General Lloyd Austin

O plano se basearia nas transferências de armas ocidentais, mostrando grandes formações ucranianas como empreender uma campanha mais sofisticada, aprofundando o envolvimento dos EUA na guerra

O secretário de Defesa Lloyd Austin e outros altos funcionários do Pentágono estão avaliando uma grande expansão no treinamento para os militares ucranianos, uma medida que pode aumentar significativamente sua capacidade de expulsar as forças russas de áreas ocupadas, ao mesmo tempo em que aprofunda o envolvimento dos EUA na guerra.

O plano, em discussão há semanas, de acordo com altos funcionários da defesa dos EUA, se basearia nos bilhões de dólares em armamento e outras ajudas que Washington forneceu à Ucrânia, mostrando a seus militares como travar uma campanha mais sofisticada contra o exército russo em dificuldades.

Veria unidades de combate ucranianas com centenas, ou possivelmente até milhares de soldados, treinando juntas em Grafenwoehr, na Alemanha, onde os militares dos EUA instruíram as forças ucranianas em números menores por anos. Austin está empenhado em aumentar a capacidade da Ucrânia de manobrar no campo de batalha com um estilo de guerra mais moderno, que depende menos do lançamento de milhares de tiros de artilharia por dia contra as tropas russas, no que se tornou uma guerra sangrenta de atrito.

Austin é conhecido por favorecer o programa de treinamento significativamente expandido dos EUA, juntamente com programas semelhantes para dezenas de milhares de soldados ucranianos a serem realizados pela Grã-Bretanha, países da União Europeia e outros, como a Noruega. Somente a Alemanha planeja treinar 5.000 soldados até junho sob a iniciativa da UE, em centros de simulação de combate militar alemães e postos de comando de batalhão.

Desde o início da guerra, o presidente Biden disse que os Estados Unidos e a OTAN não estão em guerra com a Rússia, mas têm a responsabilidade de ajudar uma outra democracia a se defender contra uma agressão não provocada. Moscou rejeitou essas declarações, acusando os Estados Unidos e seus aliados de usar a Ucrânia como um substituto descartável para seus próprios objetivos contra a Rússia.

A Rússia já intensificou sua retórica em resposta aos anúncios de treinamento europeus. “Não diga que os EUA e a OTAN não participam desta guerra”, disse o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, a repórteres na quinta-feira. “Você está participando diretamente, inclusive não apenas com o fornecimento de armas, mas também com o treinamento de pessoal. … Você está treinando seus militares em seu território, nos territórios da Grã-Bretanha, Alemanha, Itália e outros países.

O novo treinamento, que a Ucrânia solicitou, ocorre quando o ritmo da guerra deve diminuir, embora não pare, durante os meses gelados de inverno da Ucrânia e os aliados consideram a melhor forma de aproveitar o tempo. Espera-se que as contra-ofensivas ao sul de Kherson, uma cidade estratégica no Mar Negro que as tropas russas abandonaram no mês passado, e em redutos separatistas no leste, sejam difíceis, já que os russos usam o tempo para fortalecer suas linhas defensivas.

A Ucrânia foi capaz de entregar as perdas das forças russas no campo de batalha em vários locais, mas com baixas significativas em ambos os lados. O general Mark A. Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto, avaliou no mês passado que mais de 100.000 soldados russos foram mortos ou feridos desde a invasão russa em 24 de fevereiro, e “provavelmente” um número equivalente de tropas ucranianas.

Espera-se que os russos continuem a superar os militares ucranianos, lançando dezenas de milhares de tiros de artilharia todos os dias, além de salvas de mísseis e outras munições, de acordo com avaliações da inteligência ocidental. Ao mesmo tempo, as forças russas foram aumentadas com a “mobilização” de milhares de soldados adicionais cuja eficácia até agora foi limitada devido ao treinamento mínimo, baixo moral e dificuldades logísticas.

Aumenta a pressão para intensificar o rastreamento de armas na Ucrânia

Mesmo que o treinamento para as forças ucranianas em sistemas de armas específicos continue, o suprimento ocidental não é infinito. O objetivo do novo treinamento é ensinar aos ucranianos táticas que aumentem a eficácia dos armamentos que possuem e usar em maior escala a agilidade e adaptabilidade que demonstraram com pequenas unidades.

