45 dias de conflito no Leste Europeu - 7

Prof. Dr. Ricardo Cabral*

Os russos deram início à “Operação Especial” a fim de erradicar o neonazismo na Ucrânia com um ataque surpresa da aviação e de mísseis contra as principais bases militares e estruturas de Comando & Controle das Forças Armadas e do governo ucraniano. Neste momento, as assimetrias entre o potencial bélico dos dois países se ampliaram. Inicialmente a infraestrutura urbana civil foi poupada.

Os russos deram início à invasão por terra, utilizando tropas aerotransportadas, paraquedistas, forças especiais e forças-tarefa blindadas com um efetivo variando ente 120.00 e 150.000 contra um exército ucraniano com um efetivo aproximado de 250.000 homens.

Os russos confiavam na sua superioridade de meios para vencer rapidamente, para tanto desdobram muitas unidades blindadas e mecanizadas, com apoio da aviação. O objetivo era destruir as Forças Armadas Ucranianas, outro centro de gravidade. A progressão dessas tropas se deu em colunas, facilitando a tarefa da resistência ucraniana.

Resumindo, para os russos a “operação especial” era uma guerra limitada visando destruir os centros de gravidade ucranianos: ocupar o centro político, derrotar as FFAA Ucranianas e desmobilizar a população para uma guerra de resistência. No entanto, os meios militares disponibilizados estavam aquém das necessidades para se atingir os objetivos políticos e militares, além de falhas operacionais.

Seguindo

No início das operações, o avanço russo se deu em quatro eixos de progressão:

  • Eixo Norte – progressão partindo de Belarus em direção à Kiev, centro de gravidade político;
  • Eixo Leste – progressão em direção geral à Kiev, em um movimento de pinça, neste eixo está a cidade de Karkhiv que foi cercada, mas até agora não foi conquista. É um dos principais objetivos militares dos russos;
  • Eixo Sudeste – na direção da região de Donbass, a fim de conquistar toda região e proporcionar segurança às repúblicas de Donetsk e Lughansk, em um movimento de pinça. Outro principal objetivo político-militar russo;
  • Eixo Sul – partindo da Crimeia em direção à Kherson, foram abertos dois eixos de progressão, ambos em direção Norte, para Kryvyi Rih e Zaporizhzhia ao longo de duas linhas principais, de Beryslav, ao longo da margem do Rio Dniepr, e de Snihurivka-Bereznehuvate para o Norte. Os objetivos eram controlar as saídas para o mar, os portos (que foram bloqueados pela Esquadra do Mar Negro) e as principais cidades.
  • Bloqueio naval pela Esquadra russa do Mar Negro à Odessa e em Berdyansk e Mariupol no Mar de Azov.

A progressão das forças russas foi retardada devido à resistência ucraniana maior do que se esperava, evidenciando uma falha da inteligência russa. Na região de Donbas onde Kiev havia concentrado tropas e meios para reconquistar os oblasts de Donetsk e Lughansk a resistência foi ainda maior e onde estavam sendo travados os combates mais duros. Outro ponto que retardou o avanço russo foram as suas próprias limitações logísticas.

Após alguns dias sem saber como reagir os Estados Unidos, a União Europeia, a Otan e aliados começaram a enviar armas, principalmente, mísseis portáteis anticarro e antiaéreo, drones e munição para a Ucrânia. Além disso, Kiev passou a receber voluntários e contratou mercenários para reforçar as suas tropas. Homens e material eram enviados pela fronteira com a Polônia, que os russos começaram a atacar com mísseis e aviação.

Com 15 dias de guerra a situação evoluiu para o mapa abaixo:

https://www.understandingwar.org/backgrounder/russian-offensive-campaign-assessment-march-11

Neste momento da campanha, a dificuldade de se avançar rapidamente contra Kiev e em Donetsk, levou aos russos a empenhar ainda mais a aviação, helicópteros, ataques com mísseis e fogos de artilharia. As baixas russas começaram a aumentar, muitas advindas de procedimentos táticos incorretos.

Uma das explicações desse avanço russo que se sustentava, mas aquém do esperado pelos analistas ocidentais, se deu pelo fluxo de ajuda militar dos EUA e seus aliados para os ucranianos e por falhas operacionais russas. Kiev também contava com informações fornecidas pelo Ocidente.

