perfil da guerra. Minha impressão é que a Russia está impondo uma guerra de atrito, cuja intensidade é modulada pela sua capacidade logística e de produção. Assim, a guerra pode ser sustentada por longos períodos, no qual a infraestrutura da Ucrânia será degradada pela guerra e pela dificuldade de manutenção, enquanto se espera uma mudança no cenário internacional, seja pelo esgotamento da capacidade de ajuda dos países ou pela mudança do cenário de política interna nos EUA e na Europa. Como já escrevi, não há perspectiva de uma vitória nem da Russia nem da Ucrânia. Se a Russia intensificar a guerra, a Ucrẫncia terá mais apoio. Se a Russia reduzir a intensidade da guerra, a ajuda também será limitada. Esta condição de equilíbrio dinâmico só será rompido por meios diplomáticos.

Hcosta
Hcosta
1 ano atrás

Na vitória Russa, acrescentaria um previsível caos político e contra insurgência na Ucrânia. Duvido, com uma vitória militar, que consigam controlar o país.

Seria um outro tipo de guerra mas continuaria a ser uma guerra.

Zorann
Zorann
1 ano atrás

Faltaram muitos cenários aí. Alem das consequências indicadas podendo ser diversas outras, não obrigatoriamente as citadas.

Muito incompleto.

Maurício Bart
Maurício Bart
Responder para  Zorann
1 ano atrás

Quais? Publique a sua prospecção de cenários aqui. Por favor, em formato gráfico, como essa publicada pelo ForTe.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Maurício Bart
1 ano atrás

Ola M. O Zorann está certo sobre a existencia de muitos outros cenários possíveis, mas creio que se restringirmos aos cenários prováveis, o artigo resume bem. São essencialmente trẽs cenários. 1. Uma vitória definitiva da Russia, o que considero improvável porque a ajuda internacional para a Ucrância será proporcional á intensidade da ação militar da Russia. 2. Uma vitória definitiva da Ucrãnica, o que acho improvável porque a Ucrãnia depende da ajuda externa que é limitada pelos fatores de política interna dos países. 3. uma guerra de atrito de longa duração, que irá paulatinamente degradar a infraestrutura da Ucrância ao mesmo tempo que é viável economicamente e politicamente para a Russia mante-la. Assim, a solução para o conflito será diplomática a curto prazo ou dependerá de uma mudança no cenário geopolitico do mundo (e incerto) a longo prazo

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Camargoer.
1 ano atrás

“uma guerra de atrito de longa duração, que irá paulatinamente degradar a infraestrutura da Ucrância ao mesmo tempo que é viável economicamente e politicamente para a Russia mante-la.”

Em sua opinião, porque uma guerra de longa duração seria benéfica pra Rússia?

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Willber Rodrigues
1 ano atrás

Olá Wilber. O melhor cenário para os dois países é a paz. Outro cenário que beneficiaria a Russia seria uma vitoria militar definitiva em poucas semanas, só que após um ano de guerra este cenário não é mais possível. Como a guerra está ocorrendo no território ucraniano, quanto mais longo for o conflito, pior será a deterioração da infraestrutura civil na Ucrânia. Portanto, interessaria à Ucrânia o imediato cessar fogo. Como a Russia parece ter adotado uma guerra de atrito calibrada para ser mantida dentro de sua capacidade de combate, quanto mais longo for o conflito, mais a Ucrânia será prejudicada. Para a Russia, será apenas uma questão de manter o fluxo logistico e a capacidade de reposição. Neste contexto, uma guerra de baixa intensidade e de longo prazo será benéfica para a economia russa, mantendo empregos e uma repressão política justificável no âmbito doméstico. Como a Ucrânia depende do apoio dos EUA e da Europa, o que parece garantido a curto prazo, talvez a médio ou longo prazo estes países tenham que reduzir ou até cessar o apoio para a Ucrânia. Enfim, caso não seja conseguida a paz, uma guerra de atrito de longo prazo beneficia a Russia.

Ricardo Machado
Responder para  Camargoer.
1 ano atrás

A Infraestrutura e do Tempo Soviético, SERA RECONSTRUIDO EM PADRÕES MODERNOS, “COM QUE DINHEIRO?” Além dos Ativos Russos “congelados” pelo Ocidente, a Rússia terá que PAGAR REPARAÇÃO E INDENIZAÇÃO, PORQUE ELA JÁ PERDEU, APENAS QUE A UCRÂNIA AINDA NÃO VENCEU “MATERIALMENTE”, MAS O RESULTADO FINAL E INESCAPAVEL. E a U.E. terá um Grande Mercado de Produtos e Serviços na RECONSTRUÇÃO, que irá movimentar sua Economia (Uma parte da Indenização deverá ser Paga com fornecimento de Gás Natural, o que tornará a Ucrânia um atrativo para Indústrias de uso intensivo de energia, ALEM DE QUE OS EUA VÃO “CAPITALIZAR” SEU PODEROSO APOIO UCRÂNIA, E TERÃO QUE SER “RECOMPENSADOS”…

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Ricardo Machado
1 ano atrás

Ricardo. Não há nada de errado com a infraestrutura construída na época soviética. O Brasil tem pontos, estradas, hidroelétricas, prédios públicos, hospitais que foram construídos há décadas… alguns centenários. Na Europa isso também. No Japão, China, EUA… Há um problema muito grave na ideia de usar os ativos congelados da Russia. O sistema de Breton Woods foi praticamente desmontado com o fim do padrão ouro. O confisco de ativos de países depositados em bancos estrangeiros que são usados para a garantia do comércio exterior pode ter consequências graves no comércio exterior.

