Jurgen Habermas

Putin diz que se sentiu compelido a invadir a Ucrânia devido à expansão da Otan em direção às fronteiras de seu país. Então, o que ou quem inspirou a aliança militar a agir dessa maneira?

Santiago Zabala
Professor de filosofia na Universidade Pompeu Fabra.

Cláudio Gallo
Ex-editor da redação estrangeira do La Stampa e correspondente em Londres

Em um artigo recente – Os filósofos de Putin: quem o inspirou a invadir a Ucrânia? – delineamos as posições teóricas de três pensadores que provavelmente ajudaram a construir a visão geopolítica do presidente russo e inspiraram sua contínua invasão da Ucrânia. De fato, há muitas maneiras pelas quais as visões e obras de Vladislav Surkov, Ivan Ilyin e Alexandr Dugin podem nos ajudar a entender a ideia de excepcionalismo russo e a ideologia que impulsiona Putin.

Mas olhar apenas para os pensadores que inspiraram Putin, é claro, não é suficiente para entender a guerra devastadora na Ucrânia em toda a sua complexidade. O líder russo, afinal, diz que se sentiu compelido a invadir o país no final de fevereiro devido à contínua expansão da Aliança do Atlântico Norte (OTAN) em direção às fronteiras de seu país. Então, o que ou quem inspirou a OTAN a agir dessa maneira? Quais pensadores estavam por trás das estratégias da OTAN que abriram caminho para um conflito que matou milhares de pessoas, deslocou milhões e levantou a possibilidade de uma guerra nuclear?

É claro que, como também acontece com as estratégias do Kremlin, é impossível vincular firmemente qualquer estratégia da OTAN a um determinado filósofo. Mas isso não quer dizer que as posturas teóricas e os argumentos ideológicos de certos pensadores não tenham inspirado, legitimado ou motivado certas ações cruciais da aliança militar liderada pelos EUA. Há pelo menos quatro filósofos ocidentais cujas visões e obras podem nos fornecer uma compreensão mais profunda de como o conflito atual se materializou e talvez nos ensinem como prevenir outros no futuro.

A principal noção que une esses filósofos nascidos no Ocidente é a crença de que o racionalismo é uma estrutura universal embutida na alma de toda a humanidade – eles atribuem universalidade às suas ideias, mas na realidade não promovem nada além de ideais estritamente ocidentais.

O primeiro pensador que pode nos ajudar a entender as ações e motivações da OTAN no período que antecedeu a guerra na Ucrânia talvez seja o reverenciado filósofo alemão Jurgen Habermas (foto de abertura).

Habermas foi contra a invasão do Iraque em 2003, mas apoiou o bombardeio da OTAN à Iugoslávia em 1999 sem a aprovação da ONU (dois atos igualmente insustentáveis ​​do ponto de vista legal). Dada a ameaça de escalada nuclear, no contexto da guerra na Ucrânia, ele agora pede um “compromisso que salve a face de ambos os lados”. Essas posições aparentemente contraditórias demonstram a ressalva e o pragmatismo antiuniversalistas que sublinham sua filosofia. Mas elas não traem o fato de que Habermas promove um modelo de social-democracia que transcende as fronteiras dos estados-nação – uma democracia cosmopolita que está destinada a se tornar uma ordem política global.

No cerne de seu racionalismo – por mais que seja guiado pelo pragmatismo e pela consideração histórica – está a crença na universalidade e superioridade da democracia liberal ocidental e seu ponto de vista individualista. Segundo Habermas, apesar de todo o relativismo autoproclamado de seu pensamento, as pretensões universalistas e normativas da razão são válidas em todos os contextos e sob qualquer condição. Isso leva a ideia de “universalidade” a se tornar o livro de regras de um clube poderoso que é usado para determinar (principalmente automaticamente, como explicou Marx) quem está dentro e quem está fora. Esta é, em muitos aspectos, a filosofia e visão de mundo do Ocidente e da OTAN – uma visão que, ao longo da história, teve o hábito de se impor pela força.

Francis Fukuyama

Francis Fukuyama é outro célebre pensador americano que apoia o mesmo modelo de social-democracia promovido por Habermas e, portanto, pode ajudar a explicar as motivações e o pensamento por trás das estratégias da OTAN nas últimas décadas.

