Lições preliminares de guerra convencional a partir da invasão russa na Ucrânia: fevereiro a julho de 2022

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batalha de tanques suburbio kiev1

Este estudo das fases iniciais da guerra de 2022 lança luz sobre os pontos fortes e vulnerabilidades da Ucrânia e a necessidade de mais apoio ocidental.

Mykhaylo Zabrodskyi, Dr Jack Watling , Oleksandr V Danylyuk and Nick Reynolds (*)

A invasão em grande escala da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022 forneceu uma oportunidade inestimável para avaliar as capacidades das Forças Armadas da Federação Russa (AFRF) e as implicações de uma série de capacidades para a guerra moderna. Muitos julgamentos feitos publicamente sobre essas questões carecem de dados de apoio ou informações sobre o planejamento operacional ucraniano e a tomada de decisões. Para garantir que aqueles que extraem lições do conflito o façam a partir de uma base sólida, este relatório procura delinear as principais lições, com base nos dados operacionais acumulados pelo Estado-Maior ucraniano, dos combates entre fevereiro e julho de 2022. Como material de origem subjacente pois grande parte deste relatório ainda não pode ser tornado público, isso deve ser entendido como testemunho e não como um estudo acadêmico. Atendendo aos requisitos de segurança operacional, ele é necessariamente incompleto.

A Rússia planejou invadir a Ucrânia em um período de 10 dias e, posteriormente, ocupar o país para permitir a anexação até agosto de 2022. O plano russo pressupunha que a velocidade e o uso de dissimulação para manter as forças ucranianas longe de Kyiv poderiam permitir a rápida tomada da capital. O plano russo teve grande sucesso e os russos alcançaram uma vantagem de proporção de força de 12:1 ao norte de Kyiv. A própria segurança operacional que possibilitou a decepção bem-sucedida, entretanto, também levou as forças russas a ficarem despreparadas no nível tático para executar o plano com eficácia. A maior deficiência do plano russo era a falta de cursos de ação reversíveis. Como resultado, quando a velocidade falhou em produzir os resultados desejados, as forças russas encontraram suas posições cada vez mais degradadas à medida que a Ucrânia se mobilizava. Apesar desses contratempos, a Rússia voltou a se concentrar em Donbass e, uma vez que a Ucrânia havia gastado em grande parte seu suprimento de munição, provou ser bem-sucedida nas operações subsequentes, retardada pela determinação – e não pelas capacidades – das tropas ucranianas. A partir de abril, o Ocidente tornou-se a profundidade estratégica da Ucrânia, e as Forças Armadas Ucranianas (UAF) só roubaram a iniciativa da Rússia quando os ataques de longo alcance ameaçaram a logística russa.

A competência tática dos militares russos provou ser significativamente inferior em comparação com as expectativas de muitos observadores dentro e fora da Ucrânia e da Rússia. No entanto, os sistemas de armas russos mostraram-se amplamente eficazes, e as unidades com um nível mais alto de experiência demonstraram que o AFRF tem um potencial militar considerável, mesmo que as deficiências no treinamento e o contexto de como foram empregados significassem que os militares russos falharam em atender a esse potencial. Levando em consideração as idiossincrasias da campanha russa, há cinco áreas principais que devem ser monitoradas para avaliar se os militares russos estão progredindo na solução de suas deficiências estruturais e culturais. Essas áreas devem ser usadas para informar as avaliações do poder de combate russo no futuro.

  1. As AFRF funcionam atualmente com uma hierarquia de articulação em que as prioridades da componente terrestre são primordiais, estando o conjunto militar subordinado aos serviços especiais. Como consequência o emprego de outros ramos fica abaixo do ideal.
  2. O modelo de geração de força AFRF é falho. Propõe a criação de formações de armas combinadas amalgamadas em tempo de guerra, mas carece da força das lideranças júniores para unir essas unidades.
  3. Existe uma cultura de reforçar o fracasso, a menos que as ordens sejam alteradas em níveis superiores. Isso parece menos evidente nas Forças Aeroespaciais Russas do que nas Forças Terrestres e na Marinha.
  4. O AFRF é culturalmente vulnerável ao engano porque não tem a capacidade de fundir informações rapidamente, é culturalmente avesso a fornecer àqueles que executam ordens o contexto para exercer julgamento e incentiva uma cultura de relatórios desonestos.
  5. As capacidades e formações do AFRF são propensas ao fratricídio. Os sistemas de guerra eletrônica (EW) e outras capacidades raramente resolvem os conflitos, enquanto os processos para identificar o amigo do inimigo e estabelecer medidas de controle são inadequados. O resultado é que as capacidades que devem ampliar os efeitos umas das outras devem ser empregadas sequencialmente.

