India China

Índia e China se acusaram mutuamente de disparar tiros de advertência para o alto ao longo de sua disputada fronteira com o Himalaia pela primeira vez em mais de quatro décadas em um novo sinal de atrito dias depois que autoridades de ambos os lados concordaram em acalmar as tensões.

As tropas indianas na noite de segunda-feira “cruzaram ilegalmente a Linha de Controle Real na margem sul de Pangong Tso e dispararam tiros de advertência contra o patrulhamento das forças chinesas”, disse o coronel Zhang Shuili, porta-voz do Comando do Teatro Ocidental do Exército de Libertação Popular (PLA), em um declaração na terça-feira. As tropas chinesas foram “forçadas a tomar contra-medidas para estabilizar a situação”, disse Zhang, sem dar mais detalhes.

“O comportamento dos índianos violou gravemente os acordos firmados entre os dois lados e aumentou as tensões”, disse Zhang, instando os índianos a se retirarem. “Tal comportamento pode facilmente levar a erros de cálculo. É uma provocação militar séria”.

O Exército Indiano negou que seus soldados cruzassem a fronteira disputada “ou recorressem a qualquer meio agressivo, incluindo disparos”.

“É o PLA que vem violando abertamente acordos e realizando manobras agressivas, enquanto o engajamento em nível militar, diplomático e político está em andamento”, disse um comunicado do Exército Indiano, acrescentando que, quando “dissuadidas”, as tropas chinesas “dispararam alguns tiros para o ar em uma tentativa de intimidar.”

Tensões crescentes

A última vez que as tropas indianas e chinesas abriram fogo foi ao longo de sua fronteira disputada na área de Arunachal Pradesh, na Índia, em 1975. Os comandantes militares de ambos os lados estabeleceram protocolos para garantir que as tropas não atirassem e as escaramuças fossem limitadas a altercações físicas.

Mesmo antes de a notícia da última escaramuça ser pública, o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, descreveu as tensões na fronteira como “muito sérias” ao falar em um evento do Indian Express em Nova Delhi na noite de segunda-feira.

Índia capturou postos avançados estratégicos em ação furtiva contra a China

Jaishankar deve manter discussões com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, quando ele viajar a Moscou para a reunião da Organização de Cooperação de Xangai na quinta-feira. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia não respondeu às mensagens pedindo comentários na terça-feira.

As tropas indianas correm o risco de “serem aniquiladas” se usarem armas de forma imprudente, disse o jornal Global Times do Partido Comunista na terça-feira em comentários. Hu Xijin, o editor-chefe do jornal, disse no Twitter: “até onde eu sei, a análise do PLA é: O lado indiano está subestimando a vontade da China como fazia antes de 1962 e assume que a China não ousa entrar em guerra.”

O Ministério das Relações Exteriores da China adotou um tom mais conciliador em uma reunião diária em Pequim.

Apesar de culpar Nova Delhi pelo disparo primeiro, Zhao Lijian, o porta-voz do ministério, disse aos repórteres “nós, do lado chinês, sempre enfatizamos que ambos os lados devem resolver pacificamente nossas diferenças por meio do diálogo e da consulta. O confronto também não beneficiará.”

Discussões em Moscou

A última disputa veio poucos dias depois que o ministro da Defesa indiano, Rajnath Singh, e seu homólogo chinês, general Wei Fenghe, concordaram em aliviar as tensões após “discussões francas e profundas” em Moscou.

Se os relatos de tiros de advertência disparados na fronteira forem verdadeiros, “então as tensões China-Índia estão claramente aumentando, apesar de um acordo bilateral e de numerosos diálogos entre militares com o objetivo de diminuir a escalada”, disse Derek Grossman, pesquisador da RAND Corporation baseada em Washington. “Há rumores de que o presidente chinês Xi Jinping está infeliz e frustrado com a forma como os eventos se desenrolaram com a Índia, e ele pode estar olhando para aumentar a aposta a fim de mudar a sorte de Pequim.”

“A China sempre viu a Índia como uma potência menor”, ​​disse Grossman. “Uma derrota na fronteira, mesmo que apenas simbólica e não territorial, seria um grande e inaceitável golpe psicológico para a confiança e imagem internacional da China.”

Pangong Tso é um lago glacial a 14.000 pés (4.300 metros) na parte ocidental da área contestada da Caxemira e foi palco de violentos combates em junho que mataram 20 soldados indianos e um número desconhecido de soldados chineses.

As relações sino-indianas azedaram as ações uns dos outros ao longo da Linha de Controle Real de 3.488 quilômetros (2.167 milhas). Várias rodadas de negociações militares de alto nível não conseguiram encerrar o impasse de meses.

FONTE: Bloomberg

0 0 votos
Classificação do artigo
Inscrever-se
Notificar de
guest

105 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
4 anos atrás

Todo mundo fala em EUA X China, ou Turquia X Grécia, mas acredito que o barril de pólvora mais provável e fácil de pegar fogo seja essa tríplice fronteira entre China, Índia e Paquistão.
Vai ser um verdadeiro milagre se aquilo alí não virar uma guerra nos próximos 15 anos.

Vinicius Momesso
Vinicius Momesso
Responder para  Willber Rodrigues
4 anos atrás

A congregação para a Batalha já está acontecendo. É questão de tempo!

Antoniokings
Antoniokings
Responder para  Vinicius Momesso
4 anos atrás

Abortado.

China e Índia selam acordo para evitar escalada em região
fronteiriça

https://br.sputniknews.com/asia_oceania/2020091116056389-china-e-india-selam-acordo-para-evitar-escalada-em-regiao-fronteirica/

As pessoas estão delirando se acham que haverá guerra naquela região.
Já passou o tempo disso.
Há cinquenta anos talvez. Atualmente, não mais.

Pablo
Pablo
Responder para  Willber Rodrigues
4 anos atrás

concordo contigo, porém, o que tem de comum nesses barris, é que a China está em quase todos (com exceção da Grécia e Turquia, claro), inclusive com Taiwan e no mar do sul da China, onde tu esqueceu de mencionar.

Welington S.
Welington S.
4 anos atrás

A China está mesmo é testando a paciência da Índia. Não acredito que a China começaria uma guerra com a Índia já que o foco principal da China neste momento é com a guerra comercial. Fato é que a China está crescendo e muito e daqui alguns anos, será muito difícil de ”matar” este Dragão que décadas e mais décadas atrás, foi fatiado por vários países. É, a China está vindo com tudo!

Daniel7440
Daniel7440
Responder para  Welington S.
4 anos atrás

Está vindo porque seus dias estão contados. A população do leste asiático está envelhecendo rapidamente, e muito em breve haverão mais idosos do que adultos economicamente ativos. O cenário para 2050 em diante não é nada favorável para a China, a tendência é que ela se aproxime do que está sendo experimentado pelo Japão, país onde se vendem mais fraldas geriátricas do que para bebês.

Se a China não se tornar superpotência hoje, não vai conseguir faze-lo mais tarde. Os chineses sabem bem disso.

A Índia, por outro lado, passa longe de sofrer com esse tipo de problema. A projeção é que ela supere a China como país mais populoso do mundo ainda nessa década.

