Solenidade comemorativa do Centenário dos Blindados no Brasil
Santa Maria (RS) – Santa Maria, no Rio Grande do Sul, foi palco das comemorações do Centenário dos Blindados no Brasil. Na noite de segunda-feira, dia 8 de novembro, a capital nacional dos blindados voltou as suas atenções para o 1° Regimento de Carros de Combate, onde uma solenidade reuniu autoridades civis e militares, como o Ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto; o Comandante do Exército, General de Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira; e o Comandante Militar do Sul, General de Exército Valério Stumpf Trindade. Coordenado pela 3ª Divisão de Exército (3ª DE), o Centro de Instrução de Blindados e as organizações militares subordinadas à 3ª DE brindaram os presentes com uma apresentação de som, luzes e muita história militar – um espetáculo que contou a origem da tropa blindada do Exército Brasileiro.
A riqueza e o cuidado estavam em cada detalhe. Sob os olhares atentos da assistência, desfilaram desde o primeiro blindado adquirido pela Força Terrestre, o Renault FT-17, até as modernas Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal Guarani. Cada modelo empregado pelo Exército, no passado e no presente, marcou presença na cerimônia. Os mais antigos, como o FT-17, o Fiat Ansaldo CV 3/35 II, o M8 Greyhound e o Half-Track, entre outros, foram todos recuperados e abrilhantaram a noite.
Homenagens
Outro ponto alto da celebração foi a homenagem ao Patrono, Marechal José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque. Graças à sua experiência na França, durante a I Guerra Mundial, os primeiros FT-17 chegaram ao Brasil. Como Comandante da Companhia de Carros de Assalto, colocou a Força Terrestre a par do que havia de mais moderno em doutrina e material de emprego militar, alçando o País à vanguarda do emprego de meios blindados na América Latina.
O Comandante do 1° Esquadrão de Reconhecimento da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, General Plínio Pitaluga, e todos os integrantes da Força Expedicionária Brasileira também foram homenageados pela tropa.
Medalha do Mérito Combatente Blindado
Durante a cerimônia, militares da ativa e da reserva receberam a Medalha do Mérito Combatente Blindado. Instituída pelo Comando do Exército, é um reconhecimento às tradições castrenses, aos pioneiros, veteranos e àqueles que continuam, no presente, com o trabalho árduo e preciso nas OM de combate e apoio, mecanizadas, de manutenção, de Engenharia, de Material Bélico e Logísticas do Exército.
Modernização da tropa blindada
O Comandante Militar do Sul, General Stumpf, ressaltou a importância da modernização da frota blindada. Segundo o general, o Brasil precisa ter um poder dissuasório compatível com o tamanho e com a importância que possui no cenário internacional.
“Equipar as Forças Armadas não se faz do dia para a noite. Investir em defesa é também estimular a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, fomentar a indústria e reduzir a dependência externa. A parceria entre o Exército, a Academia e a Indústria é fundamental para a defesa nacional. Esse processo sinérgico se reflete também na qualificação de mão de obra, na geração de emprego e de renda e no desenvolvimento do Brasil”, destacou.
O Comandante do Exército, General Paulo Sérgio, elogiou a solenidade. Com a boina preta, marca do combatente blindado, ele destacou que o Exército precisa acompanhar o desenvolvimento tecnológico.
“Os nossos blindados têm que acompanhar esse desenvolvimento para que a gente possa ter os meios necessários para defender a Pátria. Estamos entregando, na semana que vem, o Guarani de número 500 ao Exército Brasileiro. Uma viatura blindada, altamente tecnológica, com vários países interessados em adquiri-la. Vamos chegar a quase dois mil carros. Então nossas tropas blindadas e mecanizadas ficarão muito bem”. O Comandante destacou, ainda, que o Exército trabalha na aquisição de um lote da Viatura Blindada de Cavalaria 8X8.
FONTE: Agência Verde-Oliva/CCOMSEx
Deveriam aproveitar a data e comprar Tanques e Obuseiros novos para o EB! Pronto, falei…
Olá Sincero. Acho que antes de iniciar novos programas de aquisição de equipamentos militares, seria importante concluir os programas que estão em andamento, mas principalmente revisar a estratégia de defesa. Eu tenho dúvidas sobre as bases doutrinárias sobre as quais o EB está organizado. Quando eu avalio os cenários prováveis de conflito, concluo que o EB está mal preparado, mal equipado e mal treinado. A questão é menos o tipo de material desejado e mais quais os cenários de conflito prováveis.
Olá Camargoer me permita acrescentar também: mal comandado, essa é uma impressão que tenho..Abs
Olá Ricardo. As forças armadas perderam a oportunidade histórica de se recomporem com a sociedade democrática após a promulgação da CF88. Parte da crise que estamos vivendo tem a ver com esta incompatibilidade doutrinária de segurança nacional com o regime democrático. O problema das forças armadas é estrutural. Ou os militares acabam com a democracia ao persistirem com este modelo (e isso será insustentável a médio prazo) ou a democracia irá reforma as forças armadas. Infelizmente, ocorreu uma ruptura significativa, talvez irreconciliável, entre as demandas de uma sociedade democrática e os interesses das força armadas. Acho que o fato do Ministério da Defesa ser ocupado por um general do EB é apenas um dos sintomas desta ruptura.
Ola, Camargoer. Desde o início do XX parte dos militares se colocaram como tutores da política nacional. Se pegarmos os Jovens Turcos e as ideias políticas colocadas na revista A Defesa Nacional nos seus primeiros anos de fundação vemos essa isso claramente: eram os militares que deveriam tutoriar o Estado — Isso a despeito do General José Pessoa e de todo seu esforço em combater o envolvimento dos seus pares com política, chegando ao ponto de planejar um distanciamento físico de fato, com a construção da AMAN em Resende, substituindo a de Realengo. Anos depois isso se materializa com o apoio a Vargas, vide o protagonismo de Góes Monteiro nesse governo. No Intervalo democrático por diversas vezes os militares se envolveram, seja pra manter o que foi decidido nas urnas, seja pra tentar impedir a materialização dessa vontade. Aí veio o absurdo de 64.
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A academia civil parece q nao entendeu bem a importância de estudar os militares e por muitos anos relegou a segundo plano as pesquisas sobre o tema. Agora que a coisa tem melhorado. O que vc falou faz muito sentido. Acredito que é necessário uma reformulação dos currículos das academias militares. Para além das questões técnicas (que são fundamentais), é necessária uma formação histórica, social e política que garanta o respeito aos princípios democráticos e ao entendimento que as FAs são instituições de Estado, subordinadas a uma estrutura civil de governo!
Olá Luciano. Por isso eu o admiro tanto. Quando digo que as FA têm um problema estrutural, também estou incluindo a formação dos oficiais. Como você disse, as questões técnicas são essenciais mas são óbvias. O problema é a formação histórica e política dos oficiais. As FA estão desconectadas da realidade democrática. Fico surpreso que após 30 anos de redemocratização, as FA estejam tão desconectadas da realidade democrática. Como os militares não fizeram esta reforma, isso terá que ser feito de fora para dentro.
