Artilharia: as lições da Ucrânia
A luta na Ucrânia é um teste de campo de batalha que revela quais armas e sistemas de artilharia atuais são mais eficazes em um conflito próximo (ambos os lados com armas modernas). Tais conflitos têm sido raros desde a Segunda Guerra Mundial porque armas nucleares e grandes alianças militares desencorajaram guerras entre pares. Houve poucos conflitos entre pares nos últimos cinquenta anos e a maioria deles foi breve. A invasão russa da Ucrânia é diferente porque no papel as forças russas eram mais numerosas e sem dúvida mais capazes do que seus oponentes ucranianos. Isso poderia ter sido verdade se os russos tivessem invadido de repente sem confrontos anteriores. A Rússia havia feito um ataque limitado à Ucrânia em 2014 para tomar três províncias; Crimeia e duas províncias fortemente industrializadas no leste da Ucrânia chamadas Donbas.
A Rússia parecia incerta sobre o que fazer a seguir. Não é assim com os ucranianos, que passaram os oito anos seguintes reformando suas forças armadas e se preparando para lidar com uma guerra maior com a Rússia para recuperar a Crimeia e Donbas ou repelir uma grande invasão. A Ucrânia ficou quieta sobre suas descobertas e reformas. Houve escaramuças constantes na linha de frente de Donbas, o que deu aos ucranianos a oportunidade de testar novas armas e táticas em condições realistas. A Ucrânia também percebeu que tinha que se juntar à OTAN, como muitos de seus vizinhos do Leste Europeu já haviam feito. A Rússia era hostil à adesão da Ucrânia à OTAN porque isso significaria que qualquer invasão da Ucrânia traria o resto dos membros da OTAN, incluindo vários que tinham armas nucleares.
Quando se tratava de reforma militar, a Rússia não estava ociosa, mas a corrupção maciça do governo sabotou a maioria de seus esforços de reforma e a extensão disso não foi percebida meses após a invasão de 2022. Os militares russos estavam uma bagunça em 2022, enquanto os ucranianos implementaram muitas reformas eficazes. A Ucrânia e os novos membros da Europa Oriental da OTAN convenceram o resto da OTAN de que, se os russos invadissem, a Ucrânia poderia vencer sem tropas da OTAN, mas precisava de suprimentos constantes de armas, munições e equipamentos da OTAN. Em 2022, a OTAN já havia começado a fornecer as armas solicitadas pela Ucrânia e, uma vez que a Rússia invadiu em fevereiro de 2022, houve muitas surpresas, a maioria delas desagradáveis para a Rússia. Para a OTAN, a Guerra da Ucrânia foi reveladora. Via de regra, a OTAN forneceu o que a Ucrânia solicitou, porque ficou óbvio que os ucranianos descobriram quais armas da OTAN eram as mais eficazes. Isso foi especialmente útil quando se tratava de artilharia.
Houve muitas surpresas quando se tratava do uso da artilharia moderna. Os russos tinham bastante, mas usavam as mesmas táticas lentas e centralizadas que haviam desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial. A Ucrânia tinha menos armas e lançadores de foguetes, então eles tiveram que inovar para sobreviver. Isso eles fizeram forçando um impasse no ar onde a maior força aérea russa deveria ter sido dominante. O ucraniano concentrou-se em novas técnicas de defesa aérea contra o lento planejamento de ataque aéreo russo da Segunda Guerra Mundial. Essas inovações ucranianas eram algo que os russos não conseguiam lidar e nunca alcançaram a superioridade aérea. Isso deixou a artilharia decidir qual lado tinha superioridade no poder de fogo. Mais uma vez, a Ucrânia estava em grande desvantagem numérica. A Rússia tinha mais lançadores de foguetes e grandes armas. Felizmente para a Ucrânia, a Rússia ainda estava usando suas lentas táticas de artilharia da Segunda Guerra Mundial, enquanto os ucranianos, forçados a improvisar, inventavam um sistema melhor.
Havia outras vantagens para os ucranianos. A artilharia, foguetes e mísseis guiados russos eram menos confiáveis do que os equivalentes ocidentais, com até metade dos projéteis se mostrando defeituosos. Este foi um salva-vidas, embora estressante para as tropas ucranianas que tinham bombas ou foguetes nas proximidades. Essas munições defeituosas geralmente estavam intactas, mas com uma espoleta defeituosa que ainda poderia explodir se manuseada incorretamente. As munições ocidentais tinham uma taxa de falha mais próxima de dez por cento.