_RR_
_RR_
Responder para  Daniel7440
4 anos atrás

Daniel,

Apenas complementando seu comentário…

Vale lembrar que a economia indiana cresce de forma mais solida que a chinesa, posto possuir politicas econômicas mais factíveis e menos desagradáveis ao Ocidente, somando-se a isso o fato de seus sistemas político e jurídico serem mais palatáveis que os de seu oponente. Coloca-se assim como mercado potencialmente muito mais seguro para investimentos, o que deve ser fato consumado já na segunda metade desse século.

O mais, basta olhar o mapa… A China é um país virtualmente confinado em seu canto, e os chineses dependem da aceitação de seus vizinhos para manterem abertas suas rotas para o mundo. Já os indianos, tendo vasta costa voltada para o Indico, não tem tantas preocupações nesse sentido.

Francamente, se tivesse que apostar em uma super potencia no casulo, apostaria na Índia.

M65
M65
Responder para  Daniel7440
4 anos atrás

A política de Controle da natalidade foi um erro. Somente uma criança por casal de preferência menino e hoje têm mais homens adultos do que mulheres.

Tulio Rossetto
Tulio Rossetto
Responder para  Daniel7440
4 anos atrás

Exatamente, essa é a questão fundamental que muitos esquecem na hora de falar da Ásia, três das principais economias do continente (China, Japão, Coréia do Sul) estão passando por um envelhecimento acentuado da população, com essa política desastrosa de filho único da China tendo feito o país sofrer com problemas demográficos que só deveria enfrentar daqui 10-15 anos. A questão demográfica pode inclusive colocar em cheque a teoria do século XXI ser o “Século da Ásia”, e talvez se configure em uma questão mais importante (inclusive na Europa) do que qualquer outra questão geopolítica e militar.

Antoniokings
Antoniokings
Responder para  Daniel7440
4 anos atrás

Se vc está preocupado com o envelhecimento da população chinesa, melhor não ver os números da população européia e principalmente da japonesa.

Victor Filipe
Victor Filipe
Responder para  Antoniokings
4 anos atrás

Eu acho incrível a sua capacidade de sempre relativizar os problemas. a Europa ter uma população velha não vai mudar o quadro da China.

Daniel7440
Daniel7440
Responder para  Antoniokings
4 anos atrás

Ainda que isso seja verdade, você está comparando alhos com bugalhos. Veja, a Europa já fez a sua transição econômica para uma economia altamente desenvolvida, baseada em indústrias de alta tecnologia, pesquisa e desenvolvimento e inovação. São indústrias e modelos de produção que exigem menos força física e braçal e mais atividade intelectual, o que permite que pessoas de maior idade (sexagenários e até septuagenários) possam permanecer no mercado de trabalho sendo produtivos.

Não é o caso da China (embora ela visivelmente tente). A economia chinesa ainda é muito dependente da indústria extrativista e da manufatureira com baixo grau de automação. Um trabalhador chinês médio dificilmente conseguirá render aos sessenta anos o que ele rendia aos vinte ou trinta.

Isso sem mencionar a desproporção da razão homem/mulher na China em comparação com a Europa, o que dificulta ainda mais a reprodução e a renovação da população chinesa.

Acrescente-se, também, que embora os europeus nativos estejam, de fato, tendo menos filhos a cada geração, a maioria dos países europeus possuem laços de passado colonial com diversos países (Espanha com a hispanoamérica, Portugal com o mundo lusófono, França com a Argélia, Inglaterra com a Commonwealth) o que permite a eles terem um fluxo contínuo de mão de obra jovem e disposta. Basta ver a quantidade de brasileiros que recentemente foram morar em Portugal para estudar/trabalhar.

A China, por outro lado, coleciona rivais e é cercada de inimigos. Índia ao sul, Coréia do Sul e Japão no nordeste, Taiwan no sudeste e a Rússia ao norte. São países que desejam ativamente a desgraça da China.

Veja, esse é o problema de pautar suas relações internacionais a partir de uma estratégia expansionista agressiva, para não dizer hostil, e de práticas econômicas predatórias. Todos os países do mundo fazem negócio com a China exclusivamente porque é lucrativo, e não por um genuíno interesse social e cultural. Nisso os chineses não aprenderam nada com os europeus.

Talvez a China vire superpotência? Sim, talvez ela vire. Mas apenas quando tiver a força para subjugar militarmente e economicamente o mundo inteiro (o que é muito improvável), porque nenhum país GOSTA dos chineses, só de fazer negócios com eles.

Marcelo Baptista
Marcelo Baptista
Responder para  Daniel7440
4 anos atrás

bem explicado

ALISON
ALISON
Responder para  Daniel7440
4 anos atrás

É muito minion um cara desse…

Marcelo Baptista
Marcelo Baptista
Responder para  Antoniokings
4 anos atrás

Antonio o envelhecimento da população Europeia é consequência do bem estar econômico e educação (querendo ou não, não precisam ter 10 filhos para sobrar 3 vivos e tocar a fazenda). Já a China teve que apelar para o controle de natalidade, pois corria o risco de não poder alimentar todos, mas isso é um tipo de planejamento que cobra seu preço no futuro, pois agora parte da população também chegou no padrão de vida onde só temos um ou dois filhos, mas o País como um todo ainda não pode ser considerado 1o mundo, eles ainda tem um caminho a percorrer. Mas os chineses pensam a longo prazo, pode ser que já estejam a corrigir estas distorções.

Ricardo Bigliazzi
Ricardo Bigliazzi
Responder para  Daniel7440
4 anos atrás

Piramide da Faixa Etária da China… realmente em 2050 teremos um bom numero de velhinhos na China.

0-14 anos: 17,22% (homens 128.270.371 /mulheres 110.120.535)
15-24 anos: 12,32% (homens 91.443.139 /mulheres 79.181.726)
25-54 anos: 47,84% (homens 338.189.015 /mulheres 324.180.103)
55-64 anos: 11,35% (homens 79.340.391 /mulheres 77.857.806)
65 anos y mais: 11,27% (homens 74.277.631 /mulheres 81.828.269) (2018 est.)

Mensageiro
Mensageiro
4 anos atrás

Se a China guerrear com a Índia, EUA e países vizinhos da China agradecem, pela chance de abater o dragão antes de adulto e em território de outrem.

Jacinto
Jacinto
Responder para  Mensageiro
4 anos atrás

Esta disputa entre a China e a Índia está sendo acompanhada de perto pela região que está apreensiva com o crescimento do nacionalismo chinês. Há na China um movimento nacionalista extremamente agressivo que afirma que o território chines deveria ser muito maior do que é, incluindo quase todo o sudeste asiático, parte da Índia, da Rússia e da Ásia Central; em suma, os territórios que pertenciam à China de dinastia Qing. Alguns anos atrás um jornal estatal chinês publicou um artigo que dava conta de 6 guerras que a China teria de travar até o fim deste século, e a coisa parecia saído da pena de um frequentador de casa de ópio de tão doido que a coisa é. Mas parece que este movimento nacionalista está se tornando muito influente na China e como o movimento afirma que esta província da Índia, na verdade, seria o Tibete do Sul e pertenceria a China, a forma como a China se comportar irá revelar se este movimento nacionalista é irrelevante ou se ele está influenciando a política chinesa.

