Russia Ukraine Map - 23-4-22

Por Fábio Sahm Paggiaro*

Em 04/04/2022, a Rússia retirou tropas do norte da Ucrânia, onde cercava Kiev, a capital daquele país. Ato contínuo, autoridades e imprensa ocidentais passaram propalar a mudança de estratégia russa.

  • Porém, se houve mudança, qual seria a estratégia inicial russa?
  • Quais teriam sido as estratégias ucraniana e ocidental[1]?
  • Como essas estratégias vêm interagindo?

Para analisar essas questões, faz-se necessário adotar alguns pressupostos quanto à natureza da Guerra e da Estratégia, além de identificar os antecedentes históricos do conflito, seus reais contendores, suas respectivas capacidades, as estratégias pretendidas e suas interações para, então, se concluir pelo desenrolar do conflito e seus possíveis desdobramentos.

GUERRA E ESTRATÉGIA

Clausewitz define a guerra como a continuação da política por intermédio da violência visando à imposição da própria vontade sobre o oponente. A guerra, portanto, é um instrumento de alcance de um objetivo político, cujas estratégias e táticas militares para ele devem concorrer.[2]

Liddell Hart, nessa mesma linha, apresenta os conceitos de Grande Estratégia e de Estratégia Militar. A Grande Estratégia tem por finalidade coordenar e dirigir os recursos políticos, econômicos, militares e morais de uma nação ou grupo de nações, visando à conquista do objetivo político da guerra, este definido por governos. A Estratégia MilitarArte dos Generais – trata do planejamento e emprego do instrumento militar a fim de se atingir aquele objetivo.[3]

ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Resumidamente, os conflitos entre países ocidentais e Rússia são seculares e já permearam, dentre outras, as Guerras Napoleônicas e duas Guerras Mundiais. Estas estão bem vivas na memória europeia pela destruição e morte de dezenas de milhões de seres humanos.

Nesta versão 2022, o secular conflito se originou no colapso econômico e político dos regimes comunistas do centro-leste europeu, a partir de 1989 – Queda do Muro de Berlin –, que levou ao desmantelamento do Pacto de Varsóvia e da União Soviética. Os países que viviam sob a opressão soviética viram nesse colapso a oportunidade de buscar proteção da OTAN e progresso econômico na União Europeia (UE).

A Rússia, porém, entendeu nisso a expansão ocidental para suas fronteiras, ameaçando, assim, sua soberania, conforme a visão geopolítica dos czares nos séculos anteriores. Com base nisso, e na medida da recuperação econômica de seu país[4], Wladimir Putin, que se consolidou no poder como autocrata, decidiu dar um basta nesse avanço.

Ao final de 2013, o então presidente ucraniano Viktor Yanukovich desistiu de assinar um tratado de livre-comércio com a União Europeia, preferindo estreitar relações comerciais com a Rússia. A decisão deu origem a protestos massivos que resultaram, em fevereiro de 2014, em sua destituição e fuga para a Rússia.[5]

Na sequência (março – 2014), províncias onde a população russa é majoritária reagiram (Mapas 1 e 2). A Crimeia, como república autônoma, realizou referendo e decidiu por se integrar a Federação Russa, sendo imediatamente ocupada por suas tropas.[6] Em maio (2014), foi a vez de Luhansk e Donetsk se declararem repúblicas autônomas, porém não independentes, com parlamento e forças armadas próprias. E assim se mantiveram apesar da condenação internacional, de iniciativas diplomáticas via Protocolo de Minsk[7] e das fracassadas tentativas militares ucranianas para recuperá-las.[8]

Mapa 1 – População Russa na Ucrânia

Fonte: https://www.poder360.com.br/internacional/russia-destroi-veiculos-de-combate-da-ucrania/

Mapa 2 – População Russa na Ucrânia

Fonte: https://twitter.com/bbcbrasil/status/1496909747089395716

Desde então, Putin deixou claro que não mais admitiria avanços da OTAN e da UE em direção à Rússia. A Ucrânia foi definida como uma linha vermelha pela qual os ocidentais não mais passariam.

A reação ocidental foi pífia. O Memorando de Budapeste (1994)[9], pelo qual EUA, Reino Unido, Rússia, França e China davam garantias à integridade territorial e independência da Ucrânia em troca da desmobilização de seu arsenal nuclear, foi ignorado. As retaliações se limitaram a algumas sanções econômicas contra alguns empresários russos. Paradoxalmente, desde então, a importação de petróleo e gás russos por países ocidentais se incrementou e aumentou sua dependência (Figura 1), além de fortalecer a economia do país que estava sob sanções econômicas.

Concomitantemente, os governos ocidentais, em sua maioria, se caracterizaram por fraqueza, indecisão e pacifismo. Priorizaram agendas relativas a direitos humanos, preservação ambiental, questões de gênero e raciais, liberação de aborto e drogas, entre outras. Some-se a isso a pandemia do Covid-19, a qual se dedicaram integralmente. Ao mesmo tempo, a Rússia treinava suas forças na Síria e permanecia na Crimeia, sem qualquer incomodação.

Figura 1

Fonte: https://www.poder360.com.br/europa-em-guerra/dependencia-europeia-do-petroleo-russo-e-de-34-e-trava-sancoes

Certamente, isso tudo não passou despercebido por Putin que provavelmente identificou nesse contexto uma oportunidade para resolver, definitivamente, a situação da ameaça ocidental às suas fronteiras, conforme percepção própria. Anunciou a invasão da Ucrânia por meses e testou as reações ocidentais, novamente pífias por não passarem de ameaças de sanções políticas e econômicas, além de garantias de que não escalariam a crise para o campo militar.

Assim sendo, em fevereiro de 2022, as regiões de Luhansk e Donetsk se declararam independentes da Ucrânia, o que, de fato, já ocorria desde 2014. A Rússia, imediatamente, reconheceu essa independência, e, alegando proteger a população russa dessas regiões, invadiu partes daquele país.

CONTENDORES

Consumada a invasão, iniciou-se o conflito bélico entre Rússia e Ucrânia. Porém, os contendores não são esses dois países, apenas.

Os antecedentes históricos, o Memorando de Budapeste, o Protocolo de Minsk, as reações ocidentais em organismos internacionais, bem como suas sanções político-econômicas demonstram que o conflito não é entre Rússia e Ucrânia, mas entre a primeira e o Ocidente.

A Ucrânia é apenas o campo de batalha e peça de manobra deles para mais um de seus embates seculares.

CAPACIDADES DOS CONTENDORES

Em termos econômicos, os PIB de EUA e UE, somados, ultrapassam os US$ 43 trilhões e o da Rússia aproxima-se de US$1,7 Tri.[10] No campo militar, a Rússia é muito inferior à OTAN, sejam os quesitos quantitativos, qualitativos, orçamentários ou participação recente em guerras.  Portanto, a Rússia, apesar de ser a segunda potência militar do mundo, não teria condições de vencer uma guerra convencional contra a Aliança Atlântica. Contudo, ela também possui o segundo maior arsenal nuclear do planeta, e pode destruí-lo.[11]

Quando se compara Rússia e Ucrânia, as assimetrias também são enormes. Economicamente, o PIB da última é de, apenas, US$203 bilhões[12]. Em termos militares, as assimetrias são incomparáveis. As desproporções quantitativas de equipamentos e tropas são de dezenas para centenas ou milhares. Qualitativamente, os equipamentos ucranianos são obsoletos e conhecidos, por serem russos. Não há possibilidade de a Ucrânia vencer uma guerra convencional contra a Rússia.[13]

Vale ressaltar que parte das forças de segurança ucranianas é composta pela Guarda Nacional, subordinada ao Ministério do Interior e possui estrangeiros em seu efetivo. Essa tropa atua nas cidades e também recebeu treinamento de guerrilha urbana de consultores ocidentais. Contra elas há reportes de atrocidades nas províncias insurgentes de Luhansk e Donetsk, antes e depois da declaração de autonomia.[14]

A GRANDE ESTRATÉGIA RUSSA E SEUS OBJETIVOS

Foi nesse contexto histórico e de desequilíbrio de forças que a Rússia invadiu a Ucrânia.

Putin deve ter deduzido que seria questão de tempo para a Ucrânia juntar-se à OTAN e UE e que não haveria como reverter isso por instrumentos políticos e diplomáticos. Provavelmente baseado nos antecedentes históricos e capacidades comentadas, apostou no instrumento militar e na chantagem nuclear para atingir seus objetivos políticos, na certeza de que a OTAN não retaliaria.

Também deve ter apostado na capacidade russa em resistir às sanções econômicas e políticas que certamente viriam. As anteriores, relativas à Crimeia, foram inócuas. Desde 2014, houve tempo para preparar a nação e cumular recursos para isso. E a Europa depende de gás e petróleo russos, o que poderia limitar tais sanções. Ou seja, a invasão faria a Ucrânia aceitar os termos russos antes que os efeitos das sanções econômicas ocidentais se tornassem insuportáveis pela Rússia.

Continuando nesse raciocínio, uma Ucrânia invadida aceitaria os objetivos políticos russos, assim inicialmente definidos: a) reconhecimento da anexação da Crimeia; b) reconhecimento da independência de Luhansk e Donetsk; c) não entrada na OTAN (desmilitarização) e UE; e d) instalação de um governo favorável à Rússia (desnazificação).[15] Ou seja, Putin quer desmembrar a Ucrânia, além de transformá-la em estado tampão, aliado e submisso, entre seu país e o Ocidente, a exemplo da Bielorrússia.

Outros prováveis aspectos considerados pela Rússia podem ter sido a neutralidade política de China e Índia que se abstiveram de condená-la na ONU. Pode, ainda, estar contando com apoio militar e econômico velado desses países. A Índia depende da Rússia para equipamentos militares e possui conflitos em suas fronteiras, inclusive com a China. Esta, que tem por objetivo nacional reaver Taiwan, não teria interesse em fortalecer o Ocidente que, vencendo o atual embate com a Rússia, poderia recuperar preponderância no sistema internacional semelhante a do início dos anos 2000.

A GRANDE ESTRATÉGIA OCIDENTAL E SEUS OBJETIVOS

Diante da agressividade e belicosidade russas, o Ocidente, receoso de uma terceira guerra mundial em escala nuclear, optou por ameaçar preventivamente e reagir às ações de Putin nos campos econômico, político e informacional, excluindo a intervenção militar direta da OTAN no conflito.

Assim, a Ucrânia passou a receber o apoio político na ONU e de governos no sentido de condenar a invasão, impor as sanções econômicas, acolher refugiados e fornecer ajuda financeira.

No campo militar, o Ocidente fornece Inteligência e equipamentos leves como armas portáteis, coletes, dispositivos de visão noturna, munição e mísseis portáteis antiaéreos e antiblindados. Porém, vinha negando equipamentos mais pesados, como blindados, aviões de combate e mísseis antiaéreos de média e grande altura, alegando risco de colocar a OTAN no conflito. Isso indica atuação indireta no campo de batalha por intermédio do povo e forças militares e paramilitares ucranianas, aos quais enaltece e incentiva a resistência.