Obrigado, Camargoer, a reciproca é verdadeira!
Resumindo, vc quer mudar a formação militar, transformando as academias/escolas militares em espécies de “Universidade Federal Militar”, com suas formações acadêmicas progressistas, com viés 100% de esquerda e totalmente de acordo com a visão de mundo dos seguidores do Babalorixá de Garanhuns.
É impressionante como a esquerda quer ocupar todos os espaços possíveis. Um totalitarismo puro, igual Orwell previu em “1984”, é o sonho de todo brasileiro de esquerda.
E agora tudo sob a desculpa da defesa da “democracia”, do “estado democrático de direito”, e outras baboseiras já utilizadas mundo afora por gente “democrática” como Maduro, Kim Jong, Xi jinping e outros “democratas” que vocês tanto admiram.
Nos poupe de tanta besteira.
Vai discutir isso nas Lives do Zé Dirceu que você ganha mais.
Boa tarde, Lucas e Sensato. Eu não disse nada disso que afirmou. Boa parte das ideias que coloquei foram apresentadas pelo Cel Fábio Fracnchinetti Freire (prof Dr do Centro de Estudos Estratégicos Educacionais do CEP/FDC) no V Simpósio de História MIlitar. O coronel é um estudioso da história do ensino nas instituições militares com várias obras publicadas na área. Além disso, é só estudar um pouco a história do Brasil no século XX, especialmente na primeira metade. O livro “Soldados da pátria” do finado Frank McCann mostra muito bem essa relação entre militares e política.
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Se vc não sabe (e aparentemente não), uma boa parte da história da Academia militar foi marcada justamente pela predominância de estudos de humanas (curiosamente o início da academia militar ocorreu no prédio da atual Instituto de Filosofia da UFRJ). Por muitas décadas os oficiais eram conhecidos como “Dr Tenente” justamente por causa dos conhecimentos em humanidades, direito e línguas. A pós a Guerra da Tríplice Aliança é que surge um movimento forte pela profissionalização técnica, provocando o choque entre os “drs tenentes” e os “tarimbeiros”. No início do XX, com o esforço pra mudar a imagem do serviço militar (que preenchia seus claros em boa parte com os excluídos sociais) é que vem toda a onda reformuladora dos curriculos das escolas militares e das academias. Ainda assim, levaria uns 30/40 anos pra se definir uma formação mais técnica, fruto dos estágios na Alemanha, da Missão Militar Francesa, da pareceria com os EUA e da experiência com a FEB. Contudo, a orientação política nessa formação – e aqui está seu engano, demonstrando seu desconhecimento tanto da história do EB quanto do que se ensina e o que se pesquisa em boa parte das universidades públicas – se deu no sentido dos militares serem os tutores dessa sociedade e de sua política. Tá lá, desde o golpe repúblico, República da Espada, depois o tenentismo, em seguida o apoio a 30 e os interventores militares nomeados por Vargas no Governo provisório…e a coisa segue. Assim, quando me refiro a formação política desses homens – que eles recebem nas academias, especialmente quando se tornam oficiais superiores e passam a ter curso na ECEME, ESG etc -, reitero, é necessário que seja uma formação histórica, social e política que garanta o respeito aos princípios democráticos e ao entendimento que as FAs são instituições de Estado, não de governo. Não é formar “milico melancia”, é entender o papel da instituição militar dentro de uma democracia …como fez o Genera Mark Milley ano passado, mostrando claramente a separação institucional (só falta agora afirmar q Milley é comunista e trabalha para o PCC). Abraços.
Olá Luciano. Sou seu fã. Aprendo muito com você.
que aula!
é por isso que eu ainda olho os comentários disso aqui
Olá Guest. O Luciano é uma das pessoas mais preparadas aqui na trilogia sobre história das forças armadas.
Caro Lucas. Seu resumo está errado. Democracia, Estado de Direito, Direitos Humanos, Soberania popular e proteção do meio-ambiente não são baboseiras. São a base política do ocidente democrático.
Reformulação dos Currículos das Academias Militares….
Onde foi que eu já ouvi isso?
Ah, já lembrei: No Plano de Governo do Partido dos Trabalhadores, depois de terem sido extirpados do poder!
E, o que levou ao PT pregar a reformulação dos currículos militares para uma formação de oficiais “mais democráticos”? Ah, lembrei: Porque a Dilma queria que o Exército interviesse para mantê-la no poder e o Comandante do Exército disse que, sendo o EB legalista e Constitucionalista, não fecharia o Congresso para impedir que ocorresse a votação do impeachment!
Luciano, só faltou no seu post vc colocar um “Lula Livre”…
Ops, ele já está livre! (assim como milhares de presidiários)
Caro Sensato. A resistência dos militares de assumir que ocorreu um golpe de estado em 1964 com o apoio dos EUA que resultou em uma ditadura militar de 21 anos mostra que existe um problema na formação dos militares. Alias, o fato de haver uma resistência a uma reforma estrutural das formas armadas para resolver este (e outros problemas) mostra também que estou certo sobre a incapacidade dos militares de fazerem uma reforma de dentro-para-fora. E por fim, a resistência dos militares a uma reforma de fora-para-dentro também mostra que provavelmente estou certo sobre a crise entre os militares e o poder civil democrático. Seus comentários confirmam de modo preciso minha análise. Obrigado.
Camargoer
Uma verborreia danada q namorou-se nada……
As FFAA tem cumprido bem TODAS as missões dadas por TODOS os presidentes.
Quer mais barato?
Por outras instituições para cumpri-las e vê quanto vai custar….
Por que vc acha q não muda????
Por que um Gen da reserva na mesma função em outros países, como os EUA, não é ruptura?
É sempre uma narrativa q se tenta construir q não fiz absolutamente nada.
E as FFAA continuam cumprindo suas missões é muito bem.
Sds
Falou o bla´bla´bla’ de sempre, não é? Para de criar narrativa e se quiser contribuir, faça de uma maneira menos política e lacradora, cara…Aquisição de ativo e doutrina militar querer ligar a democracia é coisa de pseudo intelectual. Se liga…
Caro Radamés. Meu primeiro comentário ao Sensato foi que o problema das forças armadas não é a aquisição de novos meios ou equipamentos modernos. As forças armadas brasileiras têm um problema estrutural. Hoje, existem vários programas de aparelhamento sendo desenvolvidos. O KC390, F39, ProSub, Guarani, FCT. Todos estão com dificuldades de uma ou outra natureza porque o problema está na estrutura das forças armadas. Sem resolver este problema, nenhum programa de reaparelhamento terá sucesso. Contudo, as forças armadas foram incapazes de realizar esta reforma, que terá que ser realizada pela sociedade civil democrática. Ou as forças armadas aceitam esta reforma de fora-para-dentro, ou elas terão que destruir o sistema democrático. Portanto, não adianta a aquisição de novos meios empregando a atual doutrina militar que é anacrônica e ultrapassada.