O que a Ucrânia teve que desenvolver foi um sistema de contrabateria mais eficaz (destruindo a artilharia inimiga). A OTAN poderia ajudar com isso porque as forças da OTAN tinham radares de contrabateria superiores para calcular de onde vinham os projéteis e foguetes inimigos e permitir fogo de retorno rápido. A Ucrânia melhorou isso desenvolvendo um melhor sistema de controle de fogo (muito mais rápido para reagir usando vários canhões individuais bem dispersos e lançadores de foguetes de artilharia), bem como seus próprios UAVs especializados em detectar alvos, especialmente sistemas de artilharia inimiga que não estavam disparando. Os russos não tinham nada tão eficaz quanto isso e nem a OTAN. A Ucrânia tem alguns dos melhores engenheiros de software do mundo e eles se mobilizaram depois de 2014 para melhorar as capacidades militares ucranianas.
Uma vantagem adicional foi que muitos civis ucranianos em áreas ocupadas pelos russos mantiveram seus celulares ucranianos e, uma vez iniciada a invasão, juntaram-se a redes clandestinas locais para fornecer localizações GPS para tropas russas, quartéis-generais e estoques de suprimentos. As forças russas corruptas e mal lideradas foram incapazes de lidar com a localização do alvo ucraniano e a vantagem da artilharia. Esta é uma das principais razões pelas quais, em outubro, os russos não estavam apenas recuando, mas muitas vezes fugindo do avanço das tropas ucranianas e dos numerosos ataques de artilharia a alvos atrás da linha de frente.
Esses sucessos ucranianos com artilharia também revelaram quais armas de artilharia eram as mais eficazes. Os grandes vencedores não foram os canhões autopropulsados blindados disparando novos projéteis de longo alcance. Os ucranianos descobriram que canhões de 155 mm rebocados (como o M777) ou canhões de 155 mm montados em caminhão (como Caesar) eram os melhores para apoiar as tropas da linha de frente e o fogo de contrabateria contra a artilharia inimiga perto da linha de frente. Para alvos mais distantes a melhor solução foram sistemas como o americano HIMARS (High Mobility Artillery Rocket System). Este era um sistema montado em caminhão que transportava seis foguetes guiados de 227 mm de diâmetro com alcance de 80 quilômetros, ou um ou dois foguetes guiados maiores com alcance de até 500 quilômetros.
As nações ocidentais, especialmente os Estados Unidos, gastaram muito tempo e dinheiro tentando desenvolver projéteis de maior alcance e criaram canhões autopropulsados blindados maiores, disparando projéteis guiados por GPS muito caros que poderiam atingir alvos a até 70 quilômetros de distância. O tubo mais curto do M777 e do Caesar dispararam projéteis não guiados a 40 quilômetros. Essa abordagem era muito menos custosa porque o M777 e o Caesar eram mais baratos e mais eficazes e ambos podiam se preparar rapidamente, disparar vários projéteis e desaparecer em cerca de um minuto ou dois. Isso foi rápido o suficiente para evitar o fogo da contrabateria e os sistemas de artilharia baseados em caminhões foram mais fáceis de manter operacionais. Veículos blindados com esteiras exigem muito mais manutenção por parte da tripulação e precisam de peças de reposição (como esteiras novas) com mais frequência, além de muito mais combustível. A blindagem às vezes era útil, mas o sistema HIMARS montado em caminhão obteve muita experiência no campo de batalha no Afeganistão e em outros lugares e descobriu que alguma blindagem leve na cabine da tripulação era suficiente. Sistemas montados em caminhões, como o Caesar, costumam usar esse “compartimento de tripulação protegido” também.
A Ucrânia sabia do sucesso do veículo HIMARS e das capacidades dos foguetes GMLRS. A versão mais recente do foguete pode atingir alvos a até 85 quilômetros de distância usando a orientação INS/GPS (Sistema de Navegação Inercial/Sistema de Posicionamento Global). O componente INS é importante porque assume o controle se o sinal do GPS for perdido devido a interferência ou quando o terreno montanhoso bloquear o GPS quando o foguete se aproximar do alvo. Nas últimas duas décadas, o INS tornou-se mais preciso. A Rússia tem sido uma importante fonte de bloqueadores de GPS desde a década de 1990. Dois membros da OTAN da Europa Oriental (Romênia e Polônia) usam o HIMARS. Vários outros países da OTAN usam o HIMARS ou o veículo MLRS maior (M270) que transporta dois pods. O HIMARS está substituindo gradualmente estes. O sistema GMLRS montado em caminhão HIMARS é ideal para táticas de artilharia ucranianas, que atualmente usam artilharia autopropulsada individual para disparar projéteis não guiados em alvos a até 40 quilômetros de distância. Isso evita o fogo de retorno dos russos, que são mais vulneráveis às táticas ucranianas porque a Rússia ainda emprega fogo de artilharia em massa de baterias (seis canhões) ou batalhões (três baterias).