No campo informacional a guerra é intensa e, muitas vezes, falaciosa. São frequentes acusações no bojo de narrativas sem nexos causais, hipotéticas ou carentes de comprovações fáticas, baseadas em fontes duvidosas e comprometidas com posturas oficiais. Percebe-se esforço coordenado na imprensa e mídias sociais que congrega órgãos governamentais, especialistas, formadores de opinião e instituições de pesquisa e estudos, entre outros.[16] Não há espaço para as versões russas. Busca-se imputar à Rússia crimes de guerra[17], incompetência militar[18],[19], caos econômico, perda de apoio interno de Putin, bem como sucesso da resistência ucraniana[20].

Observa-se ainda, que a postura ocidental, apesar descartar o instrumento militar, tornou-se bem mais incisiva, abrangente e contundente quando comparada à invasão da Crimeia. Governos já anunciaram aumento de gastos com defesa[21], além da interrupção completa de importações de óleo, gás e carvão[22]. Provavelmente, entenderam que depois da Crimeia, se Putin também vencer na Ucrânia poderá se entusiasmar em direção a outras ex-repúblicas soviéticas.

Portanto, pelas ações e possibilidades expansionistas da Rússia, pode-se inferir que o Ocidente pretende asfixiá-la econômica e politicamente, enquanto a Ucrânia a desgasta moral e militarmente, tendo por objetivo político a deposição de Putin e de seus apoiadores, por seu próprio povo.

A GRANDE ESTRATÉGIA UCRANIANA E SEUS OBJETIVOS

Nesse embate de gigantes, a Grande Estratégia ucraniana era, justamente, ingressar na OTAN, motivo pelo qual está sendo invadida. Restou-lhe, assim, duas opções: render-se e subjugar-se à Rússia; ou iniciar uma guerra irregular e de resistência contando com o apoio ocidental, até a invasora desistir e abandonar o país, como ocorreu no Afeganistão. Os fatos indicam que esta última opção foi a adotada.

Na prática, o contexto geopolítico e a inferioridade militar não permitem à Ucrânia ter sua Grande Estratégia, mas apenas fazer parte e contribuir para a Ocidental.

A ESTRATÉGIA MILITAR RUSSA

A Rússia poderia ter optado por uma abordagem clássica, como a da Guerra do Golfo (1991). Teria destruído sistemas de Comando, Controle e Inteligência (C3I), bases aéreas, aeronaves e defesas antiaéreas para, em seguida, iniciar assaltos aeroterrestres em pontos chaves e deslocamentos de blindados em um ou mais eixos, apoiados por aeronaves e helicópteros que lhes garantiriam trânsito rápido e seguro, neutralizando contra-ataques.  Tomariam ou cercariam as principais cidades e destituiriam o governo ucraniano.

Essa opção teria as seguintes vantagens: a) vitória mais rápida pelo impacto material e psicológico da avassaladora demonstração de poder; e b) maior desgaste, senão aniquilação, das forças ucranianas. As desvantagens seriam: a) grande esforço logístico; b) maior possibilidade de confrontos e consequentes perdas próprias; e c) maiores danos colaterais contra a população civil.

Contudo, o objetivo político da Rússia é transformar a Ucrânia em estado tampão, aliado e submisso. E, à exceção do eixo norte, as demais regiões invadidas possuem grandes percentuais de população russa. Uma estratégia excessivamente destruidora e violenta flagelaria esses mesmos russos, além de piorar, ainda mais, sua imagem internacional e a defesa de suas justificativas (sic) para a invasão. Poderia, ainda, ampliar e intensificar sanções, dificultar acordos de paz e subtrair apoio da própria população russa.

E, considerando a lógica de Putin, de que a Ucrânia é parte histórica da Rússia e está sob jugo de um governo nazista[23], não seria producente destruir a infraestrutura e as forças armadas de um país que se pretende como aliado e primeira linha de defesa contra a OTAN.

Baseado nesses fatores, bem como na forma pela qual a Rússia se mobilizou e se posicionou para –  e durante – a invasão, pode-se inferir uma estratégia militar menos violenta, concebida conforme se descreve a seguir.

Primeiramente, não houve uma fase de obtenção da superioridade aérea, conforme a abordagem clássica anteriormente descrita. Esta superioridade foi garantida pela própria assimetria de meios. A força aérea russa pode, a partir de seu território, atacar qualquer ponto na Ucrânia e no Mar Negro. É capaz de garantir completo monitoramento e controle do espaço aéreo e, por consequência, proteger suas forças contra ataques da Força Aérea Ucraniana.[24]

A mobilização e concentração inicial de tropas duraram meses, tempo suficiente para reunir os meios necessários. Seu posicionamento inicial configurou um semicírculo na metade leste da Ucrânia, delimitada a oeste pelo rio Dniepre e pelas seguintes localidades: ao norte Chernobyl, Chernihiv e Summy (Eixo Belarus – Kiyv[25]); a nordeste Kharkiv (Eixo Kharkiv); a sudeste (Donestk e Luhansk – Eixo Donbas[26]); e ao sul Kherson (Eixo Crimeia).  Nas regiões sudeste e sul concentram-se a maior parte da população russa. Não houve posicionamentos na metade oeste do país, apesar de fazer fronteira com a Bielorrússia. (Mapa 3)

Mapa 3 – Posicionamento russo no primeiro dia da invasão

Fonte: https://www.understandingwar.org/backgrounder/ukraine-conflict-updates Adaptado pelo autor

As tropas invasoras se colocaram junto a grandes eixos e entroncamentos rodoferroviários, além de alguns portos marítimos e fluviais (Mapa 4), todos conectados à malha de transporte da Rússia europeia (Mapa 5). Garantiram, assim: a) rápidos deslocamentos para qualquer parte da Ucrânia; b) constante fluxo de suprimentos de qualquer parte da Rússia; e c) controle dos portos no Mar Negro e no rio Dniepre. A província de Odessa não foi ocupada, talvez por ser possível controlá-la a partir do atual posicionamento terrestre, além de meios aéreos e navais, sem maiores dispêndios.

Mapa 4 – Rodovias ucranianas

Fonte: Googlemaps. Adaptado pelo autor

Mapa 5 – Rodovias russas que adentram a Ucrânia

Fonte: Google Maps.
Nota: Embora não apareçam neste mapa, via de regra, ferrovias se desenvolvem próximas às rodovias, quando não em paralelo a elas

Ao iniciar-se a invasão, não houve reação de forças regulares ucranianas. Os russos, via de regra, não atacaram infraestruturas de energia, transportes ou comunicações, que permanecem em funcionamento. Apenas se aprofundaram em território ucraniano o suficiente para ampliar a ocupação próxima aos eixos de entrada e fecharam toda a fronteira entre os dois países. Concomitantemente, prosseguiram para cercar Kiev pelo eixo norte. Esta ocupação territorial atingiu seu estágio máximo de expansão em 25/03/2022. (Mapa 6)

Mapa 6 – Situação em 25 Mar. 2022

Fonte: https://www.understandingwar.org/backgrounder/ukraine-conflict-updates

Nessa data, a Rússia anunciou, unilateralmente, a retirada do eixo Norte (Chernobyl, Kiev, Chernihiv, Sumy), sob alegação de que já havia completado a principal tarefa do primeiro estágio da operação, que era degradar pesadamente as forças ucranianas, permitindo focar no objetivo principal que é capturar Donetsk  e Luhansk[27]. Em 18/04/2022 teve início uma nova fase da operação russa, tendo por objetivo a libertação completa das repúblicas de Donetsk e Luhansk[28]. O posicionamento de suas forças, nessa data, estava conforme o Mapa 7.

Mapa 7 – Situação em 18 Abr. 2022

Fonte: https://www.understandingwar.org/backgrounder/ukraine-conflict-updates. Adaptado pelo autor

Considerando-se objetivo político e superioridade de meios, pode-se deduzir que a estratégia militar russa adotou duas linhas de ação complementares e sinérgicas, porém passíveis de se desenvolverem com independência. O cancelamento de uma não inviabilizaria a outra.

A primeira delas e, aparentemente, a mais importante, teve dois objetivos: a) unir as províncias no sudeste e sul da Ucrânia com maior densidade populacional russa – Kharkiv, Luhansk, Donetsk, Zaporizhzhia, Kherson – à Crimeia, visando dar continuidade ao território ocupado; e b) garantir o controle de acessos ao Mar Negro. (Mapa 8)

Mapa 8 – Províncias (Oblasts) ocupadas pela Rússia

Fonte: https://www.nationsonline.org/oneworld/map/ukraine-administrative-map.htm. Adaptado pelo autor

Observa-se que a ocupação e interrupção do avanço se deu em região cuja retaguarda é território russo, situação esta que mantém abertas as linhas de suprimento e facilita rápidos reforços, se necessários. Esses dois objetivos militares, por sua vez, concorrem para o reconhecimento da anexação da Crimeia pela Rússia e da independência de Luhansk e Donestsk, que estão entre os objetivos políticos da guerra.

A segunda linha de ação dessa estratégia foi prosseguir para Kiev, visando à destituição do governo ucraniano pelos eixo norte (Belarus-Khyiv). (Mapa 9)

Em dessas duas linhas de ação e seus desdobramentos, caso as forças ucranianas reagissem em vários eixos, se enfraqueceriam ainda mais; caso agissem em apenas um dos eixos, poderiam ser cercadas pelas forças russas posicionadas nos demais. E, em qualquer das situações, sempre estariam à mercê de ataques aéreos, além de não poder contar com apoio aéreo/antiaéreo próprios, pois eles seriam neutralizados pelos russos, se e quando ousassem atuar.

Esta abordagem, se comparada a uma estratégia mais clássica possui por vantagens: a) menor esforço logístico; e  b) menor possibilidade de confrontos e consequentes perdas e danos colaterais a população civil e infraestrutura. As desvantagens seriam: a) a percepção de que os invasores estão sendo detidos pelas forças nacionais, elevando o moral da população e reforçando a vontade de lutar; b) menor exposição e desgaste das forças ucranianas; c) vitória mais demorada; e d) incentivo à guerra irregular urbana.

Entretanto, as evidências indicam que a estratégia militar ucraniana optou por explorar as desvantagens apontadas.

ESTRATÉGIA MILITAR UCRANIANA

Enquanto a Rússia posicionou suas forças, não houve qualquer movimento ou iniciativa da Ucrânia para impedir a invasão. Tropas não se concentraram próximas à fronteira nem ocuparam pontos estratégicos para deter avanços invasores.  Não colocaram explosivos em pontes ou barricadas nos principais eixos rodoferroviários.

Iniciada a invasão (24/02/2022), não foi definida uma linha de frente, nem houve, sequer, uma grande batalha convencional. Desde então, só há notícias e imagens de combates em áreas urbanas e combatentes levemente armados, sem a possibilidade de distinguir entre tropas regulares ou irregulares. Tampouco há imagens de tanques, aeronaves e sistemas antiaéreos ou de vigilância destruídos em quantidades significativas. Apesar de a mídia e autoridades governamentais induzirem a crença de que a Ucrânia está conseguindo deter os russos.