Segundo Fukuyama, esse modelo foi realizado após a Guerra Fria, após o triunfo da democracia liberal ocidental sobre a União Soviética. Para Fukuyama, este foi o fim da história – o ponto final da evolução ideológica da humanidade. A democracia liberal ocidental, argumentou ele, é a melhor e final forma de governo humano que alguém pode esperar. Fiel às suas ideias, Fukuyama apoiou a invasão e a chamada “democratização” do Iraque em 2003.

Embora o pensador americano tenha reconhecido recentemente que essas democracias ocidentais podem decair, ou seja, retroceder em certo ponto, ele atestou recentemente que se “os Estados Unidos e o resto do Ocidente” não pararem a Rússia, a China e outros poderes não-democráticos de fazer o que quiserem e dominar o mundo, poderíamos estar diante do “fim da história”. É por isso que ele elogiou recentemente os planos da Finlândia e da Suécia de ingressar na OTAN em resposta à invasão da Ucrânia por Putin.

Fukuyama claramente não considera a expansão da OTAN ao longo dos anos 1990 e 2000 uma violação dos compromissos que o Ocidente fez com a Rússia após a queda da União Soviética. E ele claramente não reconhece o fato de que a Rússia há muito insistia em que tais medidas levariam ao confronto que estamos testemunhando hoje. Tudo isso demonstra que ele faz parte, e talvez um dos engenheiros, da cruzada ideológica do sindicato militar – e, portanto, seu pensamento pode nos ajudar a entender como chegamos aqui e o que podemos e devemos fazer para desescalar.

Michael Walzer

Outro pensador que pode nos ajudar a entender a posição da OTAN no conflito na Ucrânia é, sem dúvida, o filósofo político americano e especialista em moralidade da guerra, Michael Walzer. De acordo com Waltzer, a guerra na Ucrânia está mais uma vez demonstrando o valor duradouro da teoria da “guerra justa”.

Essa teoria – que há muito orienta os eticistas da guerra no Ocidente – tem sido usada, pelo menos até certo ponto, para justificar muitas das intervenções da OTAN nas últimas décadas. Walzer no passado apoiou as reivindicações de “guerra justa” de Israel contra a Palestina e recebeu críticas significativas por fazê-lo, mas agora ele está apoiando o armamento da Ucrânia em vez de buscar soluções diplomáticas para o conflito. “Estamos resignados”, disse ele recentemente, “ao fato de que todas as saídas agora passam pela vitória militar”. Sua percepção do conflito como uma “guerra justa” que deve ser travada pode, assim, nos ajudar a entender como a OTAN e as potências ocidentais que fazem parte dela estão abordando esse conflito.

Bernard-Henri Lévy

Embora as ideias de Habermas, Fukuyama e Walzer provavelmente informem e expliquem a abordagem e o papel da OTAN neste conflito em curso, talvez sejam as ideias de Bernard-Henri Lévy (BHL, como é comumente conhecido) que melhor explicam a posição da aliança militar.

Segundo o pensador francês, as intervenções da OTAN contra a Rússia na Síria, Líbia e agora Ucrânia foram todas não apenas justificadas, mas vitais, porque não há alternativa ao Ocidente como portador de valores universais.

Como defensor do sonho do século XVIII de direitos humanos universais, ele acredita – como explicou em um Fórum da Juventude da OTAN em 2009 – que o Ocidente é fundamental para defender não apenas esses valores, mas todos os valores que importam. Se BHL é (demasiado) frequentemente favorável à intervenção militar é porque ele acredita que “outras civilizações” (os russos, os chineses ou os muçulmanos) prevalecendo e se tornando a potência dominante na Terra é sempre um perigo maior do que a guerra – por mais custosa ou destrutiva que seja. Sua visão de mundo – e similarmente a da OTAN – reflete o arquétipo usual (principalmente bíblico americano) do bem contra o mal.