Além da resistência ucraniana acima do esperado, os russos, inicialmente, estavam empenhando apenas uma parte de suas forças e a operação estava sendo conduzida sob regras de engajamento bem restritas. Tal linha de conduta prevaleceu nos primeiros 15 dias de luta. Até esse momento da campanha, os russos pouparam a infraestrutura urbana e realizavam suas operações procurando provocar um mínimo de baixas entres os civis. Essa situação começa a mudar a partir do 15º dia da invasão., por quê?

Porque o presidente Volodymyr Zelensky exortou a população a resistir aos russos e distribuiu armas aos civis que desejassem se engajar nos combates, em toda parte começaram surgir relatos de emboscadas, assassinato de prisioneiros, de feridos, de envenenamento entre outras, todas realizadas por civis ucranianos armados ou não, isso fez com que todo civil com atitude hostil fosse encarado como inimigo pelos russos. Isso, infelizmente, é da guerra.

Outra decisão importante de Kiev foi a de combater nas cidades, uma missão difícil para qualquer exército atacante. Os ucranianos então passaram a utilizar as instalações civis importantes (escolas, hospitais, maternidades, estabelecimentos culturais e comerciais entre outros) e imóveis residenciais como locais de depósito de armas, de reunião de combatentes e para o lançamento de ataques, tornando esses locais alvos para os militares russos. Outra consequência foi a utilização dos civis como escudos humanos, aumentando, significativamente, o número de baixas entre a população.

Lembro que tais medidas são amplamente utilizadas nas guerras de resistência, foi assim nas guerras mundiais, no Vietnã e mais recentemente no Iraque e na Síria, como por exemplo.

  • A partir do 20º dia de combates, observamos uma série de mudanças:
  • Os russos passaram a destruir a infraestrutura urbana empregada pelas forças ucranianas para apoio de suas ações de combate ou pontos de resistência;
  • A chegada de novas tropas russas para manter o impulso do ataque e ao que parece uma mudança estratégica com a concentração de esforços na região de Donbass e no mar de Azof;
https://edicoespqp.blogs.sapo.pt/ucrania-3114736
  • A permanência do gargalo logístico russo, apesar do uso cada vez mais intenso das ferrovias e dos aviões de carga;
  • A superioridade aérea da VKS (força aérea russa) não permitia liberdade de movimentos das forças de resistência e nem a concentração de forças para um contra-ataque;
  • Os russos estão se tornando mais eficientes nas contramedidas para a neutralização MANPADS, ATGM, UCAVs e SAM recebidos pelos ucranianos, que mesmo assim não deixam de provocar perdas devido as suas próprias falhas táticas;
  • A chegada de tropas russas especializadas em ações sociais e de engenharia nas áreas ocupadas para ganhar o apoio da população;
  • O uso das armas mais poderosas do arsenal russo e o reforço das tropas em combate, longe de indicar um esgotamento das capacidades russas, indica a determinação russa de derrotar o inimigo e ocupar parte do território;
  • -O fornecimento de MANPADS, ATGM, UCAVs, SAM (soviéticos em estoque nas ex-repúblicas socialistas) pela Otan para a resistência ucraniana estão tornando as linhas de comunicações russas menos seguras e pode representar uma ameaça a sua superioridade aérea;
  • -Os efetivos ucranianos tem sido reforçados com voluntários e mercenários em um fluxo cada vez maior;
  • As baixas russas não param de aumentar, o ataque parece que está perdendo o seu impulso e as forças ucranianas conseguem fazer contra-ataques pontuais e até mesmo recuperar (mesmo que temporariamente) territórios perdidos;

Do 30º ao 45º dia de guerra

  • Cada vez mais os russos parecem estar perdendo o impulso do ataque, com isso, começamos a perceber uma reorganização das forças e mudança na estratégia. As unidades mais desgastadas começaram a ser enviadas para a retaguarda;
  • O comando russo decidiu se concentrar para engajar e destruir as principais forças da Ucrânia, no Leste, na frente de Donbass. Essas são as unidades mais pesadas e mais experientes do exército ucraniano;

No dia 29/3, reorganização das forças e mudança na estratégia russa se confirmou, com um retraimento de Kiev e Chernihiv em direção a Belarus e a Rússia com isso o eixo de progressão em direção a Kiev vindo do Norte foi abandonado. No entanto, o eixo leste está sendo reforçado. O avanço em direção a Cracóvia com objetivo de cercá-la, a conquista da região de Donbass e a consolidação da ocupação de Zaporizhia parecem ser as prioridades atuais.