Além das avaliações das forças armadas russas, há lições significativas a serem extraídas do conflito para os britânicos e outros militares da OTAN. Os principais deles são:

No devido tempo, será possível estender este estudo para cobrir a fase posterior da guerra, quando a Ucrânia passou para operações ofensivas. Como a UAF gasta munição significativa, no entanto, e agora depende de seus parceiros internacionais para equipamentos, é importante que esses parceiros tirem as lições apropriadas da guerra até agora, pelo menos para que possam se preparar para deter ameaças futuras e para melhor apoiar a Ucrânia. A vitória da Ucrânia é possível, mas requer combates intensos e significativos. Com apoio adequado, a Ucrânia pode prevalecer.

  • Não há santuário na guerra moderna. O inimigo pode atacar em toda a profundidade operacional. A sobrevivência depende da dispersão dos estoques de munições, comando e controle, áreas de manutenção e aeronaves. A Ucrânia evitou com sucesso a onda inicial de ataques da Rússia, dispersando seus arsenais, aeronaves e defesas aéreas. Por outro lado, os russos conseguiram engajar 75% dos locais de defesa estáticos nas primeiras 48 horas da guerra. A instalação de um quartel-general em um prédio civil também não é suficiente para torná-lo viável. O Exército Britânico deve considerar a vulnerabilidade da capacitação de alto escalão. A RAF deve considerar quantos kits de peças sobressalentes possui para permitir a dispersão de suas frotas.
  • O combate exige grandes estoques iniciais e significativa capacidade de reserva. Apesar da proeminência das armas guiadas antitanque na narrativa pública, a Ucrânia embotou a tentativa da Rússia de tomar Kyiv usando fogos maciços de duas brigadas de artilharia. A diferença numérica entre a artilharia russa e ucraniana não era tão significativa no início do conflito, com pouco mais de 2:1 de vantagem: 2.433 sistemas de artilharia de tubo contra 1.176; e 3.547 sistemas de foguetes de lançamento múltiplo contra 1.680. A Ucrânia manteve a paridade de artilharia durante o primeiro mês e meio e então começou a ficar sem munições de modo que, em junho, o AFRF tinha uma vantagem de 10:1 no volume de fogo. Evidentemente, nenhum país da OTAN, além dos Estados Unidos, possui estoques iniciais de armas suficientes para o combate ou capacidade industrial para sustentar operações em larga escala.
  • Sistemas aéreos não tripulados (UAS) e contra-UAS (CUAS) são essenciais em todos os ramos e em todos os escalões. Embora crítico para a competitividade ao fornecer consciência situacional, 90% dos UAS empregados são perdidos. Na maioria das vezes, o UAS deve ser barato e atribuível. Para as forças terrestres, elas devem ser orgânicas para as unidades, tanto para fins de percepção situacional quanto para aquisição de alvos. O principal meio de CUAS é EW. Outro requisito tático crítico é ser alertado sobre a presença de UAS. Para a Royal Navy, o CUAS é fundamental para proteger as embarcações que operam além da proteção de uma força-tarefa. Para a RAF, o fornecimento de detecção de olhar para baixo para localizar o UAS para contribuir com a defesa aérea é crítico. Isso permite que os recursos defensivos sejam priorizados nos eixos certos.