“Incompatibilidade doutrinária de Segurança Nacional com o regime democrático”???
Segurança é incompatível com democracia?
Qual seu benchmark de Doutrina de DN e de Democracia compatíveis? Cuba? Coréia do Norte?
Ministério da Defesa ocupado por Ex-guerrilheiro, Advogados, Políticos e jornalistas, pode??
Quais os argumentos vc teria para dizer que o cargo de Ministro da Defesa não pode ser ocupado por um Oficial General?
Aparentemente, vc não sabe que este general com 44, 45 anos dedicados à…Defesa(?), possui bacharelado, Mestrado e Doutorado em Ciências Militares, Cursos de Política, Estratégia e Alta Administração do Exército, Cursos de Planejamento Estratégico nos EUA e na Europa, Curso de Altos Estudo de Política e Estratégia da Escola Superior de Guerra etc, etc, etc. Que, numa turma de mais de 400 oficiais que iniciaram a carreira, chegou com somente 3 ou 4 ao topo desta carreira? Eles são piores do que aqueles que citei acima??
Eu nunca vi esta turma reclamando de ex terrorista ocupando cargo público…
A turma que tinha diálogo cabuloso com o PCC pra ele tb está de boa…
Caro Rodrigo. Existem dois caminhos para qualquer pessoa conseguir um cargo público. O primeiro é por concurso público e o segundo é por nomeação. Nos dois casos, é obrigatório que a pessoa esteja com os direitos políticos vigentes. Isso elimina apenas as pessoas que estão com condenação definitiva ou cumprindo pena. Após a pessoa cumprir a pena, qualquer pena, ela restaura os direitos políticos e por isso pode assumir cargo público por concurso ou por nomeação. Sobre aquele que ingressa no serviço público por concurso, ninguém pode impedi-lo. Já o cargo nomeado, é uma prerrogativa de quem o nomeia considerar a razoabilidade da nomeação. Além disso, a Lei da Anistia assegura a todos os que estiveram envolvidos na luta armada, sejam os que apoiaram o governo ou os que se opuseram a ele (exceto nos casos de tortura e homicídio) o pleno gozo dos direitos civis e políticos. Vale lembrar que as facções criminosas no RJ surgiram da decisão do governo militar de colocar os presos políticos da ditadura junto com os presos comuns de alta periculosidade na Ilha Grande. Os presos comuns (assaltantes de bancos e homicidas) aprenderam as técnicas de organização política que deram origem ao CV e depois dele, surgiram as outras facções (1979). Já o PCC em SP surgiu em 1993 como uma resposta dos criminosos de alta periculosidade em Taubaté aos maus tratos sofridos dentro do sistema prisional, ainda na esteira do massacre do Carandiru.
Perfeita análise!!!
Caro Sensato. Percebo pelo seu comentário seu desconhecimento sobe a Doutrina de Segurança Nacional. Ela nasce nos EUA no contexto da Guerra Fria e de modo resumido ela define que todas as ações do governo devem ser tomadas no contexto de uma possível guerra contra o bloco soviético. Inclusive, ela define que a necessidade de uma coesão interna da sociedade, legitimando as ações de repressão interna contra movimentos sociais de oposição ao governo. Portanto, o “benchmark” da Doutrina de Segurança Nacional são os EUA. Sobre o MinDef, cabe ao presidente indicar o seu cargo de ministro. Por ser um cargo político, a pessoa deve ter mais de 21 anos e no exercício dos direitos políticos. O ministro da defesa é o representante do presidente dentro do ministério, não o contrário. Todos concordam que um oficial de quatro estrelas tem uma ampla capacidade técnica, mas o ministro precisa de experiência política.
Interessante.
quem subverte a democracia não são os militares é a turma de toga que foi colocada no poder pelo pessoal que você apoia e que abertamente fala em acabar com a democracia.
Olá Rodrigo. No livro “Como as democracias morrem” é feito uma discussão mais ampla do problema. De fato, todo golpe tenta se travestir de legalidade e para isso precisa da participação de setores do judiciário e do capital. O que eu escrevi foi especificamente sobre a necessidade de reformar as bases doutrinárias das forças armadas. Como esta reforma foi protelada pelos militares, ela terá que ser feita pelos civis. Caso os militares não aceitem esta reforma, eles precisarão destruir o poder civil democrático que tentaria impor esta reforma.
Agora conta uma de português.
Literalmente, todos os equipamentos apresentados são peças de museu.
Caro Antunes. Tenho a impressão que os equipamentos do EB estão no contexto de sua doutrina.
Ou seja, são de museus realmente.
Olá Crispim. O EB tem adotado uma visão anacrônica de defesa, resultando em efetivos mal dimensionados, tropas mal equipadas e mal treinadas. Acredito que o EB foi incapaz de atualizar a sua doutrina. Esta reforma terá que vir de fora. Ao protelar esta revisão doutrinária, o EB se inviabilizou como força de defesa democrática. Ou ele destruirá a democracia e se tornará uma força de repressão (algo que será insustentável a médio prazo), ou a democracia reformará o EB e as demais forças.
O que seria uma força de defesa democrática?
Olá Flanker. Uma força de defesa democrática seria um exército constitucional, legalista e subordinado ao poder civil eleito.
Quando foi que o Exército deixou de ser constitucional, legalista e subordinado ao poder civil eleito???
Primeiro passo seria extinguir a justiça militar
Caro. Aí longo da história, a cada golpe de estado, o EB ignorou estes três pontos fundamentais. Sobre o futuro, e foi isso que escrevi, o EB foi incapaz de mudar a sua organização doutrinária, essencialmente baseada nas ideias da Guerra Grua e na Doutrina da Segurança Nacional. Estes conceitos sao incompatíveis com um Estado democrático contemporâneo. Deste modo, a existência do EB irá se chocar com a democracia, talvez até já tenha chegado este ponto. A partir daí, ou o EB destruirá a democracia para continuar sua doutrina ou a democracia ura reformar o EB.
Olá Camargoer, nestes pontos eu concordo com você. Agora se chegar a este ponto de acabar com a democracia é provável. Mas não sei se atualmente teriam coragem para uma aventura dessas. A não ser que as coisas do mundo político se esfarele mais do que está, abrindo brechas para regimes de excessao. O mundo político brasileiro é um dos principais responsáveis pela instabilidade do país, juntamente com parte da própria população que fica inerte em questões da cidadania que deveriam ter.
