Ministério da Defesa leva qualificação profissional a jovens soldados
Em 17 anos de criação, o projeto atendeu mais 255 mil jovens em todo o país. Só neste ano já foram investidos cerca de R$ 3,8 milhões
Concluir o Serviço Militar com uma profissão e pronto para entrar no mercado de trabalho. Esse é o objetivo do Projeto Soldado-Cidadão (PSC), iniciativa que faz parte do Programa de Assistência e Cooperação das Forças Armadas à Sociedade Civil, sob a responsabilidade do Ministério da Defesa.
Militares temporários carentes ou em situação de risco social deixam a corporação com qualificação profissional. São jovens eletricistas, pedreiros, marceneiros, pintores, cozinheiros, mecânicos, motoristas, web designers, entre outros.
É o caso do soldado do Exército Jhonata Augusto Araújo Moura, do Distrito Federal, que está fazendo o curso de instalações hidráulicas pelo programa no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Depois que deixar a corporação, ele pretende se aprofundar mais no assunto e estudar mecânica. “A gente tem que sempre pensar no futuro. O Exército não é para sempre, assim como nada na vida, então a gente tem que estar pensando lá na frente”, diz o soldado.
Além do Senai, as organizações militares contam com a parceria de outras entidades de ensino profissionalizante do Sistema “S” como Senac, Senat e Senar.
Empregabilidade
Em 17 anos de criação, o Projeto Soldado-Cidadão atendeu mais 255 mil jovens em todo o país. Só neste ano já foram investidos cerca de R$ 3,8 milhões no projeto, o que permitiu capacitar aproximadamente 4 mil militares. “Eu digo que o Projeto Soldado-Cidadão tem um caráter dual. Ganha tanto as Forças Armadas quanto o militar. O caráter principal do Projeto Soldado-Cidadão é dar empregabilidade ao militar quando ele dá baixa após o tempo de serviço”, ressalta o coordenador do Projeto do Ministério da Defesa, Coronel Gustavo Gomes.
De acordo com o Ministério da Defesa, o índice de empregabilidade dos jovens que fazem os cursos pelo programa chega a 70%.
Só em Brasília, a Marinha conta com 110 marinheiros recrutas participando do programa. Em parceria com o Senac, eles realizam curso na área administrativa. “A ideia do projeto é que eles passem um período aqui na Força, recebam algum tipo de atividade teórica que vai engrandecer o currículo deles e futuramente eles possam ingressar no mercado de trabalho em melhores condições do que quando chegaram aqui na Força”, explica o Capitão de Mar e Guerra Fuzileiro Naval Álvaro Moura, Comandante do Centro de Adestramento e Instrução de Brasília.
Experiência
O chefe de cozinha Pedro Henrique Batista é responsável por dois restaurantes de Brasília. A paixão pela culinária começou com o Projeto Soldado-Cidadão. “Eu servi o Serviço Militar obrigatório e nesse serviço eles deram um curso de gastronomia pelo Senac, na época, e eu comecei a me apaixonar. Comecei a fazer o curso e gostar, e realmente saí daqui com uma profissão”, diz.
Além de chefe de cozinha, Pedro Henrique é hoje consultor e professor de gastronomia. “Eu digo para todo mundo que a Marinha me deu uma profissão. Além de servir [à Pátria], eu aprendi a servir as outras pessoas através do alimento”, conclui.
FONTE: Ministério da Defesa
Está aí uma excepcional iniciativa.
Cursinho de gastronomia pra vender “dindim gourmet” nos faróis de transito…Assistam o documentário “Estou me guardando para quando o carnaval chegar”…Conta como a “uberização” da nossa economia espalhou a falsa ideia de que sou patrão, faço o meu tempo e ganho dinheiro…Falácias, falácias e falácias…É escravidão de corpos e mentes…Cada vez mais poucas pessoas tem ensino fundamental completo em nosso país, e a maioria se deixa levar pelo trabalho(informal) e deixa de estudar…Todo mundo conhece um motorista de uber atualmente….
