M4 Sherman

A consolidação dos blindados no Exército Brasileiro não ocorreu de forma contínua e linear, pois a tradição da cavalaria hipomóvel era milenar e, portanto, profundamente arraigada nos exércitos do mundo.

Essa realidade foi superada pelas ideias e ações arrojadas dos capitães José Pessoa, primeiro comandante de tropa blindada no Brasil, e o capitão Carlos Flores de Paiva Chaves, que deu prosseguimento ao pioneirismo de José Pessoa, ao ser nomeado para organizar o Centro de Instrução de Motorização e Mecanização (CIMM) e comandar a recém-criada Subunidade-Escola deste Centro, além de integrar a Comissão de Estudos de Motomecanização, uma novidade dentro do Exército Brasileiro.

Essa foi a continuação qualificada na formulação da doutrina de blindados. Essas ações possibilitaram ao Exército Nacional incorporar de forma irreversível a arma blindada, acompanhando os grandes exércitos do mundo na evolução da arte da guerra.

Primeiras viaturas empregadas pelo Exército Brasileiro:

Fiat Ansaldo CV3/35 Modelo II

Depois O Exército Brasileiro adotou o carro de assalto italiano Fiat Ansaldo CV3/35 Modelo II. A designação “CV” é uma abreviatura de Carro Veloce (italiano: “tanque rápido”). Os 23 blindados  Fiat-Ansaldo, CV 3-35 II chegaram no Brasil em 25 de maio de 1938, para o Esquadrão de Auto-Metralhadora do Centro de Instrução de Motorização e Mecanização, integrado à recém-criada Subunidade-Escola de Motomecanização (atual Escola de Material Bélico – EsMB).

Durante e logo após a Segunda Guerra Mundial, o governo norte-americano estava preocupado com uma possível ameaça de invasão no continente americano por parte das forças do Eixo e prestou ajuda militar com o objetivo promover a modernização da Força Armada Brasileira. Com isto, a arma blindada brasileira foi inteiramente modificada e modernizada, passando a possuir blindados norte-americanos dos modelos M-3 Lee, M-4 Sherman e M-3 Stuart, os quais foram os sucessores dos Fiat-Ansaldo nas novas unidades criadas.

M3 Stuart

O M3 Stuart era um tanque leve americano, que foi usado durante a Segunda Guerra Mundial pelas forças americanas e aliadas até o final da guerra. A produção do veículo começou em março de 1941 e continuou até outubro de 1943. O armamento do M3 consistia de um canhão de 37mm e metralhadora .30 Browning.

Com a entrada do Brasil na guerra ao lado dos aliados, o Exército Brasileiro recebeu diversos carros de combate M3 ao longo dos anos seguintes, totalizando aproximadamente 350 unidades. O Stuart M3, que entre a tropa era conhecido como “Perereca”, por serem pintados de verde e por pularem muito ao transitarem no campo. Foi empregado nos Batalhões de Carro de Combate Leve (BCCL), como o 3º BCCL, atual 29º Batalhão de Infantaria Blindada, em Santa Maria, e na função de reconhecimento nos Regimentos de Cavalaria Mecanizada. Permaneceu em serviço até a década de 70, quando foi substituído pelo M41 Walker Bulldog.

M3 Lee

O novo carro de combate M3 possuía um design incomum. Possuía dois canhões: um canhão de 37 mm, que estava montado na torre principal, e a arma principal, o canhão M2 de 75mm não estava instalado em uma torre giratória, e sim no chassi, isto se deu porque nesta época as indústrias americanas não dispunham da capacidade técnica para produzir uma torre fundida que portasse uma peça deste calibre. Acima da torre estava instalada uma metralhadora Browning.50, para uso do comandante do carro.

O Brasil recebeu inicialmente 104 tanques médios Lee nas versões M3A3 e M3A5 e, como padrão, ambos os modelos estavam armados com canhões de 75mm e 37mm, além de metralhadoras. Sua guarnição era composta de seis homens com o canhão principal, sendo operado por um artilheiro e um carregador.