Olá Cláudio. O ponto é que as forças armadas precisam ser reformadas. Como elas protelaram esta tarefa, o sociedade democrática terá que fazê-lo. Ou elas aceitam essa reforma de fora-para-dentro, ou elas terão que destruir o sistema democrático. Só existem estas duas alternativas. Eu discordo quando as pessoas dizem que a população é culpada da situação do país. A população é vítima da elite que detém o poder político e econômico. O exercício da cidadania é um caminho longo, cansativo e que demanda treino e principalmente conscientização. Agora, a elite o país é mesquinha e obviamente, nunca teve qualquer apreço pela democracia
Olá Camargoer, você tem razão quando diz que a população é vítima dessa elite podre. Notadamente parte dos militares também fazem parte dessa elite, pois estão nos jogos de poder da história do país desde sempre. É claro que não incluo todos os militares, quero deixar claro, mas voltando a questão da população ser inerte. Eu penso que a população é muito inerte e passiva, mas hoje eu vejo que o quadro pode mudar , pois a despeito de tudo, o povo está se conscientizando cada vez mais do papel que tem que exercer na sociedade. Debates como esse aqui é de grande valia para um ensino aprendizagem de todos.
Olá Claudio. Creio que os militares agem a serviço da elite política e econômica, mas jamais fizeram parte dela. Uma das característica da democracia é que a conscientização da população quanto aos seus direitos e demandas acaba se opondo aos interesses da elite econômica. São nestes momentos que a elite retira o apoio ao regime democrático e banca algum golpe. A crise que estamos vivendo é mais um momento de embate. Eu não sei qual será o desfecho, mas temo que as FA mais uma vez irão bancar a ruptura democrática.
Olá Camargoer, aí eu penso diferente, pois se alguns,deixando claro de novo, estão a serviço dessa elite podre, então eles fazem parte desse imundismo, porque se beneficiam disso.
Olá Claudio. Temos dois pontos de vista. Os dois são corretos e dependerão do contexto. Uma instituição ou uma grupo social pode servir aos interesses de uma determinada elite e ser premiado por isso, sem que esta instituição ou grupo seja aceito como parte da elite. A outra interpretação é que uma determinada instituição ou grupo almeja ascender para a a elite e para isso, ela se coloca á serviço desta elite. No caso dos militares, eu acredito mais na primeira visão, mas o seu ponto de vista também é muito coerente também.
Não entendi. Não me recordo de os militares terem outorgado a Constituição de 1988. Também não me recordo de militares compondo a CREDN para aprovar a parte do Orçamento destinada à Defesa ou mesmo aprovando os Livros de Defesa nacional, que definem os parâmetros políticos e estratégicos sobre os quais as 3 Forças elaboram suas Bases Doutrinárias de Organização, Equipamento e Emprego…
Meu amigo, qual a sua formação nas áreas de Planejamento Estratégico, Alta Administração ou de Gestão de Recursos de Defesa? Se não a tem, possui alguma formação (Brasil ou Exterior) de Planejamento Estratégico?
Quais fatos ou documentos vc leu/estudou ao afirmar que o EB irá “destruir a Democracia”?
PS: Não vale dizer o seu professor universitário maconheiro ou as vozes da sua cabeça…
Olá Sensato. Pelo seu comentário, fico com a impressão que você não estaria entendendo o que escrevi. Posso explicar de novo. Tenho paciência. O EB tem um histórico de interferência na ordem constitucional. Dois exemplos seriam a proclamação da república e o golpe de 64. A dificuldade das forças armadas em reconhecer estes fatos (sem falar na resistência á Comissão Nacional da Verdade) mostram que a atual estrutura das forças armadas foi incapaz de se adequar ao regime democrático e se sujeitar ao poder civil eleito. Neste contexto, a sociedade civil democrática terá que impor uma reforma de foral-para-dentro. Então existem duas alternativas, ou as forças armadas aceitam esta reforma ou terão que destruir o sistema democrático responsável por esta reforma. Por mais que eu tente, não consigo ver uma terceira opção. A literatura é vasta e talvez demande alguns anos para ler o que gostaria de recomendar, mas um bom ponto de partida seria “Quem dará o golpe no Brasil” de W.Guilherme. Depois posso indicar os próximos livros. Tem alguns que são empolgantes, outros sao mais cansativos. Só peço para você ser mais educado e manter o respeito. Cada ataque pessoal só enfraquece o seu argumento e acaba me dando mais razão.
Camargoer acho que quem formou a instituição confundiu autoridade com autoritarismo. Talvez por termos mantido por tempo demais uma sociedade escravista essa mentalidade da autoridade, do controle social pela violência, juntamente com uma forte exclusão política das massas tenha contribuído pra formar essa mentalidade antidemocrática em boa parte da força.
Olá Meu Amigo Luciano. Você tem razão. Outro aspecto que pode ser relevante é lembrar que o Brasil tinha cerca de 70% de analfabetismo no período da Guerra do Paraguaia. Para um país agrário, as forças armadas eram um dos poucos caminhos de ascendência social para uma classe média alfabetizada. Talvez, no período do Império, os oficiais militares seriam uma das poucas classes com alguma compreensão política, o que pode ter forjado um sentimento de não-pertencimento social e um certa arrogância quando ao monopólio do patriotismo. Temos que estes sentimentos ainda permeiam as forças armadas e sustentam muito da formação doutrinária. A diferença é que hoje o analfabetismo é menor que 6% e a elite intelectual do país está em outras instituições.
Pois é, Carl
É só narrativa sem embasamento.
Quando General subiu em palanque pra falar groselha.. Forças Armadas e política não combinam..
Olá Ricardo Tenho evitado discutir os eventos recentes. Ainda estamos no olho do furacão e fica muito difícil fazer uma boa análise. Um colega historiador (e editorialista do Estadão) me disse há algum tempo que estamos fazendo história. Então é cedo para analisar com clareza. Contudo, o “indicente” Pazzuelo foi apenas um em uma série de coisas estranhas. O “twitter” de Villas Boas foi bem mais grave.
Exato! Aquilo foi uma excrescência! Ai, no norte, olhamos a postura do Gen Mark MIlley de vir a público pedir desculpas por participar de uma caminhada nao avisada previamente, tendo sua imagem usada sem autorização!
Olá Luciano. Estou relendo o livro do Wandeley Guilherme “Quem vai dr o golpe no Brasil”. É muito legal como ainda é atual.
Com certeza Camargoer..coisas muito estranhas acontecem..Abraço.
Golpe Republicano de 1889; diversas quarteladas e revoltas nas primeiras décadas república; deposição de Washington Luis em 1930; interventorias estaduais no Governo Provisório; a parceria no Golpe de 1937; a tentativa de impedir a posse de Kubitschek; a carta dos generais pressionando Vargas a renunciar em 1954……e nem cheguei no golpe 1964!
Olá Luciano. Exato. Tenho levantando essa questão da tradição golpista das forças armadas. Contudo, acredito que o problema esta na resistência dos militares em avaliar esse papel golpista no passado e na dificuldade de compreender como ele foi deletério para o país, pois sistematicamente destruiu uma cultura política que começava a se formar. O atual cenário de fragmentação partidária é consequência da implantação do bipartidarismo durante o ditadura militar.