Cada sistema HIMARS é transportado em um caminhão 6×6 de 12 a 16 toneladas, sendo que a versão mais pesada possui cabine dupla blindada (contra fogo de armas pequenas e fragmentos de projéteis). O veículo carrega um MLRS (Multiple Launch Rocket System) de seis foguetes em vez de dois no veículo MLRS original maior e sobre lagarta. Inicialmente, uma grande atração era que um caminhão HIMARS poderia caber em um transporte C-130 (ao contrário do MLRS sobre lagarta de 22 toneladas) e era muito mais barato de operar. O veículo HIMARS pode percorrer até 85 quilômetros por hora em estradas pavimentadas e percorrer 480 quilômetros com combustível interno. Em 2016, foi revelado que os veículos HIMARS em serviço americano atingiram um milhão de horas operacionais com uma taxa de prontidão de 99%. A tecnologia que o HIMARS usa permite que o HIMARS opere (mova-se, receba uma ordem de destino e lance o GMLRS) com uma tripulação de três homens.
O primeiro HIMARS entrou em serviço em 2005, cerca de um ano após o GMLRS. As duas inovações funcionaram bem juntas e foram uma das principais razões para o sucesso do GMLRS e do lançador de foguetes HIMARS. Os EUA não compram mais os MLRS sobre lagartas ou foguetes não guiados. Um pod MLRS com seis GMLRS pesa 2,8 toneladas e atraiu muitos pedidos de exportação.
O míssil GMLRS de 309 kg (680 libras) é um foguete de 227 mm guiado por GPS. Ele foi projetado para ter um alcance de 70 quilômetros e a capacidade de cair a poucos metros do alvo pretendido, em qualquer distância. Isso é possível porque ele usa o GPS (mais um INS/sistema de orientação inercial de backup) para encontrar o local do alvo com o qual foi programado. Com o GPS, o GMLRS cairá a poucos metros das coordenadas do GPS. Se o INS tiver que ser usado, isso triplica para cerca de dez metros. Em 2008, o exército testou o GMLRS no alcance máximo (cerca de 85 quilômetros) e descobriu que funcionava bem. Isso permite que um veículo HIMARS forneça suporte em uma fachada de 170 quilômetros. Um veículo HIMARS pode fornecer suporte de fogo de precisão em uma área de cerca de 20.000 quilômetros quadrados. Esta é uma pegada enorme para uma única arma (um veículo HIMARS individual), e muda fundamentalmente a maneira como você emprega artilharia em combate. A título de comparação, o Excalibur (projétil de 155 mm guiado por GPS) agora tem um alcance máximo de 55 quilômetros, ou 70 quilômetros com o canhão ERCA.
GMLRS significava que o sistema de controle de tiro MLRS foi atualizado para lidar com alvos de precisão em vez de apenas atingir uma área geral. Desde 2004, mais de 3.000 foguetes GMLRS foram disparados em combate com 98% de precisão (atingindo o alvo) e mais de 50.000 GMLRS foram produzidos. Os foguetes GMLRS custam cerca de US$ 100.000 cada inicialmente e o custo atual (um pedido de 2021) é de US$ 110.000, mesmo após várias atualizações. Isso é mais barato do que os projéteis de artilharia de 155 mm equipados com GPS, porque esses projéteis geram muito mais estresse quando saem do cano da arma. Um invólucro guiado por GPS mais acessível (US $ 12.000 cada) está disponível usando espoleta ATK, que é parafusada na frente de um invólucro não guiado de 155 mm. A abordagem ATK é um pouco menos precisa do que os projéteis Excalibur, mas foi considerado aceitável em situações de combate.
Apesar de os foguetes HIMARS e GMLRS serem preferidos e a popularidade do HIMARS significava ainda menos trabalho para a artilharia de tubo, que era considerada “rei do campo de batalha” desde o século XVII. A demanda de exportação para o HIMARS fez com que o fabricante dos EUA tivesse que retomar a produção para o crescente número de clientes estrangeiros. Isso foi novamente afirmado na Ucrânia, que aguarda a nova versão do GMLRS, que pode ser usado no HIMARS e tem um alcance de 150 quilômetros.