A introdução dos carros de combate médio M3A3 e M3A5 nas fileiras do Exército Brasileiro viria a provocar a geração de um novo ciclo operacional em termos de carros de combate blindados. Abandonou-se, assim, a doutrina militar francesa da qual o Brasil era signatário, conceitos operacionais militares estes que já estavam ultrapassados, pois eram oriundos da experiência daquele país na Primeira Guerra Mundial.

Inicialmente, os novos tanques M3A3 e M3A5 Lee foram priorizados para as principais unidades blindadas, entre elas, primeiramente o 1º Batalhão de Carros de Combate (1º BCC), que estava aquartelado no antigo Derby Club, na cidade do Rio de Janeiro, e depois alocados junto ao 2º Batalhão de Carros de Combate (2º BCC), sediado em Valença, no mesmo estado e, por fim, no 3º Batalhão de Carros de Combate (3º BCC), sediado na capital do estado de São Paulo, consolidando assim a Divisão Motomecanizada.

M8 Greyhound

Em 1941, o Departamento de Defesa Americano, adotou o carro antitanque leve e de reconhecimento para as tropas de cavalaria M8 Greyhound, veículo blindado leve sobre rodas com tração 6X6, armado com um canhão de 37 mm instalado em uma torre giratória, dispondo ainda de duas metralhadoras Bronwing .50. para autodefesa.

Seguindo a estrutura padrão do Exército Americano na Segunda Guerra Mundial, havia a necessidade de se compor na Força Expedicionária Brasileira (FEB) uma unidade de reconhecimento mecanizada. Criou-se, assim, o 1º Esquadrão de Reconhecimento da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, com veículos de reconhecimento blindados, para poder dar suporte ao avanço das tropas no teatro de operações italiano, front de batalha designado para as Forças Armadas Brasileiras.

Ao longo da campanha os M8 estiveram presentes nas principais batalhas e momentos de glória da FEB, como a Batalha de Montese e a rendição da 148ª Divisão Alemã, bem como, a dos remanescentes da Divisão Monte Rosa italiana. Após a guerra, os M8 continuaram empregados como viatura de reconhecimento na cavalaria mecanizada até a substituição pelas viaturas Cascavel, de fabricação nacional.

Carro de Combate M4 Sherman

O cenário começaria a mudar a partir de meados de 1945, quando começaram a ser recebidos os primeiros carros de combate médio M-4 Sherman, que já substituíram de imediato os M3A3 e M3A5 Lee do 1º BCC e, assim, ao longo do próximo ano, gradativamente, os Sherman assumiram a posição de principal carro de combate brasileiro.

Os primeiros carros de combate M4 Sherman chegaram ao Brasil em plena Segunda Guerra Mundial, 1943, para equipar unidades recém-criadas no Exército Brasileiro, como a Companhia Escola de Carros de Combate Médio.

Durante e no pós-guerra, o Exército recebeu aproximadamente 80 Sherman das versões M4, M4-A1 e M4 Composite Hull, que passaram a equipar diversas unidades blindadas até o final dos anos 60, quando foram sendo substituídos gradativamente pelos M-41 Walker Bulldog.

Essas viaturas foram dotação do 4º Regimento de Carros de Combate (4ºRCC), em Rosário do Sul, e 6º Regimento de Cavalaria Blindada (6º RCB), em Alegrete. A partir de 1957, começaram a ser recebidos os primeiros carros blindados M41 Walker Buldog, sendo descarregados do serviço ativo em 1969.

DIVULGAÇÃO: 3ª Divisão de Exército

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Pablo
Pablo
3 anos atrás

Falando em blindados, gostaria de fazer uma sugestão aos editores do Forte.
Poderiam fazer uma reportagem sobre o blindado Sucuri?

Alexandre Galante
Responder para  Pablo
3 anos atrás

Faremos! abs

Leandro Costa
Leandro Costa
Responder para  Alexandre Galante
3 anos atrás

Muito bom. Acho que é um momento bastante propício para uma matéria sobre o Sucuri. Tenho um material aqui que não é muito atual sobre ele, mas vou te mandar por email na esperança de servir para alguma coisa.

Pablo
Pablo
Responder para  Leandro Costa
3 anos atrás

Se não me engano, em dzembro ou janeiro, quando se falou que o eb estaria interessado na compra de novos blindados sobre rodas, me surgiu essa curiosidade.