E a instituição EB não é isso? Tirando alguns generais que estao neste governo, a instituição como um todo “segue a vida”…..não vejo interferência do Exército, ou das outras Forças, cerceando qualquer liberdade democrática. Eu acho que deveriam proibir militares da ativa assumirem cargos em qualquer um dos 3 poderes….fora isso, não vejo o EB querendo dar golpe à lá 1964. Pedidos de intervenção militar partem dos grupos de abilolados defensores do atual presidente qie vão às ruas pedindo essa sandice.
Caro Flanker. Primeiro, fico feliz em concordarmos que 1964 foi um golpe de estado, porque ainda tem gente achando que foi um “movimento preventivo pró-democracia”. Espero que o país nunca mais passe por uma situação parecida. Contudo, ainda estamos muito próximos dos acontecimentos para ter uma visão serena do que foram os últimos 6 ou 7 anos. Espero um dia podermos discutir o que foram estes últimos anos. Neste momento, posso afirmar que foram anos completamente anormais em termos políticos. O que eu escrevi foi que a atual estrutura doutrinária do EB é anacrônica e se tornou incompatível com uma sociedade democrática. Acredito que o EB precise de um profunda reforma. Caso isso continue sendo protelado, a sociedade democrática terá que fazer esta reforma de fora para dentro. O EB (e as forças armadas) terão que aceitar essa reforma ou terão que se rebelar e atuar como uma força de repressão interna. As forças armadas perderam a oportunidade de recomporem com a sociedade ao longo do período da redemocratização.
Resumindo, vc quer um Exército subordinado ao Babalorixá de Garanhuns, igual o da Venezuela era com o Chávez e agora com Maduro né?
Tudo em nome da “Democracia” dos ditos progressistas.
Tá bom, contra outra…
Caro Lucas. Sou resumo está errado. Tenho a impressão que você não entendeu o que eu escrevi ou nem leu.. Em um regime democrático contemporâneo, todo o poder emana do povo. Os governantes exercem este poder por meio de mandatos eletivos. Portanto, o poder está no poder civil eleito. As forças armadas são uma organização do Estado cuja função é a proteção do país em caso de guerra (e no caso brasileiro, podem ter ação interna de GLO quando solicitado por um dos três poderes constituídos). As forças armadas não possuem poder. Elas estão sujeitas ao poder civil eleito. Ao longo do processo de redemocratização, desde a CF88, as forças armadas tiveram a chance histórica de reformarem a sua estrutura (construída em torno da doutrina da segurança nacional) para uma organização compatível com o regime democrático. Contudo, não o fizeram e praticamente todos os problemas atuais das forças armadas (descoordenação, efetivos desproporcionais, obsolescência, problemas orçamentários, etc) estão relacionados com esta estrutura incompatível com um regime democrático. Portanto existem duas alternativas, e somente duas. Ou as forças armadas se sujeitam ao poder civil e aceitem uma reforma de fora para dentro (porque elas foram incapazes de fazer uma reforma de dentro para fora) ou elas terão que se tornar uma força de repressão antidemocrática. Espero que você aprenda a debater ideias sem levar para o lado pessoal. Sei que é difícil.
Esse seu fukuyismo já está obsoleto. Não existe lei histórica, o futuro não é ser todo mundo liberal igualzinho os europeus e americanos. A nova República está esgotada, numa encruzilhada. Quer queira ou não, o Brasil só cresceu em ditaduras, seja a do Estado Novo ou do Regime Militar.
Olá Henrique. Faz muito tempo que li “O fim da história”, mas creio que você fez uma certa confusão entre o conteúdo do livro e o que eu escrevi. Fukuyama defendia (em oposição á Marx) que a democracia ocidental seria o regime de governo que proporcionaria a estabilidade política e o bem estar social, enquanto que Marx defendia que a luta de classes intrínseca ao capitalismo levaria ao seu colapso, abrindo espaço para uma nova ordem político-social. O que eu escrevi não tem nada ver com Fukuyama ou Marx. Escrevi que as forças armadas brasileiras estão organizadas em torno da doutrina da segurança nacional, algo incompatível com um regime democrático. Como as forças armadas foram incapazes de reformar a sua estrutura durante os 30 anos de redemocratização, é provável que ela não consiga fazer isso nos próximos anos. Neste caso, a reforma urgente será feita pela sociedade civil democrática terá que fazer esta reforma de fora-para-dentro. Então, ou as forças armadas aceitam essa reforma ou terão que destruir o sistema democrático externo que tentará reformar as forças armadas. Para destruir o sistema democrático, as forças armadas terão que se tornar uma força de repressão, o que será insustentável a médio prazo. Não é fatalismo nem determinismo, mas um cenário possível. A alternativa seria as forças armadas fazerem a reforma de dentro-para-fora ou aceitarem a reforma de fora-para-dentro.
E ainda é um comentário com preconceito religioso!
E quando, nos últimos 36 anos, o Exército não agiu de acordo com a Constituição???? Quando deixou de se subordinar aos Presidentes (e “PresidAnta”)??? E os Presidentes da República desde então?? E os Congressistas? E os Ministros do STF?? Todos estes têm sido legalistas e constitucionalistas??? Têm respeitado a vontade do eleitor???
Vou além: Eles têm sido Patriotas?? Estes são seus parâmetros de liderança “Democrática”???
Caro Sensato. Ao longo da história, o EB violou a ordem constitucional diversas vezes, começando com a própria proclamação da república. O golpe de 64 é outro exemplo. A dificuldade dos militares de reconhecerem estes fatos e assumirem que foram grandes erros históricos é uma das consequências da sua estrutura doutrinária anacrônica. Isso mostra a dificuldade dos militares em se sujeitarem ao poder civil democrático. A CF88 foi promulgada há 33 anos. Todos esperavam que as forças armadas tivessem se adequado ao regime democrático. Os próximos anos vão mostrar se isso ocorreu. Por enquanto, acho muito prematuro analisar os últimos 5~7 anos. Estamos ainda no olho do furacão. A eleição de 2022 será um excelente teste (ainda preciso ler os livros do Villa Boas e do Temer… só não tive vontade de comprar os livros, seria ótimo alguém me emprestar ou me dar de presente).
Em matéria de tecnologia militar nada supera nossos blindados fumacê !
É mesmo?
Por que vc não aborda aspectos doutrinários?
Fale um pouco sobre isso….
Esse tal de Camargoer sabe tanto de aspectos doutrinários de Defesa quanto um chimpanzé entende de física quântica!
Nunca deve ter entrado num Carro de Combate a não ser no Call of Duty…
É o q acho……
Escreve bonito um monte de coisa inviável, incompatível e se soma a uma narrativa q não tem dimensão dos problemas e realidades.
Resumindo, um verdadeiro chato de galochas!
