EXCLUSIVO: O alerta nas forças terrestres estratégicas nucleares russas

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Raketnyye Voyska Strategicheskogo Naznacheniya - 2

Sérgio Santana*

Concluindo a série de textos sobre os procedimentos de alerta empregados nas forças estratégicas nucleares russas, motivada pelo recente anúncio oficial de que elas entrariam nesse status, como mais um degrau da escalada de tensões provocada pelo conflito entre forças russas e ucranianas, em andamento, segue a descrição de como as forças terrestres estratégicas são colocadas nesta condição.

A RVSN

Antes de detalhar como o nível de alerta é aplicado às Forças Terrestres Estratégicas da Federação Russa, cabe um breve comentário acerca delas. Ao contrário dos demais elementos integrantes da tríade nuclear russa, já tratados no Poder Aéreo e no Poder Naval, o seu segmento terrestre representa um ramo independente no organograma das Forças Armadas russas, como são por exemplo o Exército e a Marinha, conhecido simplesmente como RVSN, iniciais para Raketnyye Voyska Strategicheskogo Naznacheniya, literalmente Força de Mísseis de Emprego Estratégico, estabelecido em dezembro de 1959 e atualmente composta por pouco mais de 50.000 integrantes, distribuídos por três exércitos subdivididos em 11 divisões sob as ordens do quartel-general em Kuntsevo nos arredores de Moscou. De acordo com fontes oficiais mais recentes a RVSN opera 320 mísseis balísticos de vários tipos, em silos terrestres e lançadores móveis, somando 1.181 ogivas. Deve-se chamar a atenção para o fato de que as Forças Armadas norte-americanas e as da OTAN não dispõem de lançadores móveis de mísseis balísticos intercontinentais.

O alerta no âmbito da RVSN

A finalidade do serviço de combate para os mísseis, que foi estabelecido na RVSN ainda em 1960 é mantê-los em um estado de constante prontidão para o lançamento. Os procedimentos de serviço de combate para a RVSN são definidos no Estatuto do Serviço de Combate das Unidades das Forças de Mísseis, que define os diferentes níveis de prontidão de combate e estabelece os procedimentos operacionais das unidades e subunidades da RVSN em cada nível.

Tal estatuto foi originalmente aprovado em 1960 e tem sido revisado desde então. Um dos princípios fundamentais do serviço de combate é a constante prontidão de combate de cada posto de comando, desde a estação central de comando da RVSN até o regimento ou um lançador individual (incluindo exércitos e divisões). O pessoal em serviço em todos os níveis é responsável por manter os mísseis prontos para lançamento e o monitoramento do status dos mísseis.

Atualmente, o tempo de reação (a quantidade de tempo decorrida entre o recebimento de um comando para lançar um míssil e o seu lançamento) é de alguns minutos, sendo este o status de “alta prontidão constante”. Mísseis em serviço de combate são equipados com suas ogivas todo o tempo, sendo reabastecidos e declarados prontos em seus silos.

Lançadores móveis em serviço de combate viajam em rotas dentro da sua zona de emprego, a área da qual não excede 125.000 quilômetros quadrados (350km por 350km). No caso de uma crise esses sistemas podem ser levados para fora dessa zona e espalhados por uma área maior. Sistemas baseados em trens podem patrulhar áreas a distâncias de até 1.500km da sua base e podem permanecer em trânsito por até dois meses.

O procedimento de pontaria é individual, com cada míssil em serviço de combate tendo uma determinação de voo específica, detalhando as localizações geográficas para os alvos das suas ogivas depois que um comando de lançamento é recebido.

Os alvos dos ICBMs são definidos no Plano Integrado de Operações das Forças Nucleares Estratégicas, que estabelece os alvos para ataques nucleares de todos os elementos de tais forças.

Este plano é delineado pelo Estado-Maior das Forças Armadas. Dentro dos seus limites, espera-se que a RVSN mantenha um certo número de mísseis capazes de destruir aqueles alvos, prontos para lançamento. O Estado-Maior da RVSN emite as ordens apropriadas para que os seus exércitos e divisões executem esta função.