Dessa forma, seria lógico deduzir que a Ucrânia, reconhecendo a impossibilidade de resistir, adotou por Estratégia Militar: a) dispersar e esconder seus meios pesados; b) adotar a guerrilha urbana para desgastar as forças russas; e c) aguardar que as sanções ocidentais surtam efeito e a Rússia aceite cessar-fogo e negociações.

ESTRATÉGIA MILITAR OCIDENTAL

Neste conflito não há uma Estratégia Militar ocidental direta, pois a OTAN já decidiu não entrar no conflito. Como dito anteriormente, ela atua nesse campo indiretamente, por intermédio das forças ucranianas, as quais estava fornecendo apenas armamentos leves e adequados à guerrilha urbana.

A OTAN não vai ao campo de batalha, mas está definindo como a Ucrânia deve lutar pelos equipamentos que fornece. A OTAN entra com a concepção da estratégia militar e equipamentos e a Ucrânia com os combatentes.

CONFRONTO DAS ESTRATÉGIAS

Os avanços russos, bem como os cercos e enfrentamentos nas cidades, até 25/03/2022, confirmam as estratégias iniciais de ambas as partes. Contudo, a decisão russa de se retirar de Kiev e concentrar seus esforços na captura de Donetsk e Luhansk, bem como as justificativas apresentadas pelo próprio chanceler russo, Sergei Lavrov[29], destoam dos objetivos políticos inicialmente declarados.

Poder-se-ia inferir que a Rússia apresentou demandas iniciais maiores do que as realmente desejadas para negociá-las depois. Adicionalmente, a demonstração de intenções de tomar Kiev e derrubar seu governo, certamente atraiu a maioria e as mais capazes das forças ucranianas, dado o significado e efeitos políticos e psicológicos da possível queda da capital. Porém, elas não poderão acompanhar o redesdobramento repentino das tropas russas para o Donbas[30]. Estas irão por seu território e com superioridade aérea. Os ucranianos, se tentarem se reposicionar no mesmo sentido, poderão ser destruídos no caminho pela força aérea inimiga ou barrados pelas tropas russas já posicionadas. Portanto, o cerco a Kiev pode ter sido uma excelente finta.

Contudo, pode haver outra explicação. A resistência ucraniana foi maior que a planejada e uma rendição em Kiev poderia demorar e exigir um nível de violência que causaria maior destruição e mortes civis. Isso intensificaria sanções e reações internacionais, inclusive de países que hoje permanecem neutros. Por outro lado, mesmo tomando Kiev, seu governo poderia escapar antes da queda e Zelensky continuar suas lives de outras cidades.

Independentemente do real motivo, a retirada russa foi vista como derrota pelo Ocidente e assim vem sendo alardeada pela imprensa e autoridades governamentais. Para corroborar essa percepção, em 11/04/2022, o comandante da operação russa foi substituído[31], o que confirma incompetência, embora não se possa dimensionar sua gravidade e grau de comprometimento da consecução dos objetivos políticos e militares.

Mais que a conclusão pela derrota russa em Kiev – o que não se justifica pois suas forças não foram expulsas, saíram por iniciativa própria – o governos ocidentais devem ter deduzido que Putin não está disposto promover destruição e mortes indiscriminadamente para atingir seus objetivos. Talvez isso tenha sido entendido como fraqueza e diminuído os cuidados para não irritar Putin e escalar o conflito.

Como resultado, em 13/04/2022, os EUA aprovaram um novo pacote[32] de ajuda que, além de mais US$ 800 milhões, fornece equipamentos pesados como 11 helicópteros MI-17, 18 canhões de 155mm, 300 drones Switchblade, aeronaves de caça – sem especificar quantidade – e peças de reposição para as mesmas[33]. Na prática, muda a postura quanto a fornecer equipamentos mais pesados, porém, os quantitativos são ínfimos perante as forças armadas russas que lutam posicionadas com a retaguarda em seu próprio território.

A Rússia, por sua vez, iniciou o cerco de Donbas em 18/03/2022 e demonstra que haverá intensificação dos combates. Está abrindo corredores humanitários para a retirada de civis e militares que se rendam.[34] Ucranianos já fazem acusações de que os russos atacarão os corredores. Não faria sentido, pois a população é majoritariamente russa. Mais provável é a utilização de escudos humanos pelos ucranianos.

CONCLUSÃO

Os conflitos Ocidente versus Rússia são seculares. Nesta versão do Século XXI, antigos integrantes do Pacto de Varsóvia e da União Soviética, pela memória das atrocidades então sofridas, buscaram, soberanamente e respeitando o Direito Internacional, proteção da OTAN e progresso econômico na UE. Contudo, a Rússia de Putin, pela visão geopolítica de séculos anteriores, reage como se sua existência estivesse sendo ameaçada e vai à guerra para atingir objetivos políticos (Clausewitz). Confirma, assim, a ameaça do imperialismo russo e justifica a busca por proteção do Ocidente.

Fica claro, portanto, que o conflito não é entre Rússia e Ucrânia, mas entre a primeira e o Ocidente. A Ucrânia é apenas o campo de batalha e peça de manobra deles para mais um de seus embates seculares.

Ao optar pelo instrumento militar, Putin apostou alto. Chantageou o Ocidente com a possibilidade de uma terceira guerra mundial e nuclear. Provavelmente, tenha contado com sanções econômicas pífias pela fraqueza ocidental somada a sua dependência de importações de petróleo e gás. Possivelmente, ainda conte com apoio velado de Índia e China, além de outros emergentes. E essas indefinições lhe dariam condições de criar uma situação de fato e atingir seus objetivos políticos.

Entretanto, a reação ocidental está sendo muito maior que as anteriores e se incrementa, bem como o fornecimento de recursos financeiros e militares à Ucrânia. A resistência desta também é, no mínimo, mais prolongada do que aparentemente a Rússia pressupunha e poderá estender o conflito além do período por ela planejado. E isso pode ser determinante para o fracasso devido aos efeitos das sanções econômicas.

Talvez por isso, a Rússia tenha abandonado Kiev e se concentrado no sul e sudeste, para consolidar sua ocupação. Se isso for conseguido, e sua assimetria militar favorável lhe permitirá negociar os objetivos políticos iniciais com base nessa conquista militar, mesmo que não tenha deposto o governo. E isso poderá ser conseguido depois, por condições a serem criadas nas negociações de paz.

Ao que tudo indica, visando acelerar o final do conflito, os combates no sul e sudeste se intensificarão bastante e os defensores serão aniquilados se não depuserem as armas. As acusações de crimes de guerra prosseguirão, como as tentativas de utilização de escudos humanos também, sendo que não parece viável qualquer cessar-fogo antes que a Ucrânia concorde com as demandas russas.

Pelo viés da Grande Estratégia, esse conflito disparou o gatilho de uma revisão ou confirmação da Ordem internacional. Ela caminhava para a multipolaridade, porém, Putin parece ter acordado e unido EUA e Europa para a ameaça que ele pode representar para a paz mundial. E aqui não se discute mérito, mas percepção e reações decorrentes.

Com isso, os gastos militares ocidentais e de seus aliados – Coreia , Japão, Taiwan,  entre outros – deverão aumentar. Poderá se iniciar uma nova corrida armamentista. As pesquisas relacionadas a energias alternativas e sustentáveis serão muito aceleradas e o consumo de petróleo deverá diminuir rapidamente. Tudo isso afetará fortemente a Rússia, talvez de maneira catastrófica e levá-la a novo colapso econômico em médio e longo prazos. Foi a corrida armamentista promovida por Reagan – programa Guerra nas Estrelas – que selou o destino da União Soviética.

Com essa percepção, o Ocidente objetiva asfixiar econômica e politicamente a Rússia para promover a deposição de Putin, que parece identificado como seu centro de gravidade. Se assim ocorrer, a multipolaridade poderá ser enfraquecida e talvez o sistema internacional retorne à distribuição de forças do início dos anos 2000, com forte preponderância ocidental.

Contudo, não se pode descartar uma reação nuclear russa – apesar de improvável – ou os efeitos de uma respectiva chantagem. Tampouco se sabe o que a China planeja quanto a tudo isso, mas, pelo silêncio ensurdecedor, está avaliando suas oportunidades no jogo do poder mundial e se posicionará oportunamente.

O que parece certo é que, qualquer que seja o gran finale, desde que não nuclear, a Rússia perderá no âmbito da Grande Estratégia e poderá comprometer, seriamente, seu desenvolvimento econômico e integridade territorial, pois, enfraquecida, haverá mais secessões, dada a sua diversidade étnica e religiosa.

A megalomania czarista de Putin desconsiderou a realidade de que o excedente de poder ocidental nos campos político, econômico, informacional e militar é incontestável e optou por enfrentá-lo garantindo-se, apenas, no potencial catastrófico de seu arsenal nuclear. Tragédia anunciada.

Brasília, 22 Abr. 2022.

*Coronel da FAB – Piloto de Caça, integrante do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional – USP; Consultor do Instituto Sagres e Mestre em Ciência Política (Defesa) – UNIFA.


[1] Para efeitos deste artigo, os termos ocidental e Ocidente referir-se-ão ao conjunto EUA, países da OTAN e União Europeia (UE).

[2] CLAUSEWITZ, C V. Da Guerra. 1996.

[3] LIDDELL HART, BH. Estratégia. 1966.

[4] A Rússia se tornou grande exportadora de petróleo e gás, além de haver significativo aumento dos preços dessas comodities que passaram de US$ 21,44, em 18/04/2020, para US$ 81,75, em 01/01/2022. https://br.investing.com/commodities/brent-oil.

[5] https://www.rtp.pt/noticias/mundo/revolucao-laranja-de-2004-anunciou-a-existencia-de-duas-ucranias_n1186896.

[6] https://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/03/entenda-crise-na-crimeia.html.

[7] https://pt.wikipedia.org/wiki/Protocolo_de_Minsk.

[8] https://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/05/apos-referendo-rebeldes-anunciam-criacao-do-proprio-exercito-na-ucrania.html.

[9] https://web.archive.org/web/20140317182201/http://www.cfr.org/arms-control-disarmament-and-nonproliferation/budapest-memorandums-security-assurances-1994/p32484#.

[10] https://www.imf.org/external/datamapper/NGDPD@WEO/OEMDC/ADVEC/WEOWORLD.

[11] The Military Balance. 2022. Avaliações baseadas nos conhecimentos do autor como analista militar.

[12] https://www.imf.org/external/datamapper/NGDPD@WEO/OEMDC/ADVEC/WEOWORLD.

[13] The Military Balance. 2022. Avaliações baseadas nos conhecimentos do autor como analista militar.