  • A força deve lutar pelo direito à precisão. A precisão não é apenas muito mais eficiente nos efeitos que produz, mas também permite que a força reduza sua cauda logística e, assim, a torna mais viável. Armas de precisão, no entanto, são escassas e podem ser derrotadas por EW. Para permitir que as kill chains funcionem na velocidade da relevância, EW para ataque, proteção e localização de direção é um elemento crítico das modernas. O sequenciamento de disparos para interromper o EW e criar janelas de oportunidade para efeitos de precisão é crítico e cria requisitos de treinamento. Na guerra moderna, é improvável que o espectro eletromagnético seja negado, mas ele é continuamente interrompido e as forças devem se esforçar para obter vantagem dentro dele.
  • Para as forças terrestres, o ISTAR generalizado no campo de batalha moderno e a sobreposição de vários sensores no nível tático tornam a ocultação extremamente difícil de manter. A capacidade de sobrevivência geralmente é oferecida por estar suficientemente disperso para se tornar um alvo antieconômico, movendo-se rápido o suficiente para interromper o kill chain do inimigo e, assim, evitar o engajamento ou entrar em estruturas endurecidas. Arranhões de projéteis e defesas apressadas podem aumentar a capacidade de sobrevivência imediata, mas também arriscar que a força seja consertada pelo fogo, enquanto fogos de precisão e munições especializadas não deixam essas posições sobreviventes.

FONTE: RUSI.org

(*) O texto acima representa a tradução do sumário executivo do estudo. Para ter acesso ao conteúdo completo baixe o arquivo em PDF clicando aqui.

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bjj
bjj
2 anos atrás

“Não há santuário na guerra moderna. O inimigo pode atacar em toda a profundidade operacional. A sobrevivência depende da dispersão dos estoques de munições, comando e controle, áreas de manutenção e aeronaves”.

As vezes penso nisso, mas trazendo para nossa realidade. Uma das estruturas mais importantes do nosso país em termos de defesa são os Cindactas, que realizam o controle de tráfego aéreo civil e militar. São grandes unidades fixas de comando e controle que recebem e tratam as informações recebidas de todos os radares de sua área. Mesmo uma boa defesa antiaérea (que não temos) não seria garantia de sobrevivência, já que é de se supor que pela importância estratégica um inimigo usaria todos os meios disponíveis para atacá-los, podendo saturar as defesas.

Um país grande como o nosso favorece mais ainda a tática da dispersão, e ela tem se mostrado bem efetiva em todos os conflitos recentes, além de ser acessível e barata. Não havendo nenhum empecilho de ordem técnica instransponível, talvez fosse o caso da FAB pensar e um sistema de comando e controle móvel para cada RDA, pelo menos para situações de conflito.

Nilo
Nilo
Responder para  bjj
2 anos atrás

Um país pequeno como Israel nâo favorece a tática da dispersão, contudo mostram eficiencia em todos os conflitos recentes, como Israel o Brasil precisa diversificcar os meios de sistemas de vigilancia, como exemplo Israel tem  lançado satélites espiôes com ‘capacidades avançadas’. além dos sistemas aeréos não tripulados, mas fundamentalmente conta com um sistema de inteligencia com capacidade logistica e operacional invejavel, que faz com que antecipe a potenciais empregos das forças inimigas contra alvos israelenses.

Marcos
Marcos
Responder para  Nilo
2 anos atrás

Colocação precisa, sem falar nos ataques preventivos, que a informação dos meios de inteligência fornecem e que evitam futuros ataques ao país.

Inimigo do Estado
Inimigo do Estado
Responder para  bjj
2 anos atrás

Não existe mais território grande quando o inimigo possui mísseis de longo alcance, e a primeira linha de defesa contra isso são os caças, aviões de alerta aéreo antecipado e mísseis antiaéreos. os EUA por exemplo conseguiriam atacar qualquer lugar do Brasil com relativa facilidade e a nós só restaria oração.

Teófilo
Teófilo
2 anos atrás

Lição número 1: Quantidade faz a diferença.
A doutrina ocidental de pequenas unidades que seriam altamente especializadas não vai fazer frente a grandes contingentes que estejam bem armados e posicionados.
Isso já ficou claro desde as grandes batalhas da 2a G.M., passando pela Coreia e chegando aos dias atuais.
E nessa questão, não é difícil ver que a China levará enorme vantagem sobre qualquer outro adversário.
Um exército gigantesco e que é muito bem armado.

MFB
MFB
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Você vive em uma realidade paralela. Está preso aos documentários da segunda guerra mundial.

Edu
Edu
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Pena que a pilha de corpos de criminosos e mobiks em Bakhmut contradiga isso. Mandar ondas incessantes para a morte é completamente inefetivo.

Teófilo
Teófilo
Responder para  Edu
2 anos atrás

Atualizando.