Moscou começou a trazer tropas vindas dos distritos do Pacífico para substituir as unidades desgastadas pelo combate. Forças chechenas passaram a ser empenhadas na conquista de Mariupol, no Mar de Azov, do oblast de Zaporizhia.

Analistas começaram a especular se o movimento inicial das forças russas em direção à Kiev foi um movimento de fixação, pois impediu que os ucranianos reforçassem as frentes Leste e Sul. É provável que sim, mas podemos também especular no sentido que os russos perceberam que teriam que empenhar muitos recursos na conquista de Kiev. A cidade tem ilhas e se estende as duas margens do rio Dnipre. O combate urbano é sempre muito difícil e Kiev oferece muitas possibilidades ao defensor. A alternativa mais viável, para os russos, seria arrasar a cidade, com a artilharia, para só depois entrar com a infantaria, em um combate quarteirão a quarteirão.

Nesta altura da campanha, o empenho de todas as unidades russas disponíveis no Teatro de Operações sem conquistar os objetivos colocados pela política, indicava que eles ultrapassavam o ponto culminante do ataque e deveria reformular seus objetivos e a estratégia. As perdas russas são estimadas, por analistas ocidentais, em torno de 20% do material e do pessoal, empenhado em combate.

  • Em 2/4 uma força de 10 navios de guerra reforçou o bloqueio a Odessa e estão bombardeando as instalações militares e civis críticas com mísseis;
  • Verificamos que as principais ações russas são no sentido de controlar a região do Donbass (oblast/cidades de Kharkiv, Lughansk e Donetsk). Nesta altura da campanha, os russos praticamente cercaram Kramatorsk (capital de Donbas) e avançam lentamente pelo território dos oblasts de Zaporizhia, Kherson.
  • Um avanço para Odessa a partir de Mikolayiv, não pode ser descartado. Odessa, Kherson e Mikolayiv defenderiam a Crimeia, fechariam o acesso ucraniano ao mar Negro e permitiram a junção com a Transnístria (na fronteira da Ucrânia com a Moldávia);
  • A manobra para conquistar Odessa, seria atravessar Mikolayiv com uma força de blindados em direção à Odessa, ao mesmo tempo que os fuzileiros navais realizariam um assalto anfíbio;
  • Mariopol foi praticamente conquistada restando apenas focos de resistência das milícias, a se confirmar isso, os russos terão o controle sobre o mar de Azov;

  • Ao que parece que a Rússia está limitando seu avanço às considerações geopolíticas e à fronteira linguística do país;
  • Os aumentaram a intensidade dos ataques contra a infraestrutura militar e civil ucraniana, depósitos de combustível e munição, pontes, aeroportos etc, visando reduzir o poder de resistência dos ucranianos e dificultar a movimentação de tropas e suprimentos pelo território;
  • O emprego de drones, helicópteros e da aviação tem dificultado a movimentação de tropas ucranianas (algo que deve melhorar nos próximos dias com a chegada de mais meios de combate fornecidos pelos EUA e seus aliados, a se comprovar);
  • A superioridade aérea russa está sendo contestada por baterias de mísseis S-300 e por mísseis portáteis (Stinger, RBS70, Igla S. Os ucranianos desejam criar uma no fly zone (zona de exclusão aérea) na Ucrânia;
  • As melhores forças russas e ucranianas estão no Sudeste na região de Donbass. O avanço russo tem encontrado grande resistência devido as posições defensivas preparadas (trincheiras, fossos anti-blindados, campos minados etc), desde 2014, pelos ucranianos e que estava sujeita a avanços e recuos de ambas as partes;
  • Chegada de reforços do distrito militar leste russo (pacífico) em substituição as tropas já desgastadas no ataque a Donetsk e a Kharkiv tem por objetivo destruir a principal força ucraniana no Leste e controlar a região de Donbass;
  • Após a mudança nas prioridades estratégicas, Moscou mudou o comandante das operações, assumiu o General Alexander Dvornikov, que é veterano da guerra na Síria
  • É provável que venhamos a assistir uma grande batalha na região de Donbass, que pode até decidir os rumos da guerra, em caso de vitória ucraniana;
https://twitter.com/JominiW/status/1509744374158176260/photo/1