João Marcelo Torelly
João Marcelo Torelly
Responder para  Mensageiro
4 anos atrás

Imagino o que os indianos vão cobrar dos seus novos “parceiros” quando as cidades deles virarem fogueiras atômicas caso isso vire guerra, o que eu realmente espero que não aconteça.

Gabriel Galdino
Gabriel Galdino
4 anos atrás

Não acredito, o Xings disse que a Índia e a China são aliados e que os BRICS futuramente irão derrotar a OTAN.

Antoniokings
Antoniokings
Responder para  Gabriel Galdino
4 anos atrás

Enquanto vcs ficam discutindo sobre uma guerra que nunca ocorrerá, Jiping entabula conversas com Angela Merkel e representantes da U.E para incrementar as relações comerciais.

Devo lembrar que as próximas políticas econômicas chinesas são para expansão do mercado interno e criação de zonas de livre comércio.

Adivinhe quem ficará de fora desta grande festa

https://www.globaltimes.cn/content/1200434.shtml

Jacinto
Jacinto
Responder para  Antoniokings
4 anos atrás

Esta é a versão da imprensa da China para este diálogo, mas a realidade é bem diferente.
Os europeus – e alemães em especial – se incomodam muito, na área econômica, com o que eles acreditam ser uma assimetria na abertura dos respectivos mercados: eles entendem que os chineses atuam de forma a dificultar a exportações de produtos europeus para a China desequilibrando de forma injusta a balança comercial. O mais grave, porém, é o sistemático desrespeito à legislação internacional que trata de patentes internacionais, que é uma questão vital para países que exportam produtos de tecnologia como a Europa. Há anos os europeus tentam obter reciprocidade dos chineses e nunca conseguiram. Já no campo social, os partidos de centro esquerda que compõem seu governo estão pressionando a Merkel a endurecer com a China em questões sobre direitos humanos: coisas “simples” como a questão dos uigures, repressão em Hong Kong. Ou seja, esta conversa de incrementar as relações comerciais é bobagem. A Merkel está indo lá para fracassar nas negociações (porque o que os europeus querem, os chineses não aceitação) e desta forma, em vez de incrementar as relações comerciais o que ocorrerá é o inverso.

Funcionário dos Correios
Funcionário dos Correios
4 anos atrás

Essa região ai é um barri de pólvora.

rodrigo
rodrigo
Responder para  Funcionário dos Correios
4 anos atrás

vai trabalhar…privatizar logo essa porcaria kkk

Sagaz
Sagaz
Responder para  rodrigo
4 anos atrás

Ele tem muito tempo livre…

Antoniokings
Antoniokings
Responder para  rodrigo
4 anos atrás

Privatizar?
Tá maluco?
Aí, as compras que a gente faz pelo Ali Express serão entregues pelo dobro, triplo do frete atual.
Faz isso, não!

Rodrigo Martins Ferreira
Rodrigo Martins Ferreira
Responder para  Antoniokings
4 anos atrás

Só ter concorrência…

Prefiro pagar mais e chegar em 3 dias que pagar menos demorar 60-90 e aindater que pagar aquela taxa de resgaste

Marcos10
Marcos10
Responder para  Rodrigo Martins Ferreira
4 anos atrás

Internamente uma empresa privada leva três dias para entregar uma encomenda. Os Correios, para o mesmo destino e produto, levam até trinta dias.

Talisson
Talisson
Responder para  Antoniokings
4 anos atrás

as minhas nem entregues estão sendo.

_RR_
_RR_
4 anos atrás

Amigos,

Esse cenário já vem se delineando a muito tempo.

Recordo-os a aproximação não tão recente dos indianos com o Japão, acertando-se um acordo de cooperação em defesa e vigilância, somando-se a isso a aproximação nada sutil dos EUA com esta potencia do Indico.

E não era pra menos…

Antecedentes já existem, aflorados em nossa era decisivamente no conflito ocorrido em 1962.

Era claro que em algum momento a expansão chinesa iria esbarrar nas pretensões indianas de assegurar seus territórios a norte e, uma face um pouco esquecida da disputa, a segurança do acesso ao mar deste ultimo player…

Quando falo na segurança marítima da Índia, falo evidentemente das bases que os chineses abriram recentemente voltadas para as rotas mais curtas de comercio desta primeira com a Europa, passando por Suez.

https://www.naval.com.br/blog/2014/11/23/china-planeja-construir-18-bases-navais-no-exterior-inclusive-na-namibia/

Paquistão, um inimigo histórico, além dos pobres países da Africa e sudeste da Asia, podem ser facilmente envolvidos pela generosidade dos chineses, e em níveis que a Índia não pode ofertar… A Europa, cada vez mais envolvida pela mão chinesa, coloca-se como parceira cada vez menos confiável. E os chineses, que normalmente são hábeis em ver pelos olhos dos outros, também já devem ter previsto os movimentos dos indianos.

E é isso… É nessa situação militar absolutamente desfavorável que os indianos estão inseridos, com o Indico aos poucos se tornando um “lago chinês” e os potenciais aliados longe demais o sem as condições materiais para poder intervir de uma forma mais direta… Ao menos possuem um arsenal nuclear, o que certamente gera efeito dissuasório, muito embora não se possa precisar até que ponto…

No meu entender, logo não haverá mais para onde mover peças e tudo vai depender de quem tem mais culhões pra seguir adiante…

Jacinto
Jacinto
Responder para  _RR_
4 anos atrás

Há um fórum estratégico informal formado pelos EUA, Índia, Austrália e Japão chamado “The Quadrilateral Security Dialogue” (QUADS) criado em 2007. Estava meio devagar, mas parece que voltou a engatar e parece que convidaram a Nova Zelândia, Coreia do Sul e o Vietnam para discutir a questão do COVID-19.

Sagaz
Sagaz
4 anos atrás

Essa diplomacia me fez lembrar a ternura das relações da Argentina com o Peru, aliados contra o Chile, obviamente a Argentina a frente.

Soldadinho pmesp
Soldadinho pmesp
4 anos atrás

É pau é pedra é osso duro de roer
E ali que mora a birra a loucura a raiva de outra nação
É os indio os chinos que se odeiam de montão.

Não foi ouro nem foi prata;
Muito menos diamante
Foi a fronteira mal traçada
Que mata o soldado infante.

Pronto fiz uma canção de tfm pra esse barríl de pólvora

Antoniokings
Antoniokings
4 anos atrás

E ontem, a Índia devolveu à China, em sinal de boa vontade, 9 iaques e 3 bezerros que atravessaram a fronteira.
Não vai acontecer nada entre China e Índia.
Podem apostar.

Gabriel
Gabriel
Responder para  Antoniokings
4 anos atrás

Como todas tuas análise e comentários são sempre para a direção errada, posso concluir que existe uma grande probabilidade de um conflito convencional, nas áreas disputadas entre China e Índia.