Situation in Artemovsk.

Fighting continues in Opytne and on the eastern outskirts of the city(Bakhmut). In the Kurdyumivka area, attempts by the Ukrainian armed forces to regain lost positions are being repelled. 

According to Ukrainian and Western sources, AFU losses in the Artemovsk meat grinder in recent days have reached 500–800 killed and wounded daily. If the meat grinder for the Ukrainians continues at this rate near Artemovsk, it will have consequences in the medium term and not only in the Artemovsk sector of the front.

Outra.
Parece que está ocorrendo outra onda de ataque de mísseis.

E finalmente, após a mobilização parcial de 300 mil soldados, mais 22 mil estão se apresentando espontaneamente.

Raça Negra
Raça Negra
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Fonte: grupelho de telegram “Avante mãe Rússia

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rui mendes
rui mendes
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Pois, mas essa onda de mísseis, parece que foi completamente aniquilada pela defesa anti-aérea Ucraniana em Kiev e nos outros lugares a destruição é agora muito menor.
Isto não é só dito pelos Ucranianos, mas por jornalistas ocidentais, que continuam nas várias frentes de batalha desta guerra e sendo Ocidentais, estão ao serviço da informação livre e não como empregados dos líderes dos seus países, com censura e proibição de dizer certas palavras e de informar algo que seja nefasto para esses países liderados por ditadores.

Inimigo do Estado
Inimigo do Estado
Responder para  rui mendes
2 anos atrás

Fosse completamente aniquilada não estaria às escuras ainda hoje.

karl Bonfim
karl Bonfim
Responder para  Edu
2 anos atrás

Isso me lembra os persas contra os gregos!!!

Hélio Eduardo
Hélio Eduardo
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Não é isso que os fatos mostram.
A Rússia apostou na quantidade maciça e se deu mal.
A China, assim colonos EUA, são casos a parte, talvez os únicos países mede quantidade e qualidade possam ser colegas……

Teófilo
Teófilo
Responder para  Hélio Eduardo
2 anos atrás

Quem apostou na quantidade maciça foi a Ucrânia.
Chegamos a ter 700 mil ucanianos contra 100 mil russos.
Foi postado aqui que em Kharkov havia uma proporção de 10 para 1 em favor dos ucanianos.
Idem em Kherson.
Só que parece que eles se empolgaram e bastou a Rússia equilibrar o jogo em Backmuth para massacrar o Exército ucraniano.

Hélio Eduardo
Hélio Eduardo
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Kings, Teófilo, ou seja lá como o amigo prefere ser chamado, é sábio o ditado que diz que contra fatos não há argumentos.
A tal “operação especial” deveria durar 3 semanas e já se vão meses.
A supremacia aérea deveria ser conquistada em 24 horas e já se vão meses.
Choveriam mísseis e bombas inteligentes diuturnamente na Ucrânia é o que se viu foram ataques pontuais.
Sob inúmeros aspectos, a supremacia russa terá sido, talvez, a fake news do século.
Se tu me dizes que a Rússia enganou-se no início e, agora, enfrenta uma guerra por procuração, nada tenho a opor. Mas se você nega qualquer fato desfavorável e realmente acredita que o Moskva afundou num acidente, não há esperança de um debate minimamente produtivo.

Teófilo
Teófilo
Responder para  Hélio Eduardo
2 anos atrás

Mas, de novo?
Vc vem com Kiev, três semanas, Moskva, torres que voam?
Cresça e deixe de historinhas.
Atente-se aos fatos de momento.
As notícias é que a Ucrânia está perdendo cerca de um batalhão por dia, entre mortos e feridos.
Sinto muito se não te agrada, mas é o que temos para o momento.

George
George
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Os fatos estão no texto acima. Aceite e entre para o time da realidade.