Algumas considerações sobre as Forças Armadas Ucranianas

  • Desde 2014 o Exército ucraniano, a Guarda Nacional e a Força de Defesa Territorial (milícias paramilitares, responsabilidade do Ministério do Interior, organizada nas grandes cidades) tinham sido treinados pela Otan para combate contra o Exército russo;
  • A experiência de combate do Exército ucraniano, em Donbass, na luta contra as milícias, forças especiais e até mesmo um exército das repúblicas populares treinado pelos russos e que segue a doutrina russa;
  • Em 2014, os ucranianos desenvolveram o Projeto Centúria para reforçar o exército ucraniano. Em 2020, o Exército Ucraniano tinha cerca de 40% de seu efetivo composto por mercenários estrangeiros e milícias paramilitares (muitas delas neonazistas);
  • Militares da Otan estão treinando ucranianos nas proximidades da fronteira com a Polônia, de vem o fluxo de armamentos;
  • A chegada de blindados, aviões e baterias de mísseis vai permitir aos ucranianos lutar em melhores condições e ter condições de lançaram contra-ataques em maior escala e capacidade;

Conclusões

Como o objetivo político inicial da “operação especial” não foi atingido, a Rússia busca agora consolidar as posições mais importantes, enquanto negocia um cessar fogo em uma posição mais favorável.

Enquanto o acordo não acontece, a Rússia está atuando para derrotar as forças ucranianas em Donbass no limite de Kharkiv, consolidar o domínio sobre Khernon terminar a conquista de Mariupol.

A Rússia não está usando todo o seu potencial militar por estar com a maior parte de suas forças em prontidão estratégica contra uma possível intervenção da Otan.

A resistência ucraniana depende do fluxo de suprimentos e de inteligência recebido dos EUA, União Europeia e seus aliados. Tal fato subordina toda a política e a estratégia ucraniana a Washington e Bruxelas, em uma guerra por procuração.

No caso de chegar um acordo de cessar fogo com os russos ocupando parcelas do território ucraniano, o cenário mais provável, é a continuidade das operações, por meio de pequenas unidades e operações especiais, caracterizando uma guerra de baixa intensidade.

Sites consultados


* Mestre e Doutor em História Comparada pelo Programa de Pós-Graduação em História Comparada (PPGHC) da UFRJ, professor-colaborador e do Programa de Pós-Graduação em História Militar Brasileira (PPGHMB – lato sensu), da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/UNIRIO e Editor-chefe do site História Militar em Debate e da Revista Brasileira de História Militar. Website: https://historiamilitaremdebate.com.br

0 0 votos
Classificação do artigo
Inscrever-se
Notificar de
guest

39 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Marcos10
Marcos10
2 anos atrás

Mesmo que cheguem em um acordo, ficando os russos com as áreas conquistadas, nada garante que os russos não continuarão infiltrando “ucranianos” pró-Russia dentro do que restar do território ucraniano, até porque uma das condições dos russos é a neutralidade da Ucrânia, ou seja, sem OTAN, garantindo tão somente que os russos possam justamente a continuar a atacar.

Rayan
Rayan
Responder para  Marcos10
2 anos atrás

Bem pensado. Parabéns pela análise. Os russos fizeram isso no Norte do Cáucaso e trouxeram a maioria das sociedades ingushe, chechena e kabardino para seu jugo e apoio, através de cooptação com subvenções, corrupção de clãs e elites. Pode acontecer o mesmo em.algumas regiões da Ucrânia.

Boitatá
Boitatá
Responder para  Marcos10
2 anos atrás

Ucranianos odiarão russos por gerações

Marcos10
Marcos10
2 anos atrás

A única solução para a Ucrânia é continuar lutando, até que as baixas russas se tornem tão significativas que não haja compensação para os russos, tal qual fizeram os afegãos.
Outra questão não tratada, é a situação da economia russa. Somente agora os russos começam a sentir os impactos das restrições impostas pelo resto do Mundo.

Capa Preta
Capa Preta
2 anos atrás

Obviamente também que todo oeste da Ucrânia está sendo preparado,equipado e abastecido para resistência, porém tem que imaginar quanto tempo um país consegue resistir sob ataque com sua produção, economia e abastecimento básico de água ,energia, gás e alimentação sendo prejudicadas.