Zorann
Zorann
Responder para  Maurício Bart
1 ano atrás

Vou citar so um:

Não obrigatoriamente um impasse (1.3) pode acarretar uma nova guerra ou terrorismo no futuro, como o texto dá como provável .

Não é uma crítica ao site, ao qual aprecio muito, mas sim ao texto do autor claramente incompleto.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Zorann
1 ano atrás

Olá Z. Vocẽ tem razão. Existem muitos cenários possíveis, alguns pouco prováveis, até porque a similaridade cultural entre as populações da Ucrância e da Russia dificilmente levaria um conflito nos moldes das ocupações dos EUA no Iraque ou no Afeganistão. Há algum tempo tenho escrito que minha impressão é que a Russia mudou de tática, buscando implementar uma guerra de atrito, o que parece ter desconcertado a maioria das pessoas que continuam pensando que a Russia teria o objetivo de uma guerra de ocupação baseada em uma massiva e rápida movimentação de tropas, buscando uma vitória miltiar definitiva.

jairo
jairo
Responder para  Camargoer.
1 ano atrás

Boa noite Srs!
Se me permitem uma opinião a maior chance de escalada na minha opinião seria outra proxy war, mas desta vez movida pelo Kremlin.
Estamos vendo uma grande participação material do Irã na guerra da Ucrainia.
Talvez o fornecimento de armamentos avançados pelos russos ao regime iraniano force Israel a uma ação preventiva contra o mesmo.
Isso seria uma escalada muito mais provável do que um ataque direto russo a um membro da Otan.
Um conflito no oriente médio a essa altura exauriria praticamente toda a capacidade de apoio material ocidental sem um envolvimento direto das potências.
Essa possibilidade talvez explique o apoio tímido de Israel a Ucrania.
A China também pode ser um ator atuante no freio dessa possibilidade uma vez que nesse cenário o sistema econômico entraria em parafuso.
O que acham dessa possibilidade?
Abracos!

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  jairo
1 ano atrás

Caro J. Infelizmente, se for deixado como está, há muita chance da situação piorar. Por isso é tão importante o imediato cessar-fofo e o início de negociações diplomáticas. Isso pelo menos, reduz o risco de agravamento. O que vai ser negociado, isso vai se descobrir a partir dos debates nas mesas de negociação. O que é preciso agora é interromper. Primeiro, é preciso saber no que as duas partes concordam e efetivar este acordo.. depois, ver quais são os pontos de desacordo e avançar um de cada vez.

Maurício Bart
Maurício Bart
Responder para  Zorann
1 ano atrás

Discordo. Ocupações militares levam ao terrorismo, que é o meio da resistência agir, vide as duas guerras da Rússia contra a Chechênia e as ocupações, tanto da Rússia, quanto dos EUA contra o Afeganistão. Essa é uma prospecção de cenários militar, meu caro. Não é uma “análise” cheia que informações inúteis. Ela precisa ser clara e objetiva para apoiar a tomada de decisões. Think tanks como a Rand Corporation fazem prospecções exatamente assim. Mais uma vez: faça melhor e publique aqui. 

Zorann
Zorann
Responder para  Maurício Bart
1 ano atrás

Você pode discordar sem problemas.
Mas não pode negar que faltaram aí muitos cenários no texto do autor do que pode vir a acontecer, independente da sua ou da minha opinião.

Maurício Bart
Maurício Bart
Responder para  Zorann
1 ano atrás

Pode cair um cometa e acabar com o planeta. Inclua isso no seu gráfico. O que foi publicado aqui é uma prospeção de cenários para a tomada de decisão. Ela deve se restringir ao que é mais provável. E você afirmar que o impasse não acarretará uma nova guerra ou terrorismo é desconhecer história. A Rússia tomou a Crimeia em 2014 e estamos vendo uma continuidade daquela guerra.

Zorann
Zorann
Responder para  Maurício Bart
1 ano atrás

Quanta bobagem. Kkkkkkkk

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Zorann
1 ano atrás

Se até hoje tem atentado terrorieta na Russia por causa da Guerra da Chechênia, duvido muito que os ucranianos não comecem a fazer atentados terroristas na Russia com o fim do conflito ( seja ele wual for ).

Zorann
Zorann
Responder para  Willber Rodrigues
1 ano atrás

Isto me faz lembrar dos textos que as corretoras colocam nas ofertas de aplicações:

Lucros anteriores não garantem lucros futuros.