Em combate, a artilharia de tubo não pode mais competir quando o alcance e a precisão são os fatores-chave. Mas, como os ucranianos demonstraram, canhões de 155 mm rebocados ou montados em caminhões que fornecem suporte para as tropas da linha de frente permitem que sistemas como o HIMARS forneçam suporte de longo alcance. O sistema ucraniano funciona bem para combater os russos. Outros conflitos de pares próximos podem apresentar oponentes que têm algum apoio aéreo e podem até usar sistemas e táticas semelhantes ao que a Ucrânia desenvolveu. Isso não vai mudar o fato de que simples e barato muitas vezes derrota mais caro e complicado em combate. Em teoria, o melhor desempenho off-road dos veículos de artilharia sobre lagartas é um fator chave. Na prática não é e a HIMARS é prova disso.
FONTE: Strategy Page
A artilharia russa é um caso a parte.
Está causando muitas baixas nos ucranianos.
É comum tiros certeiros dentro de trincheiras inimigas ou acerto em carros de combate em alta velocidade.
O único problema é que eles não têm efetivos para tomar as fortificações inimigas destruídas.
Mas, em breve isso será reparado.
Se fosse assim tão certeira não usavam nem metade das munições…
Mas não deve ter lido o artigo…
Sim, está tudo funcionando conforme o planejado. Nosso glorioso exército russo funciona como um relógio suíço. Está tudo bem, tudo em ordem, estamos apenas no aquecimento.
Deixa ver se entendi direito o que você escreveu. A Rússia tem artilharia mas não tem infantaria. É isso?
Vixe. Deve ser mais uma etapa da jogada de xadrez 5D que só você e o Putin entendem.
Desculpe pela minha ignorância. Eu não tenho como acompanhar o raciocínio de vocês dois.
Exatamente.
E esse problema será parcialmente remediado com a chegada de novos efetivos.
Parece que vcs não absorveram essa notícia.
Então, aqui vai outra.
O Alto Comando ucraniano anunciou que amanhã, em homenagem ao aniversário de Putin espera um aumento dos ataques ao País.
Veremos como a artilharia de canhões, foguetes e mísseis da Rússia vai se
Essa é a notícia.
E olha que os novos soldados ainda nem chegaram.
🇷🇺🇺🇦❗Tomorrow, the Russian Army may intensify its attacks on the territory of Ukraine in honor of Putin’s birthday, – General Staff of the Armed Forces of Ukraine
The Ministry of Defense of Ukraine said that they expect a powerful missile attack on the territory of the country tomorrow.
isso é um alerta p/ as crainças sairem dos parquinhos, pois é so o que a russia acerta ultimamente.
Bem que os ucanianos poderiam fazer o mesmo ao lançar minas nos jardins de infância de Donetsk
em tempo os novos recrutas ja estao chegando no front, infelizmente, p/ eles, e sendo devidamente embalados.
Só se foi o Oryx que contou, pois todos os relatos e vídeos são de treinamentos e movimentação de equipamentos.
Não fique preocupado com isso.
Deixe para os ucanianos.
Eles estão chegando rapidamente na frente????!!?
Está explicado, porque é que alguns chegam com seu camuflado Russo e de sapatilhas (ténis).
Fonte: vozes zumbindo na minha cabeça.
não sei o que é pior p/ russia, mandar os novatos p/ frente sem treinamento ´p/ voltar em sacos no dia seguinte ou treina los p/ 3 meses e perder td. ate lá.
Tem um outro problema para a Rússia … a falta de munições para repor as rodadas de artilharia. Os ucranianos também sofrem esse problema, mas tem os países da OTAN e os EUA para repor seus estoques. A Rússia já está buscando rodadas de artilharia na Coréia do Norte. Qual será a idade e o estado de conservação dessas munições? Nem a China quis fornecer munições para a Rússia. Artilharia sem projéteis e sem foguetes não serve para nada.
A China é dragão que não cospe fogo. A Rússia errando pelo menos mete a cara. Enquanto a China fica enrolando pra invadir Taiwan.
A China não é e nem nunca foi amiga da Rússia, no máximo eles tem um algoz em comum!
Para Pequim quanto maior for o tombo da Rússia melhor, é um vasto campo de matérias primas que pode vir para sua zona de influência por uma pechincha, eles devem até estar (mentalmente) torcendo pela Ucrânia!
É errado se apegar a relação sino-russa de 50, 100 anos atrás, aquilo já passou, a relação atual entre China e Russia é uma das mais exemplares e consistentes da história porque no fundo, um sabe que depende do outro se o objetivo é acabar com a hegemonia dos EUA.
É uma relação de alto nível porque existe respeito mutuo e ambos sabem que não serão escravos um do outro, é muito diferente da relação EUA com seus ”parceiros” que tá mais para mestre-vassalo do que qualquer outra coisa.
Sozinhos os novos efetivos serao sacrificados, ao lado de experientes serao um peso morto devido ao desnível de treinamento. Os M777 sao mais importantes que outra tecnologias ao meu ver
Confia!!!!!