Assim como não sabemos com certeza se Putin leu ou ouviu Surkov, Ilyin e Dugin antes de invadir a Ucrânia, também não podemos ter certeza de que os funcionários da OTAN realmente recorrem às ideias de Habermas, Fukuyama, Walzer ou BHL ao decidir suas estratégias. No entanto, como as ideias desses pensadores parecem estar alinhadas principalmente com o que a OTAN está fazendo – e como está legitimando e explicando suas ações – elas podem nos ajudar a entender e evitar a repetição desse conflito.

Como Noam Chomsky – um intelectual ocidental sempre atento às falhas da civilização ocidental – disse recentemente, temos a opção de “lutar contra a Rússia até o último ucraniano” ou buscar um “acordo diplomático”. O linguista americano prefere a segunda opção mesmo que isso implique fazer concessões às exigências russas porque acredita que esta é a única maneira de evitar uma guerra nuclear. O problema agora é que estamos caminhando para uma “paz quente”, como disse Slavoj Zizek, onde “os investimentos militares maciços sustentam um frágil novo equilíbrio de poder”. Buscar soluções diplomáticas para acabar com a guerra implica resistir a esse novo equilíbrio de poder onde os ucranianos são as vítimas. Mas por quanto tempo?


Santiago Zabala
Professor de filosofia na Universidade Pompeu Fabra
Santiago Zabala é Professor Pesquisador de Filosofia do ICREA na Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona. Seus últimos livros são ‘Being at Large’. Freedom in the Age of Alternative Facts’ (2020) e ‘Por que somente a arte pode nos salvar’ (2017). Sua página é www.santiagozabala.com.

Cláudio Gallo
Ex-editor da redação estrangeira do La Stampa e correspondente em Londres
Claudio Gallo é um ex-editor de redação do jornal La Stampa e correspondente em Londres. Ele escreveu anteriormente para AsiaTimes, Enduring America e RT.com. Seus principais interesses são a política do Oriente Médio e a filosofia ocidental.

FONTEAl Jazeera

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Marcos10
Marcos10
2 anos atrás

Se Putin se sente ameaçado pela OTAN, o que devem sentir os países vizinhos da Rússia? Amor fraternal? Com certeza, desde que ande agachado!!!!

Caerthal
Caerthal
Reply to  Marcos10
2 anos atrás

O enfraquecimento da Rússia após o fim da URSS ao invés de abrandar a OTAN a tornou mais agressiva e expansionista. Foram imprudentes e contraditórios.

paulof
paulof
Reply to  Caerthal
2 anos atrás

Na verdade, o leste europeu aproveitou para conseguir algo para se proteger antes que os russos voltassem a querer expandir, afinal ninguém chega a ser o maior país do planeta por acidente e sim uma política imperialista.

Agressor's
Agressor's
Reply to  Caerthal
2 anos atrás

É muito engraçado um pessoal aqui falar em agressão russa quando a otan vai se estabelecendo cada vez mais próximo ao centro de poder russo, e vai implantando governos pró ocidente numa clara tentativa de um regime unipolar….

César
Reply to  Agressor's
2 anos atrás

Vendo o que esse sujeito escreve a pergunta é: o que será que estão colocando na Nutela hoje em dia?

Rodrigo Martins Ferreira
Rodrigo Martins Ferreira
Reply to  Agressor's
2 anos atrás

Governo pró russia, pró china, que você bateria palma é justamente o que a população n está afim que é perder a sua liberdade.

Precisa desenhar ?

BlindmansBluff
BlindmansBluff
Reply to  Rodrigo Martins Ferreira
2 anos atrás

Essa criançada nunca viveu um periodo sem ter o direito à liberdade.

É como já dizia o velho sabio, a criança só da valor para o que perde.

BlindmansBluff
BlindmansBluff
Reply to  Caerthal
2 anos atrás

Como voce explica entao que os membros da OTAN nunca estiveram tao despreparados e desarmados? O Reino Unido por exemplo, estava a ponto de aposentar todos os IFV warriors e metades de seus Challengers dois. A alemanha nao conseguia nem investir os 2% de seu PIB e confiavam na Russia para fornecer 50% de suas fontes de energia. A França do seu lado, estava até 2014, antes de Putin invadir a Crimea, construindo um porta helicópteros para o Putin.

ONDE ESTÁ A AGRESSAO DA OTAN CONTRA A RUSSIA QUE VOCE MENCIONA?