Resumindo: isto aí é puro achismo seu. Ambos os cenários são provaveis

Maurício Bart
Maurício Bart
Responder para  Zorann
1 ano atrás

Ambos os cenários são provaveis” (SIC).

Meu jovem, ambos os cenários não são prováveis. Isso é logicamente contraditório com o conceito de “provável”.

Estude mais antes de vir aqui se expor.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Maurício Bart
1 ano atrás

Olá Maurício. Você esta errado. Existem muitos eventos que são excludentes e igualmente prováveis. Por exemplo, o jogo de jankenpo (pedra, papel, tesoura) é suficientemente aleatório para garantir que os dois jogadores possuem a mesma probabilidade de vencer, mas o resultado é mutuamente excludente. Se há um vencedor, o outro é perdedor.

Zorann
Zorann
Responder para  Maurício Bart
1 ano atrás

Vc fala bobagens demais…. e ainda acha que sabe muito. Coitado

Maurício Bart
Maurício Bart
Responder para  Zorann
1 ano atrás

“Ambos os cenários são provaveis” (SIC).

Não há como ambos os cenários serem prováveis. Isso é logicamente incompatível com o conceito de “provável”.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Maurício Bart
1 ano atrás

Pelo contrário. Como expliquei para o Renato, existem inúmeros exemplos de casos nos quais diferentes cenários são excludentes mas igualmente prováveis. Por exemplo, um dado tem seis faces que possuem a mesma probabilidade de serem sorteados. Cada face tem cerca de 16.6% de chance de ocorrer. Contudo, são excludentes. Um dado só pode mostrar uma face.

Renato Martins
Renato Martins
Responder para  Zorann
1 ano atrás

Ambos os cenários são provaveis” (SIC).

Os dois cenários não são prováveis, jovem. Isso é logicamente impossível com o conceito de “provável”. São cenários auto excludentes. Kkkkkkkkk…

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Renato Martins
1 ano atrás

Renato. Nem sempre. Um jogo de par-ou-ímpar ou de cara-coroa tem dois cenários igualmente prováveis. Estivem outros eventos, como por exemplo os números pretos e vermelhos em um roleta. Os cenários são obviamente excludentes, mas podem ser igualmente prováveis. Claro que estou usando exemplos simples que ajudam a compreender o conceito. No caso de cenários geopolíticos, é muito difícil calcular as probabilidades. Geralmente, as classificações são feitas em improváveis, pouco prováveis, prováveis e muito prováveis (sempre evitando um número ímpar de classificações para evitar a tendência do “termo neutro”)

Renato Martins
Renato Martins
Responder para  Camargoer.
1 ano atrás

Camargoer: você está confundindo “possível” com “provável”. São coisas diferentes. Se dois ou mais cenários são igualmente possíveis, nenhum é provável. O conceito de provável é excludente.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Renato Martins
1 ano atrás

Renato. Você está errado. Vou explicar de novo com usando um sorteio da megassena. Uma aposta simples de seis números tem 1 chance em 50.063.860 de ser sorteada. Portanto é um evento de baixa probabilidade, ainda que seja possível. Duas apostas diferentes possuem a mesma probabilidade de ocorrer, ainda que seja mais provável que nenhuma das duas seja sorteada, como geralmente acontece. Ainda que as duas apostas tenham a mesma probabilidade, elas são excludentes. Se uma for sorteada, a outra não poderá ocorrer naquele evento de sorteio. Até o momento do sorteio, as duas apostas são eventos prováveis. Após o sorteio, a aposta sorteada é um fato. Agora pensando em uma moeda. Existem apenas dois resultados possíveis, cada um com 50% de probabilidade. Tanto a aposta na megassena quanto a aposta na moeda são idênticos a não ser pela sua probabilidade. A aposta na megassena tem uma chance de 2×10^-6% de ocorrer e a aposta na moeda tem 50% de chance. Tudo evento que tem uma probabilidade diferente de zero é possível, ainda que possa ser muito provável ou pouco provável. Como probabilidades podem ser comparadas, eventos de baixa probabilidade também podem ser chamados de improváveis (ainda que possíveis). Eventos proibidos (impossíveis) tem probabilidade nula.

Nilo
Nilo
Responder para  Renato Martins
1 ano atrás

Conceito de provável: Que tem probabilidade de ocorrer ou de ser; presuntivo: Diante da resposta do advogado, é provável que ele ainda permaneça preso.
Assim como pode existir a probabilidade de diante da resposta do advogado ser provável que ele seja solto.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Nilo
1 ano atrás

