Conexão Defesa nº 2: Bate-papo com os editores da Trilogia Forças de Defesa

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Conexão Defesa nº 2

Neste sábado, 26 de setembro de 2020, às 20h de Brasília, teremos o segundo programa Conexão Defesa no Youtube e Facebook, um bate-papo com os editores da Trilogia de sites Forças de Defesa.

Alexandre Galante, Fernando “Nunão” De Martini e Guilherme Poggio vão conversar sobre a chegada do F-39 Gripen, as fragatas Tamandaré e o Míssil Tático de Cruzeiro do Exército Brasileiro.

Os editores também vão responder perguntas dos telespectadores.

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Peter Nine-nine
Peter Nine-nine
4 anos atrás

Um off-topic

Moçambique requisitou oficialmente apoio militar à União Europeia para fazer frente ao problema de terrorismo no país. Sugiro mais acompanhamento do que ali se passa, com maior divulgação.

Já alerto a anos com pequenas referências num comentário ali e acolá, mas para muitos ainda passa ao lado. O que ali se está a passar é grave e as atrocidades são várias, inclusive cometidas pelas próprias Forças de Defesa.
O governo está a perder o controlo de território físico e a mão que tem sobre as “ferramentas” que poderia usar mostra-se insuficiente. Seria triste observar um país falante do português, com ligações históricas a todo o grupo, virar mais uma RCA da vida em África. Moçambique precisa de ter os seus militares a passar por instrução não só a nível tático, mas também ético e moral, e precisa de apoio militar propriamente dito. Portugal já forneceu essa instrução no passado, mas de pouco serviu num país que pouca capacidade de continuidade tem e, o conhecimento que poderia ter sido adquirido, não foi valorizado, muito menos disseminado, por uma força que de profissional não tem nada..
O número de efectivo a precisar de ser doutrinado e instruído como deveria de ser, requer mais instrutores e recursos humanos complementares e, quer Moçambique o admita ou não, é necessária a implementação de pequenas unidades combatentes estrangeiras, capazes de orientar, mas também supervisionar, a actuação das forças locais.
Na UE, fala-se em enviar uma missão de formação, liderada ou por França ou por Portugal, mas eventualmente até por outro país. Não acho no entanto que isto chegue, o problema tem de ser controlado e, no imediato, restringido à região onde teve origem.

Um factor de relevância, é que as forças de moçambique conseguiram a proeza de serem mal vistas pelos locais, seja pela sua baixa eficiência, seja por se comportarem como terroristas quando desdobrados em operação. Tal limita em muito a vontade, e mesmo capacidade, de qualquer país, em especial Portugal, “o colonizador”, de se fazer acompanhar por tal efectivo. A situação está, portanto, a ficar cada vez mais delicada, com novas agravantes a surgirem de forma constante, na medida em que o tempo passa e nada se faz. Se é verdade que nenhum problema incontrolável se apresenta perante uma missão de instrução, com interação limitada com os locais, também é verdade que, perante a óbvia necessidade de efectivo de combate, presente no terreno e, portanto, com interação com os locais, tal necessidade terá de ser suprida por uma força capaz de se conseguir integrar sem ser vítima de irracionalismos étnicos, raciais, históricos ou outros.
Poderia Portugal, por exemplo, empenhar uma força não só de instrução, mas também de combate, em moldes semelhantes à QRF que empenha na RCA desde 2017? Sim, mas sobre riscos muito muito maiores por ser o colonizador e com a agravante de que as forças que se fariam acompanhar, as moçambicanas, de pouco profissionalismo se prezam. Sozinhas seriam nada mais que uma ferramenta reforçadora de terrorismo (o colonizador voltou para invadir), fornecendo mais um útil apelo ao recrutamento para tais organizações.