Espera-se que muitos dos estagiários ucranianos sejam recrutas, de acordo com autoridades americanas e europeias, já que o governo de Kyiv continua a mobilizar praticamente todos os recursos disponíveis.

Não ficou claro se a expansão do treinamento dos EUA aumentaria significativamente o custo crescente da ajuda à Ucrânia, já contestada por alguns legisladores, principalmente republicanos. Embora a assistência à Ucrânia ainda tenha amplo apoio bipartidário, os legisladores do Partido Republicano, que assumirão a Câmara no mês que vem, prometeram maior supervisão.

A visão de Austin se assemelharia, de certa forma, ao treinamento que as unidades militares dos EUA recebem em seus principais centros de treinamento, como o Centro de Treinamento Nacional do Exército em Fort Irwin, na Califórnia, e o Centro de Combate Terrestre do Corpo de Fuzileiros Navais, em Twentynine Palms, Califórnia. passam semanas certificando-se de que estão preparados para lutar na guerra de armas combinadas, onde soldados de infantaria, forças mecanizadas, unidades de artilharia e outras tropas se coordenam para encontrar, envolver e destruir unidades inimigas. A discussão sobre o treinamento expandido dos EUA para as forças ucranianas foi relatada anteriormente pela CNN.

O treinamento das forças ucranianas pelos militares dos EUA começou em grande escala após a invasão e apreensão da Crimeia pela Rússia em 2014. Mas grande parte dessa instrução concentrou-se em operações especiais e resistência, em vez de ofensivas em grande escala contra um inimigo entrincheirado e poderoso. Desde a invasão do inverno passado, os treinadores têm se concentrado em ensinar a um pequeno número de soldados de cada vez como realizar tarefas específicas, como lançar e manter a artilharia de obus que lhes foi fornecida.

Um porta-voz do Pentágono, Brig. da Força Aérea. O general Patrick Ryder disse na quinta-feira que o Departamento de Defesa, ao lado de aliados ocidentais e nações parceiras, “está constantemente explorando maneiras de apoiar a Ucrânia por meio de uma variedade de esforços de assistência à segurança, incluindo treinamento”. O departamento, acrescentou, não tinha novos anúncios a fazer.

FONTE: Washington Post

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Teófilo
Teófilo
2 anos atrás

Melhor correr muito para repor as perdas que estão sendo catastróficas para o Exército ucraniano e mercenários.

dan
dan
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Só pode ser troll, não é possível..

H.Saito
H.Saito
Responder para  dan
2 anos atrás

Ele é Garoto propaganda pago pelos russos

MFB
MFB
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Fonte? Ah! Esqueci que é só mais um nome do Kings…

Teófilo
Teófilo
Responder para  MFB
2 anos atrás

Mercenário turco sepultado em um cemitério ucraniano.
Pela quantidade de bandeiras nas sepulturas, percebe-se a catástrofe que está ocorrendo.

t.me/intelslava/42293

Jagdv#44
Jagdv#44
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Tonhófilo

Teófilo
Teófilo
Responder para  Jagdv#44
2 anos atrás

Corriere della Sela?
Ah! Esqueci.
Imprensa globalista.

IMG_20221204_154227_271.jpg
Kira
Kira
Responder para  Jagdv#44
2 anos atrás

Kkkkkkkkkkkk

Underground
Underground
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

A não ser pela tua torcida (e pela tua torcida acho que você tem de fato algum problema), ninguém tem os números de quantos mortos há de um lado ou do outro. Mesmo os países envolvidos no conflito não têm a contagem certa, mas somente estimativas, cujos números para fins midiáticos são reduzidos ou inflados dependendo de quem o divulga.
Posto isso, bloggers russos dizem que o número de soldados russos mortos até aqui supera os cem mil.

Teófilo
Teófilo
Responder para  Underground
2 anos atrás

Imagens falam muito mais que palavras.

O inferno de Backmuth

t.me/intelslava/42286

George
George
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Teófilokings. Quando você cita os mercenarios está se referindo ao grupo Vagner, não é mesmo?