Ola Nilo. A probabilidade existe antes do fato. Por exemplo, alguém se prepara para lançar um dado. Antes do dado ser lançado, cada face tem a mesma probabilidade de ocorrer, ainda que os resultados sejam mutuamente excludentes. Uma vez que o dado foi lançado e o dado expõe uma das faces, deixa de ser probabilidade porque uma vez ocorrido, se torna um fato. Perceba que todas as possibilidades tinham a mesma probabilidade de ocorrer. Existem outras situações nas quais as probabilidade são diferentes. Pense em um semáforo que fica 2 minutos em verde e 30 segundos no vermelho. A probabilidade de se pegar o semáforo verde é 80% e de pegar vermelho é 20%. Mesmo que a probabilidade de verde ser maior, é possível que eventualmente o sinal esteja vermelho. Uma vez que se chega no semáforo, o evento deixa de ser probabilístico. Agora é um fato e a situação é mutuamente excludente (verde ou vermelho). É muito difícil calcular a probabilidade de enventos complexos (como meteorologia). Nestes casos, é mais comum classificar em improvável, pouco provável, provável e muito provável. Ainda assim, um evento improvável pode eventualmente acontecer, por exemplo um aposta da megassena sair para uma aposta simples.

Nilo
Nilo
Responder para  Camargoer.
1 ano atrás

A probabilidade existe antes do fato.👍 perfeito

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Nilo
1 ano atrás

Exato. Eu mesmo demorei muito tempo para entender isso. Esta é a ideia por trás do “gato de Schrondinger”. Como ninguém sabia se o gato estava vivo ou morto, porque ambas situações eram prováveis,, o estado dele era de vivo-morto. Só após abrir a caixa e verificar o estado do gato é que foi possível determinar a sua situação que era mutuamente excludente. Antes, da verificação do fato, era uma probabilidade na qual as duas condições (mesmo que excludentes) eram possíveis. Após verificar o estado do gato, o evento foi determinado e o gato estava vivo ou morto.

Zorann
Zorann
Responder para  Renato Martins
1 ano atrás

Isto depende de quem elege um cenário como provável né.

George
George
Responder para  Zorann
1 ano atrás

Concordo.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
1 ano atrás

Particularmente, aposto na 1.3
Não é interessante nem pra Ucrania e nem pra Russia uma guerra de atrito ad eternum, uma hora a população russa vai perder a paciência, e as populações dos países da OTAN vão pressionar seus governos a pararem de gastar o dinheiro do contribuinte com a ajuda ucraniana, e esses países vão pressionar ambos os lados a sentarem-se numa mesa de negociações.
Diplomaticamente, qual dos dois países vão ter vantagem, eu não sei. Talvez um status quo ante bellum.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Willber Rodrigues
1 ano atrás

Olá W.Eu também acho que seria o cenário mais favorável, mas não sei se o mais provável agora. Por isso, defendo que as negociações diplomática comecem o mais rápido possível. Na verdade, o prolongamento da guerra beneficia a Russia. Acho improvável que qualquer dos dois paises consiga uma vitória militar definitiva sobre o outro

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Camargoer.
1 ano atrás

Eu não diria que seria o mais “favorável”, pois a Russia jamais iria abrir mão das terras ucranianas que eles ja conquistaram e da Criméia, e duvido muito que a Ucrânia aceite entregar esses territórios em nome da “paz” entre eles.
A Russia poderia usar esse argumento pra declarar vitória pro público interno, e no futuro próximo, eles poderiam fazer o mesmo com outro país.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Willber Rodrigues
1 ano atrás

Caro Wilber. Quando digo “favorável” é na direção de uma solução para o fim da guerra, não que seja favorável para a Russia ou Ucrãnia. Obrigado pelo alerta. Faltou clareza.

Frederico Boumann
Frederico Boumann
Responder para  Camargoer.
1 ano atrás

Concordo que o tempo joga a favor da Rússia, a Ucrânia já não tem facilidade de convocar mais homens para o combate, já esse problema a Rússia não tem.

No meu entender, essa guerra trará uma mudança nas relações internacionais, no direito internacional público e privado. Nós sabemos que, na verdade, o que garante a paz, por mais contraditório que seja, são as armas; imaginemos os países que têm pequenos territórios e consequentemente pequenas populações, a partir de agora, haverá uma insegurança jurídica, e digo mais,insegurança existencial desses países. Vejamos, se a Rússia vencer esse conflito, e me refiro vencer no sentido de anexar parte do território ucraniano, além de confirmar a posse da Crimeia, vos pergunto, qual a segurança que países menores terão que sua existência não estará ameaçada por países maiores? Um exemplo esdrúxulo, mas cabível aqui, o que garante a existência do Uruguai, se o Brasil resolver anexá-lo?

Outra questão levantada pelo texto, se a Rússia resolver utilizar bombas atômicas táticas no teatro de operações? O TNP simplesmente desmorona, todos os países que têm condições tecnológicas de possuir arsenais nucleares o farão, e acredito até o Brasil também o fará. Não vi nenhum analista tratar as consequências desta guerra nestes termos.

Após esse conflito, o mundo será muito mais belicoso, os países que quiserem garantir sua sobrevivência terão que investir em duas coisas: 1) forças armadas profissionais e bem preparadas, não só em treinamento, quanto em armas modernas; 2) haverá uma corrida por alianças; sendo esse instrumento utilizado pelos países menores para tentar garantir a sua existência.