Renato B.
Renato B.
Responder para  Gabriel
4 anos atrás

Os líderes dos dois lados estão conversando justamente porque ambos tem armas nucleares. Se o conflito ocorrer e for restrito ao armamento convencional o mundo está no lucro.

Felipe Morais
Felipe Morais
Responder para  Antoniokings
4 anos atrás

Hehehehe, agora o Xings ta feliz com a trilogia.
Hoje só mostra os 11 likes que ele recebeu.
Antes eram 11 likes e 111 deslikes.
kkkkkkkkkkkkkk
agora os desavisados vão dar uma moral pras besteiras que ele fala.

ALISON
ALISON
Responder para  Felipe Morais
4 anos atrás

Deve ser por isso que ninguem postiva o seu… kkkkkkkkkkkkk

filipe
filipe
4 anos atrás

Antes da China peitar os EUA e o Japão, tem que peitar a India, a China parece ser um grande gigante com pés de barro… Têm que derrotar India + Taiwan, senão não tem como peitar os EUA.

ALISON
ALISON
Responder para  filipe
4 anos atrás

Dois asnos arrotador de bosta….

André
4 anos atrás

Muitos não sabem, mas é entre esses dois países que vai começar a WW3. É profético.

Green Irish
Green Irish
Responder para  André
4 anos atrás

Profético? Baseado em que você diz isso? Profecia de quem?

Rodrigo Martins Ferreira
Rodrigo Martins Ferreira
Responder para  Green Irish
4 anos atrás

Profecia é um texto genérico, cheio de pistas genéricas, que cada um interpreta como quer.

Renato
Renato
4 anos atrás

A China vem provocando vários países constantemente e ao mesmo tempo. Você vai acreditar em quem nessa história ?

Fabio Araujo
Fabio Araujo
4 anos atrás

Na guerra a primeira vítima é a verdade, dificilmente saberemos quem abriu fogo primeiro!

DaGuerra
DaGuerra
4 anos atrás

Os chinas se deram mal kkk

João Augusto
João Augusto
4 anos atrás

“Os comandantes militares de ambos os lados estabeleceram protocolos para garantir que as tropas não atirassem e as escaramuças fossem limitadas a altercações físicas.”

Que diabos é isso? Os caras estabeleceram protocolos para que as tropas limitassem-se a trocar socos? haeuaheueahuaehauhaeu

Marcus Pedrinha Pádua
Marcus Pedrinha Pádua
Responder para  João Augusto
4 anos atrás

Exatamente isso.

fabio_bsb
fabio_bsb
Responder para  João Augusto
4 anos atrás

As vezes utilizam bastões com pregos, mas nem sempre. Lembrando que a Índia possui uma força especializada em combate corpo a corpo na mão livre.

Renato B.
Renato B.
Responder para  fabio_bsb
4 anos atrás

Pedras e arremesso de inimigo abismo abaixo também entraram na lista. Por mais bizarro que seja ainda é menos pior que começar uma guerra.

João Augusto
João Augusto
Responder para  fabio_bsb
4 anos atrás

Podia ser televisionado.

Fabio Araujo
Fabio Araujo
4 anos atrás

OFF – Os EUA estão testando o M109 Paladin com munição HVP ( munição de hipervelocidade) para abater mísseis de cruzeiro! A ideia é usar tanto os M109 como a artilharia dos navios com munição HVP para abater mísseis de cruzeiro!

https://taskandpurpose.com/military-tech/air-force-hypervelocity-projectile-test

MTc1MTY4NjIxNDI3ODI3ODA3.jpg
Tio Velho Comuna
Tio Velho Comuna
4 anos atrás

Tô apostando vintão na China! Alguém aí casa a aposta?

Antoniokings
Antoniokings
Responder para  Tio Velho Comuna
4 anos atrás

China (2).
Vai ser mais fácil que tirar doce de criança.
Off topic, mas importante.
Amanhã, Trump deve anunciar a retirada de mais tropas do Iraque.
Depois, espera-se que seja no Afeganistão.
Adivinhem qual País vai ocupar o espaço deixado pelos americanos?

Sagaz
Sagaz
Responder para  Antoniokings
4 anos atrás

Não sendo o Brasil tanto faz, você tá jogando war ou está no fórum errado?

Antoniokings
Antoniokings
Responder para  Sagaz
4 anos atrás

Exatamente o que Trump deveria fazer.
Jogar War para não levar essa ‘surra geopolítica’ de Putin e Jinping.

Felipe Morais
Felipe Morais
Responder para  Antoniokings
4 anos atrás

Será que o Putin vai querer se meter no Afeganistão? Já tiveram uma experiência bem desagradável.
Será que é a vez dos chineses descobrirem que os barbudinhos de chinela não são brincadeira?
Ou os chineses vão tentar se aliar ao talibã?

Fabio Araujo
Fabio Araujo
Responder para  Antoniokings
4 anos atrás

A Índia tem três aliados de peso que lhe abastecem de armamentos que são os EUA, a França e a Rússia , ninguém fez com nenhum país do mundo o que a Rússia fez com a Índia que foi arrendar submarinos nucleares, eu creio que nem para a China a Rússia forneceu submarinos nucleares, então a Índia não é um adversário tão despreparado, e se no passado dependia de armamentos externos agora esta começando a produzir os seus próprios para complementar a defesa. Espero que não, mas se esse conflito evoluir para um confronto de verdade que fique limitado as áreas em disputa pois tem o potencial de virar uma guerra destrutiva muito grande com consequências globais! Rússia e EUA só estão de olho, mas não creio que vão ficar parados se a coisa ameaçar sair de controle, principalmente a Rússia que esta bem próxima da confusão, enquanto a confusão ficar só na região de fronteira creio que nem Rússia e nem os EUA venham se meter, mas se a coisa começar a se ampliar vão fazer pressão para uma cessar fogo e um acordo de paz!

horatio nelson
horatio nelson
Responder para  Fabio Araujo
4 anos atrás

e agora tem o brasil onde a taurus venceu a licitação de fuzis e pistolas na india…os presidentes da india e brasil se aproximaram muito inclusive a india mandou insumos para a cloroquina q nosso lider tanto ama.

Ricardo Bigliazzi
Ricardo Bigliazzi
Responder para  Antoniokings
4 anos atrás

Kings… não deseja mal para os caras, já não basta a invasão americana… agora você torce pelo imperialismo chines.??? Uma coisa é certa, o Afeganistão nunca será de ninguém a não ser dos Afegãos.

Jodreski
Jodreski
4 anos atrás

“A China sempre viu a Índia como uma potência menor”, aí eu te pergunto e o que ela é? Senão exatamente isso!

Ricardo Bigliazzi
Ricardo Bigliazzi
Responder para  Jodreski
4 anos atrás

E o chines fica dando tiro para o alto… meio frouxa a atitude da China.

Matheus
Matheus
4 anos atrás

Soldados Chineses foram fotografados usando laminas “Guandao” na fronteira entre a India e China.

https://twitter.com/CarlZha/status/1303314485281615873

comment image comment image

A6MZero
A6MZero
Responder para  Matheus
4 anos atrás

Será que está faltando arma de fogo para tropa na toda poderosa China?