Rodrigo Martins Ferreira
Rodrigo Martins Ferreira
Reply to  BlindmansBluff
2 anos atrás

Até 3 meses atrás os membros da OTAN só queriam saber de dar pitaco na preservação do meio ambiente alheio e em pronome neutro…

O Trump, passou 4 anos chutando eles pra ver se caiam na real e paravam de dar dinheiro aos russos…

Mgtow
Mgtow
Reply to  Marcos10
2 anos atrás

Rússia tava quietinha no canto dela.
Não venha aqui fazer perversão da realidade não.
Ficaram fustigando quem tá quieto, agora receba

Thiago
Thiago
Reply to  Mgtow
2 anos atrás

Ontem o dia foi ‘fraco’ em matéria de acontecimentos.
Hoje, há novas noticias de que os russos estão bloqueando a Rodovia Soledar/Lisichiansk e entraram em Severodonetsk.
Essa é a última rodovia aberta antes do cerco àquelas cidades.
O Prefeito de Nikolaev pediu para a população deixar a cidade.

Carlos Gallani
Carlos Gallani
Reply to  Mgtow
2 anos atrás

A Rússia estava quietinha?!
Tem Rússia em Marte, Vênus ou Júpiter ou vivemos em um delírio completamente desconectado da realidade e da história?

João da Lua
João da Lua
Reply to  Carlos Gallani
2 anos atrás

Engraçado falar isso quando as pessoas opinam e analisam os eventos momentosos atuais como se os últimos vinte anos nunca tivessem acontecido.

BlindmansBluff
BlindmansBluff
Reply to  Mgtow
2 anos atrás

Em que realidade você vive fera?

Thiago
Thiago
2 anos atrás

A OTAN acabou se tornando uma Organização anacrônica.
Quando deveria atuar, segundo seus princípios, se acovardou frente à Rússia.
E para piorar, a região do Pacífico se tornou o principal polo do Mundo, o que não tem nada a ver com ela.
Além disso, vários países dessa Organização dependem das relações econômicas com esses países para poderem se manter em termos econômicos.
Comecem a encomendar a missa que ela vai precisar.

Pedro
Pedro
Reply to  Thiago
2 anos atrás

Já que a Rússia não tem medo da OTAN Kings, podia aproveitar o “embalo”e ja invadir Polônia, Alemanha e por ai vai. Afinal a Ucrânia não é nada pra Rússia.Vc comenta aqui todo dia os avanços da Rússia e as cidades que captura, então vai ser super fácil invadir países da OTAN. Que tal começar pela Letônia, Estônia e Lituânia? Fazem parte da OTAN e fazem fronteira com a Rússia. Não foi a desculpa para invadir a Ucrânia? Mas ai tb fica difícil explicar pq foi necessário invadir um país para impedir a expansão da OTAN sendo que ela é… Read more »

Last edited 2 anos atrás by Pedro
Slow
Slow
Reply to  Pedro
2 anos atrás

Na época que esses 3 entrou pra OTAN a Rússia estava falida e não era oque é hoje .. então teve que engolir seco .

mac
mac
Reply to  Slow
2 anos atrás

Então a Rússia vai voltar rapidinho a ficar falida…

Thiago
Thiago
Reply to  Pedro
2 anos atrás

Ucrânia conquistando a Ucrânia.
China rondando Okinawa.
Irã ‘se insinuando’ no Golfo Pérsico.
Desafio demais para uma organização engessada que agora ganhará os ‘reforços’ da Finlândia e Suécia.
Esse aviso já vem sendo dado aqui há tempos.
Essa era já está passando (ou passou, como queira).
Acostume-se aos novos tempos.

Hank Voight
Reply to  Thiago
2 anos atrás

Outro Nick Xings!?

Rodrigo Martins Ferreira
Rodrigo Martins Ferreira
Reply to  Hank Voight
2 anos atrás

A maneira que ele escreve é inconfundível….

Não da para disfarçar.

Mercenário
Mercenário
Reply to  Rodrigo Martins Ferreira
2 anos atrás

E o fato de alterar o nome demonstra que vem acusando os golpes (avanços russos para trás, afundamento do Moskva, centenas de fotos e vídeos de material bélico russo destruído ou capturado, etc).

