O significado da Ucrânia no tabuleiro de xadrez geopolítico
Para colocar a atual crise na Crimeia em perspectiva, eu recomendaria às pessoas um livro muito interessante que tenho certeza que John Kerry, William Hague e, sem dúvida, o presidente Putin leram. É The Grand Chessboard, escrito em 1998 por um dos teóricos de relações exteriores favoritos do presidente Obama e conselheiro de segurança nacional do presidente Carter, Zbigniew Brzezinski.
Nele, Brzezinski argumentou que os EUA tinham que assumir o controle de vários países estratégicos, incluindo a Ucrânia, argumentando que aquele país é “um espaço novo e importante no tabuleiro de xadrez da Eurásia, é um pivô geopolítico porque sua própria existência como país independente (significa) que a Rússia deixa de ser um império eurasiano”.
Ele adverte contra permitir que a Rússia recupere o controle sobre o país porque, ao fazê-lo, “a Rússia automaticamente recupera novamente os meios para se tornar um poderoso estado imperial, abrangendo a Europa e a Ásia”. – Colin Burke, Manchester.
FONTE: The Guardian, 2014 / MAPAS: The Washington Post
Perfeito o texto.
A inteligência e perspicácia que sobram em Putin e Jinping faltaram nos últimos governantes americanos.
O resultado, estamos assistindo.
Com exceção do Trump. Mas a espiral de decadência do Ocidente tem raízes bem mais profundas e é um caminho sem volta.
Trump é aquele que berrava contra a corria do norte ter armas nucleares e mesmo assim ela conseguiu? Ele iria resolver muita coisa latindo kkk É tipo Bolsonaro só fala merda e as ações são cagadas, um Dilmo.
O primeiro teste nuclear da Coreia do Norte foi feito em 2006. Muito antes do Trump sonhar em ser presidente.
Coloca essa situação da Ucrânia na conta do Obama dono da celebre frase “esse é o cara” e na conta do senhor Biden que aparentemente não está muito bem das faculdades mentais, a porcentagem de culpa de cada um você decide amigo, lacração a todo vapor!!!
O maior erro dos Ucranianos foi confiar nos russos e dar de bandeja suas armas nucleares.
Os Russos foram lá e pisaram em cima do tratado, o resultado está ai, perderam a Crimeia, perderam parte de Donbas e agora vivem ameaçados por uma invasão russa.
O maior erro da Ucrânia foi não ter se rearmado mesmo com armas convencionais.
Industria eles têm! mas a vontade de se armar ficou longe.
Parece outro gigante dorminhoco, que qualquer dia pode acordar com “revoluções” e “salvadores” estrangeiros rasgando o seu mapa.
Isso de fato também conta muito, caro caio.
Mas me parece que hoje eles estão bem melhor que em 2014, entretanto ainda possuem deficiências graves.
Pelo que eu andei lendo, até 2014 quem estava no poder era pró-russo.
Em 2014 houve uma série de protestos e o poder foi assumido pelos pró-ocidente.
Então, por muitos anos, o alinhamento com Moscou era algo natural e automático. Diria que eles não se rearmaram meio que “de propósito”.
Pensando bem, a Ucrânia é um balaio de gatos, onde parte da população fala russo e é ortodoxa e outra parte fala ucraniano e é católica.
É meio que uma bomba relógio, porque acredito que os dois lados não se reconheçam como parte de uma nação só.
Não sei se o melhor seria dividir a Ucrânia em duas e entregar a parte pró-russa a um presidente tipo o Lukashenko, o cachorrinho do Putin.
E a garantia de segurança que foi dada pelo ocidente neste mesmo acordo, não foi um erro da Ucrânia também acreditar nisso? Os próximos capítulos do que ocorrer com os ucranianos será um prelúdio para os taiwaneses. Será que o ocidente estará disposto a “pagar o preço” para manter firme estas promessas? Eis a questão.
Quem forçou os ucranianos a abandonarem as armas nucleares foram os americanos, não os russos.
E o que falar de Lenin e Stalin que entregaram territórios para a então RSS da Ucrânia?
E do prórprio Stalin aceitando a criação artificial do Estado de Israel?
Erros são cometidos e as pessoas aprendem para não cometê-los novamente.
Certamente Putin não cometerá.
Errado! O maior erro da Ucrania foi ter virado as costas a Russia e se ajoelhar e ficar de 4 ao ocidente. Ganhou praticamente nada, e aquele país que lhe defendia (Russia) esta hj em pé de guerra sozinha contra ela. Esse famoso tratado definia justamente que trocariam armas nucleares pela segurança (Russia) e ajuda financeira (EUA). Logico que essa ultima nunca veio e a primeira sempre funcionou ate a propria Ucrania virar as costas a Russia.