O fato é que, independente de quem vença, e até que haja ou não vencedor, o mundo não é mais o mesmo, realmente, Putin criou uma nova ordem mundial, agora se isso é bom ou não, só o tempo dirá.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Frederico Boumann
1 ano atrás

“Outra questão levantada pelo texto, se a Rússia resolver utilizar bombas atômicas táticas no teatro de operações? O TNP simplesmente desmorona, todos os países que têm condições tecnológicas de possuir arsenais nucleares o farão, e acredito até o Brasil também o fará.”

Concordo totalmente. Qualquer país com o mínimo de capacidade de fabricar nukes, mesmo que sejam “sujas”, o fariam.
Arrisco até que a CN comece a exportar físicos e gente especializada nessa tecnologia, e traria bilhões pra economia dela.
Imagino que países como Irãn, Arabia Saudita, Turquia, Japão, Coréia do Sul, Austrália, Egito e, talvez, o Brasil, rasgem esse tratado e comecem a desenvolver esse tipo de arma.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Willber Rodrigues
1 ano atrás

Olá Wilber. Concordo que se qualquer país usar armas nucleares táticas será um desastre diplomático. Enfim, é um cenário possível mas improvável, a não ser que a Ucrânia invada o território russo empregando tropas e material da Otan, mas isso seria uma violação do próprio argumento usado pela Ucrânia para a defesa do seu território. Por outro lado, a China não tem interesse em disseminar a capacidade nuclear para outros países. É um contrassenso geopolítico. Além disso, cada país hoje que não possui armas nucleares (como o Brasil e o Japão) teria que enfrentar uma oposição interna. Muita gente (eu inclusive) veria que o uso de armas nucleares táticas em um conflito militar é mais um motivo para o total banimento deste tipo de arma.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Camargoer.
1 ano atrás

“Além disso, cada país hoje que não possui armas nucleares (como o Brasil e o Japão) teria que enfrentar uma oposição interna. ”
Isso talvez desse certo em países como o Brasil, que não tem “inimigos a vista”.
Mas pra países como CS, Japão e, principalmente, Irãn, com problemas com seus vizinhos, duvido que essa oposição interna e o clima de medo de “eu posso ser o próximo a ser bombardeado atômicamente” seja efetivo.
No mais, se reamente descanbar pra esse lado, eu seria do time que concordaria que cada país deve ser soberano pra ter suas nukes em auto-defesa.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Willber Rodrigues
1 ano atrás

Olá W. È uma discussão importante e muito delicada. Acho que ela passa primeiro pela ideia de total banimento das armas nucleares de qualquer tipo. A partir do bombardeio de HIroshima e Nagasaki, os EUA se tornaram uma potência nuclear e um risco para a paz global. È preciso lembrar que MacArthur defendeu bombardear a China com armas nucleares durante a Guerra da Coreia e que o Secretário de Estado dos EUA ofereceu duas bombas atômicas para a França lançar no Vietnan. Segundo Carl Sagan, ele foi chamado pelo Pentágono para avaliar o envio de um foguete contra a Lua com uma enorme bomba atômica que criaria uma gigantesca cratera que se chamaria “A Àguia”. O equilíbrio do terror e a estratégia de mutua destruição assegurada foi um paliativo para o risco de uma única potência nuclear atacar unilateralmente qualquer outro país. Por outro lado, o total banimento de armas nucleares é um caminho possível e desejável. O Atlântico Sul é o exemplo a ser seguido. Armas nucleares só fazem sentido como dissuasão e são desnecessárias como arma de dissuasão em um ambiente global no qual ninguém as têm.

Frederico Boumann
Frederico Boumann
Responder para  Camargoer.
1 ano atrás

Não há a menor possibilidade do total banimento das armas nucleares no atual estágio da humanidade. “O Atlântico Sul é o exemplo a ser seguido”; o atlântico sul não tem armas nucleares por que seus países são pobres, e os que poderiam ter, suas elites foram cooptadas a não ter.

Não existe nenhuma leitura dentro da diplomacia e das relações internacionais que ” por outro lado, o total banimento de armas nucleares é um caminho possível e desejável”, nada, muito pelo contrário, nenhuma potência nuclear faria tal coisa, abrir mão de seus arsenais, desculpe, mais chega a ser pueril essa afirmação.

Sem dúvida eu estaria do lado daqueles que querem o Brasil nuclearmente armado.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Frederico Boumann
1 ano atrás

Caro Fred. O tratado que declara o Atlântico Sul uma área livre de armas nucleares é uma resolução aprovada na ONU em 1986 em sua Assembleia Geral. Não é apenas uma decisão dos países da região contra a proliferação de armas nucleares, mas uma proibição que qualquer país que possua armas nucleares possa transportar ou operar armas nucleares na região do Atlântico Sul. Na década de 80, no auge da guerra fria, o mundo tinha cerca de 73 mi armas nucleares. Hoje são cerca de 13 mil, sendo que praticamente 11 mil são dos EUA e da Russia. Portanto, é possível que se façam sucessivos cortes nos estoques de armas nucleares no mundo, até chegar ao total banimentos. Isso foi feito com as armas química e biológicas poderá ser feito com armas nucleares. Imagine um mundo sem armas nucleares. È fácil se vocẽ tentar.

