Equipe de transição quer reverter liquidação da Ceitec

João, é uma possibilidade sim. Também é possível que o contrário também funcione. Algo como a CEITEC sendo uma encubadora, seja do governo, seja da UFRGS ou mesmo de ambos. A idéia é não deixar o que já existe morrer.

Olá. A maioria das startups brasileiras são fundadas e mantidas por jovens doutores. Então, o sistema de inovação tecnológica depende da existência de um sistema de pós-graduação bem financiado

Seria um erro dar para uma universidade uma organização de produção. A universidade não tem capacidade, nem aqui nem em lugar algum do mundo, de tocar uma empresa.

Olá João. De fato. Existem tantos setores que demandam tecnologias de chips que mesmo fazendo uma lista comprida, ainda seria apenas uma fração. O desempenho do chip é resultado da especificação e do processo de evolução.

Olá João.O Cietec tem uma infraestrutura de produção, nao de pesquisa. Ela não tem condições de ser usada como encubadora ou como centro de extensão universitária. O custo de manutenção é proibitivo.

Olá João. A empresa deve ser mantida para produzir chips para determinados setores que demandam uma enorme quantidade destes dispositivos, desde a segurança de documentos inteligentes, rastreamento de carga e controle de logístico. São dispositivos relativamente simples e baratos mas que demandam um grande investimento inicial (que já foi feito). A partir da existência de uma planta de produção em atividade, as múltiplas aplicações serão um processo relativamente simples de evolução tecnológica. O limite de aplicação desas tecnologias. O que é interessante é que a existência de uma fábrica nacional de chips permite a instalação de um sem número de startups de alta tecnologia dedicadas a adaptação da tecnologia para nichos de mercado tanto no Brasil quanto em toda a América Latina e África. Veja que uma parte das tecnologias que requerem estes chips dependem principalmente do desenvolvimento de software e aplicativos.

Olá Joao. Uma consultoria pode ser uma boa ideia. Já participei de alguns processos destes, dando alguns pareceres técnicos. O problema é saber qual os critérios adotados pelos consultores. Muita gente do mercado financeiro tem uma visão bem tacanha, focando mais na questão financeira de curto prazo sem levar em conta aspectos de longo prazo. A questão privado x estatal é muito mais profunda que a tolice liberal de estado mínimo x estatal grande. A crise de 2008 enterrou esta questão. A pergunta fundamental é ter um Estado que garanta condições e infraestrutura para o desenvolvimento econômico e prover mecanismos de redistribuição de renda. Recentemente, assisti um bom documentário chamado “O paradoxo da democracia”. Alguns dos entrevistados colocam uma questõ pertinente. Todos sabemos que o capitalismo é compatível com ditaduras, mas será que é compatível com uma sociedade democrática? Hoje, ficou claro que o modelo capitalista é incompatível com uma sociedade sustentável porque a busca do lucro é uma ação de curto prazo, enquanto as questões de sustentabilidade são de médio e longo prazo, aliás trasngeracionais. Mesmo o Brasil, após 200 anos de independência foi incapaz de escapar do modelo excludente de produtor primário, o qual é insuficiente para integrar toda a população em uma condição de bem estar material. O debate moralista (e anacrõnico) de combate á corrupção é raso e serve apenas para esconder a discussão central que é a desigualdade social. A corrupção não ideologia, não tem fé e muito menos ética. É uma questão policial permanente. Platão já discutia a corrupção, que existia antes dele e existe agora. Infelizmente, nos últimos anos, a tal “guerra á corrupção” foi tão fracassada quanto aquela que levou à queda da monarquia, á revolução de 30 e ao golpe de 64.

Caro João. Durante a II Guerra, Vargas retardou ao máximo envolver o Brasil no conflito. De um, lado, os EUA sabiam da posição estratégica do NE brasileiro para a proteção do Atlântico sul e para criar uma rota de transporte aéreo ligando o Brasil ao norte da África. A Alemanha também sabia disso e tinha a seu favor a maior célula nazista fora da Alemanha no Sul do Brasil. Neste jogo, estava a oportunidade de se obter um financiamento para a construção de uma grande siderúrgica (que poderia ser Krupp ou American Steel). No fim, a pŕópria Alemanha forçou uma tomada de posição brasileira (por meio do afundamento de navios mercantes brasileiros), que entre tantas coisas, resultou na criação da CSN estatal. Naquele momento histórico, foi o Estado brasileiro o responsável pela industrialização do país. É notável que a ascensão neoliberal e financeirização da economia brasileira a partir da redemocratização resultou na degradação da estrutura de produção industrial.

Olá João. Recomendo a biografia do Getúlio em trẽs volumes do Lira Neto. Tambem tem uma série de documentários chamado “Imagens do Estado Novo”. Não existe nenhum documento histórico ou testemunhal que afirme a preferência de Vargas. Ele indicou ministros dentro do governo que eram tanto germanófilos (principalmente dentro do EB) quento americanófico (como Olwaldo Aranha). É preciso lembrar que Roosevelt sempre buscou o apoio do governo brasileiro por meio de Rockfeller, que foi muito ativo neste política. O sucesso de Carmen Miranda no cinema dos EUA e até a participação de Disney são exemplos destas construção diplomática. Os documentos da própria marinha alemã registram o afundamento dos navios brasileiros em retaliação ao comercio Brasil-EUA, visto que a Alemanha já tinha declarado guerra aos EUA e estava afundando sistematicamente os navios na costa atlãntica dos EUA. A pressão pelo entrada do Brasil na guerra teve amplo apoio da imprensa brasileira e uma forte pressão popular. O argumento dos germanófilos já tinha sido superado dentro do governo com o cancelamento do fornecimento de armas compradas pelo EB e não entregues pela Krupp; A CSN foi uma imposição de Vargas, assessorado por um grupo de deenvolvimentistas. A burguesia brasileira, organizada em torno da UDN, era contra uma empresa estatal. O US Steel também pressionou contra pois ela era uma grande fornecedora de aço. Roosevelt também teve que impor a decisão de financiar a CSN contra uma grande pressão. O Pentagono também não queria fornecer armas para a FEB porque os generais dos EUA não confiavam no comando germanófico do EB. Alguns colegas que comentam aqui na trilogia tem publicaram excelentes estudos sobre a FEB, mostrando que o alto comando do EB sempre viu com desconfiança a influência dos militares da FEB no comando do EB.