[14] https://www.sott.net/article/466340-Retired-Swiss-Military-Intelligence-Officer-Is-it-Possible-to-Actually-Know-What-Has-Been-And-is-Going-on-in-Ukraine

[15] https://www.abc.net.au/news/2022-03-04/ukraine-and-russia-meet-for-second-round-of-peace-talks/100880588

[16]  https://www.dw.com/pt-br/schwarzenegger-apela-a-russos-contra-guerra-na-ucr%C3%A2nia/a-61177036.

[17] Os crimes de guerra seriam decorrentes de ataques à população e instalações civis, porém, foi a Guarda Nacional Ucraniana que levou a guerra para as cidades, o que sacrifica a população. Combatentes se dispersam por áreas, instalações e veículos civis, donde atacam tropas invasoras, de surpresa. Estas, ao reagirem, matam não combatentes e destroem moradias, automóveis, escolas, hospitais, ambulâncias e, por isto, são acusadas de crimes de guerra. Na realidade, os defensores podem estar se utilizando de escudos humanos e contando com a possibilidade de mortes civis e danos colaterais para limitar ações russas, além de subsidiar a guerra de informação. E isso caracterizaria crimes de guerra, de ambas as partes. Por outro lado, a maioria dos combates é em áreas de população majoritária russa. Como um exemplo, pode-se citar os ataques russos a colunas de refugiados que iam de Donetsk para a Rússia. A imprensa e Zelenky fizeram as acusações. As imagens não mostraram mortos. Se estavam indo para a Rússia, é porque eram russos. Se permanecessem na cidade, serviriam de escudos humanos. Saindo, diminuiriam a proteção das milícias empenhadas na guerra urbana. Quem seria beneficiado com semelhante ataque? Por que os russos atacariam russos?

[18] Logo no início do conflito surgiram afirmações de que a Rússia seria incapaz de obter superioridade aérea e que suas forças estariam entrando em colapso logístico. A superioridade aérea russa é incontestável pela assimetria de meios e comprovada pelo próprio presidente Zelensky que, desde o início do conflito, solicita o estabelecimento de uma No Fly Zone sobre seu país pela OTAN. Quanto ao colapso logístico, logo no início do conflito, informações e algumas poucas imagens de blindados abandonados eram repetidas para corroborar a narrativa de que os russos estavam sem combustível, munição, peças de reposição e comida. Seus soldados estariam saqueando supermercados para matar a fome e desertando. Pelo tempo que passou, fosse verdade, já teria ocorrido a rendição russa. A logística depende, basicamente, de cinco fatores: suprimentos a serem fornecidos às tropas; substituições de pessoal; transportes para fazer isso tudo chegar até a linha de frente; segurança para esse transporte; e processos de gestão eficazes. Suprimentos para a Rússia em uma guerra com a Ucrânia não faltarão, dada à assimetria de meios e sua capacidade industrial. Rodovias, ferrovias e aeródromos, tampouco. E a respectiva proteção está garantida pela superioridade aérea. Quanto à gestão logística russa, sabidamente muito ruim, em função da disponibilidade de meios e capacidade produtiva, não afetará o resultado da guerra. Outro aspecto provavelmente exagerado pela guerra de informação ocidental diz respeito a mortes e destruição de equipamentos russos. Os números relativos à destruição de equipamentos e mortes russas apresentados pelo governo ucraniano, e difundidos por alguns ministérios de defesa e imprensa ocidentais, são, proporcionalmente, maiores que os iraquianos na operação Desert Storm (1991).

[19] https://www.csis.org/analysis/russian-casualties-ukraine-reaching-tipping-point. Neste link, seu  autor, tentando demonstrar a altas perdas russas faz comparações que desmontam seus próprios argumentos. As forças armadas ucranianas teriam que ser muito melhor equipadas e treinadas que as russas para conseguirem semelhantes resultados. E os problemas que ele imputa aos russos, se aplicados em análise semelhante aos ucranianos, teria efeitos negativos bem maiores. É como se as forças armadas russas só tivessem problemas e as ucranianas fossem as melhores do mundo.

[20] Isso seria incompatível, tanto com a disponibilidade de meios ucraniana quanto em relação à capacidade operacional de suas forças armadas que, desde 2014, tentaram e fracassaram em recuperar as províncias de Luhansk e Donetsk. Poderiam vencer a Russia?

[21] https://www.defesanet.com.br/us_ru_otan/noticia/43743/Olaf-Scholz-Policy-statement-Bundestag/.

[22] https://www.cnnbrasil.com.br/business/biden-proibe-importacoes-de-petroleo-e-gas-natural-russo-para-os-estados-unidos/. https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/europa-planeja-eliminar-importacoes-e-impor-novas-restricoes-a-energia-da-russia/.

[23] https://www.dw.com/pt-br/putin-diz-que-atacou-a-ucr%C3%A2nia-por-n%C3%A3o-ter-escolha/a-61454922.

[24] Em artigo publicado no sítio Poder Aéreo detalho a questão da superioridade aérea russa. O afundamento do cruzador russo Moskva não nega a superioridade aérea russa, pois foi um caso isolado que, apesar do impacto psicológico e da perda material, não impacta na consecução dos objetivos militares e políticos da guerra. https://www.aereo.jor.br/2022/03/23/a-superioridade-aerea-russa-na-ucrania/.

[25] Kiev.

[26] Donbas refere-se à região compreendida pela bacia do rio Donets que engloba Luhansk e Donetsk.

[27] https://tass dot ru/armiya-i-opk/14188667.

[28] https://www.dw.com/pt-br/r%C3%BAssia-inicia-nova-fase-da-guerra-no-leste-da-ucr%C3%A2nia/a-61514121.

[29] https://www.dw.com/pt-br/r%C3%BAssia-inicia-nova-fase-da-guerra-no-leste-da-ucr%C3%A2nia/a-61514121.

[30] Donbas: região da bacia do rio Donets que engloba Luhansk e Donetsk.

[31] https://www.estadao.com.br/internacional/quem-e-o-general-russo-que-lutou-na-siria-e-comandara-guerra-na-ucrania/.

[32] https://edition.cnn.com/2022/04/13/politics/us-weapons-ukraine-war/index.html.

[33] https://edition.cnn.com/europe/live-news/ukraine-russia-putin-news-04-19-      22/h_df5185651ff58bd8a6adc5826aa5eae0.

[34] https://edition.cnn.com/europe/live-news/ukraine-russia-putin-news-04-19-22/h_df5185651ff58bd8a6adc5826aa5eae0.

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Pablo Maroka
Pablo Maroka
2 anos atrás

Ótimo artigo! Estratégia ucraniana tem funcionado muito bem então, porque já foram 20k de soldados russos e muito prejuízo material e sem conseguirem ocupar todo território.

Mas maior estratégia do ocidente é humilhar a venezuela gelada, isso sim.

Vinicius Momesso
Vinicius Momesso
Responder para  Pablo Maroka
2 anos atrás

Verdade, apenas 3000 soldados ucranianos mortos segundo o Zelensky , contra 20K dos russos. Ou seja, da praticamente 1 ucraniano para cada 20 russos. Só o Rambo conseguiu um ‘kill rate’ desse nível.
Obs: O Kremilim emitiu um nota afirmando que já morreram mais de 23K soldados ucranianos até agora. Como afirmado na nota de rodapé número 19, seria muita ingenuidade acreditar em tamanha discrepância a favor dos ucranianos. Não faz sentido!

Jacinto
Jacinto
Responder para  Vinicius Momesso
2 anos atrás

Acho que tem um pessoal precisando de aulas de reforço de matemática elementar…

Munhoz
Munhoz
Responder para  Vinicius Momesso
2 anos atrás

Os Russos perderam 25% do material bélico pesado deslocado de aprox 200 mil homens, sendo que os Ucranianos perderam 85 a 90% do material bélico pesado que possuía, daí dá para ter uma noção que os Russos conseguiram uma parte de seus objetivos e dá para fazer uma comparação de baixas, lembrando que a Lama naquela região está baixando, o que vai possibilitar uma melhor distribuição das forças russas, outro ponto é que os Russos enfrentaram os Tetchenos onde deu para ter noção do nível de resistência em uma república da ex URSS, levando em conta que a Ucrânia ficava num centro disputa mais quente na guerra fria e que atualmente conta com o apoio da OTAN eu duvido que os Russos foram pegos de surpresa pela resistência encontrada eles sabiam o que iriam enfrentar!!

Jacinto
Jacinto
Responder para  Munhoz
2 anos atrás

Você realmente acredita que um país que perde 85% de seu material bélico pesado tem como continuar lutando?

Elisandro
Elisandro
Responder para  Pablo Maroka
2 anos atrás

Se a Rússia realmente perdeu 20K de soldados, a Ucrânia perdeu 100K ou mais, dada a disparidade de meios e o fato da Rússia realizar centenas de ataques na Ucrânia todos os dias.

Os ucranianos fizeram diversas emboscadas, mas foram incapazes até agora de lançar contra-ataques em larga escala.

E pelas imagens que chegam das trincheiras no leste, estão sendo enterrados pela artilharia russa neste momento.

Inimigo do Estado
Inimigo do Estado
Responder para  Pablo Maroka
2 anos atrás

Se já foram 20 K de soldados russos, por que o desespero do ocidente em mandar armas pesadas para os ucranianos? Com esse tanto de baixas é inevitável o fim da guerra para os russos. Alguém está mentindo e não são os russos, não tem qualquer sentido mentir quando se está ganhando.

Casemiro
Casemiro
2 anos atrás

A Rússia deve tomar essas regiões do que estão marcadas e mais uma faixa de terra ao norte protegendo sua fronteira.
Se os ucranianos insistirem, podem perder todo leste, tornando o Rio Dniepr como fronteira natural com a NovoRossia.

Henrique
Henrique
Responder para  Casemiro
2 anos atrás

Putin ta tentando isso já tem uns ~60 dias… falto combinar com a Ucrânia e a RFA

Casemiro
Casemiro
Responder para  Henrique
2 anos atrás

Não há que se combinar.
Os russos vão impor.

dfa
dfa
Responder para  Casemiro
2 anos atrás

Casemiro-Kings eles não vão impor, vão tentar mas vão falhar…
Os Ucranianos já mostraram que conseguem enfrentar e vencer os Orcs Russos.
E eu sei que uma Rússia fraca não é bom para o equilíbrio mundial.
Mas Putin jogou muito mal, a médio e longo prazo a Rússia vai sofrer sérias consequências que ninguém consegue prever.

Rodrigo Martins Ferreira
Rodrigo Martins Ferreira
Responder para  Casemiro
2 anos atrás

Tá faltando o que para conseguir ?

Casemiro
Casemiro
Responder para  Rodrigo Martins Ferreira
2 anos atrás

Matar mais ucranianos?
A escolha é de Zelensky.

Pablo Maroka
Pablo Maroka
Responder para  Casemiro
2 anos atrás

Kiev também! não pera…

Casemiro
Casemiro
Responder para  Pablo Maroka
2 anos atrás

A aproximação de Kiev foi apenas uma pequena etapa da operação de destruição e ocupação da Ucrânia e criação da Novorossia..
Acompanhe os próximos acontecimentos.
Serão muito interessantes.