Os modelos de mísseis mais recentes, como o Topol disparados de lançadores móveis, podem ter as coordenadas dos seus alvos atualizadas antes de atingi-los.

Uma das características da RVSN é sua habilidade de engajar alvos durante ataques do tipo “lançamento após alerta” (quando o disparo dos seus ICBMs é autorizado depois que o sistema de satélites e radares tenha detectado ICBMs inimigos em direção a alvos russos) e ataques retaliatórios (depois que tais alvos tenham sido atingidos). O primeiro tipo de ataque envolveria os mísseis adversários baseados em silos, que são vulneráveis aos últimos modelos de mísseis de ogivas múltiplas russos. Já os sistemas móveis, com a sua sobrevivência garantida pela mobilidade, são mais adequados a ataque retaliatórios.

Os mísseis atualmente empregados pela RVSN estão em serviço de combate com as informações dos seus alvos removidas dos seus computadores, em cumprimento a acordos individuais entre a Rússia e os Estados Unidos, o Reino Unido, a China e alguns Estados não-nucleares. Alguns dos mísseis baseados em silos foram reprogramados com trajetórias de voo neutras (sobre o oceano), enquanto os modelos mais recentes de mísseis estão em serviço de combate sem nenhuma trajetória de voo em seus sistemas. Mas esta situação é simbólica, porque bastam apenas alguns minutos para que as coordenadas de alvos sejam carregadas nos seus computadores, de acordo com algum plano operacional.

Depois que a decisão tenha sido tomada no sentido de usar armas nucleares e o cenário específico para o seu emprego tenha sido selecionado, o Estado-Maior emite as ordens apropriadas para os ramos das Forças Armadas sobre o uso de tais armas.

Para emitir esta ordem o Comando Central do Estado-Maior (que age como Alto Comando Supremo) destrava lançadores específicos e transmite os códigos de lançamento apropriados. No caso da RVSN, o sinal de gerenciamento de batalha primeiro alcança seu Comando Central e então é enviado para a cadeia de comando dos lançadores que serão utilizados.

Depois que os códigos de autorização e a ordem para o emprego de armas nucleares tenham sido transmitidos, o efetivo em serviço tem de inserir estes códigos e lançar os mísseis. O sistema de comando e controle também contempla a possibilidade de lançar os mísseis diretamente da sede do Alto Comando Supremo, sem a participação do pessoal de níveis inferiores.

O recebimento do comando de lançamento no lançador é seguido pelo preparo automatizado de lançamento. O intervalo entre a transmissão do comando de lançamento e do próprio lançamento depende do estado do míssil e do seu lançador ao tempo em que este comando é recebido. A ativação do sistema de guiagem do míssil (incluindo a transferência dos giroscópios para o modo operacional) e a ignição do sistema de propulsão do primeiro estágio (ou do acumulador de pressão de um sistema de lançamento “frio”, quando o míssil é ejetado do tubo lançador) deve preceder ao lançamento. No caso de mísseis baseados em silos, o sistema de absorção de choque que apoia o container tem de ser transferido para o modo operacional e a cobertura do silo tem de ser aberta.

O lançamento dos mísseis em sistemas móveis exige mais procedimentos e mais tempo do que o necessário a sistemas baseados em silos. Mísseis móveis podem ser lançados tanto em locais predeterminados quanto de qualquer localização na sua rota. Quando o comando de lançamento é recebido, o transportador estaciona, o lançador é fixado no solo com suportes hidráulicos e o tubo contendo o míssil é elevado para a posição vertical. Em seguida, o acumulador de pressão é iniciado e o míssil disparado do tubo.

O sistema de gerenciamento de batalha da RVSN é projetado para o monitoramento contínuo do estado dos sistemas de mísseis em serviço de combate e a transmissão confiável das ordens de lançamento. A estrutura do sistema inclui centros de comando de vários níveis, o sistema de automatizado de comando e controle e o sistema de comunicações.

Para os mísseis baseados em silos, todos os lançadores de um regimento (seis ou dez) são controlados a partir de um único posto de comando, que pode assegurar lançamentos em qualquer combinação.