A artilharia russa está no escuro. Os radares e drones russos estão ficando fora de combate. O sistema de contra bateria russo tem um tempo de resposta muito longo entre a detecção dos disparos e o efetivo contra ataque. Por outro lado, a artilharia ucraniana tem uma consciência do campo de batalha quase plena e quase em tempo real. A Ucrânia tem acesso a dados provenientes de satélites, de AWACS, de radares e de drones, que cobrem todo o campo de batalha. O único trabalho da artilharia guiada é engajar o alvo, disparar e esperar os projéteis ou foguetes atingir o objetivo designado. Os pecas de artilharia e os obuseiros autopropulsados russos vão sendo destruídos às pencas. Tem centenas de vídeos e de fotos na internet mostrando a extensão da destruição promovida pela artilharia ucraniana sobre as posições russas. E o que está ruim para a Rússia ainda pode piorar mais … o sistema ATACMS e os drones de ataque Gray Eagle ainda estão na mesa de negociação dos EUA com a Ucrânia.
Você não seria o Farinazzo?
A artilha russa era um caso a parte, até o momento que os HIMARS entraram em operação e começaram a destruir a linha de suprimentos.
Sério? Esse é único problema estão russo?? kkkkk..estão recuando pq então?
Creio que há um problema na tradução, quando se fala em veículos rastreados o objetivo era dizer veículos de lagartas, não? Imagino que o termo original era “tracked vehicles”.
Sim, foi um erro da tradução automática. Agradeço a observação, Renato B. Já foi corrigido no texto acima.
Tranquilo, no mais, a matéria está excelente como usual.
Imagino que o pessoal da Avibrás adorou esse texto e devem estar tomando notas sobre o conflito. Muitas lições podem ser aproveitadas pelos Astros.
A Avibras tem um tesouro em mãos na forma do sistema Astros 2020. Espero que o Exército Brasileiro e, principalmente, o Governo Brasileiro enxerguem a importância desse projeto tanto de ponto de vista estratégico como do ponto de vista comercial.
O sucesso da artilharia é devido a falha das Forças aéreas em dominarem o ar.
Se um dos lados tivesse domínio total dos ares, as artilharias virariam alvos.
Alguém se lembra de falarem em artilharia na primeira guerra do Iraque?
Tanto é, se não me engano a prioridade da coalizão era neutralizar os astros iraquianos, para então as tropas avançarem por terra
O objetivo não era neutralizar o ASTROS, era neutralizar toda a artilharia incluindo o ASTROS.
Esquece, essa mentira já criou raízes e floresceu no imaginário do povo.
Não foi mentira. Um militar americano fez esse comentário na imprensa da época.
Cara, isso daí foi um parágrafo de três linhas num relatório de centenas, milhares de páginas. E o que estava escrito não tem um décimo da emoção que vocês querem passar.
Ademais, a própria coalização reconhece que sua tentativa de caçar sistema lançadores de foguetes e mísseis ficou bem aquém do esperado, principalmente pela quantidade de meios utilizados.
Mas fique a vontade para acreditar no que quiser.
Mas constou do relatório.
É inquestionável. Mas os americanos tinham o Astros como alvo principal. Veja um dos inúmeros panfletos jogados durante o conflito
Exatamente. Os sistemas ASTROS eram uma grande preocupação para a coalizão. Só perdiam em importância para os Scud. Hoje em dia quem faz o trabalho dos Scud são os Iskander e os Toshka.
Professor Poggio,
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Um pequeno, mas importantíssimo, detalhe:
Os norte-americanos pegaram o conceito do MLRS (Multiple Launch Rocket System), acrescentaram um sistema de guia no ‘danado’ do foguete, bem como uma ‘constelação’ de satélites em torno do planeta, e adotaram o GMLRS (Guided Multiple Launch Rocket System).
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Uma letrinha – G – faz toda a diferença.
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Forte abraço,
Ivan, o antigo.
Não era Mapento?
Sim. Fui eu quem primeiro referiu-se a ele como “mapento”. Foi lá no Poder Naval há alguns anos.
Olá, velho amigo.
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“Mapento” é um apelido que ostento (sim, é ostentação mesmo) com muito carinho e um ponta de orgulho (vaidade quase pecaminosa).
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No século passado (Eita!!!), aprendi a procurar nos mapas os acontecimentos descritos em livros e revistas, estimulado pelo meu pai. Era pequeno quando papai chegou com um globo (aquele que a gente via em bibliotecas).
Depois, no serviço militar (infantaria), fui oficialmente apresentado aos mapas, que já eram velhos amigos.