Ze das couve
Ze das couve
Responder para  Casemiro
2 anos atrás

Mas não era uma operação especial para tirar o “marionete” do Zelensky do poder? Ou era uma ação de desnazificação? Ou era para desmilitarizar a Ucrânia? Vocês sempre me deixam confuso.

Casemiro
Casemiro
Responder para  Ze das couve
2 anos atrás

Deixem os próprios ucranianos fazerem isso.

Ze das couve
Ze das couve
Responder para  Pablo Maroka
2 anos atrás

A investida sobre Kiyv foi um verdadeiro sucesso de avanço para a retaguarda.

pangloss
pangloss
Responder para  Casemiro
2 anos atrás

Kings, se a Rússia estabelecer uma nova fronteira, terá que defendê-la. Expansionismo tem esses problemas. Os russos vão chegar a Portugal, sob tais argumentos?

Ze das couve
Ze das couve
Responder para  Casemiro
2 anos atrás

Casemirokings, veja o novo guia de símbolos russos

SYMB.jpg
Nick
Nick
2 anos atrás

Bom texto. Abrangeu praticamente tudo sobre essa guerra.
Da minha visão Putin conta com a “fraqueza” ocidental em usar poder militar de forma direta para prosseguir com seus objetivos, sempre segurando a carta dos Nukes… OTAN/EUA vão continuar a tentar desestabilizar o governo Putin com as sanções econômicas, e tentar dar sobrevida ao exército ucraniano com apoio logístico/militar.

Vamos aguardar os próximos capítulos, mas até agora Putin está ganhando, mas não da forma como queria, e isso está custando caro. Vamos ver até onde vai ficar caro demais para a Russia.

Renato de Mello Machado
Renato de Mello Machado
2 anos atrás

A “linha vermelha” define bem a situação toda atual do que acontece na Ucrânia em relação a Rússia.Deveriam ter ficado quietos e não irem na pilha da OTAN,UE entre outros.

Casemiro
Casemiro
Responder para  Renato de Mello Machado
2 anos atrás

A Ucrânia ‘ouviu o canto do cisne’ da OTAN e se estrepou.
Estão despejando toneladas de material obsoleto na Ucrânia para ‘marcar presença’ e estão levando os ucranianos para a destruição.
No vídeo abaixo, soldado ucraniano em Lyman reclama das condições terríveis em que se encontram, com armas falhando e falta de comando.

https://southfront.org/in-video-ukrainian-servicemen-discuss-their-dire-state-in-lyman-dpr/

Renato de Mello Machado
Renato de Mello Machado
Responder para  Casemiro
2 anos atrás

Quanto mais mandam armas obsoletas para os ucranianos melhor o moedor de carne russo funciona.O Führer Zélensqui fala para os AFU e SS Azov resistirem até não poder mais.Mas já estão preparando as malas de carona com o U.S Army para fugir se o bicho pegar lá em Kiev de novo.

Casemiro
Casemiro
Responder para  Renato de Mello Machado
2 anos atrás

Interessante vídeo da tática de tanques russos para evitar ATGMs ucranianos.
Chamada de ‘carrossel de tanques’, um tanque atira e recua.
Outro vem, atira e recua.
Sucessivamente.
Não há como os ucranianos fazerem mira nos tanques.
Genial.

https://www.youtube.com/watch?v=fWLeRxpfNk0

Hcosta
Hcosta
Responder para  Casemiro
2 anos atrás

Algo inovador e só descoberto agora…

Pelo menos deu para perceber como alguns Russos estavam mal treinados…

Heinz Guderian
Heinz Guderian
Responder para  Casemiro
2 anos atrás

Mesmo com essa “técnica ultrassecreta” que meus panzers utilizam na segunda guerra, as perdas de blindados russos são gigantescas.

Casemiro
Casemiro
Responder para  Heinz Guderian
2 anos atrás

‘Seus Panzers’ foram esmagados pelos soviéticos ali perto, em Kursk.
E parece que os tanques ucranianos estão indo pelo mesmo caminho, haja vista o monte de tranqueiras antigas que a OTAN está mandando às pressas para lá.

Ze das couve
Ze das couve
Responder para  Casemiro
2 anos atrás

Para destruir material obsoleto russo, material obsoleto ocidental serve. Ou vai me dizer que tem algum Armata ou Su-57 em combate?

Henrique
Henrique
Responder para  Casemiro
2 anos atrás

Vc observou os comentários nesse site onde está a matéria/posto que vc indicou.
Um bando de “mamãe falhei’s” falando das mulheres ucranianas se referindo às mesmas como futuras “prostitutas” do ocidente etc..etc… DEPLORÁVEL o comportamento humano se referindo às VÍTIMAS de uma tragédia que é essa guerra.
Lamentável !

Carvalho
Carvalho
2 anos atrás

A Rússia deixou de ser visto pela OTAN/UE como parceira comercial.
Agora é tratada como ameaca internacional.
(Segurança econômica, militar, institucinal)
Os efeitos virão a longo prazo. E a curtíssimo prazo para os conscritos russos.
Bussines são Bussines!!

Casemiro
Casemiro
2 anos atrás

Notícia interessante.
Ontem, circularam notícias que estava entrando combustível na Ucrânia por Odessa vindo da Moldávia.
Hoje, os russos destruíram as instalações petrolíferas da cidade.
Parece que um míssil anti-aéreo defeituoso atingiu um grande prédio residencial da cidade.

Renato de Mello Machado
Renato de Mello Machado
Responder para  Casemiro
2 anos atrás

Boa notícia

Ze das couve
Ze das couve
Responder para  Renato de Mello Machado
2 anos atrás

Só para quem é torcedor do Putin e conversa consigo mesmo.

Oseias
Oseias
2 anos atrás

“Teria destruído sistemas de Comando, Controle e Inteligência (C3I), bases aéreas, aeronaves e defesas antiaéreas para, em seguida, iniciar assaltos aeroterrestres em pontos chaves e deslocamentos de blindados em um ou mais eixos, apoiados por aeronaves e helicópteros que lhes garantiriam trânsito rápido e seguro, neutralizando contra-ataques. Tomariam ou cercariam as principais cidades e destituiriam o governo ucraniano.”

Ora bolas, não foi justamente isso que os russos tentaram no inicio?! kkk

Fabio Sahm Paggiaro
Responder para  Oseias
2 anos atrás

Não tentaram, Oseias. Não há nenhuma imagem que mostre isso, a exceção de um radar e um avião enorme.Apenas houve narrativas de que a Rússia não conseguia superioridade aérea, o que o próprio Zelensky nega quando solicita No Fly Zone.

Augusto
Augusto
Responder para  Fabio Sahm Paggiaro
2 anos atrás

Sem contar, que tanto em Kharkiv quanto em Kiev, primeiramente os russos tentaram um assalto frontal inicialmente. Somente quando eles perceberam que não iria dar certo e que eles tentaram cercar Kiev, o que também não iria dar certo, já que o contingente usado não seria suficiente (bem como os problemas logísticos) para cercar a capital. Sendo assim só restava aos russos recuar e reorganizar suas forças.

Esses tipos de ataques frontais na minha opinião são suicídios e desperdício de recursos. Os russos se esqueceram se esqueceram que ataques frontais em grandes centros urbanos contribuíram para a derrota da Alemanha na SGII.

Toda doutrina militar russa aprendida desde a SGII foi jogada no lixo com essa invasão.

Nilo
Nilo
2 anos atrás

Excelente artigo na análise militar, a FAB supreendendo.
Mas da como certo, se baseia por demais em análise da CNN e Estadão quando fala do destino economico da Rússia.
“Tudo isso afetará fortemente a Rússia, talvez de maneira catastrófica e levá-la a novo colapso econômico em médio e longo prazos. Foi a corrida armamentista promovida por Reagan – programa Guerra nas Estrelas – que selou o destino da União Soviética.
“””..talvez …..”

Casemiro
Casemiro
Responder para  Nilo
2 anos atrás

Pois é exatamente isso que está acontecendo com os EUA atualmente.
URSS versão 2.0
Dados interessantes.

Dívida pública dos EUA em 21/04/2022.

Em poder da própria população: US$ 23,84 tri.
Em poder de outros governos: US$ 6,57 tri.
Dívida total: US$ 30,4 tri.

A não que os EUA tenham descoberto a fórmula mágica de vender dívida para a própria população, eles vão se estoporar

Fabio Sahm Paggiaro
Responder para  Nilo
2 anos atrás

Coloquei o “talvez” pela possibilidade de Índia, China e outros emergentes com grande capacidade econômica romperem o isolamento. Se não o fizerem, nem a CNN irá salvar a Rússia.

Rodrigo Martins Ferreira
Rodrigo Martins Ferreira
2 anos atrás

A Ucrânia segundo Putin e seus asseclas..

08_then.jpg
Casemiro
Casemiro
Responder para  Rodrigo Martins Ferreira
2 anos atrás

Os russos já destruíram os nazistas uma vez.
Estão apenas fazendo de novo.
Não se exaspere.
É apenas a História acontecendo.

Hcosta
Hcosta
Responder para  Casemiro
2 anos atrás

É, invadir outro país para proteger a população da sua etnia, regime autoritário, mentiras e quebrar de acordos, propaganda e a população na ignorância, comícios em estádios cheios, morte dos opositores, um símbolo gráfico, quase uma metade de suástica, para servir de propaganda, etc…

Por vezes a história se repete mas talvez os protagonistas sejam outros.
E houve uma altura em que os Soviéticos eram aliados dos Nazis.

Jacinto
Jacinto
Responder para  Hcosta
2 anos atrás

Na verdade, os nazistas eram os maiores parceiros comerciais da URSS. A França foi invadida e o Reino Unido bombardeado pelos alemães com gasolina fornecida pelos soviéticos…

Caerthal
Caerthal
Responder para  Jacinto
2 anos atrás

Na década de 20 a URSS estava cercada por potências ocidentais hostis. A aliança com a Alemanha derrotada, em especial pelas circunstâncias favoráveis do Tratado de Brest-Litovsk, foi uma complementação óbvia de recuros naturais com capacidade técnica. Com a ascensão de Hitler muito da cooperação continuou, porém de forma bem mais limitada.

Augusto
Augusto
Responder para  Jacinto
2 anos atrás

Jacinto, os alemães não tinham outra alternativa, devido ao embargo naval da Royal Navy eles eram obrigados a comprar dos soviéticos. A produção de petróleo da Romênia era insuficiente para manter o esforço de guerra alemão no Ocidente.

Augusto
Augusto
Responder para  Hcosta
2 anos atrás

Vale lembrar Hcosta que eram aliados por conveniência. Depois de Munique, não sobrou alternativa para Stalin em fazer o pacto de não agressão com os alemães. Se ele tivesse entrado na guerra em 1939, os soviéticos correriam o serio risco de lutarem sozinhos com a Alemanha. Dado o desempenho soviético na guerra de inverno seria um suicídio entrar na guerra naquela altura.

Tirando a declaração de guerra os britânicos e franceses não fizeram nada para garantir a soberania da Polônia. Sua estratégia naquele ponto era ficar atrás da linha Maginot e aguardar o ataque alemão.