No caso de lançadores móveis, a sua movimentação e controle ocorrem de maneira individual e o lançamento é conduzido a partir de cada lançador. Quando lançadores móveis estão estacionados em abrigos permanentes nas guarnições, o lançamento pode ser conduzido remotamente, sem a participação da tripulação do lançador.

O principal corpo administrativo da RVSN é o seu Estado-Maior. O gerenciamento de batalha é exercido a partir do seu Comando Central, localizado perto de Vlasikha, na região de Odintsovskiy, próximo a Moscou, apoiado por um Centro de Comando Reserva permanente.

As comunicações entre os centros de comando da RVSN utilizam três sistemas independentes: um principal, que utiliza cabos de comunicações em diversas redes; o sistema reserva, que emprega comunicações por satélite, links móveis de comunicação com alto nível de sobrevivência e rádios resistentes à interferência eletrônica; e, por fim, um sistema com redundância adicional, oficialmente designado “Perimetr” (perímetro), mas mundialmente conhecido como “Dead Hand” (“Mão Morta”), que dispara, na eventualidade de neutralização dos sistemas principais e de reserva, mísseis de comando em trajetórias altas sobre as bases de ICBMs para transmitir comandos de lançamento diretamente para os centros de comando de baixo nível ou silos individuais.


*Colaborador da Shephard Media, Autor de livros sobre aeronaves de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento

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Nilo
Nilo
2 anos atrás

Este alerta não é um aviso a Ucrânia e nem Europa, seu CEP é outro,
como Biden disse afora o embargo, a outra opção é guerra nuclear.

gordo
gordo
Responder para  Nilo
2 anos atrás

Embargo pouco vai resolver, as conexões econômicas nesse mundo globalizado quase que impedem a eficácia disso contra uma economia como a Russa. Enquanto os europeus vão ter problemas com o gás nós podemos ter com fertilizantes. E vamos combinar que até essas sanções terem efeito prático na população Russa a guerra já acabou, e para quem suportou cerco dos alemães na segunda guerra ficar sem poder ir na Disney ou para Paris é totalmente suportável. Resta o arsenal nuclear e se chegar a esse ponto o Mundo inteiro vai ficar fora do sistema de pagamento.

Felipe Morais
Felipe Morais
Responder para  gordo
2 anos atrás

Com todo respeito, acho que você focou demais na parte de não ir à Disney e em Paris e esqueceu de dar uma olhada nos impactos que já ocorreram em 2/3 dias desde o anúncio das sanções.

O buraco é muito mais embaixo. E os russos estão sentindo. Só quem não percebe é quem tá na empreitada de arrumar algum tipo de vantagem pra essa invasão russa.

Bruno Vinicius
Bruno Vinicius
2 anos atrás

Existe algum motivo específico para os russos darem prioridade ao componente terrestre da tríade e os americanos à submarina ou é apenas diferença doutrinária?

Jamil
Jamil
Responder para  Bruno Vinicius
2 anos atrás

Defesa x ataque. Rússia não atacará

carcara_br
carcara_br
Responder para  Bruno Vinicius
2 anos atrás

Custo e extensão territorial creio eu são fatores importantes.

Bosco
Bosco
Responder para  Bruno Vinicius
2 anos atrás

Bruno,
Os russos por adotarem lançadores móveis consideram que seus sistemas de terra estão aptos a sobreviver a um primeiro ataque, já os americanos utilizam seus ICBMs em silos fixos com geralmente apenas uma ogiva com função de “esponja” dos mísseis russos. Cada ICBM americano demanda pelo menos 1 ogiva russa para ser neutralizado do total de 1550 armas que cada lado pode ter.
Os americanos não se interessam por lançadores móveis porque confiam que a sobrevivência de seu arsenal nuclear pós primeiro ataque se dará pelos SSBNs e bombardeiros dispersos.
Outro fator é a precisão dos SLBMs americanos que os habilitam a serem utilizados contra silos russos enquanho o contrário não é viável ainda. Para neutralizar ICBMs americanos os russos só contam com seus próprios ICBMs baseados em terra.
Vale salientar que hoje em dia é questionável a sobrevivência de lançadores móveis de Icbm frente à tecnologia furtiva. Um bombardeio como o futuro B-21 , em tese, pode penetrar furtivamente em território russo e achar e atacar os lançadores móveis até mesmo com armas não nucleares .
Valeu!

carcara_br
carcara_br
Responder para  Bosco
2 anos atrás

“Efeito F-35”
Pelo visto não era só o bosco que acredita na invulnerabilidade americana. Os estrategistas do pentágono e toda a inteligência também.