Teófilo
Teófilo
Responder para  George
2 anos atrás

Os Músicos são russos e estão lutando pelo seu País.
Ao contrário desses georgianos que foram eliminados ontem em Backmuth.
Só ontem foram cinco.
Arrisco-me a dizer que sem a presença desses mercenários, a Ucrânia não resiste.
Mercenários a que me refiro são soldados ‘disfarçados’.

IMG_20221204_150222_223.jpg
Teófilo
Teófilo
2 anos atrás

E como desgraça pouca é bobagem, o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, deu declaração no sentido de que o conflito na Ucrânia está fazendo a União Europeia agonizar enquanto os EUA lucram.
Putin é gênio.

Jagdv#44
Jagdv#44
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

o Gênio fez os EUA lucrar:?

Teófilo
Teófilo
Responder para  Jagdv#44
2 anos atrás

Não.
A Europa minguar.
Como Putin disse, a Europa será dos europeus.

George
George
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

O Putin conseguiu unir a Europa Ocidental e dar um motivo para a OTAN continuar a existir.

Um verdadeiro enxadrista 5D.

Teófilo
Teófilo
Responder para  George
2 anos atrás

‘Casa que falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão.’
Já está começando

Hcosta
Hcosta
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Já não tinha começado com as eleições nos EUA, depois na Suécia, no RU, na Itália e até na França?

Mais vale repetir todos os dias que amanhã vai chover. Assim tem mais hipóteses de acertar.

Teófilo
Teófilo
Responder para  Hcosta
2 anos atrás

Só está chovendo bala na Ucrânia.
Anton Radko, Comandante Azov, ferido em Backmuth.

t.me/intelslava/42294

Underground
Underground
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Tonhófilo:
Em 1944 os aliados já discutiam sobre o pós-guerra, recuperação econômica, etc, simplesmente porque sabiam que a guerra seria vencida.
Nesse momento os nato-atlanticistas-unidenses já discutem o que fazer com a Rússia no pós-guerra.

Teófilo
Teófilo
Responder para  Underground
2 anos atrás

Pois eu acho que a Rússia está pensando o mesmo com a Ucrânia.
Tipo, o que fazer com o caco que vai sobrar dela.

Underground
Underground
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Essa parte você não precisa se preocupar. Aqueles US$ 800 bi russos bloqueados servirão para ajudar a Ucrânia.

Teófilo
Teófilo
Responder para  Underground
2 anos atrás

04/12/22

‘ German Ambassador to the UK Miguel Berger believes that a significant number of people may leave Ukraine in the next few weeks.

The reason for this is the winter and damage to critical infrastructure, writes Die WeIt.

“We are very concerned that due to attacks on the energy infrastructure, many people will be forced to leave Ukraine in freezing conditions,” the diplomat said.

He believes that there are no grounds for optimism about ending the war through diplomacy.’

Gosto muito quando o assunto aqui tratado é abordado por alguma autoridade envolvida na situação.

Donald
2 anos atrás

Quem achava que chegaria em Berlim em duas semanas quebrou a cara. Se as forças auxiliares da OTAN que são os ucranianos com armas antigas estão aterrorizando os “Orcs” imagina pegar as força da OTAN (Seria Mísseis,caças,bombardeiros e milhões de homens altamente motivados) no fronte direto. Moscou seria tomada em pouco tempo.

Leandro Costa
Leandro Costa
2 anos atrás

Um atoleiro de proporções épicas para os Russos. Pior que Afeganistão. E isso no quintal de casa, contra um inimigo cuja cultura e língua é conhecida, cujo terreno é muito bem conhecido, assim como a capacidade de seus principais armamentos. E só tende à piorar para os Russos.

Que vergonha. Quem diria que já foram superpotência, ou até potência global. Hoje não passam de uma potência energética desesperada por clientes e atenção, latindo como cachorro grande na tentativa de não perderem a relevância ante à ascenção da (muy amiga, claro) China.

Teófilo
Teófilo
Responder para  Leandro Costa
2 anos atrás

O fato é que analistas militares estão considerando que justamente as táticas utilizadas pela OTAN e o precário e rápido treinamento oferecido.são justamente os responsáveis pelo holocausto ucraniano em Backmuth.

Underground
Underground
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

O único holocausto foi o observado por satélite em região próxima a Mariupol, com milhares de valas com civis. Estima-se cerca de 20 mil civis executados.