Frederico Boumann
Frederico Boumann
Responder para  Camargoer.
1 ano atrás

Caro Camargo, você está relatando o fato, quanto a isso é indiscutível; o que estou falando é o que foi feito para se chegar na assinatura do referido tratado. Só houve a assinatura desse tratado por que os países signatários quiseram ou foram forçados de alguma forma a assinar, acreditar que os mesmos assinaram de livre e espontânea vontade é desconhecer totalmente como funciona a diplomacia(o que não é demérito algum).

No que se refere a transportar, o Reino Unido já não respeitou essa limitação, não só transportou, segundo a própria Margaret Thatcher, quanto ameaçou a Argentina de fazê-lo, tudo isso que estou dizendo são informações públicas, inquestionáveis. Além de que é impossível fiscalizar tal coisa, basta passar um SSBN pelo atlântico sul que, o país possuidor do navio já estaria infligindo o tratado, quem fiscalizou, quem tem poder de fiscalizar, por óbvio ninguém.

Não enxergo o mundo sem armas nucleares nunca, simplesmente por que a busca por poder e superioridade está intrínseco na raça humana e isso se reflete nos países.

Por fim, não menos importante, simplesmente penso em meu país primeiro, não tenho a ideologia pluralista/internacionalista que pela forma que o nobre colega escreve, se subentende que seja a linha doutrinária; de todo modo, espero que vejamos como tudo isso acabará e quais mudanças iremos testemunhar, cordial abraço.

Allan Lemos
Allan Lemos
Responder para  Frederico Boumann
1 ano atrás

Você está certo, essa ideia de “mundo sem armas nucleares” não passa de baboseira progressista.

O mundo passou quase 80 anos sem o confronto de duas superpotências justamente por causa das armas nucleares.

E a única razão para que o Atlântico Sul seja hoje uma área livre de armas atômicas é porque os países da região não passam de repúblicas bananeiras subdesenvolvidas.

Mesmo assim, o Brasil quase conseguiu sua bomba e a teria desenvolvido caso não tivesse sido sabotado internamente.

A única hipótese onde o mundo estaria mais seguro sem armas nucleares seria se a humanidade perdesse esse conhecimento.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Frederico Boumann
1 ano atrás

Sobre a Guerra das Malvinas, ela aconteceu em 1982 e a resolução da ONU é de 1986. Sobre os países do Atlântico Sul, pelo menos trẽs países tinham condiçoes técnicas de construir uma bomba atômica: Argenina, Brasil e África do Sul. Aliás, é público que a África do Sul chegou a construir uma bomba que foi desmantelada depois. O Brasil e a Argetina também criaram uma agência binacional para monitorar a manipulação de material nuclear, iniciativa única no mundo. Inclusive, eu defendo que a ABACC deveria receber o Nobel da Paz. O fato de ser defender o total banimento de armas nucleares no mundo é, em última análise, defender o bem estar da população brasileira. Creio que os mais velhos que viveram sob a ameaça da Guerra Fria tiveram uma terrível experiência de estar sob a ameaça de uma aniquilação nuclear. Não há como pensar no nosso bem estar sob a ameaça nuclear. Após o fim da Guerra Fria, a crise climática se tornou prioridade mas a ameaça nuclear ainda existe.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Camargoer.
1 ano atrás

Por outro lado, o total banimento de armas nucleares é um caminho possível e desejável.´´

Particularmente, acho isso utópico, por 2 motivos:
1- uma vez inventada, a tecnologia não pode ser desinventada´´. Quem tem esse conhecimento, não vai se livrar dele em nome da pomba branca da paz.
2- quem tem nukes, a tem por um bom motivo.
A CN sabe que, no mano a mano´´, não tem condições nenhuma de Defesa contra a CS e EUA, e sabe que suas nukes apontadas pra Seul é a ÚNICA coisa que faz os EUA pensarem 2x antes fazerem com a CN o que os EUA fizeram com o Iraque.
( Aliás, se Saddam tivesse nukes, será que eles tinham sido invadidos pelos EUA? )
Paquistão sabe que, numa guerra convencional, tem poucas chances contra a índia, por isso tem suas nukes, e vice-versa pra Índia.
Israel quase foi aniquilada pelos seus vizinhos em diversas guerras. Eles abririam mão de suas supostas nukes por promessas de paz de seus vizinhos?