Jamil
Jamil
Responder para  carcara_br
2 anos atrás

Bosco, China coloca em contêineres também? Ou é lenda urbana?

Bosco
Bosco
Responder para  Jamil
2 anos atrás

Você diz que a China instala ICBMs em lançadores móveis? Sim! Dos poucos que eles têm alguns são móveis.

Vinicius Momesso
Vinicius Momesso
Responder para  Bosco
2 anos atrás

Tudo isso em tese, mas nenhum dos lados quer se arriscar a testa-la na prática. Bosco, você não tem medo de uma guerra nuclear apesar de ser inevitável?

Jester
Jester
Responder para  Vinicius Momesso
2 anos atrás

Acho que todos tem . Mais se um lado apertar o botão vai ser impossível o outro lado não apertar tbm . O que resta e só torcer pra não acontecer .

Bosco
Bosco
Responder para  Vinicius Momesso
2 anos atrás

Rsss
Sem dúvida Memesso! Esperemos que continue sendo “em tese”.

Palpiteiro
Palpiteiro
Responder para  Bosco
2 anos atrás

Qual a probabilidade de um desses explodir no lançamento?

Palpiteiro
Palpiteiro
Responder para  Bosco
2 anos atrás

O warm UP do inercial não seria mais demorado nós sistemas móveis?

Bosco
Bosco
Responder para  Palpiteiro
2 anos atrás

Sem dúvida! Mas os ICBMs móveis não precisam ser lançados antes que a primeira onda de ICBMs inimiga chegue já que eles esperam sobreviver a essa primeira onda.

Claudio
Claudio
2 anos atrás

Realmente, dos 100 mil mobilizados , apenas um pouco mais de 30 mil estão no combate de verdade

Jamil
Jamil
2 anos atrás

Mandaram observadores no início, sofreram sim. Mas agora vem chumbo grosso. Guerra longa para tirar o acesso ao mar da Ucrânia. ,?

Jamil
Jamil
Responder para  Jamil
2 anos atrás

tass.com/defense

Vinicius Momesso
Vinicius Momesso
Responder para  Jamil
2 anos atrás

A Rússia subestimou a Ucrânia no começo da guerra. Agora que resolver levar a sério, estava levando vantagem. Acredito que no fim a Ucrânia sera dividia em duas, assim como a Alemanha.

Nilo
Nilo
Responder para  Vinicius Momesso
2 anos atrás

A Rússia substimou O Globo e G1 RSRSRS abra o site e verá que esqueceram da CONVID, e é assim por todas as grandes corporações de comunicação ocidental. Comandante Farinazzo (o vietcong) diz: Putin merecia o Premio Nobel da Medicina.
https://www.youtube.com/watch?v=Ykdu27_CqEQ
https://g1.globo.com/

carcara_br
carcara_br
Responder para  Nilo
2 anos atrás

Verdade, não nos esqueçamos nos piores dias foram mais de 4000 mortes, essa guerra na ucrânia é um passeio no parque perto da nossa tragédia.

Felipe Morais
Felipe Morais
Responder para  Nilo
2 anos atrás

“Convid”

Jester
Jester
Responder para  Jamil
2 anos atrás

Acabou de ser noticiado que a Rússia vai atacar Kiev com tudo que tem . Mandou os civis saírem . Quem não sair ou não conseguir sair vai ter que se abrigar muito bem .

Nilo
Nilo
Responder para  Jester
2 anos atrás

Acredito que vc esta falando de Mariupol, onde o Batalhão de Azov se instalou-se e estão cercados na cidade portuária, os russos já abriram dois corredores humatários para os civis, mas infelismente acredito que poucos terão oportunidade de sair.
Para o Batalhão de Azov o civis são uma barreira para o Russos no Uso das Baterias de Canhão.