Alexandre ziviani
Alexandre ziviani
2 anos atrás

Os Russos deveriam ter algumas aulas com os Azeris em relação a sua experiência na guerra de Nagorno kharabak,onde,com o uso de drones e loitering munitions aniquilou a milícia Armênia,com o uso intensivo destes meios os Russos podem ter a oportunidade de quebrar a resistência ucraniana.

Guilherme Leite
Guilherme Leite
Responder para  Alexandre ziviani
2 anos atrás

Acredito que essa seria a solução temporária, as contramedidas do ocidente podem ser disponibilizadas e empregadas facilmente. A verdade é que tudo que acontece na Ucrânia é acompanhado e analisado no EUA, o próprio Elon Musk transferiu parte do seus satélites para lá, imagina a quantidade de dados que os americanos possuem para sussurrarem nos ouvidos dos ucranianos, o surpreendente desempenho das forças ucranianas não são SÓ motivação não, tem muita informação por trás. Os próprios vants ucranianos são dirigidos por alvos estrategicamente escolhidos pelo ocidente, que informam quando e onde os russos iram atacar !

rdx
rdx
Responder para  Guilherme Leite
2 anos atrás

Cantei a pedra 1 mês atrás….que a Ucrânia estava recebendo apoio logístico, assessoramento e, sobretudo, muita Inteligência dos EUA (satélites, Drones, NSA, RC-135 etc.). Na verdade, os EUA estão fazendo guerra por procuração… é tudo EUA menos os bravos combatentes (embora exista um exército clandestino de operadores especiais combatendo ao lado dos ucranianos), assim como aconteceu na guerra do Afeganistão mais de 3 décadas atrás. O desfecho, aliás, é previsível.

A propósito: antes de começar a guerra um general do US Army alertou que o exército russo era um grande lixo. Ele disse, entre outras coisas, que o exército russo era um bando de conscritos chefiados por oficiais ruins… com logística horrível e Inteligência inadequada. Ele acertou em cheio.

Guilherme Leite
Guilherme Leite
Responder para  rdx
2 anos atrás

O desempenho russo está sendo muito abaixo do esperado, eles tem muitas tecnologias, mas os oficiais são extremamente despreparados para os seus cargos e os conscritos não sabem o que estão fazendo, até porque esses últimos não estão lutando pelas suas casas.

Acerca do RC-135, pela sua constância nos arredores, ele deve estar fazendo um bom estrago, o EUA está com toda a sua inteligência utilizada no oriente médio disponível para a Ucrânia, cuida-se de uma equipe experiente e com um objetivo muito mais fácil do que o anterior, o resultado nós vemos na evolução do mapa acima.

Entretanto, a guerra vai ser muito mais limitada agora, eles perderam a chance de utilizarem mísseis anti navio lançados por terra no começo, no mar de Azov. Odessa deve ser um alvo bem fortificado mas que poderia ligar com as forças na Moldavia, acredito que os russos não tentaram nada por lá mesmo após a tomada de Donbas…Esse útlimo, acredito que será a Stalingrado do século 21.

Léo Neves
Léo Neves
Responder para  Alexandre ziviani
2 anos atrás

Mas a Rússia está utilizando sim e muito todo dia sai vídeos. Mas a Ucrânia é um país muito grande e muito mais equipado a guerra não é rápida.

André
André
Responder para  Léo Neves
2 anos atrás

Em tempo Grande guru: A Ucrânia é pouca coisa maior que o estado de Minas Gerais.