Pablo
Pablo
Responder para  Alexandre Galante
3 anos atrás

Obrigado, abraço

Nemo
Nemo
Responder para  Alexandre Galante
3 anos atrás

E outra sobre o Tamoyo, era um blindado interessante!

Pablo
Pablo
Responder para  Nemo
3 anos atrás

Já tem reportagem desse blindado aqui.

Antonio Cançado
3 anos atrás

E os Renault FT-17?

M65
M65
Responder para  Antonio Cançado
3 anos atrás

No Museu Conde de Linhares – São Cristóvão – RJ têm o Renault , o M3 Lee M4 e o M41 e outros. O Fiat não recordo

Renato B.
Renato B.
Responder para  M65
3 anos atrás

No Tank Museum de Bovington tem um M3 brasileiro, ainda está com o Cruzeiro do sul.

Renato B.
Renato B.
Responder para  Renato B.
3 anos atrás

Inclusive, achei um site com um artigo bem legal sobre a criatividade brasileira aplicada ao M3 https://wwiiafterwwii.wordpress.com/2020/10/18/strange-stuarts-of-brazil/

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
3 anos atrás

“Permaneceu em serviço até a década de 70, quando foi substituído pelo M41 Walker Bulldog.”

Então…o EB usou, até os anos 70, um blindado que já dava sinais de obsoletismo já na campanha da África, quando os EUA entraram na WWII?

Falando nisso…quando o FT-17 foi aposentado do EB?

Rodrigo LD
Rodrigo LD
Responder para  Willber Rodrigues
3 anos atrás

Realidades da América Latina. O Paraguai ainda utiliza os M3 Stuart, a República Dominicana utiliza os Half Track meia lagarta, o Uruguai está feliz com nossos M41 doados e de olho em um lote de M108 que também deverão ser doados, e nós ainda estamos retrofitando os Cascavel de 1970, utilizando os M113 de 1960 e os Leopard A1 de 1965.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Rodrigo LD
3 anos atrás

E o pior é que, dia desses, eu descobrí que o México aposentou um navio da Classe Fletcher nos anos 2000…
Eu não sei que milagre algum país da AL não utilize até hoje T-34, Flak 88 ou P-47…

camargoer
Responder para  Willber Rodrigues
3 anos atrás

Olá Wilber. O México há anos perdeu sua capacidade militar quando transformou suas forças armadas em polícia anti-tráfico. Muita gente fez pressão para que as forças armadas brasileiras fossem usadas no combate ás drogas (e ainda faz, como foi o caso da GLO no Rio de Janeiro há poucos anos). Essa história de usar o EB para reprimir favelas começou durante a Eco92. O que foi um uso excepcional durante um evento excepcional foi banalizada.

rdx
rdx
Responder para  camargoer
3 anos atrás

Perfeito. Existe uma matéria muito boa no Military Review sobre esse assunto.

Silveira
Silveira
Responder para  camargoer
3 anos atrás

O que eu vi na época foi um EB sendo reprimido por favelados da favela da Maré, soldados do EB foram ridicularizados por favelados que não podiam fazer nada, um inclusive disse que seu AK era melhor que o FAL do soldado. Um tenente do EB foi preso e não sei se foi expulso, enfim, prendeu um vagabundo que ria na cara dele e tirava onda. Mandaram soltar o “cidadão”, só que o tenente soltou na facção rival e o mesmo foi morto. Depois o atual ministro da defesa pediu desculpas em público a mãe do “cidadão”. O EB foi usado como propaganda política e estava de mãos amarradas, isto para mim foi falta de comando e amor a tropa.