Isso, dentre vários outros exemplos.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Willber Rodrigues
1 ano atrás

Caro. As armas químicas e bacteriológicas, muito mais baratas e de tecnologia amplamente difundida já foram banidas. Então, não há relação causal entre o conhecimento tecnológico e a produção do arma. O Brasil eu três dúzias de países industrializados possuem uma industria química capaz de produzir armas química e bacteriológicas e não o fazem. Desde o momento que a ex-URSS explodiu o seu dispositivo nuclear, a posse da arma nuclear é justificada como arma de defesa contra um ataque nuclear. É a essência da estratégia MAD. Hoje existem cerca de 13 mil armas nucleares, sendo praticamente 11 mil nas mãos dos EUA e da Russia. Os demais países que possuem armas nucleares possuem entre algumas dezenas até poucas centenas. Ainda assim, é um cenário muito diferente das mais de 70 mil armas no auge da Guerra Fria, na década de 80. Chama a atenção que a China declarou há poucos dias que não entrará em uma corrida armamentista nuclear e optou por manter seus estoques no mínimo. A pergunta que precisa ser feita é qual o estoque mínimo razoável? Isso depende obviamente da quantidade de armas dos outros países. Portanto, há espaço para uma ampla redução dos estoques de armas nucleares a curto prazo e o total banimento das armas nucleares a médio prazo. Não existe argumento para justificar armas nucleares estocadas para serem usadas em caso de ataque nuclear.

Hcosta
Hcosta
Responder para  Camargoer.
1 ano atrás

Acho possível uma vitória Ucraniana. O problema é o custo.
Vitória militar definitiva sobre a Rússia é impossível, se isso implicar uma invasão, mas já perdeu guerras…

Enquanto não tiver a certeza sobre os objetivos Russos, fica difícil perceber se uma guerra longa trará benefícios.
E considerando que os objetivos Russos alteram-se ao longo do tempo…

Nilo
Nilo
Responder para  Camargoer.
1 ano atrás

Bom dia mestre.
O cenário previsivel é cristalino quando se ler o artigo, escalonamento da guerra para um embate direto entre Otan e Rússia.
Como disse a Alemanhã ao autorizar entregar seus melhores tanques abriu as portas do inferno, como lider europeu e seu histórico de guerra, sua reintegração pacifica enquanto território, são fatores que levam a considerar que a Alemanha pode estar dando uma guinada na posição pacifista e de soft power, quando o chefe de Governo Olaf Scholz declara: A Alemanha deve ter “as Forças Armadas mais bem equipadas da Europa”, declarou nesta sexta-feira (16) , após anos de análises “equivocadas” de que seu país estava “cercado de amigos”, a Alemanha está pronta para assumir uma responsabilidade de primeiro plano pela segurança do nosso continente. Em um primeiro momento seria a coisa mais fácil a fazer politicamente traria dividendos economicos e pouca resistência.
Contudo ao longo prazo pode trazer alterações geopoliticas nas relações com EUA, França, China….

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Nilo
1 ano atrás

Olá NIlo. Pois é. Acreditava-se que a Primeira Guerra não aconteceria porque todos os reis e imperadores na Europa eram primos, contudo os parlamentos tinham pouco controle sobre o aparato militar, tanto que o início da guerra aconteceu praticamente á revelia do poder real. A Segunda Guerra foi uma consequência também do poder absoluto nas mãos de Hitler. Hoje, os militares das grandes potencias estão subordinados ao poder civil. A invasão no Iraque pelos EUA aconteceu porque o poder civil decidiu por ela. De modo simplificado, existem trẽs cenários principais. 1. ampliação do conflito com a participação direta de outras nações. 2. equilíbrio do conflito em um cenário de guerra de atrito. 3. redução do conflito a partir das negociações diplomáticas. Eu acredito que os dois últimos cenários são os mais prováveis. A ampliação do confltto só faria sentido em duas hipóteses: se um dos lados ampliasse a guerra contra outros países, por exemplo a Russia atacando algum pais da Otan ou a Ucrânia enviando tropas contra o território russo. O incidente dos mísseis na fronteira com a Polônia revelou que ninguém está disposto a isso, até porque isso enfrentaria enorme oposição do campo doméstico dos países. Nenhum país parece disposto a enviar tropas regulares para combater ao lado da Ucrãnia ou da Russia. Por outro lado, uma guerra de atrito de baixa intensidade parece ser aceita pelas populações, ao menos se o seu custo for mantido nos atuais níveis. As recentes movimentações diplomáticas podem sugerir que esteja sendo consturada uma solução diplomática. Talvez seja criada uma região desmilitarizada na fronteira entre a Russia e a Ucrânia.

