Artigo: A nova estratégia nacional de segurança dos Estados Unidos
PAULO ROBERTO DA SILVA GOMES FILHO – Coronel de Cavalaria da Reserva (www.paulofilho.net.br)
Os Estados Unidos divulgaram a sua nova estratégia nacional de segurança no último 12 de outubro. O documento desvela a maneira como os norte-americanos enxergam o mundo e define os princípios que guiarão suas ações estratégicas para conformá-lo de forma que, no futuro, esteja alinhado aos seus interesses e princípios.
O mundo, de acordo com o diagnóstico do documento, está atravessando um momento crucial, sendo os próximos anos decisivos para a definição do futuro dos EUA e de todo o planeta. Nessa circunstância, os Estados Unidos teriam dois grandes desafios estratégicos: o primeiro seria a competição com a China, cujo resultado definiria a ordem internacional pós-guerra fria. O segundo seria o enfrentamento dos desafios compartilhados globalmente, quais sejam, as mudanças climáticas, a insegurança alimentar, as doenças pandêmicas, o terrorismo, a escassez energética e a inflação. Por serem desafios compartilhados, esses últimos exigiriam a cooperação entre os países. Entretanto, essa cooperação estaria sendo dificultada pelo próprio ambiente de competição geopolítica, que alimentaria nacionalismos e populismos.
No documento, os Estados Unidos (EUA) se posicionam como líderes das democracias do mundo no enfrentamento das autocracias. A Rússia é apresentada como uma ameaça imediata à ordem internacional aberta e livre, pelo desrespeito à lei internacional e pela invasão à Ucrânia. Os russos são acusados de atuar contra os interesses norte-americanos em várias partes do mundo e, inclusive, dentro dos EUA. O apoio decidido à Ucrânia é reafirmado, bem como a intenção de conter a Rússia em todos os campos do poder.
A China, entretanto, é apresentada como o verdadeiro competidor dos EUA, uma vez que teria a intenção de reconfigurar a ordem internacional em seu próprio benefício e, consequentemente, em desfavor dos norte-americanos. Ao afirmar que pretendem competir com a China, os EUA asseveram, entre outras coisas, que vão apoiar seus aliados no Indo-Pacífico para que tomem suas decisões de forma livre da coerção chinesa. Também dizem que vão responsabilizar Pequim por “genocídio e crimes contra a humanidade em Xinjiang, violação dos direitos humanos no Tibet e desmantelamento da autonomia e das liberdades em Hong Kong”.
Em relação a Taiwan, os norte-americanos afirmam que a paz e a estabilidade do Estreito de Taiwan são críticas para a segurança da região e do mundo. Afirmam continuar apoiando a política de “uma só China”, não apoiando a independência da ilha. Dizem ainda ser contrários a que qualquer dos lados promova tentativas de mudança no status quo da região. Entretanto, de acordo com a lei que rege as relações do país com Taiwan, manterão o apoio militar para que Taiwan esteja em condições de defender de qualquer agressão chinesa.
A crise climática recebe destaque, sendo apresentada como o “desafio existencial do nosso tempo”. Afinal, o aquecimento do planeta colocaria em perigo os norte-americanos e as pessoas de todo o mundo, arriscando os suprimentos de comida e água, a saúde pública, a infraestrutura e própria segurança nacional norte-americana. O documento afirma ainda que sem uma ação global imediata para reduzir as emissões, cientistas afirmam que em breve serão excedidos os 1,5ºC de aquecimento, o que ocasionaria o aumento do nível do mar e uma perda catastrófica de biodiversidade.
Ao tratar da postura dos EUA em relação às regiões do mundo, os EUA deixam clara sua opção pela Ásia, mais especificamente pela região do Indo-pacífico, considerada o epicentro da geopolítica no século 21. A aliança atlântica, entretanto, não é esquecida, e os EUA reafirmam seu compromisso com a Otan e seus parceiros europeus. A América do Sul não é citada, sendo região englobada quando o documento se debruça sobre o Hemisfério Ocidental.
Entretanto, os EUA falam em proteger a região da “interferência e coerção” que seriam praticadas por Rússia, China e Irã contra países da região. O Brasil não é citado nenhuma vez no documento, apenas a Amazônia, uma vez e superficialmente, para se falar na necessidade de preservação daquele bioma.
O documento deixa nítido o entendimento norte-americano de que, apesar da guerra na Ucrânia e das ameaças nucleares que ressurgiram com ela, o mundo caminha para uma nova disputa bipolar entre EUA e China. Será, portanto, na China, que estará a atenção e o foco da política exterior norte-americana.