A UE fala em instrução, mas eu vou além, eu imagino como já o disse, que a Comunidade de Países de Língua Portuguesa ganhe “tomates”. Nenhuma outra comunidade se encontra tão bem posicionada para intervir num país dessa mesma comunidade. Países como o Brasil, Portugal e Angola, poderiam, colectivamente, formar uma força de reacção rápida para projectar a pedido e com Moçambique, com alto poder de resposta e de choque que reagiria mediante o estourar de conflito. Angola não tem nenhuma capacidade de o fazer sozinha, Portugal tão pouco, seja pelos motivos que referi (não pode por conta de motivos históricos, éticos, sociais,etc), seja pelo facto de que já se encontra em esforços contínuos, a desdobrar contingentes de forma interrupta para os mais diversos teatros, pelo que a sua participação seria limitada. Mas enfim, não é que essa mesma comunidade não tenha um gigante, com os meios e militares a passear pelos quartéis, quando não em exercícios com vista à preparação destas mesmas actividades. Não é que esse gigante não esteja claramente vago, haja em vista o facto de que apenas se desdobra, correntemente, numa missão não combatente da ONU.
Tal missão não acarretaria custos assim tão altos. 200 a 400 homens, com proveniência de unidades cujas características lhes confiram grande eficácia, acompanhados pelos necessários meios blindados, de alta mobilidade, com dois meios aéreos rotativos e dois Tucanos, seria o suficiente para fornecer uma resposta efetiva, rápida e localizada. Operariam colectivamente, com especialidade distribuída, numa unidade só, estacionados a partir de Cabo Delgado e com militares moçambicanos integrados, mas treinados e equipados para o efeito, que passariam por período de formação e doutrinação (para todos os efeitos, militares de elite à semelhança dos colegas estrangeiros). A implementação seria de facto um dos obstáculos mais difíceis.
A região é remota e carece de infraestura, teria de ser preparada uma base, com pista em terra (já existem, várias, é só tomar, ou pedir), nada muito chique, mas suficiente para as condições desejadas. Haveria um período de familiarização, não só com o cenário, mas entre militares também. Uma força respeitável seria alias um mínimo de 800 militares, 250 do Brasil, 250 de Angola, 100 de Portugal (sobrecarregado com outras missões) e 200 de moçambique (integrados diretamente nas unidades estrangeiras) totalizando um total de cerca de entre 120 e 160 ou 200 viaturas tácticas, blindadas. Notar que boa parte não seriam combatentes mas pessoal de apoio como médicos, mecânicos, administrativos e restantes profissionais.
Estou a viajar? Sim, mas talvez não tanto no reino do possível ou desejável.
O apoio aéreo, para além do ocasionalmente possível e limitado de moçambique, seria provido por duas parelhas de helis brasileiros e angolanos, quatro portanto, especializados em observação, apoio de fogo limitado e evacuação, com dois tucanos, brasileiros, todos estes meios aptos a operar de pista de terra batida, integrada na base. O transporte logístico, como munições e restantes provisões, seriam reunidas num local só, no exterior do país, por exemplo em Luanda, Angola, onde aí poderia ser recolhida e transportada por um C130 ou C295 português, conforme disponibilidade e característica da carga. Em Luanda, portanto, seria um entroncamento logístico, para reunir as munições dos três países, que conforme as armas escolhidas para o cenário poderiam ser todas diferentes (Portugal usa G3 “apetrechada” e SCAR, maioritariamente, o Brasil a FAL e IA2, maioritariamente, Angola a AK), e outros “mantimentos” transportados para a base alternadamente por um C295 e um C130 português, dedicados a servir a QRF (evacuações, transportes, logística, projeções), voando entre Luanda e Cabo Delgado e restante moçambique.

Se não fosse para mais nada, pelo menos para dizer que nos conseguimos entender. Mal não faria e, mesmo que apenas com sucesso parcial, seria uma manobra de digno reconhecimento internacional para os envolvidos, mas principalmente para a comunidade..

Matheus Augusto
Matheus Augusto
4 anos atrás

Off tópic: começou a guerra entre a Armênia e o Azerbaijão, e a trilogia nada de noticiar hein.

Peter Nine-nine
Peter Nine-nine
Responder para  Matheus Augusto
4 anos atrás

Focos de conflito começam a surgir, com claros sinais reveladores desses mesmos agravamentos claramente visíveis muitos anos antes. Nada ou pouco se faz.

Os grandes países, quando não nada fazem, procuram explorar a situação, e os “pequenos” sobrecarregam-se com deveres internacionais.