Na comparação com o mundo “normal”, a Ucrania é aquela mulher que largou o marido (Russia) para ir atras do safadão galante (EUA/Europa) que deitou e rolou com ela mas na hora H não quer nada dela alem “daquilo”!
O que a Ucrânia ganhou ao fazer parte da União Soviética e da Rússia durante décadas? É preciso chegar ao ponto de haver outro colapso para refrescar a memória?
Todos os países de Leste da UE cresceram muito mais do a Ucrânia e a Bielorrússia. Será coincidência?
No mundo “normal” a Rússia é o homem que bate na mulher e que depois fica surpreendido por ela o deixar…
Comentário perfeito caro Hcosta.
‘Todos os países de Leste da UE cresceram muito mais do a Ucrânia e a Bielorrússia. Será coincidência?’
Não.
Veja os políticos atuais.
Não fizeram uma ‘revolução’ para afastar os políticos favoráveis a Moscou?
Entrou no poder um bando de neofascistas corruptos que está afundando e inviabilizando o País.
Erro dos próprios ucranianos que elegeram essa laia que só pensa nela.
Agora, que aprendam.
Sim, elegeram de livre vontade. Fizeram uma Revolução para deixarem de serem lacaios da Rússia. Isso não implica serem contra a Rússia.
Isso foi a Rússia, com as suas ações, que conseguiu transformar a Ucrânia num país hostil à sua influência.
A Rússia, como economia, é um fracasso quando comparado com as democracias liberais. Mesmo com grandes receitas vindas dos seus recursos naturais, não consegue desenvolver a sua sociedade para os mesmos níveis que outros países, alguns deles sem recursos naturais.
Nada mais normal que os Ucranianos queiram uma verdadeira evolução, a todos níveis, no seu desenvolvimento.
A Rússia, pode e deve fazer parte desse desenvolvimento, o problema é que quer a sua exclusividade e isso já ficou provado que não resulta.
Em tempo.
Não duvide que os rebeldes vão avançar e acabar de conquistar toda Donetsk e Luhansk.
O documento constitutivo das Repúblicas aprovado pelos russos, se não me engano, determina que o território dessas Repúblicas é constituído pelo total da oblast.
14 horas atrás seu comentário fazia sentido, mas agora que toda a Ucrânia está sendo atacada… Entende que causa de empréstimo não serve como balizador de análise?
A única coisa que a Ucrânia ganhou foi um processo longo e doloroso de dissolução de grande parte de seu território.
Quanto mais a crise econômica e social na Ucrânia se agravar, mais motivará as províncias do Sul e do Leste do País a se separar do País.
“O maior erro dos Ucranianos foi confiar nos russos e dar de bandeja suas armas nucleares.
Os Russos foram lá e pisaram em cima do tratado, o resultado está ai, perderam a Crimeia, perderam parte de Donbas e agora vivem ameaçados por uma invasão russa”...
Você foi muito vago Hans ! Eles não confiaram somente nos russos: Confiaram nos europeus, nos ingleses e receberam muita pressão de Washington, que fez promessas e juras de amor.
Enquanto Bielorrússia e Cazaquistão negociaram e aceitaram entregar seus arsenais nucleares mediante a compensações financeiras e militares, os ucranianos recusavam-se a aceitar.
Os Estados Unidos foram os principais mediadores para a resolução da crise nuclear, sugerindo que todo o arsenal nuclear deveria permanecer apenas na Rússia.
O Cazaquistão, que herdou o segundo maior local de testes nucleares do planeta, repassou seu arsenal sem fazer barulho, em 1992.
Em troca, porém, recebeu equipamentos militares e investimentos.
A Bielorrússia assinou um acordo sobre a retirada do arsenal nuclear em 1994, em troca de garantias de sua segurança.
Após a queda da URSS, a Ucrânia se tornou o terceiro país com maior arsenal nuclear do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Rússia. Em território ucraniano havia mísseis intercontinentais apontados diretamente para os Estados Unidos e cerca de 1.240 ogivas.
Os Estados Unidos estavam preocupados e estabeleceram uma condição. “Eles disseram que caso não retirássemos as ogivas da Ucrânia, não apenas se iniciaria uma pressão, mas o país sofreria um bloqueio.
Se a Ucrânia não tivesse abandonado as armas nucleares, ninguém a reconheceria como um país independente.
Em 1994, Kiev assinou um memorando sobre a entrega das ogivas nucleares em troca de garantias de integridade territorial e assistência econômica. A Ucrânia recebeu US$ 175 milhões dos Estados Unidos pela eliminação de armas nucleares. Em 2000, Moscou amortizou uma dívida de US$ 1,099 bilhão da Ucrânia. Kiev, no entanto, ainda estava insatisfeita e queria mais US$ 3 bilhões em compensações por parte da Rússia.
Maior erro da ucrania foi não ter acertado.