Last edited 2 anos atrás by Mercenário
mac
mac
Reply to  Thiago
2 anos atrás

Fumou pedra?
Você vai morrer bem velhinho antes de qualquer das hipóteses levantadas ocorrer…

Thiago
Thiago
Reply to  Pedro
2 anos atrás

Digo, Rússia conquistando a Ucrânia.
Em tempo.
E que a Moldávia não se engrace, porque quando a Rússia chegar à Transnístria, pode sobrar para a ela.
Mas parece que ela está mais sossegada.

Hank Voight
Reply to  Thiago
2 anos atrás

Não consegue sair do atoleiro do leste Ucraniano e vai querer invadir a Moldávia? Só da p sentir pena de vc Xings, te s@canear e como bater em cachorro morto

Thiago
Thiago
Reply to  Hank Voight
2 anos atrás

E fique quieto que sobra para Israel também.
Ou vc acha que um nanico poeirento vai peitar a Rússia?
Lavrov já deu a ‘letra’.

Pedro
Pedro
Reply to  Thiago
2 anos atrás

Recomendo estudar um pouco a história pra ver o que esse “nanico poeirento”já fez militarmente. Merece respeito e muito.

Jacinto
Jacinto
2 anos atrás

Erros grosseiros no texto. “Francis Fukuyama é outro célebre pensador europeu…” o Fukuyama nasceu em Chicago e sua vida acadêmica tem sido toda nos EUA (Cornell e Harvard)

Alexandre Galante
Reply to  Jacinto
2 anos atrás

Obrigado, corrigimos.

Jacinto
Jacinto
Reply to  Alexandre Galante
2 anos atrás

Galante, só para constar: o erro não é, nem da tradução, nem do Forte; o erro está no texto original, em inglês, da Al Jazeera

Alexandre Galante
Reply to  Jacinto
2 anos atrás

A Al Jazeera é do Qatar, alguém errou na hora de editar.

Last edited 2 anos atrás by Alexandre Galante
Leonardo
Leonardo
Reply to  Jacinto
2 anos atrás

Outro erro grosseiro foi dizer que o Fukuyama é um pensador…

João da Lua
João da Lua
Reply to  Leonardo
2 anos atrás

Até hoje ele se desculpa por ter escrito O Ultimo Homem e o Fim da História.

Leonardo
Leonardo
Reply to  Leonardo
2 anos atrás

E quem disse que eu considero? Nessa briga USA x Neo-URSS eu torço pela briga, desde que não usem armas nucleares. Só constatei um fato que é conhecido entre muitos: o Fukuyama é valorizado em excesso.

mac
mac
Reply to  Jacinto
2 anos atrás

Erros assim comprometem o artigo e dão a impressão de pouca familiaridade com o tema abordado.
Acrescento que Jurgen Habermas é um dos filósofos da chamada Escola de Frankfurt, que tentou relançar o marxismo sob fundamentos mais atuais. Discordo bastante dele, mas julgá-lo incoerente pelo apoio à intervenção nos Bálcãs em 1999 é esquecer muito rápido do que a Sérvia e Milosevic faziam.
O vácuo de poder europeu impeliu Clinton e Madeline Albright (numa decisão polêmica até hoje) a lançar mão da OTAN para deter o genocídio. Um imperativo moral diante da inação de UE e Rússia.

Last edited 2 anos atrás by mac
Jose
Jose
2 anos atrás

Receita pronta para o desastre de qualquer nação “intelectuais/filósofos” influenciando governos ou pior sendo governos, não há artefato bélico que cause mais estrago do que isso, tragédia anunciada.

Last edited 2 anos atrás by Jose
Rodrigo Martins Ferreira
Rodrigo Martins Ferreira
Reply to  Jose
2 anos atrás

Perfeito! Exatamente o que eu ia escrever..

Lembro da época em que Mangabeira Unger, começou a ser muito ouvido no (des)Governo do PT..