Stalin sabia que naquele ponto não podia contar com os aliados e sabia também que suas forças aramadas não estavam preparadas (por causa dos expurgos que por sua paranoia ele fez no exercito vermelho) para a guerra. Esse acordo apenas serviu para tanto Hitler quanto Stalin ganharem tempo um contra o outro. Ambos sabiam que esse acordo não iria durar muito tempo.

Renato de Mello Machado
Renato de Mello Machado
Responder para  Rodrigo Martins Ferreira
2 anos atrás

Esse pessoal da foto é do Leibstandarte SS Volodymyr Zelenskyy?

Gilson Elano
Gilson Elano
Responder para  Renato de Mello Machado
2 anos atrás

O da foto tem a cara e os trejeitos do Pudim!

Carvalho
Carvalho
2 anos atrás

Parece que ficou claro que não vai parar na Ucrânia. Teoria do Dominó de volta.
Quanto mais tempo Putin se desgastar na Ucrânia, menos recursos terá para avançar sobre outras áreas.
Mas Lituânia é Estônia também tem a forte população russa. Pq Putin não foi desnazificar estes países?
O erro da Ucrânia foi ter demorado em embarcar na OTAN

Henrique
Henrique
Responder para  Carvalho
2 anos atrás

O erro da Ucrânia foi ficar bradando que queria entrar na OTAN e intensificando os ataques aos pró-russos em Donbas. Ele quis “pagar pra ver” mostrando que podia, de alguma forma, peitar a Rússia achando que a Otan entraria de pronto no circuito, deu no que deu…. tipo quando os Argentinos invadiram as Malvinas achando que, por serem puxa-sacos dos EUA, os EUA iriam ajudá-los ou manteriam-se de fora…
Se o Zelensky tivesse sido inteligente teria administrados os russos, entrado na UE e mantido uma neutralidade que não teria destruído seu país.
Não sou pró-russo nem de nenhuma das “torcidas” que vemos por aqui, mas se vc sabe que seu vizinho é um “psicopata” não o fique provocando ou chamando a atenção dele o tempo todo.
Se essa guerra já matou mais de 20.000 russos acredita-se que mais do que o dobro disso tenha ocorrido do lado ucraniano. Só saberemos no futuro..
Putin apostou suas fichas (seja por arrogância ou por informações imprecisas de seu comando) num atoleiro que custará muito para a Rússia…, achou que os ucranianos correriam e estes fizeram justamente ao contrário, usaram suas cidades e cada janela para atacar os russos (parte onde causaram as maiores baixas russas nessa guerra – pela surpresa visto a orientação inadequada de suas tropas) fazendo com que estes começassem a destruir tudo …..
E parece não ter aprendido nada até agora… pois fica ameaçando tudo e todos à sua volta só criando mais animosidades e corrida armamentista na Europa que no final é extremamente ruim para a Rússia.
Muito triste essa situação e vermos um país inteiro sendo destruído.

Caerthal
Caerthal
Responder para  Henrique
2 anos atrás

A Ucrânia se notabilizou por governos corruptos, pouco patrióticos e ineficazes. Está pagando um preço elevadíssimo.

Augusto
Augusto
Responder para  Henrique
2 anos atrás

Concordo com sua analise Henrique. Mas Zelensky estava seguindo a agenda de Washington, não do povo ucraniano, o resultado esta sendo esse agora.

Mesmo que os ucranianos vençam a guerra, o preço foi caro demais. Volto a repetir, se queriam garantir sua independência da Rússia, deveriam ter se armado ate os dentes depois de perder a Crimeia. Enquanto não estivessem preparados, deveriam ter parado com esse discurso de entrar para Otan e ter mantido a neutralidade.

Quanto a Otan, se queriam mesmo que os ucranianos entrassem na organização, por não fizeram igual estão fazendo com a Suécia e a Finlândia? Se não queriam que eles entrassem, então bastava ter deixado isso bem claro logo no começo. O que estão fazendo com o povo ucraniano e um crime, estão usando eles como bucha de canhão para destruir a Rússia.

Quanto ao Putin, o mesmo foi tolo de ter caído na estratégia do inimigo, confesso que esperava que tivesse feito uma atitude mais inteligente, ele não precisava invadir a Ucrânia para mantê-la fora da Otan, agora terá que lidar com mais dois membros poderosos na organização.

João Adaime
João Adaime
2 anos atrás

Muito boa a análise. Sem paixões, procurando expor dados e informações disponíveis.
Vale lembrar que mesmo durante a Guerra Fria, nem Estados Unidos e nem União Soviética viviam fazendo ameaças de uso das armas nucleares. Apenas mostravam que existiam, mas não ameaçavam.
Quem inaugurou esta “moda” foi o “presidente” da Coréia do Norte, agora seguido pelo mandatário russo.
Enquanto a bravata vinha só do Extremo Oriente, não incomodava. Agora, é bastante provável que o programa “Guerra nas Estrelas” venha com tudo.

Marcelo12
Marcelo12
Responder para  João Adaime
2 anos atrás

Tá ai uma coisa que sempre eu digo. Nem URSS ficava chorando por Nukes.

Ze das couve
Ze das couve
Responder para  João Adaime
2 anos atrás

Uma imagem é melhor que mil palavras.

VLAD.jpg
João Adaime
João Adaime
Responder para  Ze das couve
2 anos atrás

Muito boa. KKKKK

Caerthal
Caerthal
Responder para  João Adaime
2 anos atrás

Não acho que seja bravata do Putin, ele está alertando o óbvio para uma classe política ocidental que acha que pode ignorar os fatos mais evidentes.

Augusto
Augusto
Responder para  João Adaime
2 anos atrás

Putin usa a ameaça nuclear por que sabe que não pode bater de frente em um confronto convencional com a Otan. Com a URSS era diferente, a mesma tinha forte possibilidade de vencer a Otan em um confronto convencional na Europa.

Com relação a analise, achei muito boa também, só não concordo quando autor menciona como a politica de contenção de Reagan ter sido a principal causa do fim da URSS. E claro que auxiliou bastante, mas foram um conjunto de varias situações, como a politica econômica desastrosa, burocratização ineficiente do estado soviético, anos de corrida armamentista, a guerra do Afeganistão e até mesmo o desastre de Chernobyl contribui para o fim do regime. O estado soviético estava fadado ao fim desde o começo, o que deu sobrevida ao mesmo foi a vitória da SGII e os espólios de guerra dos vencidos e conquistados.

Cristiano de Aquino Campos
Cristiano de Aquino Campos
2 anos atrás

Artigo excelente!
Só temos que avaliar as perdas econômicas Russas no médio e longo prazo pois vai depender deles aumentarem ou não as vendas de petróleo, gás, carvão e etc. Para os demais países fora da Europa, tipo China e India.
Difícil potencias econômicas abrirem mão de recursos energéticos mais baratos, fora a lógica do o que foi feito a você pode ser feita contra mim amanhã.

Cristiano de Aquino Campos
Cristiano de Aquino Campos
Responder para  Cristiano de Aquino Campos
2 anos atrás

Outra coisa, a adoção de energias renováveis vai prejudicar todos os países produtores de petróleo e gás por igual. Ou seja, nessa conta os próprios EUA saem perdendo pois são os maiores interessados.

Fabio Sahm Paggiaro
Responder para  Cristiano de Aquino Campos
2 anos atrás

Sim, mas eles compensarão no lucro com as novas tecnologias.

Hcosta
Hcosta
2 anos atrás

E parece que as supostas províncias Russas são constituídas por 40% de Ucranianos de etnia Russa. Só demonstra como a propaganda distorce a realidade, voltando ao tempo dos regimes dos anos 30. E alguns acreditam, ou querem acreditar, nestes argumentos para justificarem as atrocidades cometidas pelos Russos. Tudo em nome da Rússia…
O que vai acontecer aos restantes 60%?
Alguns vão para a Sibéria e muitos já não vão a lado nenhum.

Caerthal
Caerthal
Responder para  Hcosta
2 anos atrás

Nos diga então qual o propósito dos governos da Ucrânia em submeter a população russa nessas províncias e proibir o uso da língua russo? Essa insensibilidade fez algum sentido?

Nilo
Nilo
2 anos atrás

“A megalomania czarista de Putin desconsiderou a realidade de que o excedente de poder ocidental nos campos político, econômico, informacional e militar é incontestável e optou por enfrentá-lo garantindo-se, apenas, no potencial catastrófico de seu arsenal nuclear. Tragédia anunciada”.
Ao citar, “megalomania czarista de Putin”, e que, “é incontestável e optou por enfrentá-lo garantindo-se, apenas, no potencial catastrófico de seu arsenal nuclear”.
Reflete bem o pensamento latente de subserviencia dos militares brasileiros, considerando os americanos os únicos capazes de possuir o formidável poder de dissuasão, portanto considerando o arsenal especificamente russo catastrófico e trágico, o que também nos torna como incapazes, nos colocando assim em uma posição de subalternidade, tendo a ideia pretenciosa, unilateral de que assim tornamos a A. Sul, livre do uso Armas Nucleares, a guerra das Malvinas demonstrou por fatos documentados o contrário apesar do negacionismo.
Relativizamos nossa soberania. 

Fabio Sahm Paggiaro
Responder para  Nilo
2 anos atrás

Nilo, acho que seus comentários são para outro artigo e vc publicou aqui. Se vc quer atacar militares brasileiros, apresente argumentos razoáveis senão parece recalque de esquerdista que perdeu as boquinhas. E me parece que vc está defendo a União Soviética, não a Rússia de Putin. Aquela, já acabou há muito tempo, pelo fracasso do regime comunista.

MBK
MBK
2 anos atrás

Uma excelente análise, apesar do viés negativo em relação à pessoa do Putin. Penso que o artigo poderia ser aprofundado nos seguintes pontos:
1) Nenhum plano de batalha resiste ao disparo do primeiro tiro. Isso também é Clawsewitz. A Rússia pode ter errado inicialmente, mas isso não significa nada.
2) Seria temerário acreditar que um atacante deva propagandear sua estratégia antes de iniciado o combate.
3) Um muro iniciou a primeira guerra fria e um gasoduto iniciou a segunda.
4) A Rússia foi sancionada em 2014, na derrubada do MH-17, em relação aos Skripal, Nalvany etc. Portanto, seria bastante ingênuo achar que o ocidente não utilizaria repertório de sanções muito mais rigoroso. Ouso acreditar que a Rússia preparou-se para isto.
5) Em especial, penso que o artigo poderia aprofundar na posição que a Russia assumiu ao confrontar a visão unipolar do mundo, liderada pelos EUA. Esta é a grande estratégia russa. Vejam que recentemente o primeiro ministro paquistanês elogiou a independência da Ìndia em relação à Rússia. Não foi outro o motivo pelo qual ele foi deposto, em uma quartelada parlamentar apoiada pelo ocidente. Cito apenas como exemplo, para demonstrar que existe uma revolta subjacente à percepção midiática. A visão de que o mundo está ao lado da Ucrânia é equivocada.