camargoer
Responder para  Silveira
3 anos atrás

Caro Silveira. São vários problemas. O primeiro é usar tropas regulares em missões de segurança pública. É um erro. Tropas regulares tem equipamento e treinamento para combate. Quem tem treinamento para atuar em segurança pública é a polícia. Usar um blindado para invadir uma favela pode gerar boas imagens mas é uma estupides, até porque a maioria da população de uma favela é correta. O segundo erro é a contaminação das forças regulares pela corrupção. As forças policias são muito assediadas pela corrupção por estarem na linha de frente. Casos de corrupção policial são comuns mas casos de corrupção nas forças armadas são muito mais danosos. Outro erro foi a militarização das polícias, que serviu para criar uma tropa auxiliar para as forças armadas durante o período de guerra fria mas foi um desastre em relação á segurança pública. Outro erro é a estratégia de confronto como ação de segurança pública. Essa estratégia também fracassou porque o que sucesso no combate á criminalidade se faz por investigação policial ao invés de repressão policial. Por fim, a estratégia de guerra ás drogas é um fracasso, tanto que a tendência atual é a descriminalização do uso de drogas. Esse ideia de criminalizar o uso de drogas fracassou nos EUA durante a lei seca (que deu origem à máfia) e fracassou no mundo no combate ao tráfico de cocaída, heroína e maconha (o que gerou os cartéis do tráfico). Aliás, é sempre bom lembrar que o tráfico ilegal de cocaína foi usada para financiar as operações ilegais da CIA (Iran-contras).

Silveira
Silveira
Responder para  camargoer
3 anos atrás

Boa noite. Concordo com tudo que falou, mas discordo do “erro de militarização das polícias”, vivi essa época e a polícia geralmente comandada por um militar do EB, inclusive nas delegacias até que funcionava bem. O problema na polícia começou quando os governadores dos respectivos estados passaram a comandar a polícia, a partir daí começaram todo tipo de mazelas que hoje conhecemos. O governo federal tem um projeto de unificar as polícias no Brasil tirando o poder dos governadores sobre as mesmas, mas aí a “grita vai ser geral”.

Sequim
Sequim
Responder para  Silveira
3 anos atrás

Esse projeto de “unificar” as polícias, trata-se, na verdade, de uma tentativa deste desgoverno de criar sua Guarda Pretoriana.

Caio
Caio
Responder para  Silveira
3 anos atrás

Acompanhei essa operação de perto com amigos militares e não vi nada disso, deixa essa papagaiada de playboizinho pro teu copo de whisky.

Silveira
Silveira
Responder para  Caio
3 anos atrás

Eu não acompanhei com “amigos”, eu vivi a ação.

Gabriel
Gabriel
Responder para  Silveira
3 anos atrás

Quanta bobagem escrita.

Hanói
Hanói
Responder para  Silveira
3 anos atrás

Geralmente só observo mas essa não pude deixar de responder: eu participei da Operação Rio II, verão de 94 para 95. Passei uma semana dormindo ao lado do lixão no Morro dos Telégrafos (fora outras missões) e participei de enfrentamento, inclusive com colega de outro pelotão levando tiro de AR15 no pé e outro do mesmo pelotão levando de raspão no braço direito. Não sei onde você serviu ou o que viu mas eu vi situações bem diferentes das relatadas, no complexo da Mangueira fomos respeitados

Rodrigo LD
Rodrigo LD
Responder para  Willber Rodrigues
3 anos atrás

Cuba ainda utiliza o T34 com modificações. Nossa América Latina é um verdadeiro museu. Tem de tudo ainda em operação.

pangloss
pangloss
Responder para  Rodrigo LD
3 anos atrás

Rodrigo, a diferença é que as peças de museu costumam ser bem conservadas (apesar de não serem operacionais), ao passo que as peças das FFAA latrinoamericanas (erro proposital de digitação) não são operacionais exatamente por não terem a manutenção adequada.

M65
M65
Responder para  Willber Rodrigues
3 anos atrás

E a Africa do Sul usava o veterano C-47 (dotado com turbo hélices) como patrulha marítima neste século. Ou ainda usa?

Zorann
Zorann
Responder para  M65
3 anos atrás

A USAF ainda usa um ou outro C-47 modernizado com turbo hélices. Não estou lembrando aqui a função

Wilson Look
Wilson Look
Responder para  Willber Rodrigues
3 anos atrás

Oficialmente foi em 1942.

Sobre os Stuarts, 16 deles ainda foram usados pela 16 RC Mec até 1987, os demais foram recolhidos no PqRMM/3 onde passaram por uma triagem para identificar os que estavam em melhores condições para serem modernizados no programa X1.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Wilson Look
3 anos atrás

Entre o EB usar M3 Stuart até os anos 80 ( quase anos 90!!! ) e, depois disso, o EB ainda achar que valia a pena modernizá-los, eu não sei qual dos dois consegue ser pior nessa história…é o tipo de coisa que eu teria preferido NÃO tomar conhecimento.