O resto é propaganda do Putin e daqueles que o apoiam.

rui mendes
rui mendes
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Isso é verdade, mas sabes porque é que o sabes, porque os Ucranianos, eles mesmo admitem isso, agora conta o resto, é que eles estão perdendo muitos homens nessa batalha em Backmuth, porque não a querem perder, porque é um ponto estratégico, e a verdade é que, com custos elevados sim, mas estão aguentando a linha de defesa, agora o que não dizes, é que os Ucranianos também dizem, que os Russos estão perdendo muito mais homens que eles e depois no sul, a ofensiva é Ucraniana e aí os Ucranianos, aos poucos, estão a empurrar os Russos cada vez mais para trás.
Os Ucranianos têm a grande vantagem, de estarem a defender as suas casas, famílias e a sua pátria.
Estão determinados a ganhar ou a morrer tentando, mas nunca mais irão ceder 1mm de terra sua, aos Russos.
Têm a razão e a verdade do seu lado, e lutam pela liberdade de todos os Ucranianos e talvez até de todos os Europeus, contra os tiranos deste mundo e perante isso, não importa os sacrifícios, a inflação, a recessão, a perda de PIB, o inverno com energia cara, mas todos os cidadãos que amam a liberdade, só tem um lado, ao lado da Ucrânia.

Edu
Edu
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Xings, os fatos do momento são os mobiks russos fugindo.

rui mendes
rui mendes
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Massacrou e então porque não consegue conquistar Backmuth????
És um lírico.

Leandro Costa
Leandro Costa
Responder para  Hélio Eduardo
2 anos atrás

O que ele não se dá conta, é que ninguém vai encarar a China no continente asiático. E qual a capacidade de transporte de tropas chinesas via marítima ou aérea? Quem tem submarinos e força aérea eficientes pode simplesmente impedir a superioridade numérica Chinesa. Caso contrário eles já teriam tomado Taiwan lá nos idos de 1949, mas cruzar uma massa d’água, mesmo que um estreito, complica bastante as coisas.

Inimigo do Estado
Inimigo do Estado
Responder para  Leandro Costa
2 anos atrás

Só os EUA tem submarinos suficientes, mas contra este há mais de 1.000 aeronaves chinesas esperando.

Leandro Costa
Leandro Costa
Responder para  Inimigo do Estado
2 anos atrás

Não são apenas os EUA que tem submarinos eficientes. Existem submarinos muito bons de outros países também. A questão não é essa. A questão é que você simplesmente não coloca milhões de soldados para andarem sobre a água e avançarem. Você tem que colocar alguns poucos milhares cada vez em navios, junto com equipamentos e víveres, afunilando cada vez mais as suas forças. Um único míssil bem colocado que fure as defesas, que não tenha sido destruído em ataque preliminar, já é o suficiente para colocar parte desses poucos milhares fora de combate. Isso as torna vulneráveis e a vantagem numérica Chinesa que existe no continente simplesmente não existe fora dele.

Se os Chineses tivessem certeza absoluta de que conseguiriam neutralizar a saraivada de mísseis antinavio, submarinos, aviões, foguetes, artilharia, etc., com perdas aceitáveis (e o nível de perdas aceitáveis para a China é BEM ALTO) eles já teriam invadido Taiwan. Pensa um pouquinho, quantos navios de transporte de tropas e desembarque eles tem? O que é mais fácil de produzir em quantidade, esses navios ou mísseis? Até eles terem essa certeza, não vai acontecer nada.

Mas não se engane, eles estão trabalhando nisso. Pode levar cinco, dez, quinze, cinquenta anos, mas eles vão tentar. Pelo menos enquanto o Xi estiver vivo e/ou enquanto Taiwan não quiser se unir ao continente.

Hcosta
Hcosta
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Bem armados e mal treinados.
Depois surgem os casos de fogo amigo, o abandono de milhares de blindados intactos, fugas dos oficiais e os recrutas que se aguentem, etc…

Hélio Eduardo
Hélio Eduardo
Responder para  Hcosta
2 anos atrás

Exatamente!
Não duvido das tecnologias russas ou sua capacidade de produzi-las, mas ficou evidente o despreparo para seu melhor uso.
Me parece que ainda apostam no mesmo esquema da II Guerra, uma avalanche de homens e equipamentos contra o inimigo, é que se danem as baixas.
O resultado está aí….

Hcosta
Hcosta
Responder para  Hélio Eduardo
2 anos atrás

E isso, mais cedo ou mais tarde, vai ter consequências na população Russa.
Como em outras ditaduras, a partir do momento em que o ditador não garante a segurança, o seu lugar começa a ser posto em causa. Putin beneficia do controlo mediático e de uma estrutura gigantesca de repressão mas isso pode não ser suficiente.