Boitatá
Boitatá
Responder para  André
2 anos atrás

A gente é que tá mal acostumado. Isso é coisa pra caramba, dá duas Franças

Pablo Maroka
Pablo Maroka
2 anos atrás

Russia é uma venezuela gelada, só faz barulho, mas na prática…

Henrique
Henrique
2 anos atrás

Análise interessante. O fato é que a Ucrânia vem se preparando desde 2014 para possíveis cenários de invasão russa o que lhe garantiu um reagrupamento e manutenção de sua linha de comunicação e comando para enfrentar os russos depois dos primeiros dias de ataque.
Fato também que o ocidente inteiro (via Otan e EUA) estão ajudando a Ucrânia portanto essa guerra de “procuração” do lado ucraniano mostra que os russos de fato estão lutando de alguma forma com toda a Europa.
Outro fator interessante é o serviço de inteligência russo ter falhado tanto em não prever todos os movimentos de resistência, inclusive a mobilização civil, que mais causou baixas do lado russo pois no inicio parecia óbvio que os regimentos russos não estavam sabendo lidar com a situação quando atacados em emboscadas.
É um cenário de xadrez complexo hoje para os russos pois seu comando militar visivelmente falhou estratégica e taticamente e agora precisa definir qual o nível de “ignorância” precisará aplicar para reverter esse jogo.
Nas teorias de conspiração que pipocam nesse tipo de conflito, uma é que os próprios “dissidentes ocultos” do Kremlin podem ter empurrado o Putin para esse atoleiro sabendo que a situação o colocaria em xeque se degringolasse..
A única conclusão até o momento é que cidadãos ucranianos e jovens e pais de família das forças armadas (de ambos os lados) estão perdendo suas vidas por conta de políticos (de ambos os lados) que só pensam em seus próprios interesses.

Alfredo Araujo
Alfredo Araujo
Responder para  Henrique
2 anos atrás

A única conclusão até o momento é que cidadãos ucranianos e jovens e pais de família das forças armadas (de ambos os lados) estão perdendo suas vidas por conta de políticos (de ambos os lados)”
.
O q um político de um país invadido, pode fazer para salvar as vidas de seus jovens e pais de família ? Assinar rendição ?

Henrique
Henrique
Responder para  Alfredo Araujo
2 anos atrás

Não é essa questão Alfredo e sim o que ele poderia ter feito para evitar que o conflito acontecesse. Ele também provocou a Rússia diversas vezes deixando a coisa escalar a um confronto direto e quais os interesses por trás disso um dia saberemos.
Não sou torcedor pra nenhum dos lados desse conflito pois procuro analisar todas as nuances que deflagraram uma guerra estúpida em pleno século 21.

Tomcat4,3
2 anos atrás

Os russos estão meio que andando em círculos nesta empreitada, mas tbm creio que a nata dos militares e equipamentos estão realmente de prontidão esperando uma possível briga com a Otan. No geral creio que os russos ainda sairão melhores nesta história no frigir dos ovos.

Nilton L Junior
Nilton L Junior
2 anos atrás

conclusão os Russos ainda estão batendo a Ucrânia apanhando ainda mais, NATO/USA vendo o parque da UE pegando fogo e ainda pagando para os Russos bater.

Hank Voight
Responder para  Nilton L Junior
2 anos atrás

Conclusão: Sua passação de pano para a Rússia está completamente equivocada

Nilton L Junior
Nilton L Junior
Responder para  Hank Voight
2 anos atrás

Certo então a Ucrânia esta ocupando território Russo, UE parou de comprar petróleo e gás da Russia, e de quebra a economia Russa colapsou, me parece que sua realidade destoa dos fatos.

PedroB
PedroB
Responder para  Nilton L Junior
2 anos atrás

E o mapa de ocupação russa depois desse tempo todo diz o que? Do pouco que ocuparam ainda recuaram no norte.

Nilton L Junior
Nilton L Junior
Responder para  PedroB
2 anos atrás

Ah é mesmo, e esse recuo significa o que?

Nilton L Junior
Nilton L Junior
Responder para  Nilton L Junior
2 anos atrás

É a galera compra a papo furado de que a Rússia é bandido mal mas a NATO/USA/UE são bandidos do bem, por isso a obtusidade em entender que se trata de uma disputa entre duas potencias capitalista de interesses tanto geopolítico como geoeconômico.

Leandro
Leandro
Responder para  Nilton L Junior
2 anos atrás

Os acéfalos achando que é uma guerrinha de um paisinho contra uma potência. Ali não tem inocentes.

Nilton L Junior
Nilton L Junior
Responder para  Leandro
2 anos atrás

Leandro vamos pegar o que USA/NATO dizia, que a Rússia estava estacionando tropas na fronteira com a Ucrânia, que estaria em torno de 140 a 150 mil soldados e que o efetivo da Ucrania era 300 aproximadamente, esses números por si só ja da uma dimensão do conflito, de inocente só os civis que morreram.

