Paraguaios querem reparação do Brasil por guerra ocorrida há 150 anos

Oi Camargo, eu concordo que é um erro misturar as coisas, e isso deve ser deixado bem claro aos Paraguaios. Itaipu é uma coisa e a Guerra do Paraguai é outra coisa.

Mas também acho um erro misturar História de um ponto de vista Acadêmico, com política nos dias atuais. Acho que debates assim seriam bem mais apropriados ao ambiente Acadêmico. Existindo o interesse parlamentar, que uma comissão de Acadêmicos dos quatro países envolvidos na Guerra faça apresentações nos parlamentos desses países, publicando o que foi debatido e concluído para a apreciação de todos.

Mas pesquisadores Brasileiros, que inclusive passaram anos de pesquisa no Paraguai e outros países, já fizeram pesquisas bem detalhadas nos arquivos e diversos documentos nesses países, além de Inglaterra e outros. Sempre há algo de novo à ser descoberto, mas para isso é necessária a cooperação de diferentes instituições de ensino e instituições públicas, etc.

Infelizmente não vejo como isso (parlamentares e acadêmicos desses países) pode contribuir para um entendimento maior do conflito, do que os atuais livros já não podem contribuir. Estamos em um momento de radicalização política extremamente forte na nossa região como um todo, e certamente isso vai influenciar em qualquer relatório ou documento final. Se restringirmos apenas aos Acadêmicos, talvez algo de novo possa aparecer, mas também acho muito difícil que isso possa acontecer, não apenas pelo motivo supracitado, mas também porque pelo visto não há interesse no Paraguai de revisitarem o assunto sob a ótica Brasileira, enquanto que aqui no Brasil não há vontade de voltar à debatermos a ótica Paraguaia, que de fato foi criada artificialmente aqui devido à pressões de um outro contexto político radical.

Seria abastecer um ciclo vicioso que tende apenas à distorcer o que foi apurado de forma Acadêmica e correta. Acho que ainda vai levar um tempo para que esse tipo de coisa possa ser abordada com a seriedade que o assunto merece.

Eu tive a felicidade de assistir uma palestra do Doratioto na UFF. Quem o trouxe foi um clube de discussão de História militar, que só conseguiu o espaço na UFF (isso tem uns dez anos ou pouco menos que isso), quando o clube (composto por acadêmicos de diversas instituições) se comprometeu com a Coordenação de História da UFF à não abordar questões pós-1917, ou seja, não poderia ser debatido nada que fosse ‘controverso’ do ponto de vista político, e reclamaram quando chamaram o Doratioto para palestrar, mas estava dentro das próprias regras estabelecidas. Infelizmente não tenho motivos para acreditar que mesmo um relatório puramente acadêmico não sofra pressões políticas, começando pela escolha dos parlamentares e acadêmicos que participariam dos trabalhos, etc.

Acho que o que realmente falta, tanto no Brasil quanto no Paraguai, Argentina e Uruguai, são opções de leitura sobre o tema, sob as diversas óticas diferentes. Se os parlamentos querem se meter, que façam uma grande campanha de leitura nos quatro países sobre a Guerra, inclusive com livros em Português sendo traduzidos para o Espanhol e vice-versa, com campanhas de divulgação. Acho que seria bem mais adequado para que os povos de todos esses países possam pelo menos saber qual a visão de cada um deles sobre o conflito, saindo um pouquinho da bolha e colocando tudo em seu devido contexto.

Caro Carvalho. O passado precisa ser sempre revisitado. É um único modo de aprendermos. Um exemplo é a questão da escravidão. Hoje, temos uma visão muito mais ampla do que foi a escravidão do que há 50 anos graças ao esforço de muita gente aqui e no exterior em revisitar o tema. O golpe de 64 é outro exemplo. O Brasil não tem o que temer de uma comissão de parlamentares que abra uma comissão sobre a Guerra do Paraguai. Talvez ela apenas confirme o que já sabemos. Talvez ela descubra novas coisas. Talvez ela derrube alguns mitos. Quem teria medo de uma comissão investigando a Guerra do Paraguai? O Brasil ou os paraguaios?

Se estás tão preocupado assim com os paraguaios, vai tu lá e faz umas doações, do teu dinheiro. Depois tenta abater no imposto de renda.

Olá Carvalho. A Guerra aconteceu há 150 anos… todo mundo que esteve por lá já está morto. Os filhos de quem esteve por lá já estão mortos. Caso o Brasil se coloque contra a comissão só daria a impressão que existe algo escondido. Não existe. Uma comissão destas terá acesso a documentos, novos e usados. Irá ouvir acadêmicos, militares, diplomatas. O resultado será um documento, um relatório talvez com dados mais precisos, com destaques que outros pesquisadores deixaram passar. Acho inútil temermos o passado.

Olá Carvalho. O relatório será político, óbvio. Talvez seja bom que seja. Uma tese é diferente de um livro que é diferente de um relatório de um comissão de parlamentares. Cada documento tem suas particularidades e limitações. Talvez um relatório escrito por parlamentares traga novas perspectivas que nos ajudarão a entender o que aconteceu. Um documento inverídico, sem base factual e com números distorcidos terá o fim que todo tido de mentira acaba tendo, que é a lata de lixo da história. Se for um bom documento, será bem vindo. Eu sou incapaz de julgar o documento antes de te-lo lido. Inclusive, gostaria muito de entender os argumentos que os parlamentares paraguaios levantaram. Podem ser muito interessantes para um debate.

As pesquisas sao falsas,mentirosas e pagas,mas como disse o Stalin “não importaxquem vota,o mais importante é quem apura(TSE e ps Sinistros “desiluminados”

São os mesmo que apurou e elegeu o atual e outras 5x como deputado e nunca foi questionada .