FONTE: Correio Braziliense
NOTA DA REDAÇÃO: Para baixar o documento em PDF da Nova Estratégia Nacional de Segurança dos EUA (em inglês), clique aqui.
Realmente os estados Unidos são ótimos exemplos de democracia a ser seguido, aborto,drogas, violência legalizado.
Desenvolve sistema econômico formado por metacapitalista,onde você destrói sua classe trabalhadora para financiar suas guerras no deserto e nas montanhas do oriente médio.realmete o Brasil está seguindo o exemplo americano.
NÃO LI E NÃO VOU LER!! VOU ME PREPARAR PRA GUERRA…
Certeza tem algo nesse “relatório estratégia” que tenta justificar uma “intervenção” (INVASÃO) na região amazônica.
Nem que seja nas entrelinhas….mas como eu conheço esses canalhas anglo saxões… vão escrever com todas as letras mesmo.
Metacapitalistas seriam aqueles que ultrapassaram o ‘velho’ capitalismo e são tão extraordinariamente ricos que se põem a influir diretamente no ambiente político. Ora, o quê é o ‘velho’ capitalismo senão o capitalismo produtor de mercadorias, fordista ou mesmo toyotista, submetido ao fail-safe keynesiano? Já o novo, suponho, é aquele que é liderado pelas finanças que independem da produção de mercadorias mas vivem de expectativas e lucros em bolsa (pense-se não somente no adventício Soros mas nos tradicionais Rockefellers). O metacapitalismo, que é um termo cunhado no cadinho teórico da ultradireita ascendente, ainda é capitalismo, só que na sua versão pós… Read more »
A estratégia é: Segure o cinto para a calça não cair.
Aproxima-se uma gigantesca crise política/econômica/social dos EUA.
Analistas americanos consideram que 1929 será fichinha se comoarada ao que está por vir.
Os EUA terão, obrigatoriamente de se retrair para tentar sobreviver a esses problemas.
Esqueçam a China.
Olhar para a calça que está caindo dos outros é fácil, quero ver olhar a sua própria, hoje podemos estar saindo bem, mas se a calça de geral cair provavelmente a nossa também vai estar na reta e para piorar a cueca ou calcinha dos brasileiros tá toda furada e surrada de tanto problema.
…Afirmam continuar apoiando a política de “uma só China”, não apoiando a independência da ilha. Dizem ainda ser contrários a que qualquer dos lados promova tentativas de mudança no status quo da região…. Uma só China para os EUA, é a quando a China continental for assimilada pelo governo de Taiwan, e isso não irá acontecer, porque a revolta na China continental da burguesia que se acostumou com carne de primmmeira importada, com BMW, Iphone, grife francesas, não veio e nem vai vir, o Xi Jinping, já disse, é tudo meu rsrsrsr, mas a torcidade burquesa pobre bbrasileira que toma café… Read more »
Brasil morto de inveja ao ver que Venezuela foi o único pais da América do Sul citado, apesar de ser um custódio de backyard (já quase dumpyard) tão comportadinho. Mas segurança (NSS) não é defesa (NDS) e tem ex-graúdo (Esper, e.g.) ressabiado pela defesa ser doc classificado only for congress eyes, como manda a lei (vai saber desde quando…). Que Trump vá pro inferno, aquele patife ensimesmado (tanto quanto Sunak), mas o Zé Bidê pouco mudou o vetor de interesses anteriores senão pelo aumento formidavel da possibilidade de guerra entre grandes potências – coisa que os warhawks democratas (Hilary, p.e.)… Read more »
Publicaram a NDS (grato pela deferência, US gov) junto com NPR (que já declarou os SLCM-N inúteis) hoje:
https://news.usni.org/2022/10/27/2022-national-defense-strategy-nuclear-posture-review
estratégia de difundir aborto, casamento homoafetivo, liberação das drogas ?
Que caia a Babilônia
Qual o problema do casamento homoafetivo?
Prezado, tem muito problemas, típicos de casamento, que são absolutamente restritos a quem fez e quem recebeu o pedido. O resto é inveja, desejo ou pena, afinal é casamento.
Babilônia vai desmoronar e soterrar a todos mas sua ruína não é o resultado dessas bobagens, meros enfeites arbitrários aplicados à sua fachada, mas pela fragilidade de suas fundações (infraestrutura) e inadequação de sua superestrutura – com a qual todos concordam, tanto os que economizam quanto os que desperdiçam.
O que a China quer é transformar os continentes americanos e africanos em grandes fazendas de gado e soja para alimentar a ditadura chinesa.