O artigo também menciona a superioridade ocidental em caso de suposto conflito convencional, deixando entrever que o ocidente o venceria. Tenho minhas dúvidas em relação a isto. Sobretudo, quanto ao preço que o ocidente pagaria pela iniciativa, seja em relação ao custo financeiro ou às mortes e seu impacto na mídia. A estratégia de combate da Rússia em relação à Ucrânia não significa que seria a mesma em relação ao ocidente (ver o artigo de Dmitri Orlov onde contesta Paul Craigs Robert).

O mesmo ocidente que recusou garantias de segurança para a Rússia está hoje nas Ilhas Salomâo para impedir que a China construa bases neste território, o que poderia comprometer a hegemonia dos EUA no Pacífico.

O mesmo ocidente que acusa a Rússia de ter invadido a Ucrânia ocupa mais da metade do território sírio, que nenhum risco direto representa para os EUA. O mesmo vale para Turquia em menor escala. E para Israel, França, UK etc

Penso que limitar o conflito às fronteiras ucranianas deixa de considerar seu objetivo mais relevante, que busca remodelar as estruturas de poder surgidas após a segunda guerra mundial. Pra mim a variável geopolitica é o grande motivo desta guerra. Enfim, aguardemos.

Nilton L Junior
Nilton L Junior
2 anos atrás

Resumo Z bate, bate, bate, U apanha e vai virar quintal dos Russos que vão continuar a vender gás e petróleo e a sua marinha passando pelo bósforo.

Renato de Mello Machado
Renato de Mello Machado
Responder para  Nilton L Junior
2 anos atrás

É.Mas fala baixo para evitar aborrecer o pessoal de Hollywood.O resgate do fantasma de Kiev e o T-64 Fury já estão em andamento.

Casemiro
Casemiro
Responder para  Renato de Mello Machado
2 anos atrás

kkkkkk

Perfeito.
Aliás, começam a aparecer os primeiros T-64 ucranianos capturados pelos russos.
Nem sei se é possível colocar essas relíquias soviéticas em uso novamente, mas dizem que eles foram modernizados.

Rodrigo Martins Ferreira
Rodrigo Martins Ferreira
Responder para  Nilton L Junior
2 anos atrás

Grande fluxo de navios russos passando pelo Bósforo…

Jacinto
Jacinto
Responder para  Rodrigo Martins Ferreira
2 anos atrás

Navios militares foi algo em torno de 0 nas ultimas semanas. O Mar Negro virou um lago ja que os turcos fecharam os estreitos para os navios militares.

Rayan
Rayan
2 anos atrás

Parabéns ao autor. Excelente analise. Apenas discorda -se respeitosamente de uma avaliação muito negativa e subestimada da capacidade militar convencional da Ucrânia, segundo maior exército da Europa. Não é um exército mediano.
Também faltou abordar a questão do baixo efetivo empregado na estratégia russa.

Mas excelente 👏👏👏👏

Fábio Sahm Paggiaro
Fábio Sahm Paggiaro
Responder para  Rayan
2 anos atrás

Rayan, muita coisa só saberemos qdo tudo terminar e outras nunca. Minha avaliação, baseada nas informações disponíveis, me levam a deduzir que, por maior que seja o exército ucraniano, é muito menor que o russo e preferiram não destruí-lo apenas por honra. Preferiram guarda-lo até que a pressao ocidental surtisse efeito sobre a Rússia. Tampouco sabemos se houve alguma concertacao entre russos e ucranianos a eles favoráveis. Quanto a pouco efetivo russo, talvez seja porque só pretendem ocupar a área onde já estão e, se necessário, acionam mais, pois as linhas de suprimento estão abertas.
Mas, fatos novos poderão mudar isso tudo. A ver.

Casemiro
Casemiro
Responder para  Fábio Sahm Paggiaro
2 anos atrás

Ou talvez, os russos estejam utilizando poucos efetivos à espera de uma reação mais agressiva da OTAN.

Rayan
Rayan
Responder para  Fábio Sahm Paggiaro
2 anos atrás

São hipóteses a considerar. Esse conflito só será melhor analisado quanto às suas circunstâncias daqui a alguns anos.

Hcosta
Hcosta
Responder para  Rayan
2 anos atrás

E, do meu ponto de vista, considerar os Ucranianos de etnia Russa como Russos e uma suposta legitimidade da sua anexação e da sua vontade para que isso aconteça.
Voltamos à mesma questão. Os militares têm esta tendência de simplificar o contexto político…

Fábio Sahm Paggiaro
Fábio Sahm Paggiaro
Responder para  Hcosta
2 anos atrás

Alguém falou em legitimidade de anexação? Vc sabe que naquela região a nacionalidade é entendida pela etnia e não pelo local de nascimento? Não faço juízo de valor, analiso fatos e declarações.

Hcosta
Hcosta
Responder para  Fábio Sahm Paggiaro
2 anos atrás

Quase não existem fronteiras, isso é verdade, até pelos séculos de proximidade, mas mesmo assim a propaganda Russa quer legitimar a anexação de partes da Ucrânia, pelo menos, para a sua população. E esse discurso de que a Ucrânia pertence à Rússia, etnia igual a nacionalidade, etc… faz parte dessa tentativa.
A Ucrânia é um país, com as suas fronteiras definidas há muitas décadas e independente, no papel, desde o início dos anos 90.
E ninguém sabe o que a população Ucraniana, de qualquer etnia, quer.

Rayan
Rayan
Responder para  Hcosta
2 anos atrás

Militares consideram em suas análises além da ciência militar, a geopolitica isoladamente. Vide o plano do General Curtis Lee May na crise dos mísseis de 1962, em bombardear a União Soviética e considerar como fator inerente milhões de americanos mortos.

carcara_br
carcara_br
2 anos atrás

Segundo o autor a OTAN é uma grande organização militar destinada ao cultivo e distribuição de flores, não existem objetivos estratégicos por parte da UE e a Rússia é uma grande vilã que ataca sem motivo na figura de um único homem, mesmo que isso não sobreviva a uma análise factual.
Em fim, achei que leria uma análise séria e tomei outra dose de propaganda rsrsrsrs.

Fabio Sahm Paggiaro
Responder para  carcara_br
2 anos atrás

Se vc apresentar sua análise factual, poderemos debater carcara_br. Talvez nós dois e os leitores aprendêssemos.

carcara_br
carcara_br
Responder para  Fabio Sahm Paggiaro
2 anos atrás

Faço uma ressalva, apesar da introdução um tanto enviesada o aspecto militar do conflito realmente passou por uma analise dos lados conflitantes apresentando versões de ambas as partes e comparando-as com informações disponíveis, foi um trabalho muito bom.
Quem trabalha na área e pretende continuar precisa sempre pagar um pedágio na introdução, afinal o dinheiro não vem dos russos.
A conclusão também faz prognóstico, no meu entendimento, razoável e volta a pagar um pedágio nos últimos parágrafos.

É uma boa análise, eu admito que fui precipitado.

Fábio Sahm Paggiaro
Fábio Sahm Paggiaro
Responder para  carcara_br
2 anos atrás

A guerra de informação está muito pesada e fica difícil de entender e avaliar. Só não entendi a questão de pedágios.

alexandre
alexandre
2 anos atrás

Simples assim, conflito de interesses. A Rússia Capitalista deseja aumentar seu território, só isso. Restante são desculpas como defender populações que falam russo, evitar bases da OTAN, derrubar regimes nazistas…tudo desculpas….negócio é que a Rússia chegou ao captitalismo muito tarde e agora quer fazer como a Inglaterra, Alemanha, Holanda que tinham colônias ao redor do mundo

Hcosta
Hcosta
Responder para  alexandre
2 anos atrás

Também depende da sua definição do capitalismo. O capitalismo existe para os Oligarcas e o comunismo para o resto da população. E aproveitaram muito bem esta dualidade para acumular muita riqueza.

Elisandro
Elisandro
2 anos atrás

Excelente artigo. Desmonta com maestria boa parte das supostas “informações” que saem na mídia ocidental e que não passam de propaganda. Por exemplo:

É ilógico que a Rússia tenha pedido mais soldados que a Ucrânia, dada a disparidade de meios e a profundidade dos ataques russos, enquanto a Ucrânia só conseguia fazer ataques pontuais com emboscadas.

Também é questionável que tenham sido “derrotados” por se retirarem do norte da Ucrânia, já que uma retirada desesperada se refletiria em perdas catastróficas para os russos.

Tem também a questão da logística, que conforme citado, caso fosse verdade, teria resultado em rendição massiva de soldados russos.

Por fim, se a Ucrânia não conseguiu retomar as regiões separatistas, por que o pessoa se ilude achando que ela vencerá a Rússia?

Marcos10
Marcos10
Responder para  Elisandro
2 anos atrás

Na verdade trata-se de opinião, de dito especialista. Especialistas estão cheios pelo mundo, igualmente especialistas de banco que recomendam que você compre ações de A ou B porque vão subir, mas a realidade se impõe diferente, e ações viram pó.
Já foi dito por especialista que os russo dominavam os céus da Ucrânia, mas não se atrevem a entrar lá. Os poucos que entram, são abatidos.
Essa conversa de que Kiev era apenas uma estratégia diversionista não encontra a realidade. Estratégia diversionista foi a adotada pelos alemães quando invadiram a Polônia, encaminhando centenas de aviões com paraquedistas para uma região. Quando os poloneses lá chegaram, se tratava apenas de bonecos. E os alemães já tinham tomado Varsóvia. Na operação dos paraquedistas, não perderam um único homem. Já os Russos perderam milhares de homens e equipamentos tentando chegar a Kiev. A elite das FFAA russas, os paraquedistas, foram todos mortos tentando tomar o aeroporto de Kiev.

Fábio Sahm Paggiaro
Fábio Sahm Paggiaro
Responder para  Marcos10
2 anos atrás

Vc teria imagens desses milhares de mortos? Se isso fosse verdade, Zelensky não mostraria em suas lives? Quem está opinando e quem está analisando?

Elisandro
Elisandro
Responder para  Fábio Sahm Paggiaro
2 anos atrás

Fábio, estou em alguns grupos do Telegram onde recebo todos os dias imagens macabras da guerra. Pilhas de corpos de soldados ucranianos.

Claro que não fiz uma contagem, mas pela disparidade de meios e pelas análises que demonstram que os ucranianos foram incapazes de destruir um único Grupo Tático de Batalhão completo, é ilógico supor que os russos possuem mais baixas que os ucranianos.

Além disso, todos os dias desde o início da invasão os russos atacam alvos na Ucrânia. Todos os dias. Centenas de ataques. Eles estão atingindo nada? Erram 100% das vezes? Estão mentindo, mesmo quando a mídia da Ucrânia reporta os ataques?

E por qual motivo Zelensky mostraria essas macabras imagens em suas lives? A narrativa deles é que estão resistindo, estão ganhando. Sem falar que desde o início da invasão as autoridades da Ucrânia pediriam que não fossem filmados os estragos causados pelos ataques russos. Isso é público. Então por que eu preciso responder a algo que alguém como você deveria saber?

