Pentágono se prepara para abastecer a Ucrânia com armas por anos

A questão não é apenas a capacidade logística de invasão anfíbia mas a nossa capacidade de nos defender, tanto o RU quanto a FRA tem essa capacidade logística grande que foi comprovada no Mali e na Guerra das Malvinas, se juntar uma frota europeia sem Reino Unido e França, ainda há uma marinha MUITO superior a nossa, principalmente contando APENAS com ITA, HOL, ESP e Noruega. Temos um exército pesado (com diversos MBTs, DAAes de médio-curto alcance e peças de artilharia soviéticas), além de armado com ATGMs e Manpads como o Ucraniano? Não. Temos uma marinha minimamente dissuasiva e capaz de impor pesadas perdas ao inimigo HOJE? Não. Você esta considerando um país do tamanho de MG mas pesadamente armado com um gigantesco porém muito mal armado. Se ver a questão do espaço e FAs verá que somos sim muito pouco armados. A Ucrânia possui (ou possuía) meios AAes que o EB sequer sonha em ter, possuía até MBTs, fuzis e veículos VBML-RT melhores.

Se num contexto extremamente improvável, tirando os membros do CS da ONU, uma frota feita por italianos, espanhóis e holandeses nos atacassem, o que teríamos pra nos defender seriamente? Nossa frota fica 80% na Baía de Guanabara, somos inferiores em termos de vasos de superfície e só teríamos alguns Riachuelos pra fazer frente há um ataque. Marinha e Força Aérea ucraniana foram pro saco em semanas, quem realmente impôs pesadas perdas aos russos foi o exército ucraniano com auxílio da sua aviação de asas rotativas.

Após perdermos nossa marinha, veríamos nossas duas maiores cidades (RJ e SP) reduzidas a cinzas com fogo de artilharia naval. Nossa única capacidade seria utilizar alguns vetores aéreos pra função AsuW e ASW… Isso sem contar a capacidade AAW muito superior das F-100, Horizon e FREMMs. Seria fácil? Quanto tempo até nossa elite política se render e aceitar os termos? 60% da população vive no litoral.

A MB não tem fragatas modernas, contratorpedeiros, mas temos concursos sem parar, 80 mil de efetivo, mais gente do que a marinha indiana, salários com penduricalhos, lagostas, auxílios transporte, alimentação, enfim… Ou se reestrutura isso daí ou é melhor acabar com essa força e criar uma guarda costeira, fica mais barato para o contribuinte e no mínimo é mais sincero.
Nossa despesa é descontinuada. Não se transforma em conhecimento, com raras exceções.

Os submarinos são licenciados, as fragatas serão licenciadas, a propulsão dessas coisas não nos pertence assim como eletrônica e armas. Quase tudo é ToT que precisa de licença vinda de fora. Tudo é royalties e dependência. Marinha que gasta 80% do orçamento com gente. Não tem navio porque gastaram o dinheiro dos navios com pessoal.

Nossas FAs são uma evolução dos quadros advindos da 2ªGM e da Guerra Fria, não tem ”pojeto” pra fazer frente a adversário nenhum, tanto é que a ESG naquele estudo em 2019 imaginava que os EUA nos daria literalmente TUDO pra combater um ataque francês, ou seja: Eles mesmo admitem incapacidade.

Outros países definem suas necessidades baseados em cenários geopolíticos, onde elegem os possíveis adversários a serem enfrentados. Assim faz o Tio Sam, a Rússia, e etc; mas o Brasil sofre de um pudor que o impede de pensar em prováveis inimigos.
Isto leva a uma incapacidade em definir um possível adversário para balizar e estabelecer os parâmetros para definir o nível de poder bélico necessário para garantir a defesa do país. (Venezuela? A FARC usando o rio Amazonas para transportar drogas para Europa? EUA, França ou Inglaterra caso um ambientalista vença as eleições e ataque a Amazonia alegando preserva-la? China caso seus pesqueiros entrem na ZEE do Brasil e usem seu poderio econômico nas exportações de commodities como barganha contra nossa Amazônia Azul? E se EUA e Rússia fizerem da Venezuela um cenário de guerra similar ao feito na Síria qual seria o papel do Brasil?)

Por isso FAs seguem sem rumo e objetivos claros. Assim surgem planos que projetos são iniciados e nunca terminados ou super atrasados, ocorrendo sempre mudanças no meio do caminho, a maioria das quais, lastreadas na desculpa da falta de verbas, isto apesar do imenso orçamento que o país dispõe no setor ser realocado para salários de ativos e inativos. E, não havendo objetivos e metas fica quase natural a tendência para a gestão cair na armadilha da atenção de interesses pessoais dos administradores e a ação de lobbies e interesses corporativos, o que tende a levar a instituição ao inchaço de seu quadro de pessoal e a degradação dos serviços que presta a sociedade (Aliás, no caso do Brasil isto é praxe na maior parte dos serviços públicos).

Portanto, caso ocorra uma guerra, quem vai realmente ”salvar” o Brasil numa ocupação será talvez o povo brasileiro lutando em forma de insurgência, como fizeram o povo iraquiano e ucraniano. Nossa verdadeira vantagem é nossa urbana fechada e densa em RJ e SP, o problema é o nível palpérrimo de armamento das ”instituissoins pubricas di ixtadu”, caso algum país adversário de quem nos ataque nos forneça ATGMs e MANPADs ai sim teremos uma mínima chance, caso contrário é game over. Se juntar um país como o nosso e armasse ele com muitos MANPADs e ATGMs seria um inferno pra qualquer atacador… Mas conhecendo o EB, encomendam 48 Spike LR, colocam o mínimo do mínimo nos Helicópteros e dizem que é o suficiente pra manter ”dótrina”.