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Com os aparelhos eletrônicos com mapas móveis e depois com os smartphones ficou mais fácil. Porém, ainda assim, gosto dos mapas mais amplos (papel ou digital).
A rigor, minha esposa se divertia com minhas brigas com a voz do Maps, Waze ou os antigos aparelhinhos de GPS (tive pelo menos 2).
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Na prática, é preciso posicionar os eventos – portanto a história – no terreno. O mapa é essencial para entender os acontecimentos.
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Você, amigo Guppy, como antigo marinheiro,
e eu, como um antigo infante,
já nos debruçamos sobre um mapa diversas vezes.
Sabemos que é essencial e temos obrigação de compartilhar esta compreensão.
Então:
O MAPA, sempre o MAPA.
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Forte abraço e
obrigado pelo generoso apelido,
Ivan, o Mapento.
Antigo, Mapento, Oldinfantryman, Antigo Infante, Ivanovich…
Tá tudo certo, é sempre o velho Ivan.
O “sobrenome” varia conforme a matéria, o que escrevo ou,
simplesmente, o humor.
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Mas vocês já me conhecem.
Até pela forma de escrever.
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Forte abraço,
Ivan, seu amigo da Trilogia.
Ivan, o antigo
Fiz outra compilação de prints dos comentários dos seus amigos, mas não deixaram….
Uma pena, eram risadas garantidas.
Abs
Verdade. Mas não tira o mérito da artilharia.
Nem todo o conflito tem domínio do ar por alguns dos lados. Se o domínio do ar não for obtido, artilharia cresce.
Praticamente acabaram relatos (mesmo que fantasiosos) de aviões ou helicópteros russos abatidos.
E mesmo a quantidade reportada pelos ucranianos é pequena tanto em relação à quantidade que os russos possuem quanto às de defesas que os ucranianos possuíam.
Devo acrescentar que hoje foi reportado o primeiro ataque de drones à Kiev.
Ou seja.
Além dos drones serem difíceis de abater, as defesas anti-aéreas são falhas.
Vovó Putin deu leite estragado pro nenê hoje ! Ta delirando, como sempre, mas hoje tá sem limites ! rs
Não acabou, passou a ser banal…
Mas, usando a sua lógica, se não é por medo de serem abatidos, então é por covardia ou incompetência…
E o que aconteceu aos mísseis de cruzeiro e outros? Mais difíceis de serem abatidos, com uma carga explosiva maior e com maior precisão?
Claro, pararam de voar na Ucrania!
Olha só o link da notícia de 02/10/2022 com vídeo. É um helicóptero Ka-52 Alligator russo sendo abatido pelas forças ucranianas.
https://www.google.com/amp/s/defence-blog.com/ukraine-shares-drone-video-showing-a-russian-ka-52-being-shot-down/%3famp
Tem vários filmes demostrando esses abates “ fantasiosos”. Já vi pelo menos uma dezena . O último foi de um helicóptero de ataque sendo derrubado.
Os drones iranianos foram comprados às centenas pela Rússia, mas sinto te dizer, querido Patrício, que estão sendo derrubados às pencas.
https://www.google.com/amp/s/dronedj.com/2022/10/03/ukraine-russia-iran-drones/
Depois da imensa perda de aviões e helicópteros, os russos, quando muito, tem enviado seus bombardeiros, em pleno território russo, dispararem misseis de longo alcance. Só!
Mas semana passada surgiram vídeos de 4 aviões e 1 helicoptero abatido em Kharkiv…
Se não me falhe a memória foram 2 Su-25, 2 Su-30/35 e um Su-34 mais um Aliggator.
Todos com vídeos de abate!
As forças ucranianas adotaram uma abordagem mista para derrubar os drones iranianos (até seis por dia). São equipamentos da era soviética associados a kits modernos fornecidos por nações ocidentais. Os lançadores de mísseis SA-8, as armas antiaéreas autopropulsadas Shilka e os tanques de defesa aérea Gepard formaram um conjunto ques está demonstrando grande eficácia para combater os drones iranianos, que são lentos e barulhentos. As forças ucranianas também trabalham para encontrar e atingir as bases de onde a Rússia está lançando os drones fornecidos pelo Irã.
https://www.defensenews.com/unmanned/2022/10/06/ukraine-to-target-russias-bases-of-iran-supplied-explosive-drones/
A força aérea da coalizão de países arrasou os sistemas de defesa antiaérea e a artilharia do Iraque nos primeiros dias da guerra. Mas eu que lembro do comentário de um militar americano: a cavalaria mecanizada da coalizão só avançou depois de ter certeza que o último Astros II estava fora de combate. Que moral, heim?