Alexandre ziviani
Alexandre ziviani
2 anos atrás

Acredito que a vingança da Rússia vira na forma de envio de neonazistas capturados sendo ainda mais radicalizados nas cadeias e enviados de volta para a Europa como refugiados ,sendo instruídos a realizar chacinas e ataques a bomba a mesquitas e centro financeiros/ bairros progressistas levando a Europa para uma guerra étnico religiosa nunca antes vista na história.

Marcos10
Marcos10
Responder para  Alexandre ziviani
2 anos atrás

Soldados russos capturados estão sendo trocados por soldados ucranianos. Os Oficiais, não. Os russos temem que a CIA esteja cooptado estes para trabalharem como espiões.

Henrique
Henrique
2 anos atrás

Se a ofensiva do norte em direção a Kieve era apenas uma finta então por que os russos empregaram tantos meios e recursos?
Por que mantiveram a pressão por tanto tempo se era apenas uma distração?
Muito mais provável é que eles realmente subestimaram os ucranianos, acharam que estes iriam desmoronar rapidamente e entregar a capital sem muita luta, mas como resistiram ferozmente os russos viram que não tinham os meios e nem a tolerância pra resistir às terríveis baixas e a longa batalha.

sub urbano
sub urbano
Responder para  Henrique
2 anos atrás

Morreram mais ucranianos no assalto à cidade de Kherson no sulda ucrania que em Kiev, oq vc acha? Vou te fazer uma outra pergunta e a sua resposta responderá também a sua pergunta. Os ucranianos enviaram mais tropas para Kiev ou para Donbass? Você acha que os ucranianos morderam a isca? Claro que o comando ucraniano deve ter sofrido uma pressão política gigante para contra atacar Kiev, pq o pensamento do político é diferente. Se o Tom Cooper percebeu isso após tres dias de guerra e até EU postei isso aqui, os generais ucranianos que estudaram junto com os russos perceberam também. Agora, combateram? Lógico que sim, até porque as tropas de diversão se vissem uma oportunidade aproveitariam.

Em tempo, só quem não percebeu foram os militares do site do EB (fechado sob o argumento “pára que ta feio”). E isso confesso que me assustou. Quero acreditar que alguma pessoa de dentro do EB leu aquilo e viu tantos erros que reclamou. Quero acreditar pq temos um país gigante na mão desses caras.

Antunes 1980
Antunes 1980
2 anos atrás

Com esse remanejamento de tropas, a conquista dos objetivos a leste e ao sul serão realizados com mais rapidez.

Um fator importante e não considerado, é de que as forças russas estão adquirindo experiência em combate, e aos poucos conseguindo avançar sem tantas perdas como no início da guerra.

Segundo vários meios de comunicação, neste momento os ucranianos estão sofrendo pesadas perdas, algo que ao meu ver é insustentável pelos próximos 30 dias.

A tendência é dos russos fecharem a fatura em cerca de 60 dias. Pois agora é tudo ou nada pra eles.

Palpiteiro
Palpiteiro
Responder para  Antunes 1980
2 anos atrás

Ingleses enviando 120 brindados e harpoon

Casemiro
Casemiro
2 anos atrás

A Ucrânia não tem condições de contra-atacar os russos.
Está claro que a única tática é tentar resistir em áreas fortificadas.
Quaisquer tentativas de colocar tropas em movimento têm sido destruídas por elementos aéreos russos.
Dessa forma, vem apenas ‘vendendo caro’ cada povoado ocupado pelos russos.
Suas perdas devem estar muito grandes, porque o Governo ucraniano anunciou que fará nova mobilização de pessoal.

Fernando
Fernando
2 anos atrás

“A Rússia não está usando todo o seu potencial”
Dizem especialistas.

Gabriel
Gabriel
2 anos atrás

Não entendi.

Por favor, Toinho, a guerra não acabou em 6 (seis) dias, com uma rendição completa da Ucrânia???

Nilton L Junior
Nilton L Junior
Responder para  Gabriel
2 anos atrás

Coloca a postagem do Kings onde ele diz em 6 dias.

Rayan
Rayan
2 anos atrás

Excelente estudo, muito bem fundamentado e objetivo. Também bastante analítico e fidedigno aos fatos.

Porém alguns detalhes do estudo que não estão precisos:

1. O efetivo das forças ucranianas não é de 250 mil soldados, mas 300.000 regulares, 200 mil paramilitares e 400.000 reservistas mobilizados, fora que em Kiev mobilizaram todos os homens de 18-60 anos.