Por enquanto ainda tem os separatistas, Chechenos, russos de outras etnias, etc… para servirem de carne para canhão mas a conta vai chegar ao Kremlin.

Teófilo
Teófilo
Responder para  Hcosta
2 anos atrás

Mais uma atualização, agora online.
Ataque maciço em Kiev, Kharkov, Dnipro, Kremenchug, Cherkasy, Kramatorsk, Vinitisia, Kirovograd, Poltava.
Residentes de Kiev são aconselhados e irem para o Metrô.
Notícias de que os ucranianos começam a evacuar bairros de Backmuth e reforçam Chasiv Yar.
Soledar está quase toda tomada pelos russos que também se aproximam de Seversk, mais ao norte.
Devo ressaltar que, segundo fontes russas, apenas 50 mil dos trezentos mil russos estão em ação no momento.
E outros 22 mil voluntários estão se apresentando.

Teófilo
Teófilo
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Odessa, Zhytomyr, Sumy e Krivoy Rog de-energizadas.
E falaram que a munição russa estava acabando.

George
George
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Ucrânia derrubou a melhor tripulação russa de Ka-52. Ainda derrubaram um Su-34 e um Su-24. Isso porque segundo passadores de pano o Putin tinha domínio aéreo.

A Rússia perde mais armas e soldados do que pode repor. Nada do que fizerem daqui para frente mudará o destino da guerra a favor dos russos. Podem
Conquistar uma vila aqui ou uma choupana ali, mas a guerra já está perdida.

Aladaf
Aladaf
Responder para  George
2 anos atrás

Isso jah era obvio desde o inicio da guerra. Nao ha PIB suficiente na Russia para ganhar uma guerra como essa. Eh simples assim. O Kings, nao sabe fazer conta. Nao tem formacao em economia. Um invasor precisa ser capaz de sustentar uma guerra longa. Nao ha como pagar isso no lado Russo. Vao re-comecar o avanco em direcao a Moscou e nao falta muito.

Hcosta
Hcosta
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

E os bombardeiros que foram destruídos?

Mas não percebo esta insistência em reforçar a incompetência dos Russos. São avanços de metros. Não têm nenhum valor estratégico. E não é com a tomada dessas cidades que vão ganhar a guerra.

E digo isto, seguindo a sua crença de que vão tomar estas cidades, o que duvido.

Hélio Eduardo
Hélio Eduardo
Responder para  Hcosta
2 anos atrás

Mídia russa comemora retirada como grande movimento estratégico . Não gozam da menor credibilidade…

George
George
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Pesquisa russa aponta queda forte da aprovação da guerra. Falta pouco para a população russa se rebelar contra o Putin.

Eles Entregam familiares aos montes para o que exército e recebem sacos plásticos pretos. Não tem regime que se sustente assim.

rui mendes
rui mendes
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Ainda mais de última hora, quase a totalidade desses mísseis foram derrubados, em Kiev nem um conseguiu passar, e dos costumeiros alvos cívis, poucos também conseguiram passar, dizem jornalistas nos locais, que a destruição de alvos cívis, é agora muito menor, mas infelizmente, causaram algumas perdas de vidas cívis.
É assim que actua um exército de covardes e fracos (as lideranças).

francisco Farias
francisco Farias
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

A história mostra que a maioria vence.
Na batalha de Kursk, 780 mil alemães lutaram contra cerca de 1,9 milhão de soviéticos. A Alemnha tinha 2.700 tanques contra cerca de 3.600 tanques soviéticos. Dois mil aviões alemães contra 2.400 aviões soviéticos e 10 mil peças de artilharia alemãs contra 20 mil dos soviéticos.
A Alemanha saiu derrota, perdendo 50 mil soldados contra 170 mil soviéticos.

Fonte. https://brasilescola.uol.com.br/historiag/batalha-kursk.htm

Teófilo
Teófilo
Responder para  francisco Farias
2 anos atrás

Ao final da guerra, a Rússia tinha cerca de 15 milhões de militares.
A maior força militar jamais vista na Terra.