Cara esse é um problema de todos nós. Nós não temos noção nenhuma dos problemas e realidades das FFAA. Normalmente porque as FFAA nos enxotam (elegantemente na maioria das vezes). Existe relativamente pouca interação entre as FFAA e a academia porque na maioria das vezes existe desconfiança.
Acho que o ideal seria justamente que houvesse um maior diálogo para que ambos pudessem fazer proveito dessa relação e ter a noção exata do que precisa ser trabalhado. Porque ficar no bate boca te garanto que não vai dar em nada. Na verdade só vai aumentar a desconfiança mútua.
Olá Agnelo. Acho que um bom ponto de partida seria o Manual Básico da ESG, que fundamenta essencialmente o pensamento militar brasileito em torno da Doutrina de Segurança Nacional, a qual identifica prioritariamente o inimigo interno (guerra de revolução) como a ameaça no contexto das fronteiras ideológicas, deixando o combate ao inimigo externo como uma consequência do embate Ocidente capitalista e o Oriente comunista. Neste contexto, a DSN identifica todo movimento social cuja iniciativa é popular como ameaça á estabilidade social e ao status quo, essencialmente capitalista, já que a grande ameaça ao país é a ameaça interna de inspiração ideológica comunista, já que o Manual identifica na iniciativa da elite política e cultural o protagonismo “patriótico” (já que a independência, a república, a revolução de 30, o golpe de 64, entre outros eventos históricos,
Caro Agnelo. Continuando… recentemente, li um TCC de um estudante da AMAN no curso de Ciências Militares (2019), orientado por um tenente-coronel docente da AMAN, que na introdução do texto mencionava um estudo Gen.Ex Paulo Castro, no qual chama o golpe de 64 de “Revolução Democrática de 1964” em um contexto no qual o estudante concorda com esta citação. Há obviamente um descompasso entre a doutrina militar (no sentido amplo) e a realidade histórica. Portanto, tanto a Doutrina de Segurança Nacional é algo anacrônico como as próprias ideias colocadas aos estudantes da AMAN estão em gritante descompasso com a realidade histórica.
Tu considera o M109A5BR+ e o Guarani, peças de museu?
Ele tem um tubo de 39 calibres quando peças de 52 calibres ficam cada vez mais comuns.
Tá, e daí? O US Army ainda utiliza centenas de M109. A versão mais usada por eles é a A6, e o nosso A5BR possui vários itens do Paladin.
Que se topar com alguém com peças de 52 calibres não vai ser capaz de responder. Só os astros, mas eles não são tão numerosos, além de foguete não substituir obuseiro.
Meu caro, um obuseiro como o M109 não se resume ao comprimento do cano do seu canhão. O M109A5BR+ é uma viatura muito capaz no cenário atual, mesmo vc não crendo nisso.
Quanto à obuseiros com cano mais longo, o EB já está avaliando a aquisição desses, sobre rodas.
Os tanques recuperados poderiam ser colocados em serviço ativo novamente. Boa oportunidade. Especialmente o Renault.
Nunca vi um exercito para fazer tanta “homenagem”, “desfile” e especialmente “nota a imprensa”! Parece, ou melhor, certamente sua função limita-se a garantir algum tipo de “necessidade ao contribuinte” para manter seus salarios e privilegios (que nao sao poucos).
Qto aos equipamentos, se estivessemos em 1975 ou 1980 ate que seriam meios bons e ate modernos, mas para 2021 são tao uteis quanto tropas hipomoveis!
Na boa, ja nem espero mais nossas autoridades levarem defesa a serio.O Sudão de hoje é o Brasil de amanha, esse futuro parece inevitável ao Brasil. Seria uma cisplatina 2.0, so que de maiores corporizes.
Eu também não entendo o que acontece com as Forcas Armadas do BR, pelo amor de Deus, é virado em eventos. Esse pessoa não trabalha? Jesus, tudo sucateado, velho…enquanto fazem cerimonial para tudo.
Eu detesto esse tipo de coisa, não aguentaria trabalhar em um lugar assim.
Parece que esse pessoal tem um ego do tamanho de Júpiter. Vão trabalhar cambada, não tem que ter cerimônia de nada, bora por suor pra fora!
É um negocio de doido…
Uma coisa que sempre será ridícula é a mania deles de distribuir medalha como se fosse cartão de visita. Deram até uma Pacificador pro Genuíno!
Pois é, soltou suspiros em muitos militares.
Mas, pq não compraram pelo menos umas 100 unidades no passado.
Charrua, Osório, Tamayo,………..
ishi, melhor parar.
Isso aí as forças armadas fazem com sucesso: Solenidades, rega-bofes bem caprichados, com champanhe do melhor e bastante quitute caro, daqueles que nem nunca vimos ou comemos, só ouvimos falar…
Lembra dos banquetes da FAB na “barreira do inferno” RN ? Que colocaram a culpa na Dilmanta ?
Eu não lembro de nenhuma dilmanta não, lembro da Presidenta Dilma.
Essa solenidade, por mais que não goste do Bolsonaro, não é culpa dele e sim do Comando do EB.
Culpa dele é a comitiva de gente a toa que ele levou pra passear no Oriente Médio…
Concordo com o ponto da comitiva que foi para o OM. Mas, nisso o 9 dedos e a estocadora de vento eram mestres tb. O primeiro, inclusive comprou um avião novo pra viajar com mais conforto e segurança. Trocou tb os dois Vc-96 por 2 novos VC-2. Então, em termos de viagem, ninguém pode falar de ninguém.
Já quanto à anta….bem, cada um tem o bicho de estimação que prefere.
Haja comemoração! Haja desfile! E o coquetel de camarão, acompanhado por Heineken comendo solto… Agora vai!
Na primeira foto mostra o protótipo do Osório com canhão de 120 mm em cinza.
O mais interessante é que antes esse protótipo estava pintado de camuflado.
Será que o EB está “modernizando” o Osório, para obter conhecimentos para novo MBT nacional ?
Um Osório MK-2 ?
Apesar de eu não acreditar muito nisso (pois aparenta não haver mentes empreendedoras, visionárias e inteligentes em nossas forças militares e administração pública) ainda tenho fé !
Meu caro, os 2 Osórios estão encostados em museus e só saíram para fazer o desfile, não servem pra mais nada, não se engane, muito tempo se passou, nada neles serve pra qualquer coisa, eu fiquei espantado porque ainda se movimentam sozinhos. E segue o baile.
Que eu saiba, apenas um osorio foi manutenido. O outro que está no RJ, está em péssimas condições.
Carlos, o protótipo que aparece nessa matéria, é do acervo do Centro de Instrução de Blindados, aqui de SM. Ele estava pintado com a camuflagem padrão do EB e seus sistemas mantidos em boas condições, mas com problemas no sistema de freios. Para o desfile descrito na matéria, pelotão de manutenção do 6⁰ RCB, de Alegrete/RS, realizou a revisão mecânica geral da viatura (motor, transmissão, freio, etc). Após os serviços, o blindado passou a rodar normalmente (claro que seus sistemas de armas estão inoperantes), tendo desfilado no evento.