2. As baterias antiaereas ucranianas de ponto/área e média/alta altitude foram em grande parte destruídas, subsistindo grande ameaça à supremacia aérea russa o emprego de MANPADS ocidentais como Stinger e o Startreik britânico

3. Os russos ainda não cercaram Kramaforst. Estão ao sul de Izium concentrando forças.

4. Grande parte das baixas significativas russas foram até o 15° dia (2 primeiras semanas).

5. As melhores unidades ucranianas estavam em Donbass (batalhões nacionalistas e unidades aerotransportadas), Kiev e Kharkhiv.

Apenas para contribuir. Parabéns ao Professor pela pesquisa.

naval762
naval762
2 anos atrás

Um pouquinho enviesado, mas interessante, apesar de repetir muito o que outros analistas já disseram.

RENAN
RENAN
2 anos atrás

Senhores a guerra mudou
As lições aprendidas na segunda guerra mundial devem ser guardadas para a parte final do conflito onde as distâncias do combate será a cada rua a cada metro.
Os dois últimos conflitos mostra a necessidade de milhares de drones de observação e ataque, milhares de armas anti tanque e anti aérea.
E capacidade de obter informações do inimigo.

O Brasil tem que ver isso e aprender que hoje é melhor investir 1 bilhão em milhares de armas anti tanques e anti aérea doque em 30 tanques de guerra.
Melhor ter 200 drones de ataque doque 10 caças

Não que um anula o outro mas se tiver que optar por questão financeira é importante ter meios que multiplique seu poder, e possa ser escondido em lugares diferentes e discreto.

O Brasil não tem a capacidade financeiro de ter 300 gripens

Mas com certeza pode ter 300 baractar
Se o Brasil se armar com milhares de drones armas portáteis anti tanque e antiaérea aos milhares o mundo irá dizer ali fica impossível entrar sem enormes baixas.
devido ao território, a população e ao poder de destruição que estás armas tem por serem fácil de se esconder e muito úteis no combate.
Acorda Brasil

Agnelo
Agnelo
Responder para  RENAN
2 anos atrás

O problema, Renan, é q quando vc investe somente em meios q não impõe a iniciativa, q são pra “segurar” a força inimiga e não pra impor sua vontade, vc fica igual a Ucrânia. Fica igual Rocky Balboa no 1º filme…. Apanha…. Apanha….. apanha….
Vender uma guerra com resistência, como foi o Vietnã, e como a Ucrânia tem feito custa muito muito mais caro.
No fundo, há necessidade de se analisar as possíveis ameaças.
Pra dissuadir aventuras no nosso “TO Centro-Oeste” e “TO Sul”, se precisa de que?
É pra Amazônia, precisa de que?
O q poderão querer aqui é onde? Quem? E trabalhar pra isso.
A “tão falada” guerra na Amazônia, como tantos falam, seria como?
Vão invadir pelas riquezas, com a desculpa de proteger o meio-ambiente? Protegendo o meio ambiente, vão conseguir lançar a quantidade de bomba q lançaram no Afeganistão e Iraque?
Antes de tudo, guerra é um fenômeno politico-militar-econômico-social.
Tem de se analisar bem cada uma dessas questões.
Tática não é matemática. O q da certo em um lugar, não dá em outro.
10 % do q navega no mundo sai do Brasil. Só do PR, 40 % da proteína animal. Quem vai cessar um dos dois celeiros do mundo?
Nas cidades e nos campos, os ucranianos estão desenvolvendo a guerra brasilica, a guerra de emboscadas. Lá, estamos vendo a destruição q a Rússia tem lançado.
E no Brasil, vão destruir a selva q “por ela dão a desculpa de vir”?
CO e Sul, o q pode ocorrer? Será q seria potências ou vizinhos reforçados combinastes-vos regionais?
Entendo a colocação q postou, mas tá longe de ser compatível a Sit brasileira com a ucraniana.
Ucrânia tem ameaça definida e agora. Brasil tem ameaça indefinida pra daqui sei lá quando.
Por isso, q a ideia brasileira é o investimento em capacidades.
Se defende com o q tem, com o q se dá pra produzir e com o q se dá pra adquirir de aliados.
Acho dificílimo uma Sit na qual seremos inimigos de todos os lados existentes.