Por suposto, nobre conselheiro Acácio.
Na minha opinião o dinheiro russo que está em bancos Ocidentais devia ser confiscado e entregue a Ucrânia como reparação de guerra.
E em reparação as guerras que o ocidente causou ? E os países que invadiram ? Tem reparação também ?
A China gostou da ideia, a Inglaterra e o Japão devem muito a China.
Quem iria colocar dinheiro em banco que confisca e dá pra outro?
Exato!
Cara, vc vive em que planeta? E os ATIVOS bilionários de gigantes multinacionais americanas, europeias, japonesas e coreanas na Russia? Praticamente toda grande multinacional tem um ativo na Russia. Na mesma hora seriam tambem “confiscados” ate os bancos devolverem com juros o que foi confiscado.
Cada ideia besta!!!
Você viu um dos últimos discursos do Titio Brandon sobre a situação na Ucrânia? Então, por três minutos ele falou sobre sanções com maus pensamentos e por dez minutos ele esfregou seus cidadãos que para a democracia, você precisa aguentar um pouco e apertar os cintos.
Titio Brandon vai salvar o Ocidente(Ucrânia) da barbárie civilizacional do leste.
Os EUA deveriam era lutar para trazer a Russia a seu lado e nao trata-la como “inimiga”! Certamente sem a Russia, a China, Coreia do Norte, Irã e outros países nao seriam tão adversarios dos EUA como hj são pois quem lhes garante seu “porrete” é justamente a Russia. Mas, por pura miopia e bairrismo em querer privilegiar certos países decadentes (neh Inglaterra, França e Alemanha?), lutaram e se queimaram para ficar com a Ucrania que nem é nem 1/100 dos dividendos que teriam com a Russia.
Sim, Trump estava fazendo exatamente isso e por tal motivo tinha tanta oposição, principalmente dos “aliados europeus”.
Não a toa que o Ocidente esta ruindo…..
A Rússia nunca deu intenções de se voltar contra a China, mesmo se a relação que o Trump estava “construindo” com os russos desse em algum acordo de neutralidade dos russos quanto ao ambiente geoestratégico no Pacífico, nunca se poderia confiar plenamente de que os russos manteriam essa suposta posição neutra entre o embate EUA x China.
Acredito que até mesmo o páfio Trump não acreditava plenamente disso, embora buscasse sim melhorar as relações com a Rússia, mas nunca poderia se esperar algo de concreto com os russos se não houvesse uma verdadeira ruptura sino-russa de modo similar ao que houve na Guerra Fria com a ruptura sino-soviética.
Mesmo que evidentemente os americanos conseguissem neutralizar os russos sobre a influência chinesa, a mudança brusca de política externa dos EUA devido ao mandato limitado de 8 anos para um presidente poderia colocar tudo a perder. Isso é bem diferente da situação dos diferentes presidentes da época da Guerra Fria, cada presidente ao seu modo, conseguiu criar sua política externa própria sob extensão da estratégia de contenção definida pelos americanos para conter os soviéticos.
Atualmente, um presidente americano assume a presidência, a Rússia é o nosso inimigo. Outro presidente assume, a China é o nosso inimigo. Outro presidente assume, a Rússia é o nosso inimigo. Qual política estratégica externa poderia ser formulada com essa reorientação total quando um novo presidente assume? Impossível.
Vejamos, por exemplo. O NSS provisório de Biden não deu nenhuma especificidade quanto ao cenário do Indo-Pacífico, sequer tem alguma estratégia elaborada para países cooperativos de Pequim, como Laos e Camboja. O NSS permanente que deveria já ter sido elaborado está atrasado, isso por culpa do próprio Putin quanto a situação da Ucrânia. Se antes, a Rússia apresentava um alto grau de risco de segurança nacional para os EUA e aliados(OTAN), agora mesmo que o NSS abordará com mais veemência o perigo apresentado por Moscou quando for formulado e tiver sido apresentado, enquanto que a China, o país que realmente apresenta o risco mais vulnerável para Washington agora e principalmente para questões a longo prazo, permanecerá como um inimigo a ser contestado, mas sem a mesma ordem de importância do que Moscou, pelo menos é o que eu vejo no cenário atual.
E por quê você acha que a Rússia, poderosa como é, aceitaria ficar ao lado dos EUA sendo que ela tem interesses completamente opostos aos dos americanos?
Nenhuma superpotência aceita dividir sua posição hegemônica. Os EUA peitam a Rússia porque podem e vice versa.
A realidade é que é ótimo para a maioria das nações que haja um polo de poder capaz de se contrapor ao americano.
È uma questão há muito tempo debatida por analistas geopolíticos e think tanks, sem contar que vários políticos norte-americanos avaliaram essa possibilidade.
Já escutei e li várias interpretações, vou resumir algumas delas.