George
George
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

E o que isso significa na guerra da Ucrânia?

rui mendes
rui mendes
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Nessa guerra, os Soviéticos estiveram do lado certo, mas a URSS não ganhou a guerra sozinha, muito pelo contrário, basta lembrar que quem desarticulou a Alemanha nazi, foram os Aliados, basta lembrar os milhares de bombardeiros Norte-Americanos e Britânicos, que atacaram a Alemanha nazi, dia e noite, os bombardeiros dos EUA atacavam de dia e os bombardeiros Britânicos de noite, também foram os Aliados que combateram a Alemanha nazi, no norte de África.
Também foram eles que acabaram com o poder dos U-Boat nos oceanos, etc, etc, etc.
Mas aí os Soviéticos estiveram do lado certo e fizeram bem a sua parte, mas logo com o fim da guerra, foram para o lado errado.

George
George
Responder para  francisco Farias
2 anos atrás

E?

Leandro Costa
Leandro Costa
Responder para  francisco Farias
2 anos atrás

Conte-me mais sobre como o Exército Francês (e Britânico, e Belga, e Holandês…), com mais blindados, mais aviões, mais pessoal e uma mega-linha defensiva, conseguiu derrotar as formações bem equipadas e bem treinadas alemãs porém numéricamente muito inferiores em 1940. Conte-me mais sobre o atrito sofrido pelos alemães desde junho de 1941 até Kursk. Aliás, conte-me mais ainda sobre a linha defensiva em camadas que os soviéticos usaram para a batalha, afinal de contas, os atacantes eram os alemães e depois de quebra ainda me fala sobre a logística envolvida na batalha, relação de qualidade de tropas e recompletamento alemães versus a soviética (uma dica: lend-lease ajudou muito essa questão logística). E depois, se quiser, ainda me fala qual é a recomendação para números de atacantes para tomada à posições preparadas do inimigo.

karl Bonfim
karl Bonfim
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Assim como os persas tiveram vantagem sobre os gregos? É isso?
Kkkkkkkkkk!!!

Maurício.
Maurício.
2 anos atrás

Para a OTAN e para os britânicos, nem precisa dessa guerra para a RAF ficar alerta e aprender com os erros dos outros, durante os sete meses de guerra na Líbia, a OTAN foi muito dependente dos EUA, tanto na área de aeronaves ISR, como na aérea de aeronaves de reabastecimento e na quantidade de munições guiadas.
Quanto a Rússia, possuem muitos estoques de armas, tanto novas quanto jurrásicas, a falta de um objetivo claro de Putin, aliado com o grande nível de corrupção nas forças armadas, como treinamentos adequados, estão transformando essa guerra em um enorme atoleiro. Eu achei que a Rússia que chegaria na Ucrânia seria a mesma que chegou na Síria, me enganei totalmente, na verdade, eu nem achei que teria a invasão.
Quanto a Ucrânia, acho que o arsenal que eles tinham já se foi todo ou quase todo, estão quase que totalmente dependentes de ajuda dos aliados, mas seus militares são valentes, estão colocando pressão nos russos, embora eu ache que a Rússia ainda seja superior, território como a Criméia, eu acho que nunca mais vai voltar para a Ucrânia.

rui mendes
rui mendes
Responder para  Maurício.
2 anos atrás

Então os Russos têm tanto stock de armas e precisam dos mísseis e drones dos Iranianos????

Maurício.
Maurício.
Responder para  rui mendes
2 anos atrás

Eles precisaram dos drones kamikazes iranianos porque segundo uns “entendidos” seus mísseis acabaram em março! Falando sério, armas em uma guerra, quanto mais, melhor, mas qualquer estoque, uma hora acaba, até o russo. Depois de todos esses meses de guerra, os americanos tiveram que apelar para a Coreia do Sul para fornecer munições de artilharia para a Ucrânia.
Qual país você acha que teria um estoque de armas, tanto novas quanto jurrásicas igual a Rússia durante todos esses meses? Na minha opinião, só EUA e talvez a China, de resto, não chegam nem perto.

rui mendes
rui mendes
Responder para  Maurício.
2 anos atrás

Isso dos aviões isr e reabastecedores na Líbia é verdade, mas muita coisa mudou a respeito dos reabastecedores e isr na Europa desde esse tempo, e mesmo aí, aviões reabastecedores e isr Britânicos e Franceses participaram, mas agora mais países Europeus têm esses aviões e a própria NATO têm agora os seus próprios RQ-4, mas claro que os EUA têm esses meios, mais que o resto do mundo todo junto e na guerra da Líbia, efectivamente eles forneceram a grande maioria, mas isso também porque muitos desses meios estavam e estão em bases Americanas e da NATO na Europa, mais particularmente em Itália, que fica em frente á Líbia.