Saldanha da Gama
Saldanha da Gama
2 anos atrás

A hiopcrisia dá nojo…..

André Souza
André Souza
2 anos atrás

Cara tá ridículo já entrar nesse site e ver gente defendendo a Rússia, tenho que concordar com muita gente que a internet deu voz a muitas pessoas loucas e ridículas que defendem atrocidades de uma guerra como se estivesse torcendo por um time de futebol, tá dando nojo de verdade, vocês deviam tomar vergonha na cara de vocês.

Jamil
Jamil
Responder para  André Souza
2 anos atrás

maioria tá contra aqui

Jester
Jester
Responder para  André Souza
2 anos atrás

Pior são os caras sendo a favor da Rússia e pedindo a destruição do ocidente sendo que eles mesmo vivem no ocidente malvado . Vai entender né .

glasquis 7
Responder para  André Souza
2 anos atrás

É a “maldita Inclusão Digital”. Qualquer um, com preparo, ou não, pode dar o seu palpite.

XFF
XFF
Responder para  André Souza
2 anos atrás

E todas as guerras que o Tio Sam fez nos últimos 20 anos foram puras bondades?
Acorda mickeyboy!

André Souza
André Souza
Responder para  XFF
2 anos atrás

Guerreiro, acorda você, para de querer justificar atrocidades porque país X ou Y fez também, independente do que os EUA fez é inadmissível o massacre do povo Ucraniano, como também foi inadmissível o massacre do povo Tutsi feito pelos Hutus em Ruanda e por aí vai.
O fato de você querer justificar o que o Putin está fazendo com o que o EUA fez só mostra o quão escroto é sua argumentação, tentando colocar seu gosto político na frente da realidade dos fatos.
NÓS NÃO ESTAMOS FALANDO EM ELEIÇÃO, NÃO ESTAMOS ESCOLHENDO CANDIDATOS, ESTAMOS VENDO UM POVO SER EXTINTO!!!!

Bardini
Bardini
2 anos atrás

“Para os que por simpatia pró Ucrânia, que votou a favor da internacionalização da Amazônia”
.
O nível de loucura…

Jester
Jester
Responder para  Bardini
2 anos atrás

Parei até de comentar , o nível da loucura está lá na estratosfera . Até guerra nuclear os caras estão defendendo .Não dá mais não . Deixa eles falando sozinhos e a melhor coisa .

Jamil
Jamil
Responder para  Bardini
2 anos atrás

“Ao ratificar a Convenção da OEA, se o Estado Membro não cumpre as suas obrigações, comete, assim, um ilícito internacional”, descreve Steiner. No canal alemão.

https://www.google.com/amp/s/amp.dw.com/pt-br/internacionaliza%25C3%25A7%25C3%25A3o-da-amaz%25C3%25B4nia-entenda-os-limites-do-debate/a-50688888

Bardini
Bardini
Responder para  Jamil
2 anos atrás

Leia antes de postar:
.
“Especialistas em Direito Penal Internacional, Relações Internacionais e Ciência Política ouvidos pela DW concordam que um processo de internacionalização da Amazônia que desrespeite a soberania brasileira e envolva intervenção externa é juridicamente inviável.

“Eu não vejo a menor chance num futuro previsível de que alguma proposta de internacionalização da Amazônia tenha a chance de ser viável”, afirma Eduardo Viola, professor titular de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB).”
.
No mais: onde está a parte em que a Ucrânia votou a favor da internacionalizão da Amazônia? Quando votaram isso?

Allan Lemos
Allan Lemos
Responder para  Bardini
2 anos atrás

Ah sim, “juridicamente inviável”. Entendi.

Nesse caso, que bom que as potências ocidentais sempre respeitam a lei e sempre agem de acordo com as diretrizes do direito internacional, como o princípio da autodeterminação dos povos e resolução de conflitos por meio da diplomacia.

Ufa!

Jester
Jester
Responder para  Allan Lemos
2 anos atrás

Que bom que a Rússia respeita tbm … Opa pera aí .

