Cursos de alfabetização informacional podem ajudar os alunos a lidar com o viés de confirmação e a desinformação
A Universidade de Windsor criou atribuições que incentivam os alunos a olhar além de suas inclinações políticas e experiências pessoais
Por James Wittebols
Quando se trata de notícias hoje em dia, o que escolhemos considerar confiável tem mais a ver com nossa própria visão de mundo do que com quais tipos de práticas de notícias são dignas de confiança.
Muitas pessoas estão procurando notícias que se alinhem com sua política. Mas há apenas um problema com isso: nem sempre somos bons juízes do que constitui informação e notícias confiáveis.
É por isso que aprender sobre alfabetização informacional e informação é tão importante. Um curso de alfabetização informacional que leciono na Universidade de Windsor, Pesquisa e análise de informações, tenta mostrar aos alunos que o mesmo fenômeno que nos torna juízes ruins também pode ser revertido para nos tornar consumidores de notícias e informações melhores e mais críticos.
O processo que uso neste curso de alfabetização informacional não encoraja a “confiança” na mídia tradicional ou herdada per se. Em vez disso, os alunos aprendem a avaliar as notícias com base nas características de uma notícia: fontes múltiplas e contraditórias, o uso de estatísticas e dados nos quais as fontes são nomeadas e podem ser acessadas independentemente, os tipos de publicidade presentes e se estão relacionadas à história.
Primeira lição: verifique seu viés de confirmação
O viés de confirmação sugere que nosso conhecimento e experiências anteriores geralmente informam nossas opiniões. No entanto, ao nos tornarmos conscientes de nossas tendências de viés de confirmação, podemos começar a fazer uma autocrítica sobre a forma como processamos informações e aprender mais sobre nós mesmos e como interpretamos notícias e informações.
A solução vem na forma de uma tarefa experimental em que os alunos percebem suas tendências de viés de confirmação. Os alunos recebem uma tarefa de fim de semana em que procuram e relatam exemplos de viés de confirmação ao seu redor e em reportagens da mídia. Eles são instruídos a se concentrar principalmente em si mesmos – como costumam se envolver no viés de confirmação.
A tarefa é uma revelação. Em seus trabalhos de final de semestre, 80% dos alunos da turma de Pesquisa e Análise de Informações observaram que a tarefa era um elemento importante do curso. Aqui estão alguns exemplos:
- “Eu sabia que, em alguns aspectos da minha vida, posso ter exibido um viés de confirmação em relação a certas ideias. No entanto, não achei que fosse tão proeminente quanto após a conclusão da tarefa.”
- “…relativamente à minha vida pessoal, esta foi a tarefa mais importante.”
- “Acho que foi o mais impactante e (vai) ficar comigo por mais tempo.”
- “Foi uma experiência insanamente enriquecedora para mim tirar meus preconceitos da toca, especialmente para alguém como eu, que se considera bastante imparcial quando se trata de qualquer coisa.”
- “…extremamente valiosa foi a consciência que desenvolvi em relação a (como) a mídia social estava exclusivamente formando minhas opiniões… Acredito que esta seja talvez a função mais universal da classe.”
O curso usa uma abordagem de sala de aula invertida. As salas de aula invertidas usam o tempo de aula para discussão, atividades em grupo e educação experiencial, em vez de palestras e formas passivas de aprendizado.
A chave é a autoconfrontação. Todas as maneiras de se envolver no viés de confirmação não podem ser transmitidas por meio de uma explicação seca do conceito. O ponto é não pregar ou dar palestras sobre suas “falhas”. Em vez disso, trata-se de deixá-los entender por si mesmos como os vieses de confirmação podem resultar em aprendizado impreciso que pode ter efeitos negativos.
Enquadramento de mídia
Durante o resto do semestre, os alunos exploram uma questão de justiça social observando como grupos de interesse, jornalistas e pesquisadores acadêmicos têm tratado a questão. Isso serve para dar a eles uma visão holística do campo da informação e leva a uma melhor compreensão tanto da questão quanto da dinâmica social que informa o debate sobre ela.
Também é crucial que os alunos entendam a natureza do conteúdo patrocinado e outros anúncios nativos que podem parecer notícias, mas incorporam um ponto de vista.
Notícias, informações e desinformação desempenham um papel significativo na melhoria e no enfraquecimento do discurso democrático e da tomada de decisões. Educadores de todos os níveis precisarão dar mais atenção à alfabetização informacional para garantir que os alunos saibam como criticar as notícias que encontram.
James Wittebols é professor de ciência política na Universidade de Windsor. Este artigo apareceu pela primeira vez no The Conversation e foi republicado sob uma licença Creative Commons.
FONTE: journalism.co.uk
Essa geração mais nova, não sabe nem pesquisar no Google direito, preferem pesquisar dentro de aplicativos como tiktok e Instagram, assim nunca vão saber identificar direito o que é fake news ou não, basta ver o poder do whatsapp nas últimas eleições.
https://olhardigital.com.br/2022/07/13/internet-e-redes-sociais/usuarios-deixam-google-de-lado-para-fazer-buscas-no-instagram-e-tiktok/
Na verdade os idosos que são mais propensos a espalhar fake news, tanto que são vítimas preferenciais para golpes na web. As novas gerações são de nativos digitais, as anteriores de imigrantes digitais.