Hélio Eduardo
Hélio Eduardo
2 anos atrás

Se tivesse que cravar uma previsão de hoje para daqui a 10 anos, diria que a Guerra da Ucrânia será um marco crítico na maneira de se guerrear.
Para ficar num único item, veja o que os drones estão fazendo!

Yuribfranca
Yuribfranca
2 anos atrás

Na minha opinião a maior decepção com o que se esperava de desempenho da Rússia e quanto ao setor de inteligência, ou talvez seja com o alinhamento de informações obtidas e na aplicação das mesmas, já que o fluxo de armamentos continua a chegar ao território ucraniano quase de maneira impune

Neural
Neural
Responder para  Yuribfranca
2 anos atrás

Southfront deu hoje a notícia que já chegou em 100 mil o número de mobilizados dessa onda na Ucrânia. Ou seja, a Rússia já dobrou suas forças. Foram que os Wagner andam recebendo mais mercenários. Tá cada vez mais difícil a Ucrânia conseguir algum sucesso a partir de agora.

George
George
Responder para  Neural
2 anos atrás

A questão não é a quantidade, mas a falta de qualidade no combatente russo que chega ao front. Por outro lado o recruta ucraniano está sendo treinado nos melhores exércitos do mundo, com o melhor equipamento do mundo e, acima de tudo, sendo tratado decentemente enquanto o recruta russo é humilhado.

Underground
Underground
2 anos atrás

“A Rússia planejou invadir a Ucrânia em um período de 10 dias”.
Isso é bastante revelador do fracasso russo nessa guerra. E vai de encontro ao que disse recentemente um General russo, de que o problema da logística foi por questão de tempo para o planejamento.

Teófilo
Teófilo
Responder para  Underground
2 anos atrás

Pois é.
Era para ser uma operação rápida para os ucanianos se entregarem.
Não quiseram, estão sendo destuidos.

George
George
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Rússia entrou de salto alto na guerra. Está saindo com o rabo entre as pernas.

Zé bombinha
Zé bombinha
2 anos atrás

Camaradas, uma pergunta off… Os senhores sabem de algum treinamento do exército envolvendo os M60 na região norte? Pergunto isso pelo fato de ontem ter passado dois M60 sobre prancha pela BR364…

Roberto Bozzo
Roberto Bozzo
2 anos atrás
Caerthal
Caerthal
Responder para  Roberto Bozzo
2 anos atrás

O Judiciário se encontra dominado pela mentalidade de que tudo sabem e tudo podem. Os demais devem prestar reverências e pagar seus impostos.

Nilton L Junior
Nilton L Junior
2 anos atrás

Se ler o Atlantic Conciul e outros think tank do media stream atlanticista vão ver em suas publicações essa mesma conversa que só a Rússia erra e não adapta sua estratégia e que os ucras podem vencer os Russos, vamos esperar para ver qual vai ser o cao pro ano que vem.

Caerthal
Caerthal
Responder para  Nilton L Junior
2 anos atrás

Ter uma avaliação sóbria e equilibrada parece algo impossível. A pessoas não acreditam mais que tal coisa seja possível. A falta de honestidade intectual é um dado da realidade do Sec XXI, no patamar da Lei da Gravidade.

George
George
Responder para  Nilton L Junior
2 anos atrás

Putin conseguiu unir a Europa Ocidental inteira. Já a população russa está cansada da guerra.

H.Saito
H.Saito
2 anos atrás

Os russos subestimaram o ocidente.
Acharam que a rejeição mundial ao presidente ucraniano seria suficiente para isolar o país, permitindo aos russos assumirem o controle de Kiev.
Mas o medo europeu falou mais alto, fazendo com que a OTAN apoiasse os ucranianos.

George
George
2 anos atrás

Outra lição que fica. Não estique muito a guerra para não perder apoio popular. População russa está de saco cheio dessa guerra que não acaba. Putin não vai durar muito no poder.