Subprograma Forças Blindadas – Evolução Permanente
Neste 26 de maio comemoramos os 100 anos da adoção dos blindados pelo Exército Brasileiro e encerraremos as publicações sobre o histórico das viaturas que compuseram ou compõem as forças blindadas brasileiras com este texto, reportando a visão de futuro e a permanente busca que o Exército tem com a atualização de suas forças blindadas.
A constante evolução tecnológica impõe o permanente acompanhamento da modernização dos novos meios de combate para que os materiais de emprego militar do Exército Brasileiro não fiquem tecnologicamente defasados, comprometendo o poder dissuasório nacional.
Neste contexto, foi criado o Subprograma Forças blindadas, que visa obter, através de aquisição, desenvolvimento ou modernização, sistemas e materiais de emprego militar atualizados que atendam às necessidades operacionais das forças blindadas do Exército Brasileiro, com viaturas blindadas de combate, de reconhecimento, de transporte de pessoal e especiais, dotadas de sistemas de armas, comando e controle e equipamentos especiais, entregando capacidades como ação de choque, poder de fogo, proteção blindada, consciência situacional e mobilidade.
Outro encargo do Subprograma é apontar sistemas de treinamento e simulação que permitam o preparo adequado das guarnições blindadas do Exército Brasileiro. Propor alternativas para atualizar o sistema logístico do Exército com meios adequados, de modo a permitir a sustentabilidade logística dos meios atuais e dos meios a serem incorporados, visando otimizar os níveis de disponibilidade ao longo do ciclo de vida do material. Todos estes requisitos deverão atender às premissas de emprego da Força Terrestre quanto a flexibilidade, adaptabilidade, modularidade, elasticidade e sustentabilidade.
O Subprograma Forças Blindadas está inserido no Programa Estratégico do Exército Obtenção da Capacidade Operacional e corresponde a uma Iniciativa Estratégica que considera os fatores técnico, econômico, gerencial, legais e ambiental para dotar a Força Terrestre de meios de combate blindados atualizados.
O Subprograma Forças Blindadas visa contribuir com a consecução dos seguintes Objetivos Estratégicos do Exército: contribuir com a dissuasão extrarregional, contribuir com o desenvolvimento sustentável e a paz social e implantar um novo e efetivo Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Para isto, o Estado-Maior do Exército Brasileiro criou, em abril de 2019, o Grupo de Trabalho para a Formulação Conceitual dos Meios Blindados do Exército Brasileiro e designou o Comandante da 3ª Divisão de Exército como Coordenador Executivo deste grupo de trabalho.
O grupo de trabalho produziu o Estudo de Viabilidade do Subprograma, que apresenta uma proposta, contendo uma visualização dos projetos e ações complementares integrantes, uma estimativa preliminar dos recursos orçamentários necessários para a execução ao longo do ciclo de vida (investimentos e custeio) e um conjunto de medidas que, se adotadas pelo Exército, combinadas ou não, contribuirão com os êxitos desta Iniciativa Estratégica e com a mitigação dos variados riscos inerentes a um projeto de grande envergadura.
Com base no Estudo de Viabilidade, o Chefe do Estado-Maior do Exército determinou a iniciação de três projetos do Subprograma: Obtenção da Viatura Blindada de Combate de Cavalaria Média Sobre Rodas, Modernização da Viatura Blindada de Reconhecimento EE-9 Cascavel e Modernização da Viatura Blindada de Combate Carro de Combate Leopard 1A5 BR.
A adoção destas propostas fortalecerão a Base da Indústria de Defesa em áreas estratégicas, tais como armamentos, sistemas de comando e controle, optrônicos, equipamentos de proteção, munições, entre outros, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a pesquisa, o desenvolvimento e modernização de Sistemas e Materiais de Emprego Militar aplicados aos meios blindados, reduzindo o hiato tecnológico e a dependência externa, além da geração de empregos e renda no Brasil. Estas ações vão impulsionar a Tríplice Hélice Nacional- indústria, academia e governo.
Como síntese do Subprograma Forças Blindadas, podemos dizer que pretende propor alternativas para atualizar as organizações militares do Exército Brasileiro de meios blindados necessários para a obtenção e manutenção de capacidades operacionais adequadas, contribuindo com a prontidão operacional e capacidade dissuasória da Força Terrestre para as próximas décadas, permitindo sua atuação efetiva segundo a concepção da Estratégia Nacional de Defesa.
DIVULGAÇÃO: 3ª Divisão de Exército
Que há avanços tecnológicos, não há dúvidas. Inegável que o nível atual está superior que 20, 30 anos atrás.
No entanto, o gap tecnológico também está aumentando muito, visto que o avanço tem sido bem mais lento em relação a média do avanço tecnológico dos países centrais.