Fabio Araujo
Fabio Araujo
Responder para  A6MZero
4 anos atrás

É para evitar troca de tiros, não é de hoje que isso ocorre na região, assim essas disputas na mão ou com arma branca termina ficando restritas ao local sem o risco de uma escalada para uma guerra aberta. Já houve brigas assim entre chineses e soviéticos ( não me lembro se nos anos 50 ou 60), entre chineses e indianos e entre americanos e norte coreanos.

Ghutoz
Ghutoz
4 anos atrás

Cá entre nós, seria uma guerra extremamente benéfica para o Brasil…

Martinuzo
Martinuzo
Responder para  Ghutoz
4 anos atrás

A poluição radioativa chegaria no Brasil também. Não vejo beneficio nisso.

Marcio Cosentino
Marcio Cosentino
Responder para  Ghutoz
4 anos atrás

Não existe guerra benéfica.

Allan Lemos
Allan Lemos
4 anos atrás

Seria bom que o Brasil tivesse um vizinho como a China,só assim ele iria dar valor à área de defesa.

Control
Control
4 anos atrás

Srs
A China, até a década passada estava seguindo uma abordagem “low profile” para voltar ao seu status de império.
Porém, nesta última década, mudou de estratégia dotando uma política bem mais agressiva e declarada da busca pela posição de potência hegemônica mundial.
Uma questão muito importante para nós, país de terceiro mundo e que não dispõe e não terá condições de ter, num futuro próximo, de um mínimo de capacidade de garantir sua soberania, é a razão ou as razões que levaram a China a abandonar sua política de expansão lenta e gradual para uma bem mais assertiva e que busca encurtar etapas.
Que a China pretendia dominar e transformar os países periféricos a ela em países vassalos como era nos áureos tempos do império chinês, estava bastante claro para quem acompanhava a estratégia diplomática chinesa. Também estavam claros os objetivos chineses de garantir a influência sobre a África e a América do Sul para garantir suas fontes de minerais e, principalmente, alimentos.
Porém, não está claro porque a China, de repente, decidiu trocar uma estratégia bastante segura e de menor desgaste e que levaria (quase com 100% de certeza) ao sucesso em umas 3 ou 4 décadas, por outra que implica em mais desgaste e riscos de redundar em um conflito nuclear, algo sem sentido para quem quer dominar o mundo e não destruí-lo.
O potencial conflito com a Índia está neste contexto, com a China, de repente, decidindo desafiar a Índia e impor sua posição sobre as questões fornteiriças e, aparentemente, querendo estabelecer o domínio sobre o Himalaia.
Anteriormente, a estratégia era se expandir gradualmente ocupando espaços abandonados pela Europa em sua decadência e pelo Tio Sam em sua crise periódica de isolacionismo. De repente, passou a ser de ações claras de agressão a seus vizinhos e enfática para estender a influência política, econômica e cultural chinesa ao resto do mundo. E, com isto, contestar já e não daqui a décadas, a hegemonia americana.
Por que esta pressa, tão diferente da notória paciência chinesa? O que deflagrou toda esta urgência?
Pouco se vê, em artigos e análises de ditos especialistas, sobre esta mudança estratégica, com a maioria deles apreensivos com a expansão e agressividade chinesa ou encantados com ela (posição muitas vezes conseqüente da seita ideológica do autor).
Aliás, no caso brasileiro, o posicionamento de torcida da maioria, é outra questão curiosa, para não dizer bizarra.
Sds

Jacinto
Jacinto
Responder para  Control
4 anos atrás

Foi publicado em um jornal chinês, alguns anos atrás, um artigo chamado “6 guerras que a China deverá lutar nos próximos 50 anos”. Como foi publicado em um jornal, a publicação tem, senão apoio, pelo menos a complacência de parte do Governo Chines, e previa, como o título não deixa escapar, 6 guerras:

  1. Retomada de Taiwan
  2. Retomada do Mar do Sul da China
  3. Retomada da Tibete do Sul (que é território indiano)
  4. Retomada das ilhas Senkaku do Japão
  5. Retomada da Mongólia
  6. Retomada dos territórios perdidos para da Rússia.

Estas são idéias do movimento nacionalista chines – muito forte nas forças armadas – mas quando foi publicado em 2013 parecia algo fora da realidade. Mas ai um nacionalista chines chamado Xi Jinping assumiu o poder… e agora não parece mais ser uma piada, mas um plano de longo prazo.

DanielJr
DanielJr
Responder para  Jacinto
4 anos atrás

Vai queimar plutônio já na metade da lista. O último item é pra garantir que isso aconteça.

Jacinto
Jacinto
Responder para  DanielJr
4 anos atrás

Eu disse que o artigo parecia ser o resultado de algum tipo de delírio, e era tratado assim por todo mundo que o leu naquela época.
Mas uns um jornalista de uma emissora governamental chinesa afirmou recentemente sobre Vladivostok, “But the city was Haishenwai as Chinese land, before Russia annexed it via unequal Treaty of Beijing.”e depois um diplomata chines afirmou, sobre a mesma cidade “Isn’t this what in the past was our Haishenwai?”. Como jornalista e diplomata na China apenas repetem a retórica oficial do governo, o artigo deixou de ser tratado como algum tipo de delírios, e passou a ser visto como uma estratégia de longo prazo do movimento nacionalista chines (da qual o Xi Jinping faz parte).

100nick-Elâ
100nick-Elâ
Responder para  Jacinto
4 anos atrás

Sonhar é bom, né? continue a mentir para si mesmo. Rússia e China são aliados contra os EUA e nada vai alterar isso.

Jacinto
Jacinto
Responder para  100nick-Elâ
4 anos atrás

Algum argumento a sustentar a sua tese?

ALISON
ALISON
Responder para  Jacinto
4 anos atrás

A inteligência humana baseada na historia e do inimigo comum…

Felipe Morais
Felipe Morais
Responder para  Jacinto
4 anos atrás

Jacinto, a população chinesa é gigantesca. Então quando você fala em uma parcela de nacionalistas extremos que ainda defendem essas pautas, logicamente temos que considerar que se trata de algo relevante, afinal, devem ser muitas pessoas. Acontece que a China de hoje é cada vez menos a china de 01,02 décadas atrás. Os chineses conheceram as benesses do capitalismo e da globalização. Portanto, não tem como negar que essas pautas ainda existem em algum nível, especialmente dentro do partido comunista chinês. Mas é algo que já perdeu e, com o passar do tempo, vai perder mais relevância. Não vão colocar em risco todo o avanço chinês dos últimos anos. E, muito menos, colocar em risco a própria integridade territorial, no caso da pauta perante a Rússia. Na força, qualquer uma dessas pautas seria extremamente cara aos chineses. Em alguns casos diria até impossível, como no caso dos Russos e dos Japoneses. Portanto, o que vemos é a tentativa de aumento da “influência” chinesa por meio de negócios e acordos. Mas isso vai até certo ponto. Nem sequer Taiwan acredito que os chineses chegarão a um ponto de determinar que é algo viável pela via militar. Pode ser que aconteça, mas acho muito difícil.
Hoje, mais agressivo que os chineses, em pautas expansionistas, temos os turcos sob a liderança do Erdogan. Mas jájá ele vai encontrar quem o coloque em seu lugar.