Bardini
Bardini
Responder para  Allan Lemos
2 anos atrás

O Brasil pode explorar a Amazônia, por conta do direito internacional.
.
Não existe internacionalização, sem uma legislação que fundamente o processo.
.
Alto mar e o fundo do alto mar, Antártica, espaço profundo, Lua e outros corpos celestiais, são internacionalizados dentro de uma legislação. Internacionalizar algo como a Amazônia, é inédito e abre vários e vários precedentes perigosos. A Amazônia Brasileira não é a única floresta tropical do mundo e não é o único ativo que impacta no clima em escala global. Essa medida seria apenas uma peça de dominó, em uma grande e quase interminável fileira de possíveis internacionalizações, que começariam com um caráter de impacto global e migrariam rapidamente para o âmbito regional.
.
Agora, existe pressão para a modernização da legislação internacional faz muito tempo, afinal onde existe fumaça, tem fogo. E o grande catalizador desse fogo, é a gigantesca irresponsabilidade de sucessivos governos, seja no trato das questões ambientais, seja no trato da exploração dos recursos e do desenvolvimento social. Só que isso não é exclusivo do Brasil.
Mas como modernizar a legislação internacional e conciliar isso com a parte da soberania e determinação dos povos? Tu acha artigos nesse âmbito, com mais de uma década tratando do tema. Não descobriram uma resposta para isso até hoje…
.
De 2011:
Moreover, I will argue that since legally it is not possible to speak about the internationalisation of forests, it is not convenient and can even be harmful for REDD that internationalisation suggestions are brought into the debate. It can exalt nationalist and anti-colonial feelings in developing countries’ population, giving ammunition to those that have a particular interest in continuing to deforest, such as illegal loggers or miners, and placing the implementation of REDD by national governments at risk.
.
No Brasil, se fala desse assunto desde a década de 60! Não é novidade.
O problema, é que o atual governo do Brasil não sabe como se portar diante do tema e não sabe fazer política internacional. É um para-raios de maluucos. Uma curva de rio, onde para qualquer tranqueira. É agressivo e irresponsável em suas falas e ataca abertamente países como França, Alemanha e EUA, visando cálculo político tosco. Não da para fazer política externa como se faz política interna, atacando abertamente governantes, sem ter uma reação… Ainda mais dentro da agenda ambiental, que tem grade apoio popular.
Estamos dentro de uma tempestade perfeita, principalmente para oportunistas e gente do chapeuzinho de alumínio radicalizar o tema encima de suas agendas, visando o lucro pessoal.
.
Eu acredito que é possível fazer um paralelo semelhante a questão das Malvinas, para explicar o ponto. Popularidade baixa, demanda um ativo que desperte o nacionalismo. Muita gente lucrou e ainda lucra encima da questão da posse daquelas ilhas. Se a Argentina conquistasse o direito de posse das ilhas hoje, eles não saberiam o que fazer com aquilo. E isso não importa de fato. Não existe essa preocupação e não existe esse planejamento. O que importa, é o lucro encima da opinião pública, dentro deste processo de posse. O que importa, é o “nacionalismo”.
E no UK, tem quem lucre encima do mesmo tema…
.
No mais, internacionalizar militarmente, “na marra” e manter uma internacionalização com base na força, causando um banho de sangue, além de inconcebível é insustentável. Não tem como “cercar” aquilo e colocar plaquinha “no trespassing”.
.
E se forem internacionalizar um pedaço de chão que tem dono, qual a lógica em não começar pela África, unido a agenda ambiental as questões sociais e a existência de uma oposição muito menos capacitada?

Jamil
Jamil
Responder para  Bardini
2 anos atrás

Criméia é juridicamente intocável!

Jamil
Jamil
Responder para  Jamil
2 anos atrás

Ucrânia não sei. Inventou penso!

Bardini
Bardini
Responder para  Bardini
2 anos atrás

Explica pra gente: quando a Ucrânia votou a favor da internacionalização da Amazônia?
.
Pura narrativa porca e rasteira…

Nilo
Nilo
Responder para  Jamil
2 anos atrás

Brasileiro quando quer sabe dar bom dia a cavalho, escolhe o melhor coice.