Tá explicado o porquê do EB achar que Cascavel modernizado ainda vale algo hoje em dia…

Matheus
Matheus
Responder para  Willber Rodrigues
3 anos atrás

Realidade Latino Americana, nós não vivemos num Oriente Médio ou África.

camargoer
Responder para  Matheus
3 anos atrás

Caro Matheus. Os países produtores de petróleo possuem uma balança comercial desequilibrada com os grandes compradores de petróleo. Um dos modos de equilibrar essa balança é por meio da importação de grandes quantidade de material militar de alto valor agregado. É por isso que países como Arábia Saudita, Venezuela, Emirados Árabes, fazem grandes compras de material militar do ocidente. Durante as décadas de 70/80 o Brasil exportava grandes quantidades de material militar para o Iraque porque o Iraque exportava grandes quantidades de petróleo para o Brasil (aliás, o Iraque importava grandes quantidades de produtos industrializados e serviços do Brasil para compensar a balança comercial).

M65
M65
Responder para  camargoer
3 anos atrás

Lembrei do Passat Iraquiano. Muito comum de serem vistos nas matérias da Tv sobre o Iraque e nas ruas brasileiras na época. Ver mais em https://quatrorodas.abril.com.br/noticias/grandes-brasileiros-volkswagen-passat-lse/

pangloss
pangloss
Responder para  M65
3 anos atrás

Tive um, vermelho. Carro muito confortável. Tenho saudades dele até hoje.

Antoniokings
Antoniokings
Responder para  pangloss
3 anos atrás

Passat era um carrão e o último modelo lançado era bem caro.

M65
M65
Responder para  Antoniokings
3 anos atrás

Sim. GTS Pointer 2 portas.

Flanker
Flanker
Responder para  M65
3 anos atrás

Antes de ser exportado para o Iraque, a partir de 1983, o Passat já era produzido no Brasil desde 1974. Foi o modelo introdutor da refrigeração líquida nos modelos produzidos na Volkswagen do Brasil. A versão exportada para o Iraque pode-se dizer que foi o “ápice” daquele modelo de automóvel, mas o design básico e linhas gerais foram os mesmos desde 1974 até o final de sua produção.

Wilson Look
Wilson Look
Responder para  Willber Rodrigues
3 anos atrás

Essa modernização era literalmente uma reconstrução, e serviu de base de aprendizagem para a indústria brasileira na época aprender a projetar carros de combate, a modernização dos M41, e o projeto do Tamoyo devem muito a essa iniciativa do final dos anos 60 e começo dos 70.

Gelson
Gelson
Responder para  Wilson Look
3 anos atrás

E, mais ainda …eles não possuíam um rádio sequer. O comandante do pelotão de carros levava um aparelho modelo de infantaria pendurado do lado de fora da torre para se comunicar com o Esquadrão e, para dar ordens aos outros carros do pelotão gesticulava e gritava exposto fora da torre. Como também não havia intercom o mesmo comandante indicava a direção que o motorista devia seguir “cutucando” as costas dele com a ponta do pé. Eu fui testemunha disso! Metade dos anos 70! Quem não acreditar é só perguntar para algum cavalariano da época.

Gelson
Gelson
Responder para  Gelson
3 anos atrás

Se ainda me lembro era um ERC-110!

Henrique
Henrique
Responder para  Willber Rodrigues
3 anos atrás

E os M41 também eram obsoletos! Refugo dos americanos, que não gostavam desse cc e que eram ultrapassados comparados com os soviéticos (o T-54 era contemporâneo do Walker Bulldog).