Matheus S
Matheus S
Responder para  Jacinto
4 anos atrás

Só pode ser piada essa lista. Provavelmente feita por um amador. Duas “retomadas”(Rússia e Índia) dessa lista colocariam um conflito nuclear entre as grandes potências, tanto regionais quanto mundiais, e uma retomada(Japão) dessa lista colocaria um grande conflito regional. E para piorar, irão retomar a Mongólia. Desculpe, mas essa lista é para dar risada.

Não vou nem entrar em detalhes das piores loucuras de se retomar parte dessa lista, ficarei apenas com a Mongólia.

A Mongólia está promovendo uma ideologia de complexo de superioridade mongol devido às conquistas mongóis sob Genghis Khan. Eles glorificam seu passado em grande medida e tentam usá-lo para alimentar o sentimento anti-China.

Eles estão convertendo o alfabeto do cirílico para a escrita mongol, essa influência é devido a russificação após a independência, portanto quase nada sobrou da cultura da Mongólia na Mongólia, pretendem restaurar o uso do alfabeto tradicional até 2025, substituindo a escrita cirílica adotada durante o período soviético, à medida que se afasta da influência russa.

A Mongólia já é um país independente. A China não deve ter problemas em comprar recursos e commodities deles e manter um bom relacionamento, mas retomar seria muito pouco provável, para não dizer loucura, irão criar o seu Afeganistão definitivamente se invadir a Mongólia. Basicamente 1/4 dos mongóis são pró-China, 1/4 pró-Rússia, 1/4 pró-Ocidente e 1/4 ultranacionalismo. A Mongólia não tem nada a oferecer, exceto recursos que a China pode comprar e tem o monopólio como único comprador. A Mongólia atuará como uma zona-tampão entre a China e Rússia. Embora a influência econômica chinesa na Mongólia seja enorme, não acredito na retomada do país.

Jacinto
Jacinto
Responder para  Matheus S
4 anos atrás

O problema é que você está pensando em “guerra” com um conceito ultrapassado. Aquela idéia de guerra como um de conflito bélico entre dois estados, com explosões em todo lado, soldados se matando, países se destruindo está rapidamente se tornando ultrapassado e sendo substituído por um conceito mais fluido. O exemplo perfeito da evolução do conceito de guerra é a guerra híbrida dos russos, por meio do qual eles conseguiram obter (invadir ou retomar, dependendo de como você pensa) a Criméia por meio militar sem combate. Precisaram para isso de vantagem militar (que os russos têm em relação à Ucrânia e que os chineses planejam ter em relação aos seus vizinhos) e de apoio da população local. Se você deixar de pensar em guerra como um conflito puramente militar e entender a guerra como um litígio entre países que não se resolve diplomaticamente, você verá que a coisa não é tão doida quanto parece.

Matheus S.
Matheus S.
Responder para  Jacinto
4 anos atrás

Mesmo em guerra híbrida para conquistar a Mongólia não será nada parecido com a Crimeia. A conjunção favorável aos russos pelos moradores da Crimeia é que possibilitou a conquista sem nenhum embate militarmente contra outro estado. Essa é uma situação bem diferente da Mongólia, onde os mesmos são profundamente anti-China e basicamente uma parte da população nacionalista que requer laços culturais contemporâneos com Genghis Khan, o famoso líder dos mongóis. Isso é uma situação bem adversa daquela da Crimeia, onde os moradores apoiaram os russos. Aliás, nem precisa ir para a Mongólia, o leste da Ucrânia é um exemplo de quando uma resistência anti-russa foi capaz de trazer uma realidade diferente da Crimeia.

Jacinto
Jacinto
Responder para  Matheus S.
4 anos atrás

Fácil nunca é, e nem desprovido do risco de a coisa descambar. Mas é importante ressaltar que o artigo não trata da realidade contemporânea, ou de um futuro próximo. Como seu título indica, ele traduz uma estratégia de 50 anos, e em relação à Mongólia o que ele afirma é necessidade de preparar este movimento com décadas de antecedência: primeiro, com campanhas para melhorar a imagem da China no país, inclusive com investimentos chineses em infraestrutura a fundo perdido, apoiar o desenvolvimento econômico do pais, apoiar grupos e políticos alinhados com a China. Em 50 anos (mais ou menos três gerações) é possível alterar bastante a percepção de um país pela população de outro. E se esta via não resolver, sempre há a militar.

Matheus S
Matheus S
Responder para  Jacinto
4 anos atrás

Acho muito improvável que a China consiga conquistar a Mongólia, mesmo com essas políticas econômicas e sociais visando melhorar a imagem do país frente a população mongol, até mesmo porque estes estão procurando seguir com o restabelecimento de suas origens, se distanciando das influências estrangeiras, mais principalmente a russa e ainda temos que considerar que se os mongóis quiserem ser parte da China, terão que abdicar de praticamente quase todo o laço cultural que eles estão tentando restabelecer e adotar os princípios chineses, uma coisa que eu não vejo nem daqui a 5 anos e nem a 50 anos. A Mongólia já é uma nação independente com suas próprias características.

E daqui para frente, a expansão chinesa será cada vez maior(e possivelmente mais agressiva), o que pode gerar sentimentos anti-China ainda maiores em diversos países, o que inclui a Mongólia.

A única opção que resta é a militar, e nesse caso os chineses tem que estarem preparados para terem o seu Afeganistão.

Eu não vejo nenhum desses cenários acontecendo, mas sim em conseguir que a Mongólia seja um país com fortes laços econômicos com a China, o que pode gerar resultados positivos bilaterais entre ambas as nações. Obviamente, que o forte laço econômico faz com que os países tenham uma certa influência positiva, mas que não tornaria uma opção viável uma anexação entre ambas as nações. E nem entrei em detalhe dos russos, pois não vejo os russos paralisados enquanto a influência chinesa aumenta em suas fronteiras, o que seria uma reviravolta em relação aos embates de 1969. Enfim…

Marcelo Baptista
Marcelo Baptista
Responder para  Jacinto
4 anos atrás

Muito interessante seu comentário, conquistar coracoes e mentes, influencia cultural e econômica, eu também acho que é por ai que eles estão andando, mas eles ainda precisam resolver as pendencias sociais e econômicas internas, puxar a população pobre um pouco mais para cima da escala social, aumentando mais seu poder de consumo interno, no momento que chegarem neste ponto, podem se considerar 1o mundo.
Só lembrando, a China é “Comunista”, tanto quanto eu sou Marciano.

Rafael M. F.
Rafael M. F.
Responder para  Control
4 anos atrás

“Porém, não está claro porque a China, de repente, decidiu trocar uma estratégia bastante segura e de menor desgaste e que levaria (quase com 100% de certeza) ao sucesso em umas 3 ou 4 décadas, por outra que implica em mais desgaste e riscos de redundar em um conflito nuclear, algo sem sentido para quem quer dominar o mundo e não destruí-lo”

Provavelmente alguma questão de política interna, que na China é algo beeeem sensível, apesar de ser uma ditadura.