Era só groselha

Zezão
Zezão
2 anos atrás

Jürgen Habermas, Max Horkheimer, Theodor W. Adorno, Herbert Marcuse, pra citar apenas alguns, criaram a Escola de Frankfurt e seu Instituto para Pesquisa Social. No cerne da Escola de Frankfurt está a ideia de que o pensamento pode ser controlado por meio da imposição da doutrina do “politicamente correto”. 

Jürgen Habermas, Walzer, BHL, Noam Chomsky, Fukuyama etc, todos farinha do mesmo saco.

Caerthal
Caerthal
Reply to  Zezão
2 anos atrás

Nenhum deles vale grande coisa.

Nascimento
Nascimento
Reply to  Zezão
2 anos atrás

Atenção: O Olavista que luta contra o “Globalismo Eurasiano/Chinês” percebeu agora que as instituições supranacionais que ele defendeu a vida toda por lutarem contra o “comunismo” foram idealizadas também por progressitas e sociais democratas ocidentais.

Oráculo
Oráculo
Reply to  Nascimento
2 anos atrás

Creio que o “Olavismo” e as tais “instituições supranacionais” não cabem na mesma frase. São opostos que não se atraem.

Se tem uma coisa que o Olavo criticava tanto quanto o Comunismo eram essas “organizações”.

A única organização que ele defendia cegamente era a Igreja.
E mesmo assim no fim da vida já andava xingando o atual Papa também.

Varg
Varg
2 anos atrás

Existe algo que pode ser criticamente analisado nos conceitos do Fukuyama, que é a ideia de levar a “democracia liberal ocidental” para nações totalitárias, isso porque esses são valores completamente estranhos a certas culturas mundo afora, assim como certos valores asiáticos, africanos ou mesmo latino-americanos e eslavos (esses dois últimos no limiar entre o Ocidente e suas próprias culturas) são incompatíveis com a tradição ocidental. A Rússia, por exemplo, nunca teve uma história democrática. Desde a dominação mongol, passando pelo czarismo e pela URSS e finalmente chegando ao Putin, não houve um único momento em sua linha temporal que se… Read more »

Last edited 2 anos atrás by Varg
Nilo
Nilo
2 anos atrás

Cuidado com os vendedores de livros.
Se tiver um dos seus livros a mão, apenas não os queime.

Last edited 2 anos atrás by Nilo
Rodes
Rodes
2 anos atrás

Henry Kissinger > all

Carlos Gallani
Carlos Gallani
Reply to  Rodes
2 anos atrás

Ele ja errou bastante, muita gente critica pelo Vietnã mas eu não vou tão longe, simplesmente discordo da visão dele que a Ucrânia deveria ter uma postura de Finlândia para evitar a guerra, quem jogou o tal xadrez 4D foi a Otan, mesmo que a um grande custo arrastou* a Rússia para um atoleiro com considerável chance de fazer a mesma um player muito menor no futuro e liberando um front em um possível conflito que venha do Pacífico, parece que a Rússia não tem cacife para ameaçar a Europa sem armas nucleares e esta constatação ja vale ouro! Imagine… Read more »

Last edited 2 anos atrás by Carlos Gallani
João da Lua
João da Lua
Reply to  Rodes
2 anos atrás

Um homem brilhante, mas muito mau.

L G
L G
2 anos atrás

Valor do rublo da Rússia hoje 77,00 . Valor do rublo Rússia no começo da guerra 150,00 . Valor do rublo Rússia antes da guerra 85,00. Hoje a Rússia está mais rica do que antes da guerra. Vamos estudar. Vamos analisar porque Putin tem 83% de aprovação na Rússia Hoje.

Pablo Maroka
Pablo Maroka
Reply to  L G
2 anos atrás

Pois é, e vão gastar toda a fortuna comprando celulares e computadores chineses kkkk

ROGERIO
ROGERIO
Reply to  L G
2 anos atrás
Rogério
Rogério
Reply to  Slow
2 anos atrás
Rodrigo Martins Ferreira
Rodrigo Martins Ferreira
Reply to  Slow
2 anos atrás

Só o valor da moeda n atesta a boa saúde da economia.

Last edited 2 anos atrás by Rodrigo Martins Ferreira
Rodrigo Martins Ferreira
Rodrigo Martins Ferreira
Reply to  L G
2 anos atrás

Sério isto ?