Wilson Look
Wilson Look
Responder para  Henrique
3 anos atrás

Pior que não era pra gente, já que quando eles vieram, o principal carro de combate da Argentina, vista como a principal ameaça na época, era o M4 Sherman.

camargoer
Responder para  Henrique
3 anos atrás

Olá Henrique. Na década de 90, quando o EB escolheu o Leopard A1, os EUA forçaram uma exportação de M60 usados para o EB que estão até hoje operando (pelo menos uma fração daqueles adquiridos naquele período)

rdx
rdx
Responder para  camargoer
3 anos atrás

O erro do EB foi não ter adquirido mais M60. Na época ele podia ter destinado os 128 Leopard 1 para os RCBs e adquirido 220 M60A3 para os RCCs. Hoje ele poderia estar avaliando a modernização de uma parte dos M60 com canhão 120 mm e sensores estado da arte.

camargoer
Responder para  rdx
3 anos atrás

Caro RDX. O EB deveria escolher o M60 ou o Leopard e uniformizar a frota. O erro nem foi adquirir poucos M60 ou poucos Leo 1. O erro foi adquirir os dois ao invés de padronizar a frota.

rdx
rdx
Responder para  camargoer
3 anos atrás

Talvez ocorresse a desejável padronização se o T-72 tivesse vencido a licitação…mas o EB preferiu compras sucatas belgas. O M60 foi uma doação. Pena que foi de apenas 91 veículos.

camargoer
Responder para  rdx
3 anos atrás

Olá RDX. Muito bem colocado.

Antoniokings
Antoniokings
Responder para  camargoer
3 anos atrás

Camargoer

Os M-60 já era relativamente obsoletos nessa época, sendo que tiveram sérias dificuldades já nos conflitos árabes-israelenses frente aos tanques de origem soviética.

camargoer
Responder para  Willber Rodrigues
3 anos atrás

Olá Wilber. Pelo que lembro, no filme do Roberto Carlos (em ritmo de aventura) há a participação da brigada de paraquedistas e aparecem vários M4 do EB (com aquele círculo enorme com o cruzeiro do sul dentro pintado de branco).

M65
M65
Responder para  Willber Rodrigues
3 anos atrás

Têm muitas OMs pelo Brasil com M41 usado como Monumento.

AMX
AMX
3 anos atrás

Bem interessante o texto, resume bem.

rdx
rdx
3 anos atrás

Blindados do EB:

Renault FT-17 – 1921
Fiat-Ansaldo CV3/35 – 1938

2 GM e pós guerra:

M3A3 e M3A5 Lee;
M4, M4A1 e M4 (Hull) Sherman;
M3 e M3A1 Stuart;
M2, M2A1, M3, M3A1 e M5 Half track;
M39, M32;
M3A1 Scout Car 4×4;
T-17 Deerhound 6×6;
M8 Greyhound 6×6 e M20 6×6.

rdx
rdx
Responder para  rdx
3 anos atrás

Anos 60:

M41;
M59, M113;
M108 105 mm (obuseiro AP);
M578 e M74.

Anos 70 e 80:

EE-9 “Cascavel magro” (armado com o canhão 37 mm do M8)
EE-9 Cascavel
EE-11 Urutu
X1 e X1A2 (projetos baseados no M3A1 Stuart)
Marder (sistema AP SAM Roland 2)

M65
M65
Responder para  rdx
3 anos atrás

O 1o Esquadrão de Cavalaria Leve, atualmente em Valença RJ, foi a única OM de Cavalaria do EB que participou da 2a GM. Mas deconheço quais vtrs foram usadas na FEB.

M65
M65
Responder para  rdx
3 anos atrás

Na Praça do Ex Combatentes – São Gonçalo RJ tem um M3 Lee. Infelizmente, junto com outras peças do acervo, pichado.

Screenshot_2021-04-11-13-09-05.png
Carvalho
Carvalho
3 anos atrás

Acho que o texto faz algumas confusões com as datas de incorporação e baixa dos Shermans e M41.

Gelson
Gelson
3 anos atrás

Uma pequena correção no texto: “veículo blindado leve sobre rodas com tração 6X6, armado com um canhão de 37 mm instalado em uma torre giratória, dispondo ainda de duas metralhadoras Bronwing .50. para autodefesa.”
O M-8 usado pelo EB levava uma metralhadora Browning .30 co-axial ao canhão M6 e uma Browning .50 montada num reparo fixo na parte posterior da torre. Os norte-americanos usavam a .50 num reparo móvel que podia ser girado manualmente sobre um anel montado sobre a torre em 360º.