Artilharia e drones foi o casamento perfeito, algum tempo atrás um ataque de artilharia podia errar totalmente seu alvo pois os artilheiros não sabiam o que estava acontecendo no possível alvo, agora com o uso de drones que transmite imagens ao vivo e conseguem transmitir as coordenadas de possíveis alvos de forma instantânea ficou bem mais fácil corrigir o fogo da artilharia, inúmeras vezes vimos drones ucranianos e russos sendo usados para orientar a artilharia nesse conflito.
Melhor sacada nessa parte foi a Ucrânia ter dispersado e descentralizado as baterias (a peça mesmo não o batalhão ou companhia) de artilharia e ter conectado todas elas com software de gerenciamento.
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Hoje é possível um soldado identificar o alvo e mandar a coordena para todas as peças dentro do alcance e todas elas podem disparar a salva ao mesmo tempo… tudo graças ao software e a conexão via satélite e sem o risco de perder varias peças pq elas não estão próximas
Os projéteis guiados Excalibur e Vulcano fornecidos para a artilharia de precisão ucraniana estão causando um enorme estrago nas forcas russas. Welcome to Ukraine …
https://www.google.com/amp/s/www.businessinsider.com/precision-artillery-shells-aid-ukraine-in-artillery-battle-with-russia-2022-10%3famp
Talvez os mais antigos frequentadores do Forte se lembrem de uma discussão bem intensa que tivemos quando da chegada dos M109 A5.
Defendi que os lentos AP SL estavam perdendo terreno para os AP SR.
Quem ler o texto vai entender porque.
Saudades dessas discussões sobre equipamento, emprego etc viu Carvalho.
Infelizmente 99% das postagens viram um grande Fla Flu.
Felipe,
Basta não responder aos Trolls….
“Para o troll, a reação a um comentário polêmico é considerada uma diversão, uma forma de extrair prazer na indignação das pessoas.”
Para um exército que quer fazer uma renovação/ modernização de sua doutrina e consequentemente tocar adiante a aquisição de novos meios, mas existe o fator “medo de errar”, existe uma solução muito pragmática: copie o Armée de Terre.
Bom, que a artilharia de tubo 155 apoia tropas na linha de frente enquanto LMF batem alvos mais a retaguarda todo mundo sabe, né? Excessão a alguns países por aí.
Se os russos não conseguiram suprir suas tropas no ataque a Kiev por falha logística e desistido de seus objetivos sem que os ucranianos efetuassem um ataque frontal contra os meios de transporte de suprimentos. Se os paraquedistas russos, a elite da elite da elite das FFAA russas, foram pegos usando tênis chinês ao invés de botas, isso no início da guerra, quando o melhor equipamento estava disponível. Se os russos já tinham equipamentos atolados na lama antes mesmo da invasão, quando estavam saindo do inverno e entrando na primavera, tendo seus soldados passado fome e frio. De tudo isso, me pergunto, como pretendem suprir uma força de 300 mil homens, sem equipamento adequado, na entrada de um rigoroso inverno que se aproxima, com temperaturas neste momento marcando 3º C, com Kherson, mais ao Sul, com temperaturas previstas de -17º C, com sistemas cada vez mais modernos sendo enviados para frente de batalha e com a economia russa sendo estrangulada.
O vietcong usava chinelo de pneu e derrotou os USA
Tem alguma matéria sobre a defesa anti aérea?… Pra contextualizar com o BR?…. O que seria de grande valia… Por exemplo… Se os sistemas de médio alcance (70-80 km) são mais “úteis” que um com alcance acima de 200km… Quanto a esta matéria me vem a memória os planos do EB em ter veículos similares ao Caesar, e, particularmente torço pelo ATMOS… Na avibrás deveriam desenvolver um foguete com alcance de 80km com guiagem GPS e superior a isso… Quanto a avibrás, alguns canais não BR no YouTube falam de foguete ss150? Real ou somente uma doce ilusão pra nós e eles?…. Senhores, não sei se alguém vai ler ou responder as dúvidas, porém desde já agradeço!
É um bom texto, serve para compreender que na guerra moderna, aqueles que não tiverem mobilidade e consciência situacional há uma grande probabilidade de perder a tropa para artilharia inimiga.
Com o aumento da urbanização do campo de batalha o emprego de munições de precisão é primordial e infelizmente não estamos muito diferentes da Russia não principalmente quando o texto diz nesse ponto
“são mais vulneráveis às táticas ucranianas porque a Rússia ainda emprega fogo de artilharia em massa de baterias (seis canhões) ou batalhões (três baterias).”