Matheus S
Matheus S
Responder para  Control
4 anos atrás

Por que esta pressa, tão diferente da notória paciência chinesa? O que deflagrou toda esta urgência?”

Talvez a China esteja dando uma resposta forte às tendências separatistas das minorias étnicas. 

Pegando o gancho do fator Mongólia do comentário anterior, quando até mesmo a polícia étnica mongol e membros do PCC se juntam aos protestos pró-independência, é bastante óbvio que o separatismo anti-China penetrou profundamente nas elites étnicas mongóis. A mesma coisa ocorre em Taiwan e Hong Kong principalmente.

Estes protestos em grandes escalas mostrou que a política anterior da China de incentivos às minorias étnicas não está funcionando. Permitir que estudem tanto em sua própria língua é permitir que desenvolvam uma identidade separada que pode levar ao nacionalismo e ao separatismo. Foi exatamente assim que o nacionalismo se desenvolveu na Ucrânia, o que levou à sua independência durante um período de fraqueza russa.

Os planejadores chineses acreditam que se a China for fraca no futuro, esses grupos étnicos não-assimilados pela cultura chinesa serão um grande problema. Especialmente os mongóis étnicos que já têm uma Mongólia independente para ganhar apoio e inspiração.

Os chineses por enquanto só estão arrumando confusão entre as fronteiras terrestres e marítimas, não há nada que indique que eles estejam procurando estabelecer uma posição de potência hegemônica mundial, isso só começará a ser efetivado quando eles começarem a abrirem diversas bases militares mundo afora e eles nem tem o poder necessário para buscar uma posição hegemônica. Alguns acreditam que eles devem estar prontos em 2035, quando começará a ameaçar a posição americana mundial, e se estabelecendo em 2050 como a potência hegemônica mundial, mas nada é garantido referente a isso e a história já mostrou isso diversas vezes.

Control
Control
Responder para  Matheus S
4 anos atrás

Srs
Jovem Matheus
Quanto a intenção da China em assumir uma posição hegemônica mundial:

  • Em declarações, inclusive em plenário do PCC, Xi já formalizou a intenção da China em ser a potência hegemônica mundial no aniversário de 100 anos da vitória das forças comunistas de Mao na guerra civil chinesa.
  • A China já declarou seus projetos de instalação de bases ao longo das principais rotas comerciais, indicando, inclusive a localização delas. E, demonstrando a celeridade na aplicação de seus projetos já instalou a primeira plenamente operacional no Chifre da África e estabeleceu acordos com o Paquistão e diversos países do sudeste asiático para suporte a sua marinha. Há bases previstas, inclusive, no Atlântico Sul (No PN há artigos tratando delas).
  • A China está investindo pesado na implementação do seu projeto da nova rota da seda (que na verdade são diversas rotas) comprometendo economicamente diversos países da África, Ásia e até da Europa (hoje, por exemplo, conta com o apoio político de países como a Hungria e Portugal, países que financiaram e hoje colaboram com a China evitando decisões contrárias a ela na União Européia).

Como mostram os fatos, a China não está agindo apenas em sua periferia, o que, aliás, parece ser condição normal, quando se trata de impérios (vide Rússia), mas tem agido e até declarado oficialmente sua política em estabelecer a tal hegemonia mundial e trabalha celeremente para isto. Os fatos já deixam tal posição clara; porém não esclarecem do porque da pressa que adotou na última década.
Sds

Matheus S.
Matheus S.
Responder para  Control
4 anos atrás

Se interpretar corretamente o meu comentário e colocá-lo no contexto, verá que eu disse que a China não está procurando se estabelecer hegemonicamente agora, até mesmo porque não tem condições, mas começará quando eles tiverem um poder militar, econômico e político maior do que o atual, o que deve ser para meados da década seguinte. Essa resposta foi a sua afirmação de que os chineses estão procurando acabar com a hegemonia americana agora, o que não é verdade. Isso começará para 2035 em diante, quando tiver resolvido as questões fronteiriças e outras questões na Ásia, o que é considerado como seu quintal estratégico.

Os chineses estão procurando estabelecer a hegemonia na Ásia para depois seguir em confrontação com os americanos no mundo, até mesmo porque eles não tem o poder suficiente para sequer ameaçar a hegemonia mundial americana, mas a Ásia já é uma outra questão, em que os americanos não tem mais a hegemonia.

Control
Control
Responder para  Matheus S.
4 anos atrás

Srs
Jovem Matheus
Não querendo ser chato, mas já sendo:
Trecho de seu comentário sobre a busca de uma posição hegemônica:
 
“:…não há nada que indique que eles estejam procurando estabelecer uma posição de potência hegemônica mundial, isso só começará a ser efetivado quando eles começarem a abrirem diversas bases militares mundo afora….
 
O que comentei:
“…..

  • Em declarações, inclusive em plenário do PCC, Xi já formalizou a intenção da China em ser a potência hegemônica mundial no aniversário de 100 anos da vitória das forças comunistas de Mao na guerra civil chinesa.
  • A China já declarou seus projetos de instalação de bases ao longo das principais rotas comerciais, indicando, inclusive a localização delas. E, demonstrando a celeridade na aplicação de seus projetos já instalou a primeira plenamente operacional no Chifre da África e estabeleceu acordos com o Paquistão e diversos países do sudeste asiático para suporte a sua marinha. Há bases previstas, inclusive, no Atlântico Sul (No PN há artigos tratando delas).

……”
Observe que há a intenção declarada em ser a potência hegemônica, há um prazo limite e um dos sinais indicados por você como referência para tal política estar em execução, “as bases”, já acontece.
Portanto, a afirmação .”não há nada que indique” entra em conflito com os fatos.
Sds

Matheus S.
Matheus S.
Responder para  Control
4 anos atrás

Eu sempre tenho cuidado a fazer afirmações no longo prazo, ainda mais no futuro distante. Planejamentos são só isso, planejamentos, intenções. Nada mais do que isso. O brasileiro deveria estar cético ao fazer afirmações de planejamentos a longuíssimo prazo. Tudo pode dar errado e a história já mostrou isso diversas vezes.

Eu afirmo novamente, a hegemonia americana estará ameaçada quando a China começar a abrir diversas bases ao redor do mundo, o que não está acontecendo atualmente, e nem se pode afirmar que a base do Djibouti é para ameaçar a supremacia americana na região. Ou seja, não há nada que indique que a China atualmente esteja realizando ações para ameaçar a hegemonia americana no mundo.

Eu concordaria com você se a China realmente estivesse realizando diversas ações no mundo, tanto militarmente, economicamente e politicamente para ameaçar a hegemonia americana no mundo, e isso não acontece atualmente, a influência americana é muito grande para sequer ameaçar o poder americano. Isso só começará a ser efetivado quando a China conseguir ter a hegemonia na Ásia e isso será lá para 2035.