Traçando um paralelo, seria a mesma coisa feita na época de Nixon. A abertura à China que de fato distanciou ainda mais os 2 gigantes com###stas, além de fincar o alicerce do crescimento da República Popular.
A gramática é simples, quando se tem dois inimigos é necessário separalos e jogar um contra o outro, cavando onde possível para aprofundar as divergências entre eles.
O problema, que alguns analistas relatam, é que nos departamentos e agências americanas existe uma profunda russofobia, mais ainda temem que uma eventual abertura à Rússia seria prejudicial aos interesses dos EUA na Europa, minando a relação privilegiada com o continente europeu, o qual não enxergaria mais a Rússia como um perigo absoluto.
A relação e posição dos EUA como primus inter pares com seus aliados europeus poderia desmoronar.
Hoje, a base da aliança, sobretudo com os bases do Leste Europeu, reside nessa relação onde os EUA são o Fiador da segurança, o último apelo . Não é uma relação baseada em valores mútuos, em uma história compartilhada ou laços culturais.
Outros dois pontos :
• Não acreditam que os russos aceitariam o rol de sócios minoritários nesse andaime.
• O ponto quase sempre colocado como fundamental.
As dinâmicas que poderiam surgir entre Rússia e Alemanha. Aliança? Um dos dois poderia acabar subjugando ou influênciando o outro ?
Deixar essa relação livre de amarras, vínculos e diafragma é potencialmente perigoso para a ordem estabelecida no continente europeu do pós-guerra .
“que levará ao acontecimento devuma nova guerra muito devastadora que a última.”
Já dizia Albert Einstein
Não sei como será a terceira guerra mundial, mas sei como será a quarta: com pedras e paus.
A Europa tem de parar de vestir bermuda feito crianças e usar calcas compridas como adultos.
Tem de honrar as calças que vestem.
Alguns estão fazendo o joguinho dos EUA e vão se estrepar.
Se não for destruída em uma guerra, irá congelar de frio.
A Rússia é que quer voltar aos tempos da União Soviética e dos estados satélite…
Aham então na sua visão os países europeus devem deixar de serem independentes e serem capachos como Belarus? Grande solução kkkk é de lascar. Idiotas assim, principalmente os que votam em Lula e Bolsonaro vão dominar o mundo. Não pq são espertos, mas pq são maioria.
Imagine se os EUA tivessem invadido a Ucrânia pra protegê-la da agressão Russa?
Um punhado de ações que, tomadas no tempo certo, teria colocado Putin sem argumentos. Mas não, ficaram, todos, de lenga-lenga fazendo beiçinho, absorvidos na barbárie do business as usual. Agora já era, resta mandar orações, que nem por isso deixam de ser uma ofensa aos sacrificados pela inépcia.
Exemplo do irracional na discussão: Putin ataca por que se sente ameaçado pela frágil Ucrânia e pela OTAN (uma aliança defensiva), ele que está montado em militares capazes e modernizados e num apocalíptico aparato termonuclear (um escudo dissuasivo definitivo).
Adorno já escreveu que certo agressor, pouco antes de se atirar sobre sua vítima, clama não suportar mais a ameaça desta. Argumento de Putin, de Xi Jinping, de Hitler, de todos os agressores da história que gostam de escarnecer da lógica e da razão invertendo-a.
Putin não deseja apenas invadir a Ucrânia, mas sim depor o governo e impor um estado-fantoche, papel que a Ucrânia sempre desempenhou com louvor.
Enfim, a Ucrânia continuará existindo como estado independente, porém sem soberania.
E não se iludam, Putin não vai ficar apenas nisso, depois ele vai querer mais.
O quê une Brzezinski e Kissinger? Comissão Trilateral. Estamos girando em torno de visões complementares: não vamos a lugar nenhum assim… Porquê tanta gente iniciou apoiando as ações de Putin e até seus argumentos, o central deles desnazificar o governo de Kiev e proteger os russos do Donbass (de ataques viciosos das milícias ‘nazistas’ ucranianas, subsidiados com dinheiro ocidental digo eu) que o autocrata clamou por serem ouvidos? A extrema direita européia é um fenômeno espraiado e que tem a habilidade de se travestir de rubricas razoáveis pra esconder suas peças íntimas sujas. Talvez haja algo de verdade em Putin, que de qualquer maneira tem uma fama pior do que merece ao passo que a extrema direita tem fama melhor do que mereceria. Acho que entendemos tudo pela metade, dos três lados visíveis, e completamos os vazios de narrativa com os fragmentos disponíveis na nuvem comunicacional. Não sei o quanto a Trilogia está instrumentalizada pelo maniqueísmo obrigatório da tática polarizante/radicalizante, mas ainda aposto em continuar acompanhando. Não tenho nada melhor pra fazer, mesmo…