…espero que o EB se baseie nesse conflito para adquirir novos meios e melhorar a doutrina.
Precisamos de Ceasar/Atmos, Sarp Cat-0 para os observadores avançados, radares de contrabateria e mais investimentos em foguetes de precisão para o Astros, assim diminuiríamos o gap tecnológico com a Otan de décadas.
Vimos que a opção de um VBCOAP 155mm SR com cabine blindada torna a operação um pouco mais segura (pelo menos durante o deslocamento da tropa)…
A Ucrania tem usado drones civis adaptados que se posicionam sobre os alvos de interesse e soltam explosivos destruindo casamatas, depósitos de munições, viaturas, etc (seria uma nova forma de emprego de artilharia?)… causando um abalo psicológico devastador e tirando o sono do estrategista Russo, se isso se tornar uma tendência mundial a tropa motorizada estará com dias contados, o EB acertou com a mecanização da força.
Mas acredito que ainda temos espaço para um segundo obuseiro, esse auto-rebocado especificamente paras brigadas leves apoiadas por aeronaves, estes sim poderiam ser aerotransportados e não os VBCOAP 155mm SR, com apenas dois KC-390 conseguiríamos transportar uma bateria completa de M-777 para o teatro de operações, se necessário.
Parabéns pelo maravilhoso artigo. Interessante notar que essa “guerra convencional” veio para testar o padrão OTAN, versus, padrão Russo/resquicio sovíético. Além disso, observa-se como é importante a área da informática e a tecnologia da informação nesta situação especial (com softwares pode-se gerenciar as peças descentralizadas e permiti-las coordenar fogos de pontos diversos com fontes diversas de informação). Que o EB veja com carinho esses estudos que estão saindo e pense, seriamente, em aprimorar sua doutrina de ação.
Aliás, vejo que o EB necessita, urgentemente rever seu parque de artilharia de tubo. Os antigos 155mm clamam por aposentadoria e os três tipos de peças de 105mm deveriam ser substituidos por um único modelo. Além disso, faltam Radares de Contrabateria e de Aquisição de Alvos, além de Drones para a artilharia de campanha.
Rogo que um dia tenhamos estes materiais.
Abraços
Na falta de uso da aviação para as duas partes , voltamos a primeira guerra mundial.
No caso do M777 talvez a razão do maior uso se dê pelo motivo de ter sido o obuseiro ocidental doado em maior quantidade.
Na mídia especializada ocidental eu entendi que os ucranianos preferem obuseiros auto-propulsados, tanto que encomendaram diretamente a Alemanha uma quantidade grande de PZH2000.
https://youtu.be/pgc71l8WmaI himars
Entendam, campo de batalha não é lugar para mandar um criminoso condenado.
Bandido não defende país, somente interesse próprio.
Pelo menos na guerra do golfo os americanos alistaram idiotas que queriam cidadania “”fácil””, e que depois ficaram chorando que a guerra não era igual àquele videogame que a US Army criou para estimular o alistamento.
Os ucranianos quando soviéticos treinaram a doutrina soviética, então fica claro que conhecem os russos como ninguém.
E além disso devem ter estudado a derrota russa no Afeganistão para escolher e validar suas táticas.
O que russos ensinaram ao mundo com as Katyusha estão sofrendo com os HIMARS.
O mundo dá voltas.
A maior fonte de munições e tanques dos ucranianos não é mais a OTAN, mas os fartos estoques deixados pra trás dos russos fugindo dos ucranianos. Só de tanques já foram 440 que foram para os estoques ucranianos. Se os ucranianos atingirem Moscow terão mais farto material kkkk
O exército russo tá passando vergonha. Chineses e indianos se coram de vergonha kkk
A imprensa especializada de uma forma geral esta dizendo que a Ucrânia tem uma janela de 60 dias (treinamento dos reservistas Russos), para fazer os avanços no território anexado pelos Russos.Esse e o impeto de agora chegar nas regiões de controle e se fixar. Todos que acompanham a trilogia já entenderam que os Russos tinham a ideia de derrubar o governo Ucraniano(tipo que os americanos tentaram com o choque e pavor no Saddam Hussein).
190 mil soldados contando com a retaguarda reserva para as linhas no máximo 60 mil soldados, a Ucrânia tinha antes de tudo 300 mil agora com reservistas 700 mil e óbvio que o problema dos Russos e contingente só não entende quem não quer.
A Janela é por causa do inverno, não pelo tempo de treinamento e é de 1 mês, depois disso, só na primavera.
Quanto aos contingentes, só agora se diz que os Ucranianos, tinham vantagem, pois no início, falava-se de um Ucraniano, para 3 ou mais Russos.