Além de que esse avanço tem sido desequilibrado entre as diversas áreas atuantes do EB.
Destaca-se que essa é uma situação do país como um todo, não somente do EB. Nosso país como um todo sofre de gaps tecnológicos cada vez maiores.
O Brasil sempre teve “gaps” tecnológicos em relação a outros países, começando pela Revolução industrial, que teve um atraso de anos para chegar até aqui, digamos que nem houve revolução nesse aspecto aqui. Isso claro, se deve a uma classe política que nunca teve um projeto de nação que fosse bem articulado e que continuasse mesmo mudando os governos, o que nós vemos é que a cada governo que entra no poder eles tendem a buscar seus próprios interesses, e não o da nação como um todo, infelizmente poucas coisas dão certo por aqui, e a maioria da errado, muito triste porque esse país é muito rico e tem um potencial absurdo.
A parceria com Italia e Austria é a forma mais coerente de diminuir o gap tecnológico.
Se dependermos dos Estados Unidos, estamos lascados.
ASCOD e Centauro II com transferencia de tecnologia é o futuro. Aos moldes do projeto Gripen NG da Saab .
Fazendo um olhar mais amplo, qualquer empresa hoje em parceria com o Exército Brasileiro, estará diminuindo esse gap tecnológico que nós temos. O ASCOD II possui um canhão de 120mm Oto Melara magnífico. Imagine a dupla Centauro II 120mm. Eu realmente espero que o Exército Brasileiro escolha tanto o 8×8 quanto o MMBT, ambos com canhão de 120mm. Assim, evita maiores custos na fabricação de munição 105mm pra um e 120mm pra outro. E convenhamos, está na hora mesmo do Exército Brasileiro sair do 105mm e ir diretamente para o 120mm.
Conforme comentou o GFC_RJ é inegável que a situação atual está muito melhor que 20 anos atrás.
Não só em equipamentos, mas também em relação ao emprego, doutrina, manutenção e logística.
Por outro lado, as modernizações do M-113, e futuras do Leo 1A5 e Cascavel são, de uma maneira simples, soluções temporárias para problemas que se apresentam no horizonte a médio prazo e que efetivamente vão necessitar de um volume significativo de recursos.
Espero que nesse “meio tempo” efetivamente estejam implementadas as mudanças estruturais que estão em andamento (em velocidade menor que o ideal, é verdade), como a redução de 10% do efetivo, o aumento do efetivo de militares temporários e diminuição do efetivo dos militares de carreira, etc
A reestruturação internar (extinção de OM, transferências de sedes, redistribuição de efetivos, etc) sofre muita influencia política e social (mudança da ESA é um exemplo, acompanhado por todos), o que por vezes dificulta, quando não impede.
Sem dúvida, desafios interessantes se apresentam ao EB no futuro próximo.
Ao invés de modernizar os vovô Leo e Cascavel, porque não realocar todo o dinheiro que será gasto na modernização para o projeto de aquisição, como por exemplo, a recente questão do 8×8 e futuramente o MMBT?
Mesmo sem ter detalhes de valores envolvidos, muito possivelmente os recursos para a modernização dos Leo e Cascavel são bem inferiores aos necessários para adquirir veículos novos.
Sou da máxima: ”cada centavo vale ouro.”
Quantos Leo serão modernizados? 116? E o Cascavel? E os M-113?
Vai para a casa dos bilhões em modernizações de equipamentos que já são vovôs. Ai fica a pergunta: Modernizados, quanto tempo se levará para que o Exército Brasileiro se dê por concreto o primeiro MMBT?
Aos meus olhos, o tempo de se modernizar Leo, Cascavel e M-113, já passou. O foco deveria ser realmente no projeto Nova Couraça e não em um Nova Couraça: Nova Roupagem.
É o que foi falado aqui, o dinheiro disponível não é suficiente para atender as demandas do EB, se for comprar tudo novo, vai faltar veículo.
Efetivo de exércitos nacionais. Para reflexão:
EB – 183 mil (1990) – 218 mil (2020)
França – 305 mil (1990) – 114 mil ( 2020)
Alemanha – 350 mil (1990) – 64 mil (2020)
Reino Unido – 162 mil (1990) – 80 mil (2020)
Holanda – 65 mil (1990) – 15 mil (2020)
EUA – 770 mil (1990) – 480 mil (2020)
Todos esses caras, exceto um, fazem parte da OTAN… somente um desses caras aí tem fronteiras com 10 outros, alguns desses com sérios problemas internos… vale também para reflexão… abraço…
somente um desses caras aí tem fronteiras com 10 outros, alguns desses com sérios problemas internos´´
Compreendí, mas também trazendo para reflexão:
Com exceção de um deles ( Venezuela ), qual deles tem sérios riscos de guerra civil?