Defensor da liberdade
Defensor da liberdade
3 anos atrás

E ficou estagnado na década de 60, com os Leopards.

luiz jorge
luiz jorge
3 anos atrás

belíssimo artigo. Quero mais

Marcelo
Marcelo
3 anos atrás

ou seja, nunca tivemos os mais modernos, sempre uma ou duas geracoes atras.

Wilson Look
Wilson Look
Responder para  Marcelo
3 anos atrás

Renault FT-17 era moderno em 1921, o seu sucessor na França só veio nos anos 30 com o Renault R-35.

Os CV3/35 eram veículos modernos e faziam parte de uma tendência nos anos 30, as tanquetas.

Os M4 Shermans, eram também modernos, e eram o principal carro de combate dos EUA quando vieram para o Brasil.

E só para constar, esse negócio de gerações só começa mesmo após a segunda guerra.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Wilson Look
3 anos atrás

O problema é que, nas vezes em que tivemos material moderno, ele rapidamente ficava obsoleto, mas nunca conseguíamos trocá-lo na devida velocidade.
Esses tanquetes italianos eram modernos nos anos 30, mas logo no começo da WWII já ficou provado que seu conceito era ultrapassado, mas mesmo assim continuamos usando eles por anos.
O Sherman eram modernos na WWII, e ainda úteis na Guerra da Coréia, mas ainda continuamos usando eles até a década de 70, quando já eram defasados.

Wilson Look
Wilson Look
Responder para  Willber Rodrigues
3 anos atrás

E havia a necessidade de troca-los?

Quem faria frente aos FT brasileiros na américa do sul? Provavelmente infantaria.

As tanquetas fracassaram, pois se visualizava a sua utilização apenas contra a infantaria, não contra carros de combate, havia outras carências, principalmente nas capacidades fora de estrada, o conceito não era ultrapassado, era falho, assim como vários outros conceitos da época.

Não tem problema algum no Brasil ter usado os Shermans até os anos 70, vários países usavam o Sherman até mesmo nos anos 80, e todos tiveram programas de repotencialização, inclusive o Brasil, em que um protótipo foi feito testando uma nova suspenção, foi cancelado em favor da modernização dos M41, mas os Shermans eram um dos principais tanques de Israel na guerra do Yom Kippur, modernizados e rearmados com um canhão de 105mm.

Defensor da liberdade
Defensor da liberdade
Responder para  Wilson Look
3 anos atrás

“vários países usavam o Sherman até mesmo nos anos 80”

Como dizia minha mãe, você não é todo mundo.

Wilson Look
Wilson Look
Responder para  Defensor da liberdade
3 anos atrás

Cada um é cada um.

Diversos fatores podem levar uma nação a preferir manter um equipamento antigo em serviço. O Brasil continuou usando os Shermans depois de tira-los de serviço, como plataformas de testes de equipamentos. O sucessor do Sherman no Brasil foi o M41.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
Responder para  Wilson Look
3 anos atrás

Se é pra usar essa desculpa de “quem faria frente a nós na América Latina”, então cancela o Gripen, afinal, nossos F-5M, pra região, é mais do que suficiente…
E, pelo mesmo motivo, bora usar Leopard 1A5 até 2040. Afinal, até lá, nenhum vizinho nosso vai adquirir nenhum CC melhor do que esse mesmo…

Wilson Look
Wilson Look
Responder para  Willber Rodrigues
3 anos atrás

Eram tempos diferentes, com necessidades diferentes.

O que determina qual equipamento usar é a necessidade, que vem das ameaças existentes.
Não misture os períodos de tempo, os FT nunca tiveram um oponente, hoje os Leo 1A5 já tem um oponente superior nos T72B1 venezuelanos, e os F-5M já estão chegando no fim da vida útil de suas estruturas.

Mas se quer saber, quando o Brasil buscou ficar na vanguarda da corrida naval no começo do século XX, a economia nacional não suportou, ficar na vanguarda requer muito dinheiro, bem mais do que as FA tem.