Não adianta ser nativo digital e não saber nem fazer uma pesquisa, são nativos de tiktok e Kwai. Quanto aos idosos, concordo, são muito mais propensos a serem enganados, as tias e vovôs do ZAP que o digam.
Pior: não sabem, não querem e desdenham de quem busca e lê algo que não em meios eletrônicos. Hoje, tudo ficou relativo. Hipocrisia é o mal do século XXI.
Infelizmente hoje nenhuma fonte de informação é confiável e imparcial, temos que aprender a filtrar e ponderar sobre tudo que os meios de comunicação nos passam…Após o advento da 2° Guerra Mundial, os eua passaram a montar uma superestrutura de contrainformação jamais visto no planeta, visando dificultar o acesso a informação verdadeira, e dominar a narrativa da história mundial…A imprensa e as mídias passaram a se tornar num instrumento de alta eficácia para manipulação e controle das massas…A nossa internet hoje encontra-se toda tomada por robôs de origem alienígena e os chamados “bots” correspondem a mais de 50% do tráfego total da Internet…
Nos EUA, um em cada seis dólares é gasto com guerra de propaganda. (…)As pessoas são bombardeadas com propaganda, doutrinação e modelagem comportamental todos os dias na televisão, desde a infância. O ideal da vida social é vc e seu aparelho de TV…E as eleições são executadas pelas mesmas indústrias que vendem pasta de dentes na televisão…
Existe uma guerra de informação sendo travada em nosso país pela influência e o controle sobre nós seja no campo cultural, ideológico, político ou econômico…Algo orquestrado para o intento de nos colonizarem de forma furtiva e fazer nos alinharmos aos interesses alienígenas em detrimento dos nossos próprios…O domínio está ao alcance de quem mais domina a informação, é uma guerra de poder antiga em nosso mundo…Mas a população geral não sabe o que está acontecendo, e eles nem sequer sabem que não sabem…O povo nem sabe que não sabe…
As pessoas simplesmente querem acreditar em algo e quanto mais próximo uma fonte ou narrativa estiver de sua esfera ideologica e religiosa melhor é. Não se trata de verdade ou mentira, informação hoje é baseado em emoção.
O que pessoas em geral pensam após de ler uma noticia:
Estou bem informado, logo preciso informar os demais.
O que eu penso após ler uma noticia:
A quem isso beneficia?
O que pensa o outro lado?
Qual é o contexto histórico?
Essa é a forma mais segura de se proteger da loucura que está solta por aí.
O antigo PR vetou uma PL que criminaliza as fake news pq se não ele e a família seria preso ..
Esses últimos anos foi incrível o número de mentiras espalhadas , tiveram até que criar um quadro na globo pra desmentir ..
🤮🤮
Segundo nosso novo pr, o impeachment da presid@mta foi golpe…
É Fake News?
1) Sim… então muitos cargos nos poderes oriundos disso, permanecerão?
2) Não…. Qual a punição de quem diz isso?
Haverá parcialidade?
1) Não… e os favores????
2) sim…. E a democracia????
Para quem não acompanha a política a contento: Dilma foi inocentada, em uma ação popular, oriunda do processo legislativo que motivou seu impeachment, (a tal pedalada), decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Há um movimento no STF para o rearranjo do entendimento contra o impeachment de Dilma, à época foi legalizado pela continuação por 9 x 2 votos.
Não dá pra comparar. O Slowz está comentando pelos diversos, comprovados, casos de fake news, que foram espalhados de forma avassaladora pelos membros do governo anterior. A questão do Impeachment (ou golpe) é uma discussão jurídica.
E quem iria definir o que é fake news ou não? O governo? A globo? o super xandão? Isso seria aplicado para as fake news do pessoal da direita assim como as que o pessoal de esquerda propaga?
O próprio cidadão que deveria saber identificar uma fake news. Esse é o tom do artigo, educar para que o próprio cidadão identifique a mentira e não a propague.
A leitura antenta desse artigo pode ser muito útil para alguns colegas foristas. Ontem vários defendiam que os Yanomami são “venezuelanos” e que a grave crise humanitária em RR é “propaganda”. Triste.
É o problema da dissonancia cognitiva, tem gente que prefere aceitar um absurdo ou simplesmente ser cruel em vez de questionar as próprias crenças.
Isso vai ter que se ensinado em escolas.
Se brincar, acho que esse curso pode até ser mais útil para idosos e pessoas que crescerem é um ambiente completamente não-digital do que a “juventude”. Porque quem eu mais vejo em uma relação dual entre “Se tá na internet, então é verdade” e afoitos a negacionismos, revisionismo histórico e hipóteses conspiratórias é a dita “turma do Zap-Zap e Telegram”.
Leia-se “em um ambiente”.
Geração perdida!