O segundo protótipo existente, o de 105 mm,está no Musseu Militar Conde de Linhares, no Rio de Janeiro, exposto na área externa, em condições não muito boas.
Em condições muito boas não, em péssimas condições.
Tu não leu minha última frase? Não leu a palavra “não” que eu escrevi??
Sim, eu li e deixei passar um “nao”, replicando o que tu havia dito. Quis dizer que o osorio no RJ nao está “em condicoes nao muito boas”, está em pessimas condições mesmo.
Três engenheiros da engesa também ajudaram na reativação do blindado.
Ah, é? Onde tu leu isso? Esses engenheiros já são sexagenários, não??
https://youtu.be/loLM1DFO5rU
Participaram de uma live e deram informações muito importantes. Inclusive disseram que se o EB quiser um novo MBT, poderiam partir do protótipo que está em santa maria.
Obrigado. Vou assistir.
??
Viu o que eu disse caro Flanker.
O problema não está apenas nas mentes de militares e políticos, mas na sociedade em geral (já que políticos e militares são oriundos da sociedade).
A China por exemplo, comprou através de um bilionário local, um porta aviões defasado da década de 60/70.
Após isso, estudou o mesmo até o limite para adquirir conhecimentos para um projeto próprio.
Resumo da história, olha onde eles estão agora!
Lógico que os sistemas eletrônicos do Osório são obsoletos, mas chassis, blindagem, esteiras, sistema de armas (canhão) e um monte de informações mecânicas ainda tem grande valia para quem não sabe ou não quer fazer nada.
A blindagem composta do Osório que foi desenvolvida com a Inglaterra por exemplo, com pequenas modificações, ainda pode nos trazer grandes benefícios.
Um sistema mixto cerâmica/ aço ainda é muito usado nós blindados modernos e mais eficiente do que a blindagem de aço balístico do Guarani por exemplo.
Mas isso é cultural
Se não mudar a mente da sociedade não haverá mudança na mente colonial de nada neste país !
Certamente não, creio que ele deveria estar precisando de um tapinha na pintura, então pintaram de areia, cor que este mesmo exemplar usou nos testes na Arábia.
O Osório foi projetado para o motor, armamento, blindagem e sensores disponíveis à época. Seria melhor reprojetar para elementos modernos que tentar adaptar coisa nova em chassi antigo. O que poderia ser aproveitado, creio eu, são as técnicas e soluções de construção e integração de equipamentos, mas não deve ser necessário mexer no carro para isso.
Bingo caro BK 117
Foxtrot, a cor não é cinza. Ele passou por uma revisão, terminada há poucos dias, e foi pintado na mesma cor que ostentava qiando participou da concorrência na Arábia Saudita. Abaixo, a imagem dele na AS.
Caro Foxtrot.
O conhecimento acumulado para o desenvolvimento do Osório está (ou estava) nas pessoas que trabalharam neste projeto.
No início dos anos 2000, um dos meus colegas de trabalho ajudou no desenvolvimento do sistema de rotação da Torreta do Osório. E ele já tinha lá seus 60 anos de idade.
O Brasil já perdeu (infelizmente) há muito tempo o Know How para o desenvolvimento deste carro de combate.
Nossa!
Naquele época eles não conheciam projetos mecânicos, desenhos técnicos mecânicos etc ?
É burrice extrema deixar acumulado conhecimentos em pessoas, pois pessoas morrem, envelhecem etc.
Nem vou falar de computadores porque se hoje tem órgãos governamentais que ainda não há computadores, imagina naquela época.
Segundo os engenheiros da engesa que estiveram na live do canal “sala de guerra”, os arquivos foram perdidos após a falência da empresa. Tudo estava em computadores da época que foram perdidos.
Caro Pablo, com vontade se consegue tudo.
Pega o protótipo do Osório, desmonta, escaneia peça por peça dele com um scaner laser 3D, plota numa fresadora, torno CNC e veja a “mágica” acontecer.
Pega uma turma de projetistas cadistas e estudantes de engenharia, coloca como trabalho de curso, e coloca eles para desenharem peça por peça, parafuso por parafuso e veja o “milagre” acontecer.
Isso se chama engenharia reversa.
Mas estamos no Brasil, e muito em breve virá algum gringo espertalhão nos oferecendo uma solução “milagrosa” que sabemos fazer, mas que o nome enrola muito a língua.
E nossos militares irão com os olhos brilhando, como criança que ganha um brinquedo novo no natal, comprar.
Vão nos oferecer um Abrans M1 beberrão e com turbina ferrada de areia para modernizar, ou algum Leo A2 desatualizado ou qualquer lata velha que queira desfazer e nos empurrar vis T.O.T !
Foi exatamente o que um dos engenheiros falou. Nao precisamos partir do zero para um novo mbt, podemos partir do osorio através da engenharia reversa e com estudo para substituição de componentes defasados. Segundo elesz ainda há componentes que sao aproveitáveis. Fazendo essa engenharia reversa, seria muito mais rapido e vantajoso para o país.
Postei o link acima, da uma olhada.
De nada adianta você ter os projetos em mãos se você não sabe o porquê que o projetista fez de uma forma ao invés de outra. O papel não traduz as decisões que levaram a concepção de uma solução.
É preciso conhecimento acumulado pra interpretar a documentação de um projeto, e isso está nas pessoas e não em computadores ou no papel.
Particularmente adorei o desfile, porque adoro veículos antigos, uniformes de época e etc. Mas se a gente parar pra pensar foi como um túnel do tempo mesmo, o único veículo mais novo é o Guarani, é impressionante como nas últimas décadas o EB parou no tempo, praticamente estagnou, não tem nada a opor numa guerra moderna, estamos ainda na guerra do Vietnã.
O pior é que a mentalidade do oficialato também estagnou.
Olá Romão. Já comentei que os problemas das forças armadas brasileiras é estrutural. Elas tiveram a chance de uma ampla reforma estrutural e doutrinária, mas forma incapazes disso. O atual modelo de forças armadas brasileiras se tornou incompatível com um regime democrático. Só existirá duas opções. Uma ruptura democrática tornando as forças armadas uma instituição de repressão (o que será insustentável a médio prazo) ou a sociedade democrática irá reforma-las de fora para dentro. Elas tiveram 30 anos para fazer esta reforma dentro do contexto democrático da CF88.
EB sem dinheiro pra nada, vestindo soldado com uniforme histórico, queimando combustível, pagando diária e coquetel pra oficial. E os brasileiros na miséria e morrendo de fome…
Eu gostaria de ver um video com o desfile das viaturas antigas. Acho que não existem tantos Renault FT17 rodando no Mundo.