Nunca me esquecerei de um soldado do meu ano que me disse que era morador de rua antes de entrar nas fileiras do e.b….enquanto muitos reclamavam de tudo, ele só agradecia, dizendo que o exercito foi o único lugar que disse “sim” na vida dele, que esquecendo a hierarquia, foi tratado com igualdade, sem desprezo pela sociedade…
Laranjeira, voluntário para tudo…virou soldado nb, depois cabo…. ficou os 7 anos de temporário….mas infelizmente perdi contato com os anos, a ultima informação que tive que ele deu rumo a vida dele com esse programa soldado cidadão.
Já eu outro dia soltei um “hop” pros meus filhos pararem no sinal de trânsito e o mendigo da esquina soltou um “frente pra retaguardaaaa” e sorrimos um pro outro. Ele deve ter tido a tal da “qualificação”, mas não serviu pra nada, tá lá na rua. Eu servi forçado, hoje tenho doutorado.
Esse dinheiro enxuga gelo e justifica a conscrição, melhor investir em educação de verdade, FFAA é força de defesa, não é a LBA ou a LBV.
“Vou pra faculdade ser engenheiro para construir grandes obras!”
…Anos depois…
“Hoje sou feliz trabalhando como uber. Isso é o que importa.”
Vai braziu caranguejo…
Meus parabéns pela inciativa, acho extremamente importante isso, mas vem uma questão, já não está na hora de rever esse serviço militar obrigatório?! Ele realmente está trazendo os resultados que se espera de uma força militar do séc. XXI?! Isso deve ser reformulado, pois amigos que servem, serviram, relatam falhas graves, como falta de manuseio e tiro com armamento, falta de atividades tipicamente militares e tal, que eles serviam para “servir” aos mais antigos do quartel, e que os reais conhecimentos que deveriam ser enfatizados, ficam de lado em prol de manutenções longas e custosas aos cofres públicos, tais como pinturas sem fim, reformas sem fim a cada troca de Comando, ou seja, os Generais precisam parar e ver os custos que esses recrutas oneram e se eles estão sendo preparadas para a guerra de fato, além da obrigatoriedade, já não enxergo aplicação prática pra isso, a Guerra Fria acabou em 1991, enfim, falaria das falhas graves que vejo.
Quer deixar os altos oficiais sem motorista, pintores, eletricistas, jardineiros e garçons? Tá louco.
Me recusei a engraxar o coturno de um tenente e fiquei um fim de semana detido, reclamei com o capitão e fiquei marcado até ele ser transferido. Só me livrei quando entrei pra S2, com quem ninguém se metia.
Conscrito é bucha de canhão, trabalho degradante barato.
Caro Da Escola. Anualmente, praticamente 1 milhão de jovens se apresentam para o serviço militar, dos quais 90 mil são convocados. Praticamente, todos são voluntários. Isso pode dar a falsa impressão que tanto faz, contudo se o serviço militar fosse absolutamente voluntário, isso poderia impactar no valor do soldo do soldado ingressante para ser atrativo. Hoje, o custo de 90 mil soldados é de aprox. R$ 1,5 bilhão por ano, ou menos de 1,5% do orçamento. Outro ponto seria a necessidade de concurso público para ingresso no serviço militar, como demanda a CF88. Isso pode ser bom mas dai o MinDef selecionaria pelo topo, o que tornaria programa como soldado-cidadão inúteis. Por fim, talvez um dos pontos mais importantes, o serviço voluntário criaria um viés no perfil do ingressante que talvez tornasse as forças armadas mais distantes ainda do perfil médio da população brasileira. Isso pode ser muito ruim para as forças armadas. Acho que valeria a pena fazer uma pesquisa do perfil do soldado que ingressa nas PM e comparar com o perfil daqueles que prestam serviço militar obrigatório. Creio que o perfil do soldado que ingressasse nas forças armadas por concurso teria um perfil parecido. Outro problema é que o serviço militar obrigatório é de um ano, o que não cria um peso previdenciário. Caso a tropa fosse 100% profissional, isso criaria uma pressão previdenciária, que agravaria o problema orçamentário das forças armadas.c