Qual desses países são militarmente comparáveis, ou mais fortes, do que o Brasil?
Qual deles tem sérias pendências territoriais com o Brasil?
Qual foi a última vez, nos últimos 100 anos, em que entramos em guerra com algum deles?
Qual a última vez em que o líder de algum deles nos ameaçou publicamente?
Boa noite, vou ampliar… pense em ameaças transnacionais… abraço.
“Pense em ameaças transacionais”
Se pensar nisso, é aí que fica mais escancarado o quanto estamos mal preparados pra isso…
Se continuarmos nesse caminho, vamos ter que combater essas ameaças transnacionais com estilingues…
Sim, todos, exceto um, já faziam parte da OTAN em 1990… e na Europa sempre existiu uma ameaça chamada Rússia. (Não estamos falando de um Estado falido do terceiro mundo). No campo interno existem as ameaças representadas pelo terrorismo islâmico e pelos refugiados em massa, mas isso nunca foi motivo para transformar os exércitos europeus da OTAN em guardas de fronteiras e gendarmarias (PMs). Eles preferiram trocar efetivo por tecnologia de última geração.
Boa noite, talvez eles não tenham trocado a função de seus exercitos por uma questão jurídica (os EUA não podem empregar suas FFAA no próprio território, por exemplo) ou já existam instituições formadas e aptas para dar conta dessa missão em seus respectivos territórios… são suposições minhas.
Quanto à tecnologia ela é fundamental e pode fazer a diferença nas mãos de pessoal motivado e adestrado, mas não acredito que seja um fator de redução tão grande como você postou… abraço.
Boa noite. Nada justifica o atual efetivo do EB. Para início de conversa não existem ameaças internas e/ou externas. Vigilância de fronteiras? uma das premissas do SISFRON deve ser substituir efetivo por tecnologia (Drones e sensores). Além disso, existem dezenas de milhares de militares ociosos em regiões sem fronteiras (CMNE e CML). Manter tropas do EB no RJ é ainda mais ilógico uma vez que é sede do CFN (mais de 15 mil homens). O principal fator para reduzir efetivo é econômico. Todos os países estão reduzindo unidades, tropas, comandos e meios militares (manter equipamento obsoleto ou excedente custa caro) ou seja, estão racionalizando gastos e reduzindo orçamentos militares. O único que continua na contramão do século XXI é o Brasil. Aliás, deve ser o único país que teve a desfaçatez de falar em aumento de orçamento militar em plena crise social e econômica causada pela pandemia.
Em suma: enquanto não reduzir o efetivo vai continuar colecionando sucatas.
Manter tropas no NE ainda é necessário, inclusive defendo unidades com grande poder de choque. Uma invasão estrangeira, provavelmente seria aqui. No RJ, tem que reduzir o efetivo e distribuir para outras localidades da Federação, inclusive nossa preguiçosa Marinha.
Perfeito
Exato..
Uma reflexão é que se somarmos o território da França, Alemanha, Reino Unido e Holanda, ainda não teremos um Brasil.
Mesmo assim, o efetivo somado dos Exército, desses mesmos países, é menor que o do EB.
De qualquer maneira, como já me referi no outro comentário, o efetivo do EB terá uma diminuição de 10%.
Outra questão, é que dificilmente os mesmos países manteriam a politica de diminuição de efetivos e orçamentos se não tivessem os EUA como “irmão mais forte”.
Boa noite Gabriel, corroborando com este teu pensamento, estava eu lendo estes dias atrás, uma matéria antiga na revista física aqui da Trilogia que falava sobre aquisição do sistema antiaéreo Gepard pelo EB, aproveitando-se de uma nova doutrina das Forças Armadas Alemãs denominada de “Neus Heer”, onde a defesa aérea daquela país ficaria a cargo de um “um guarda-chuva da aviação tática da Otan“, e que tal equipamento (Gepard) estaria sendo descartado. Pelo que se pode entender, a Alemanha estaria abrindo mão de parte de suas defesas, a deixando sob responsabilidade da “NATO”, isto é, haveria um fardo a menos para aquela força se preocupar. Acho que este “relaxamento” europeu é que acabou por gerar uma insatisfação por parte do Trump que ameaçou tirar suas tropas do país alemão, o que gerou preocupação para a ministra da defesa alemão à época. Concordo realmente que o cenário agora é outro e mais flexível para restrições orçamentárias militares… isso é, até mais ou menos um ano atrás. Com o novo cenário Russo-Ucrânia e até mesmo o cenário mais longe de China-Taiwan, acho que pode haver um implemento de equipamentos bélicos e de efetivo militares nas cercanias do Velho Continente. Forte abraço!