Já achou as imagens dos enforcamentos?

Leandro Costa
Leandro Costa
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Fale para esses especialistas procurarem especialistas mentais. Estão precisando 😉

Teófilo
Teófilo
2 anos atrás

Imagens da situação dos soldados ucranianos em Backmuth.
Percebe-se claramente o estado lamentável em que se encontram e até a própria condição física de alguns convocados que não têm capacidades e nem idade para suportar uma guerra.
Mas, como aqui afirmado, Zelensky não está preocupado em lançar dezenas de milhares de soldados para a morte.

t.me/intelslava/42259

IMG_20221204_102615_732.jpg
Leandro Costa
Leandro Costa
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Prisioneiros Soviéticos em Stalingrado… e ora vejam só o que aconteceu depois…

SovietPOWsStalingrad.jpeg
Felipe Morais
Felipe Morais
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

isso é uma homenagem?
Pq foto de feridos ou pior tem de quilo na internet. Dos dois lados.

Significa o que postar uma foto dessas isolada assim?

Perdeu a noção. Resolveu assumir o papel de chacota mesmo.

Underground
Underground
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Você que é bem versado na área de fotografia, já tem imagens dos civis enforcados pelos russos.

Eromaster
Eromaster
Responder para  Teófilo
2 anos atrás

Um idoso de 70 de anos na linha de front mostra que o exército ucraniano já acabou.

Paulo
Paulo
Responder para  Eromaster
2 anos atrás

Depende.
Pode indicar falta de pessoal para ser convocado ou que todos querem lutar e ajudar como podem.
Existem velhos e inválidos sendo convocados pelos Russos, o que isso pode indicar?
Narrativas, apenas narrativas…

WSilva
WSilva
2 anos atrás

Ué, mas essa guerra não é entre Russia e Ucrânia? rs

A teoria de que Russia estaria lutando contra o ocidente inteiro está se traduzindo em realidade.

Eromaster
Eromaster
Responder para  WSilva
2 anos atrás

Verdade!
Essa guerra é Rússia X OTAN. Ucrânia é apenas bucha de canhão no meio do caminho.

Arthur
Arthur
2 anos atrás

No ritmo de baixas que está, no ano que vem o exército ucraniano será constituido exclusivamente por poloneses, mulheres e mercenários (voluntários). Mesmo reconhecendo as perdas ucranianas, a OTAN se contenta hoje em equiparar na mesma proporção as baixas russas, o que não serve nem de consolo, visto que a população russa é 4 vezes maior e não possui 7 milhões de refugiados mundo afora. Se já reconhecem que 100.000 soldados ucranianos morreram, então o número é maior. Logo, essa proposta de Lloyd Austin é, no mínimo, surreal. Enquanto isso, Zelensky só pede dinheiro…

Teófilo
Teófilo
Responder para  Arthur
2 anos atrás

Pelo que eu li, em Backmuth eram 30.000 russos contra 20.000 ucranianos.
A Ucrânia transferiu suas forças que estavam em Kherson e Zaporizhizhia para tentar manter a cidade
As baixas ucranianas entre 250 a 350 mortos e feridos por dia na cidade.
Acabei de ler que os hospitais estão lotados e que existe grande deficiência de transporte par levar os feridos para outras cidades.
Tudo isso poderia ser evitado se os ucanianos se rendessem.

Satyricon
Satyricon
2 anos atrás

Bahmut é tudo que as Putinetes comentam, como se fosse uma vitória. Esquecem-se que as perdas são enormes para ambos os lados, sem ganhos significativos.
Mas enquanto isso, a Ucrânia faz avanços significativos no leste e no sul.
É a narrativa do Kremlin em marcha, tentando justificar o fracasso dessa empreitada militar.
Já não há volta, e a queda da Rússia será espetacular.

George
George
Responder para  Satyricon
2 anos atrás

População russa está se saco cheio dessa guerra que não acaba. Putin não vai durar muito no poder.

Acacor
Acacor
2 anos atrás

“O suprimento ocidental não é infinito”. E o russo é?

George
George
Responder para  Acacor
2 anos atrás

Rússia já está usando munição desse ano. Geralmente é usado primeiro a munição mais antiga.