O que estou vendo é que cada um acredita no que quiser. Mas muito do que sai na mídia não condiz com o que está acontecendo em campo.

Fábio Sahm Paggiaro
Fábio Sahm Paggiaro
Responder para  Elisandro
2 anos atrás

Se o que vc vê na mídia fosse verdade, os russos já teriam se rendido a Ucrânia e Zelensky não estaria pedindo No Fly Zone e armamentos pesados. A Rússia invadiu e não foi tirada de lá. Isso é fato. Pela imprensa e “especialistas” ocidentais, a Ucrânia só tem Rambos e a Rússia e pior que os italianos na II GG. Particularmente, eu gostaria que assim fosse, mas vc tem como confirmar isso com fatos, não pelas lives do Zelensky?

Elisandro
Elisandro
Responder para  Marcos10
2 anos atrás

Os poucos que entram, são abatidos.”. Se procurar nas redes sociais do Ministério da Defesa da Rússia, todos os dias temos imagens de ataques na ucrânia com aeronaves. Será que eles estão fingindo todas?

No mais, suas afirmações não são contrapontos às minhas. De modo que são irrelevantes.

Antunes 1980
Antunes 1980
2 anos atrás

Sobre a situação no campo de batalha, fontes inglesas e americanas, dizem que a capacidade da Rússia em manter esta guerra, se deteriora a cada dia.
Até o momento, cerca de 25% do seu efetivo já está fora de ação.

Se a Ucrânia resistir mais uns 60 dias, e continuar infringindo grandes baixas, acho que a Rússia vai começar a recuar.

Sobre os ucranianos, eles estão dando uma aula de bravura e organização!

Anderson
Anderson
Responder para  Antunes 1980
2 anos atrás

Não sei se foi proposital ou não, mas essas fontes inglesas e americanas “esqueceram” de dizer sobre se a Rússia teria capacidade de recompor essas perdas, tanto humanas como materiais.

https://youtu.be/A9ChT1gedgs

Hcosta
Hcosta
Responder para  Antunes 1980
2 anos atrás

Há uma mudança no material enviado. Blindados e muita artilharia.
Aparentemente agora a estratégia da Ucrânia é atacar.

_RR_
_RR_
Responder para  Antunes 1980
2 anos atrás

Antunes,

Os russos já mudaram seus planos originais, e isso é claro.

Remover Zelensky já se tornou praticamente impossível. Deter a entrega de armas também… Sobra aos russos fazer a guerra em zonas onde, teoricamente, haveria menor hostilidade da população, as linhas de suprimento verdadeiramente permitem e sua força aérea possa efetivamente voar sem ser molestada.

Já os ucranianos… Estes podem ter mais ou menos baixas que os russos… não importa. Eles estão combatendo em seu próprio terreno, estão em full mobilização, sabem exatamente o que estão fazendo e pelo que estão lutando.

Os russos, em que pese a superioridade pontual de meios e de alguma vantagem estratégica proporcionada por estes, tem recursos limitados para lidar com a situação. Engana-se quem pensa que os russos podem simplesmente retirar recursos de outros setores para levar ao fronte de forma indiscriminada, sem que isso comprometa e equilíbrio de forças a Oeste e a Leste. E se for decretada a mobilização geral, isso será interpretado como nada menos que um sinal de fraqueza, que será prontamente aproveitado pelos seus adversários, o que o obrigará a uma campanha de aniquilação para que se mantenha o respeito pelo temor… Por isso, aliás, a pressa em terminar com tudo o mais rápido possível.

Que a liderança russa previam as sanções, isso é claro, mas certamente não previam a quantidade e severidade delas. Mesmo países claramente dependentes dos recursos naturais russos estão contribuindo com armas e recursos financeiros, o que seria impensável se analisássemos de forma mais rasteira. Contudo, a realidade é muito outra… E isso nos leva a um outro assunto…

Muitos dizem que Putin pode fechar a torneira. E ele realmente pode. Mas qual o custo disso a curto, médio e a longo prazo…? Como os europeus irão reagir a isso…? Veja que não estou a falar unicamente da troca de um fornecedor por outro, que irá ocorrer de uma forma ou de outra ao que tudo indica, mas de algo que pareceria pior: e se esse “corte”, caso ocorra, for interpretado como um ato de guerra pela OTAN? Estariam os russos prontos a pagar pra ver? Falar é fácil, como alguns aqui insistem em propagar aos quatro cantos essa “carta na manga” dos russos, mas a realidade é muito outra… Há uma armadilha aí…

O fato é que a Rússia estimou erradamente o cenário no qual está. Seus lideres agiram baseados em informações incompletas. Subestimaram seus adversários, superestimaram suas forças e suas capacidades, falharam em prever a reação mundial e ignoraram ou estimaram mal as consequências de um bloqueio econômico tão severo, baseados em uma falsa segurança proporcionada pelos seus recursos naturais e por um arsenal atômico que não pode ser usado sem que hajam consequências.

A OTAN, por seu lado, deixa claro que a ideia é estender a guerra até o ponto de fratura do exército russo, o que ocorrerá mais dia ou menos dia, caso os russos não se retirem.

Rodrigo Martins Ferreira
Rodrigo Martins Ferreira
2 anos atrás

Assista e deixe a sua risada…

https://www.youtube.com/watch?v=LG79BNOMvUY

Pablo Maroka
Pablo Maroka
Responder para  Rodrigo Martins Ferreira
2 anos atrás

ri alto da tecnologia avançada da venezuela gelada kkkk

Zabumba
Zabumba
2 anos atrás

Muitos aqui leram o artigo que por sinal em parte a estratégia tem algum sentido ” apenas uma visão não significa o consenso ” . Agora muitos aqui não compreende que a Ucrânia foi empurrada ( bucha de canhão) para seu território ser teatro de guerra usado por outra potências em detrenimento aos interesses e segurança do seu povo.

Oseias
Oseias
Responder para  Zabumba
2 anos atrás

pergunta: foi a Russia que invadiu a Ucrânia ou a Ucrânia que invadiu a Russia?

Zabumba
Zabumba
Responder para  Oseias
2 anos atrás

Camarada está com dificuldade em compreender ? O que muda no cenário se o teatro do conflito é o território ucraniano isso se chama guerra por procuração.

Ze das Couve
Ze das Couve
2 anos atrás

Ucrânia falando em mais duas mortes de generais em Kherson. Com um terceiro gravemente ferido. Não está fácil para o Putin essa guerra.

Ze das Couve
Ze das Couve
Responder para  Ze das Couve
2 anos atrás

olha aí

admiral.jpg
Anderson
Anderson
Responder para  Ze das Couve
2 anos atrás

Pois é! Se essas baixas fossem num país “democrático” certamente as pessoas já estariam batendo panelas e indo às ruas protestar. No caso do Brasil só o fato de uma suposta sanção vir a bloquear o nosso acesso ao Netflix e YouTube já levaria a população à pedir o impeachment do Presidente.

Kornet
Kornet
2 anos atrás

A diferença de ler de um especialista e de torcedores do Zé Lensquisse,aquele analisa os fatos ,já estes ficam na utopia de que a Ucrânia está vencendo a guerra e marchando nas cercanias de Moscou.

Pragmatismo
Pragmatismo
2 anos atrás

Logo no início do texto se vê uma visão ideológica de mundo. Um ocidente decadente que ao invés de ser “cabra macho” estava por aí cuidando de aquecimento global, vida do povo e abrindo o bucho das mulheres abortistas. Kkk
“Priorizaram agendas relativas a direitos humanos, preservação ambiental, questões de gênero e raciais, liberação de aborto e drogas, entre outras. Some-se a isso a pandemia do Covid-19, a qual se dedicaram integralmente”.

Fábio Sahm Paggiaro
Fábio Sahm Paggiaro
Responder para  Pragmatismo
2 anos atrás

Visão ideológica é a sua que nega programas de governo e acordos e tratados na ONU. Eu fiz uma constatação, apenas. E o Putin também.

Thiago A.
Thiago A.
Responder para  Fábio Sahm Paggiaro
2 anos atrás

“No campo informacional a guerra é intensa e, muitas vezes, falaciosa. São frequentes acusações no bojo de narrativas sem nexos causais, hipotéticas ou carentes de comprovações fáticas, baseadas em fontes duvidosas e comprometidas com posturas oficiais. Percebe-se esforço coordenado na imprensa e mídias sociais que congrega órgãos governamentais, especialistas, formadores de opinião e instituições de pesquisa e estudos, entre outros.[16] Não há espaço para as versões russas. Busca-se imputar à Rússia crimes de guerra[17], incompetência militar[18],[19], caos econômico, perda de apoio interno de Putin, bem como sucesso da resistência ucraniana”

Senti falta de uma abordagem sobre a guerra de informação russa.
Me pergunto se o autor já teve a possibilidade de assistir programas de tv russos… Quem sabe mencionar a estratégia narrativa governamental, apoiada por sujeitos como o Vladimir Solovyov, o excelente propagandista do regime.

Quanto ao fato que não tem espaço para a narrativa russa no ocidente, também discordo. Já teve a possibilidade de assistir a televisão Italiana- só um exemplo, com certeza em outros países europeus não deve ser muito diferente-, já acompanhou os debates dos talk shows políticos ?
Aqui mesmo no Brasil, há várias fontes que ecoam a versão russa .

Fabio Sahm Paggiaro
Responder para  Thiago A.
2 anos atrás

Referi-me aos grandes meios de comunicação e redes sociais que têm poder para modelar comportamentos, além de declarações e posicionamentos de autoridades governamentais. Se a propaganda russa, que certamente será tão mentirosa ou mais, não é veiculada por aqueles meios, não terá efetividade.

Pragmatismo
Pragmatismo
Responder para  Fábio Sahm Paggiaro
2 anos atrás

Qual programa de governo ou tratado neguei, caro senhor?

Fabio Sahm Paggiaro
Responder para  Pragmatismo
2 anos atrás

Os de França, Alemanha, entre outros. Ou eles não passaram os últimos anos tratando de mudanças climáticas, fazendo live com Greta Thumberg ou coisas do gênero? A UE não vive para tratar de refugiados das guerras no Oriente Médio? A ONU não vive para liberar drogas, empoderar mulheres, e impor ideologia de gênero. Documentos não faltam. Matérias na imprensa tampouco. Contra fatos não há argumentos, só narrativas e não discutirei narrativas.

Pragmatismo
Pragmatismo
Responder para  Fabio Sahm Paggiaro
2 anos atrás

Deus! Li isso mesmo? Creio que há impossibilidade de comunicação, meu caro. Apenas corroborou meus escritos no comentário pretérito. O “ocidente” ficou brincando de proteger as mulheres e impor o “gayzismo” esqueceu-se do realismo em relações internacionais.

Caerthal
Caerthal
2 anos atrás

O Brasil não precisa de base militar de potência extrangeira alguma, independente da cor.