_RR_
_RR_
Responder para  Control
4 anos atrás

Bons pontos, caro Control.

É provável que os chineses tenham entendido que seus inimigos em potencial não vão pagar pra ver a expansão de sua influência e o que isso irá resultar. A seguir:

A Índia sempre enxergou na China seu inimigo em potencial, e tudo o que fazem visa neutralizar Paquistão e China ( abro parenteses para a construção de sua força naval que, se não supera quantitativamente os chineses, ao menos há números consistentes e que em qualidade os equivale ).

Os japoneses a muito vinham ensaiando um despertar, com correntes políticas forçando uma mudança de sua legislação. Tal qual os indianos, deram inicio a uma expansão naval que não se via desde a SGM, com a incorporação de vasos que estão muito além de assegurar uma mera capacidade defensiva.

E os americanos, desde o início da década que vem deslocando o melhor de suas forças para o Pacífico, além de, como coloquei em comentário anterior, terem iniciado um movimento decisivo de aproximação com indianos e países que estão em rota direta de colisão de interesses…

Soma-se a isso a hostilidade declarada de todos os países banhados pelo Mar da China, algo que vinha se consolidando antes mesmo das ilhas artificiais, e que os americanos em particular vem aproveitando muito bem…

E há ainda o fator Rússia… Diferente do que cadeias conspiratórias vivem a alardear, há entre chineses e russos pontos de tensões que podem, em algum momento, colidirem. A Rússia, claro, deseja Pequim ao seu lado, mas não vai pagar o preço político e econômico de manter-se atrelado aos chineses em tudo que é estripulia perpetrada por estes. E ainda, penso que não há interesse russo em ter um titã econômico ao seu lado, não ao nível em que possa abastecer as prateleiras russas a preços que os próprios russos não podem competir…

Enfim, o senhor Xi e seus asseclas devem ter analisado as possibilidades e descobriram que a China não tem aliados confiáveis e nem pode esperar que seus opositores fiquem parados. Devem ter entendido que o Ocidente precipitou um movimento de bloqueio e que a oportunidade, graças a isso, estaria passando… Assim sendo, tomaram a ofensiva no melhor estilo de “a melhor defesa é um bom ataque”…

Jacinto
Jacinto
Responder para  _RR_
4 anos atrás

_RR_
Muito bom o seu argumento e refletindo sobre o que você escreveu dá para perceber que existe algo em comum entre a China, a Índia, o Japão e os EUA: o crescimento dos movimentos nacionalistas nestes países. O Narendra Modi é nacionalista, o Shinzo Abe é nacionalista, o Xi Jinping é nacionalista e o Trump é nacionalista.

_RR_
_RR_
Responder para  Jacinto
4 anos atrás

Boa tarde, Jacinto.

Obrigado.

Se me permite, apenas faço uma ressalva com relação ao senhor Trump. Este indivíduo, ao que me parece, não faz a linha de um nacionalista ( no sentido estrito desse termo ).

Quando ele fala na defesa dos interesses americanos perante o mundo, o é com relação a manutenção e afirmação dos direitos dos EUA enquanto país independente, e do que considera direitos comuns de seu povo frente a uma potencial ameaça ( livre navegação, por exemplo ) . Em suma, penso que ele é um soberanista antes de mais nada…

Quanto aos demais, de fato… Creio serem nacionalistas convictos antes de serem soberanistas.

Emmanuel
Emmanuel
4 anos atrás

Retrato do conflito:
– China dependente de matéria prima lutando sozinha;
– Índia apoiada por todo mundo ocidental e tendo França, Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos como alguns dos seus possíveis vendedores de armas.
E tem gente que viaja em passeio chinês. Só se for de idoso na pracinha.

Fabio Araujo
Fabio Araujo
Responder para  Emmanuel
4 anos atrás

Não se esqueça dá Rússia que também é um dos grandes fornecedores de armas, vendeu porta aviões, caças, caças embarcados, tanques, arrendou submarinos nucleares.

Welder
Welder
4 anos atrás

Vou dar um palpite. Talvez a china de algum modo conseguiu um meio de bloquear a tríade nuclear Indiana e quer mostrar isso para as potencias nucleares, um recado do tipo eu posso destruir vocês mas vocês não podem me destruir.

SmokingSnake ?
SmokingSnake ?
Responder para  Welder
4 anos atrás

Não tem como, ainda mais com a Índia estando bem do lado e podem colocar bombas nucleares até em caças. As cidades e população da China ficam concentradas em uma parte pequena do território lá no leste, um ataque nuclear ali acabaria com a China, na Índia a população ainda é bem distribuída por todo o território.

Luiz Trindade
Luiz Trindade
4 anos atrás

O grande problema é os três países China, Índia e Paquistão esquentarem as cabeças e resolverem ir para tudo ou nada por causa de uma fronteira. Ae o mundo vai pagar por um passo mal pensado e desastroso. E nós que vivemos o século XX pensando que o mundo iria acabar com uma guerra entre os EUA x URSS heim…

Jacinto
Jacinto
Responder para  Luiz Trindade
4 anos atrás

Os três países já guerrearam antes sem recorrer às armas nucleares, mesmo as tendo. Acho difícil a coisa descambar para isso, mas a possibilidade de uma guerra convencional por lá está aumentando. Eu acho que a China se mete em alguma guerra regional em menos de uma década.

Rafael M. F.
Rafael M. F.
Responder para  Jacinto
4 anos atrás

Na verdade, não tinham armas nucleares quando entraram em confronto.

A China detonou sua primeira bomba nuclear em 1964. A Índia em 1974. O Paquistão, em 1998.

A guerra sino-indiana foi em 1962, e as duas guerras indo-paquistanesas foram em 1965 e 1971.

O que hoje ocorrem são breve escaramuças nas áreas contestadas, em diversas ocasiões sendo combate corpo-a corpo sem envolvimento de armas de fogo.

Antunes 1980
Antunes 1980
4 anos atrás

A China não teria menor chance contra a Índia em um conflito não nuclear de médio prazo.
O corte do abastecimento chinês através do mar da China ja seria suficiente para colocar o dragão de joelhos. Sem comida, combustível e suprimentos nenhum país do mundo consegue sobreviver por muito tempo.

Carlos Alberto Soares
Carlos Alberto Soares
4 anos atrás

Imagens do confronto Hindu x Dragão, dia 8 pp, imperdível:

https://www.youtube.com/watch?time_continue=21&v=QVEHZ5fVzeQ&feature=emb_title

Alexandre
Alexandre
4 anos atrás

É questão de tempo para termos uma guerra entre China x Índia

Joanderson
Joanderson
4 anos atrás

Em casa de guerra china x índia a Índia não tem a menor chance o poder militar chinês aliado o gigantesco poder industrial da a eles uma vantagem esmagadora.

Ricardo Bigliazzi
Ricardo Bigliazzi
4 anos atrás

Esses chineses falam muito… “tiro para o auto”??? As armas de mão também devem ser provisorias…

Bispo
Bispo
4 anos atrás

Quem “lucra” e Moscou.
Mais armas para a Índia!
Mais “acordos secretos” com a China!