Agora não da mais para apagar…

Vai passar vergonha

Satyricon
Satyricon
Reply to  Rodrigo Martins Ferreira
2 anos atrás

Auto flagelação já tinha ouvido falar
Mas auto humilhação é a primeira vez

Last edited 2 anos atrás by Satyricon
ROGERIO
ROGERIO
Reply to  L G
2 anos atrás

quando o Putin fechar as fronteiras para o povo não mais sair será 100% de aprovação, igual ao do Kim Jong u, Fidel, Saddan, etc … Enquanto governos com somente 50% de aprovação prosperam essas porcarias com super lideres de 100 % afundam

Mgtow
Mgtow
2 anos atrás

Temos aí verdadeiros psicopatas travestidos de pensadores. Querem impor sua visão de mundo, deslegitimando aspirações de outras sociedades-civilizações. Ta aí os tais “globalista’ que os seguidores do bruxo da Virgínia tanto falam. São esses que mais se aproxima desse termo cunhado por eles.
Ou terão a audácia de vir aqui dizer que eu estou mentindo?

Mgtow
Mgtow
2 anos atrás

A OTAN se tornou uma gang de de piratas que vivem de ameaçar e coagir países que não se adequam aos seus desígnios. Eles não tem energia e nem insumos suficientes para manter essa máquina em pleno funcionamento e partem para chatagear e colocar o pé no pescoço de nações ricas em recursos que eles precisam.
Que surjam mais “Rússias” para cortar as asinhas desses piratas

ROGERIO
ROGERIO
Reply to  Mgtow
2 anos atrás

quem esta invadindo, saqueando e anexando não é a OTAN, alias a Otan é tão ruim que ate o final do mes mais 2 membros serão filiados, por vontade propria, diferente do extinto Pacto de Varsovia.

Last edited 2 anos atrás by ROGERIO
Satyricon
Satyricon
Reply to  ROGERIO
2 anos atrás

A OTAN é tão ruim, mas tão ruim, que mais que sobrou o número de integrantes desde a queda da URSS.

V O L U T A R I A M E N T E

Diga-se

Slow
Slow
Reply to  ROGERIO
2 anos atrás

“ Vontade própria “ 😂😂😂😂

“ tão ruim que ate o final do mes mais 2 membros serão filiados”

Nossa falando assim até parece que você faz parte dela , faz ?

Rogério
Rogério
Reply to  Slow
2 anos atrás

Voce esta certo. Estao sendo obrigados pela Russia. Se a Otan cobrasse ingresso tinha que dar comissao ao Putin.

Rodrigo Martins Ferreira
Rodrigo Martins Ferreira
Reply to  Slow
2 anos atrás

Vocês se consideram russos…

Da na mesma.

Alessandro
Alessandro
2 anos atrás

https://www.forte.jor.br/2022/05/11/os-filosofos-da-otan/
https://www.forte.jor.br/2022/05/11/filosofos-de-putin-quem-o-inspirou-a-invadir-a-ucrania/

Escola de Frankfurt x Eurasianismo

As duas tem origem e apoiaram o movimento Bolchevique, a primeira se internacionalizou e tem como base principal o “liberalismo social” (LIBERTINAGEM) mais conhecido como “progressistas”, a segunda vende uma imagem falsa de ser nacionalista por contrariar o ocidente e seu “liberalismo social” por isso engana tantos conservadores.

É como se fosse dado ao cidadão comum o direito de escolher entre a BOSTA e a MERDA, são dois LIXOS de ideologia que mistura nazifascismo, comunismo e ecologismo.

Last edited 2 anos atrás by Alessandro
António Rodrigues
Reply to  Alessandro
2 anos atrás

Até que enfim, alguém sem papas na língua que diz o que realmente isto tudo é.
Por detrás disto tudo a sede do poder.
Seja ocidente ou leste tudo quer ser o mandante.
Que se lixe o mais fraco. Depois temos os fracos de espírito que acreditam nas várias ideologias.
Quando a maré bate na rocha quem se lixa é o mexilhão.

Nilo
Nilo
2 anos atrás

A Alemanha comprou menos petróleo russo em março, mas pagou mais por isso.