JS666
JS666
Responder para  Willber Rodrigues
3 anos atrás

Mas nossos vizinhos já tem carros melhores ou do mesmo nível:

Melhores:
Chile – Leo 2a4
Venezuela – T-72B1V

Mesmo Nível mais ou menos:
Chile – Leo 1V
Equador – Leo 1V
Venezuela – Amx30 modernizados

Fora que mesmo os TAM argentinos modernizados já são uma ameaça imensa.

zézão
zézão
3 anos atrás

Nunca se consolidou! Até hoje é olhado com algo enfadonho. Sabe, né…o sujeito fica nada sexy dentro daquelas latas de sardinha, grosseiras, barulhentas, que exigem manutenção e suprimentos…nada diferente duma sociedade não muito afeita às maquinas e a tecnicos especialistas.

Nilson BERNARDI FERREIRA
3 anos atrás

Ta faltando o Renault FT-17

Leite
Leite
3 anos atrás

Boa noite a todos

A 40 ANOS FABRICO E RECUPERO LAGARTAS, RODAS DE APOIO ENTRE OUTROS SOBRESSALENTE DE VIATURAS BLINDADAS SOBRE LAGARTAS.
COMECEI OS TRABALHOS EM 1984 COM O M3, M4, M41, TRATOR M4,M113,M108,M578,M60,LEOPARDO,M109 E POR ULTIMO M88.
POSSUO MAIS DE 10.000 KM DE TESTES DE RODAGEM.

rdx
rdx
3 anos atrás

Na minha opinião, o pior momento da cavalaria do EB aconteceu no início da década de 80. Enquanto os israelenses avaliavam o Merkava no Líbano, os EUA testavam o Abrams e a Argentina lançava o TAM (todos com canhão 105 mm), o EB empregava M41 e M113 à gasolina (e com sérios problemas de manutenção e suprimentos) e uma miscelânea de blindados de II GM. A situação só não era pior porque o EB já tinha recebido os primeiros lotes de EE-9 e EE-11.

rdx
rdx
3 anos atrás

Na minha opinião, o pior momento da cavalaria do EB aconteceu no início da década de 80. Enquanto os israelenses avaliavam o Merkava no Líbano, os EUA testavam o Abrams e a Argentina lançava o TAM (todos com canhão 105 mm), o EB empregava M41 e M113 à gasolina (e com sérios problemas de manutenção e suprimentos) e uma miscelânea de blindados de II GM. A situação só não era pior porque o EB já tinha recebido os primeiros lotes de EE-9 e EE-11.

Gelson
Gelson
Responder para  rdx
3 anos atrás

Não sei qual foi a tua experiência na cavalaria do EB. Me parece que nunca esteve bom. Já passei por alguns momentos bem ruins – coisa de tirar do currículo. Mas, tudo isso é passado assim como é a fôrça de blindados do EB. A consolidação ainda é um objetivo almejado, um sonho na verdade. É como um carro com os faróis montados na traseira – só ilumina o passado. Me preocupa sim, é o momento atual sabendo das deficiências do equipamento existente e, principalmente da falta de treinamento. E esse “faz-de-conta” que tem e que está operacional. Alguns colegas relataram que não é feito um único disparo real durante o ano todo. Nem mesmo com sub-calibre. Isto é “apronto operacional”? Pior ainda é ler sobre os planos “estratégicos” sobre o assunto! Nem quero imaginar como será se, porventura, a “Pátria Amada” precisar do sangue dos seus filhos Que debandada haverá!

pangloss
pangloss
Responder para  Gelson
3 anos atrás

E esse quadro pode ser generalizado a todas as FFAA (e à administração pública em geral).

Mensageiro
Mensageiro
3 anos atrás

Off-topic: MPF investiga possível superfaturamento ou desvio de finalidade das forças armadas. Compras de 714 mil quilos de picanha, 9,7 mil quilos de filé de bacalhau, 438,8 mil quilos de salmão, 1,2 milhão de quilos de filé mignon, além de cerveja puto malte, para abastecer os quartéis.

Agora entendi pq não temos artilharia anti aérea.

Gabriel BR
Gabriel BR
3 anos atrás

A história da cavalaria do Exército é muito top.
Uma história de homens com muita visão!

Rafael M. F.
Rafael M. F.
3 anos atrás

O novo carro de combate M3 possuía um design incomum

Não era nada incomum, pois o anterior Char B1 possuía a mesma configuração, só o canhão da torre que tinha uma peça de 47mm, ao invés dos 37mm do Lee.