Nilo
Nilo
Responder para  Nilo
2 anos atrás

...Cavalo…..

Bardini
Bardini
Responder para  Bardini
2 anos atrás

Claro, claro. E no meio de teu ataque de esquizofrenia, a Ucrânia votou pela internacionalização da Amazônia.

Maurício.
Maurício.
2 anos atrás

Rafa, raramente eu vejo vídeos no YouTube sobre defesa, mas eu não vejo o canal “Hoje no mundo militar” puxando a sardinha para os americanos, ele tenta se manter meio que neutro, pelo menos foi essa a sensação que eu tive nos poucos vídeos que eu vi.

WSilva
WSilva
Responder para  Maurício.
2 anos atrás

Hoje no mundo militar é um canal sem credibilidade. Pós derrota de Trump o canal deu uma guinada contra o ocidente para ganhar apoiadores de China, Rússia e Irã, mas se você buscar vídeos mais antigos, de 2, 3 anos atrás você vai ver uma torcida descarada para os EUA.

O dono tem um segundo canal Hoje na segunda guerra mundial ou algo do tipo, ali sim é um canal decente pelo menos por enquanto, já o canal principal é mais para propaganda e ganhar dinheiro.

Vinicius Momesso
Vinicius Momesso
Responder para  WSilva
2 anos atrás

Na questão desse conflito é totalmente plausível a torcida dele pela Ucrânia, já que se manter neutro iria afastar muitos inscritos do seu canal. Como a sua principal fanbase está localizada aqui no Brasil e a mesma é em absoluta maioria pró EUA, do ponto de vista monetário seria burrice fazer o caminho contrário.

Felipe
Felipe
Responder para  Maurício.
2 anos atrás

Veja o canal no Twitter, é descarada a torcida pra Ucrania

Palpiteiro
Palpiteiro
2 anos atrás

Poderiam ter menos desses e mais óleo diesel.

Yuri Dogkove
Yuri Dogkove
Responder para  Palpiteiro
2 anos atrás

O bom que esses ai não são movidos a “óleo diesel”! hahahahaha

glasquis 7
2 anos atrás

Na verdade, segundo os estudos, o Cone Sul seria a última parte a ser atingida por uma guerra nuclear. Seria o último reduto seguro no planeta.

Jester
Jester
Responder para  glasquis 7
2 anos atrás

Estudos são uma coisa . 1500 ogivas de cada lado são outra totalmente diferente . E na boa eu não quero pagar pra ver .

glasquis 7
Responder para  Jester
2 anos atrás

É vc acha que sobreviveriam pra lanças todas elas?

XFF
XFF
Responder para  glasquis 7
2 anos atrás

Não precisa ser todas elas, com 10 ogivas apenas, a Europa deixaria de existir em questão de minutos?
S e os Estados Unidos responder, já tem os submarinos no mar aguardando ordem para atacar tio Sam.
Tio Sam faria o mesmo também. Aí é o fim da humanidade.

Pablo Maroka
Pablo Maroka
Responder para  glasquis 7
2 anos atrás

Não seria bom para a humanidade ver o brasil no comando, o mundo vivaria uma grande favela.

Felipe Morais
Felipe Morais
Responder para  Pablo Maroka
2 anos atrás

Brasil no comando? Com o tanto de torcedor que tem aqui, 25% ia pedir para os EUA comandar, 25% para os chineses, 25% para os russos e 25% iam defender anarquia e dizer que, com as bombas, a terra finalmente ficou plana.

Bardini
Bardini
Responder para  glasquis 7
2 anos atrás

Isso se fala desde a década de 60. E é justamente daí que surgiu toda a questão da internacionalização da Amazônia…
.
Obviamente, ninguém liga para a África nesta história.

glasquis 7
Responder para  Bardini
2 anos atrás

Obviamente, ninguém liga para a África nesta história.”

Nem nesta, nem em nenhuma história. Depois da abolição da escravidão, África sempre foi postergada.

Pablo Maroka
Pablo Maroka
2 anos atrás

Obrigado pelo pronunciamento oficial do governo russo.

XFF
XFF
2 anos atrás

Disse tudo!!!!