Nilo
Nilo
2 anos atrás

Southfront – Em meio à retirada das forças russas na região de Kharkiv, as Forças Armadas da Ucrânia continuam a expandir sua zona de controle na região de Kharkiv.
As tropas ucranianas estão aparentemente ameaçando a base russa de operações em Belgorod. Moscou não deve perdê-los é a base militar mais importante para suprimentos para a guerra, a Rússia depende de Belgorod para atingir seus objetivos.

Slow
Slow
Reply to  Nilo
2 anos atrás

Azovstal mandou lembranças

Marcos10
Marcos10
Reply to  Nilo
2 anos atrás

Míssil atingiu algum depósito de combustíveis em Belgorod.

Caio
Caio
2 anos atrás

A maior filosofia dessa guerra é a que gerou todas as outras, dinheiro e poder. A filosofia e ideologias são apenas para fazer a cabeça do Zé povinho. A OTAN nunca quis uma relação de paz com a Rússia porque isso não dá lucros a indústria e bancos. A Rússia nunca quis sair do pedestal de potência militar e nuclear ( mesmo com grande sucateamento) por que as despesas seriam muito altas, para investir em outros ramos, e turma dos amigos do chefe, nao querem tanto trabalho. A velha conclusão será novamente de um mundo mais endividado e industriais militares… Read more »

André Luís
André Luís
2 anos atrás

Os “filósofos” da OTAN se resumem a isso: família Rothschild.

Oráculo
Oráculo
2 anos atrás

Se fosse pra escolher só um deles, para ser comparado a influência que o Dugin tem na Russia, diria que o Michael Walzer é o mais influente de todos. A “Teoria da Guerra Justa” a muito foi incorporada no conceito “PAX AMERICANA” que norteia a política externa dos Estados Unidos. E que que coloca os EUA como guardião mundial na luta do “bem contra o mal”. E em cima desses conceitos os EUA seguem metendo o bedelho em tudo quanto é canto do planeta. Seja de forma direta, como nas invasões do Iraque e Afeganistão. Ou indireta, como na Guerra… Read more »

Alex Barreto Cypriano
Alex Barreto Cypriano
2 anos atrás

Isso de fazer escalação de filósofos como jogadores de times adversários é ruim porque reduz o filósofo (ao menos o de verdade, porque tem muitos por aí que são inautênticos como o BHL) a produtor de ideologias, ideólogo. Mas o pior, mesmo, é sugerir que se vai à guerra com uma arma na mão e uma filosofia na cabeça; faz pensar que se trata de um problema noético e não de forças materiais impelidas por decisores que nada tem de filósofos mas muito de patifes manipuladores e dissimulados cujos reais interesses são muito mais comezinhos do que julga a alienação… Read more »

Last edited 2 anos atrás by Alex Barreto Cypriano
João da Lua
João da Lua
2 anos atrás

Os mickey boys detestam hegemonia e impérios. Quando não são ao gosto deles.

Last edited 2 anos atrás by João da Lua
Kornet
Kornet
2 anos atrás

“Guerra justa e ocidente portador de valores universais”.
Com esses pensamentos logo logo será para proteger uma certa floresta.
E antes que digam que é paranóia,canal de comandante,falsos patriotas e demais asneiras.Será
que essas pessoas concordam com a cartinha de empresários e multinacionais fizeram para o João Bidê pedindo bilhões de dólares para proteger a floresta amazônica?
Se cuida ,Brasil. Se depender de alguns brasileiros quintas colunas a floresta não será mais sua.

Marcio Alexandre Dutra
Marcio Alexandre Dutra
2 anos atrás

Concordo com o que Noam Chomsky disse: temos a opção de “lutar contra a Rússia até o último ucraniano” ou buscar um “acordo diplomático”. A OTAN faz a sua guerra com o sangue ucraniano sendo derramado por russos e no final das contas tanto os filósofos do lado russo quanto os do lado ocidental são usados para impor ao resto do mundo suas idéias loucas como se o mundo se restringisse apenas aos EUA, Europa, Russia e China. Me pergunto quanto tempo até essa luta ideológica de supremacistas de ambos os lados irá demorar ainda para chegar à América do… Read more »