Nilo
Nilo
Responder para  Camargoer.
1 ano atrás

A hipotese de devolução da região de Donbass seria a queda de Putin nem incluo a Crimeia. O que seria uma vitória do Biden, ficaria demosntrado aos paises europeus e do leste a fraguesa politico militar da Rússia, seria o inicio de um destino da Rússia igual ao da Iuguslavia.
Sem a devolução da região de Donbass como Zelensky teria uma derrota politica militar na mão.
Portanto é certo (e não previsão) que haverá uma escalada no número de mortos parte a parte e a entrada da China como fornecedores de material bélico para Rússia, esse o próximo grande salto, razão, a entrada não só dos EUA como fornecedora mas de material alemão e a mudança de postura do Chanceler Scholz.
A China será o grande pendulo, nesta possivel negociação de Paz, mesmo que não esteja no holofotes das negociações.
A derrota da Rússia, um Putin humilhado pela Otan/EUA, teria uma repercursão desastrosa para a China no seu entorno – efeito dómino.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Nilo
1 ano atrás

Olá Nilo. Se nada for feito, haverá um escalonamento da guerra. Por isso é preciso iniciar as negociações diplomáticas. Ninguém sabe exatamente o que pode ser colocado na mesa de negociação. A princípio, qualquer coisa é negociável. Eu lembro de um diplomata dizer que ao final de uma negociação, quem perde parece que venceu, quem vence parece que perdeu. O fato uma vez que as negociações cheguem a um acordo, não há venderes e perdedores.

Carvalho
Carvalho
1 ano atrás

Na atual conjuntura, os cenários devem ser ampliados da esfera militar para a esfera politica:
1) Putin sobreviverá, politicamente falando?
2) Zelenski continuará tendo o apoio interno e externo?
3) Haverá acordo para um césar fogo e congelamento da situação?

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Carvalho
1 ano atrás

Ola Carvalho. Pois é. Putin controla a política interna com mão de ferro. Acho difícil que ele perca o controla a não ser que o país entrasse em um colapso econômico, algo que não aconteceu. Ele poderá concorrer a mais dois mandatos de 6 anos. Uma guerra de baixa intensidade evita grandes perdas, mantém a economia aquecida garantindo emprego e renda e sustenta um regime forte com viés nacionalista. Zelensky poderá concorrer á reeleição em 2024 para mais um mandato de 5 anos, por isso a sua pressa e sua pressão para manter o apoio externo para a sua guerra. O maior desafio dele é manter o apoio externo de longo prazo. Em 2024 também ocorrerão eleições presidenciais nos EUA e a guerra na Ucrãnia provavelmente será tema de campanha. Sem o apoio dos EUA, Zelensky perde tudo. Acho improvável que este conflito se estenda por décadas, como aconteceu com a Guerra do Vietnan, mas também duvido que qualquer dos lados vença a guerra no campo militar. O fim da guerra será por meio diplomático. Quando mais cedo acontecer o cessar fogo, mais forte todos ficam para a reeleição. De todos os envolvido, Zelensky é aquele que tem menor controle sobre a agenda política.

Nilo
Nilo
Responder para  Camargoer.
1 ano atrás

 “O controle sobre a agenda política” de Zelensky está com os americanos, a não ser que esses queiram, Zelensky mesmo com derrotas em campo militar se manterá no poder, deverá se reeleger em 2024, os americanos fornecem recursos financeiros e Zelensky detem o controle politico, tem controle da mídia ucraniana e dos militares, a corrupção é um forte eleitor.

Camargoer.
Camargoer.
Responder para  Nilo
1 ano atrás

Olá NIlo. Geralmente, o voto “patriótico” tem grande peso, contudo eu não sei avaliar a sitação doméstica de Zelensky, mas concordo que ele tem enormes restrições políticas. FIco imaginando que plataforma eleitoral ele poderia defender em uma eleição presidencial em 2024. Continuar a guerra? Como propor isso se ele foi incapaz de vence-la em dois aos (supondo que a guerra continue neste patamar por mais um ano). Terminar a guerra? Como propor isso depois de dois anos de guerra? Deveria ter feito isso antes. Por isso, a pressa de Zelensky em terminar a guerra rapidamente com amplo apoio externo e evitar o início das negociaçẽos de paz. As decisões de Zelensky devem ser avaliadas no contexto da politica doméstica e do calendário eleitoral. Talvez ele proponha o adiamento das eleiçoes….

Luis H
Luis H
1 ano atrás

ele delineou os cenários q julga mais prováveis, em grande parte, concordo, achei bastante desnecessário os “improvável” postos entre parênteses, principalmente por sugerir mad como mais provável do q estas hipóteses. acredito q a guerra se estendera por 1 a 3 anos. estruturalmente a ucrânia vai ficar mais arruinada do q já está, mas q não perderá coesão e nem apoio externo, de modo q o atrito no decorrer do tempo militarmente e politicamente seja insustentável para a russia. imagino ou q putin será derrubado, ou (menos provável) q ele escalará ao uso de armas nucleares táticas na ucrãnia, numa atitude desesperada, mas q após isso o povo russo não ira mais dar sustentação ao seu governo, em seguida o novo governo russo irá aceitar entregar o território invadido, tentando ficar com a criméia, o q talvez não seja aceito pela ucrânia. é o cenário q julgo mais positivo em um contexto global, apesar de não ser bonito para as vítimas, o melhor q se pode esperar é q o culpado pague e isso desestimule novos guerras criminosas de anexação.

Luis H
Luis H
Responder para  Luis H
1 ano atrás

como consequência final também é possível uma fragmentação da federação russa, com algumas repúblicas se tornando independentes de fato.