Olá Leandro. Eu lamentei que o desfile tenha sido feito a noite. Em tempos de pandemia e afastamento físico, teria sido muito bacana organizar um desfile transmitido online para os entusiastas. O EB é incapaz até de me surpreender.
Teria sido simplesmente maravilhoso! Espero que façam isso um dia.
Oi, tem outro “Museu” com mais Renault FT-17 ainda rodando. Musée des Blindes de Saumur – France.
Gelson, meu primo esteve lá. Me trouxe uma camisa do Tiger 131 (que já verdade é de Bovington mas tá valendo heheheheh)
Olá, Leandro. Realmente, vc tem razão. Se não me engano, o prof Dennison de Oliveira tem um livro que fala da história dos blindados no Brasil, especialmente daqueles usados na II Guerra, mas acaba abordando a arma cavalaria antes do conflito mundial e ai fala do FT 17.
Luciano, obrigado pela dica. Vou procurar pelo livro.
Mas sem muita relação, saberia onde eu consigo encontrar informações sobre o a unidade de saúde da FEB? Tabelas organizacionais, treinamento/equipamento, atuação? Pensei em ir até a ANVFEB ver se encontro alguma coisa.
Que falta de conexão com a realidade do alto comando do EB. Esses caras vivem numa bolha?
País completamente quebrado, economia mundial devastada pela pandemia e os caras fazendo festas, gastando dinheiro do contribuinte para massagear o ego de seus generais e puxar saco de políticos e demais “autoridades”?
Que falta de bom senso.
Talvez no dia que o EB parar com essas comemorações, desfiles, eventos, e demais FRESCURAS que não condizem com um Exército moderno, ele consiga começar a juntar dinheiro para de fato modernizar nossa Cavalaria.
A melhor comemoração aos 100 anos dos Blindados no Brasil seria apresentar o novo MBT brasileiro.
Mas nossos generais não estão preocupados com isso. Vão seguir ENGANANDO os leigos com o que temos, a espera de um FMS do governo americano mandando uns Abrahams pra cá. Até lá seja o que Deus quiser.
E dê-lhe recepções, eventos, festas, etc.
Enquanto o E.B. for comandado por essa turma de generais, está condenado a obsolescência. Permanecerá por muitos anos preso no século 20.
Que triste.
Caro Oráculo, o oficialato brasileiro é tão cafona que estão fazendo questão até de copiar os desfiles noturnos sob luzes de led, do Nicolas Maduro, que por sua vez, são imitações dos famosos desfiles militares noturnos do Muamar Al Gadafi. Veja só a mentalidade desse gente!
Sem entrar no mérito se está certo ou errado, se é cafona ou não, etc.. ….mas, o EB realiza, por exemplo, a festa anual da Artilharia, aqui em SM, no Regimento Mallet (3⁰ GAC/AP), há muitos anos (bem antes do Maduro assumir o poder na Venezuela), sempre à noite. Há o desfile histórico, encenações de batalhas da Guerra do Paraguai e o desfile dos obuseiros, com tiros de festim. Como solenidade, sem discutir qualquer outra coisa, é bem interessante. E é aberta ao público. Somente na última foi fechada, por conta da pandemia (ou por causa da presença do atual presidente……).
Sim Flanker, é legal sim. Até pq, a aproximação das forças com a sociedade civil é importantíssimo em vários aspectos. A questão é a gente ver muito disso e pouquíssimo de projeto, de reestruturação, de reequipamento. É ver projetos altamente importantes, para o país, serem minados, pelas debilidades de gestão das forças, tanto internamente (papel de casa) como externamente, sendo pífia em negociações com o poder civil, mesmo estando totalmente dentro das estruturas de poder, como está ocorrendo atualmente. Lembro há uns 05, 06, 07 anos, quando nossa maior torcida aqui era pra que um general ocupasse o Ministério da Defesa. Quando vimos o absurdo de um cidadão como Aldo Rebelo ser nomeado Ministro da Defesa. Não lembro se você já estava por aqui, creio que sim. Lembra o quanto isso foi revoltante? Hoje vemos os militares aí. Dentro do poder. Mas nada se avança. Pelo contrário. Lidamos com notícias como a recente, da redução dos KC390. Então, vai ficando cansativo isso tudo. Ver que não tem dinheiro pra nada. Mas as solenidades sempre acontecem. As formaturas e os concursos são sempre lançados. As estruturas não são tocadas. Vai cansando isso. Não é que não é importante.
Ok, Felipe. Entendo e concordo com seus pontos. Abraço.
Caro Felipe. Fui um dos poucos a alertar sobre o erro que era indicar um militar para o cargo de ministro da defesa. O ministro é o representante do gabinete da presidência dentro das forças armadas. Ele não é o representante dos militares dentro do gabinete. O ministro da defesa tem dimensão política, não técnica, e precisa ter transito dentro do Congresso e capacidade de articulação com os demais ministérios, principalmente o da Economia. O fato do congresso ter aprovado R$ 7 bilhões em emendas para o ProSub mas o MinDef só ter liberado R$ 300 milhões, como explicado pelo Alm. Olsen é a prova do pudim. A resistência dos militares ao nome do Aldo Rabelo mostra que as forças armadas são incapazes de se sujeitar ao poder civil eleito.
concordo, até a parte do Aldo Rebelo. A indicação desse senhor foi uma imensa afronta às forças armadas, visto seu histórico. Não precisava disso. É a mesma coisa de nomear um cara totalmente pró agronegócio para chefiar o ministério do meio ambiente. São afrontas que não são necessárias.
Tanto é que o Raul Jungmann fez um bom trabalho, tendo um bom trânsito na sociedade civil e militar, como você muito bem citou.
solenidade, cerimônia, conferência, simpósio, viagem de grupo de trabalho etc etc.
aff
Esperando a FAB realizar a cerimônia comemorativa da aviação de transporte no Brasil. Afinal, há muito o que comemorar, né?
E o MBT Osório ? que poderia ter sido uma boa opção para as FFAA ?
Olá Azor. Creio que ele teria sido uma boa opção para o EB na década de 80. Provavelmente hoje, ele é um projeto desatualizado em vários aspectos. Creio que nesta altura, o mais adequado seria a construção sobre licença de um carro de combate que esteja maduro. Contudo, é preciso lembrar que o programa Guarani só entregou cerca de 500 viaturas das 1500~2000 planejadas. Neste momento, o mais adequado é concluir os programas em andamento. Eu inclusive tenho uma dúvida sobre a real necessidade de uma frota de mas de 150/200 MBT. Acredito que a o cenário de um conflito convencional com algum dos países vizinhos é menos provável do que a necessidade de organizar mais uma vez uma força expedicionária. Talvez seja mais importante adquirir carros de combate novos para os fuzileiros do que buscar um MBT para substituir o Leo1A5. Talvez seja mais adequado pensar em um programa de modernização de eletrônica dos Leo1A5 do que um novo MBT, provavelmente de segunda mão.