Uma ‘cobra não criada’: Engesa EE-3 Jararaca 4×4
Por Fernando De Martini
Nas fotos, um dos dois protótipos do EE-3 Jararaca 4×4 recebidos pelo Exército Brasileiro a partir da massa falida da Engesa, flagrado em agosto de 2008 em um evento da AFA (Academia da Força Aérea, em Pirassununga, mesma cidade do 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado, que possui os dois exemplares).
O modelo, ao contrário de outras “cobras criadas” empregadas pelo EB, como o Urutu e o Cascavel, não foi adquirido pela Força, recebendo encomendas de exportação de alguns países do mundo, destacando-se na América Latina o Equador e o Uruguai (este último empregou o Jararaca no Haiti). No total, foram exportadas 63 unidades.
Com 4,16m de comprimento, 2,23m de largura e altura (até a metralhadora) de 1,97m, o EE-3 Jararaca pesa 5.800 kg e é equipado com um motor turbo diesel Mercedes Benz OM-314A de 110 cavalos.
Com 140 litros de combustível, tem autonomia de 700 km, e como armamento pode receber uma metralhadora 7,62 ou 12,7mm, além de quatro lançadores de granadas fumígenas. A guarnição é composta por um motorista, um comandante e um atirador.
No artigo “EE-3 Jararaca 4×4: um conceito esquecido” o pesquisador de assuntos militares da Universidade Federal de Juiz de Fora, prof. Expedito Carlos Stephani Bastos, discute a história do projeto e a validade do conceito atualmente, especialmente para operação em áreas urbanas – clique aqui para acesar o artigo, em pdf. E você, o que acha do conceito do Jararaca, viatura blindada 4×4 com guarnição de três homens e uma metralhadora?
Fotos: Nunão
Ele poderia servir para patrulhamento de fronteira e ate operação de GLO aproveitando a blindagem dele ia ser útil
O Jararaca tinha problemas mecânicos, sendo esta a razão de não ter sido tido mais encomendas, o conceito em si é bom o veículo por outro lado tinha poucas qualidades positivas que justificasse uma possível aquisição.
Sim, e o motor OM 314 da Mercedes é muito pequeno, com cerca de 3,8 l de deslocamento e projetado, originalmente, para render 80 cv. Tunado a 110 cv, num veículo de 5,8 t de aplicação militar sujeito, teoricamente, a maiores estresses que um caminhão 3/4 de 6 t de PBT ou no Toyota Bandeirante, suas aplicações originais, seguramente deveria requerer manutenção intensiva.
Creio que seria bem mais interessante com o motor OM 352 (5,7 l) posicionado na dianteira com saída da tripulação por uma porta traseira, além das escotilhas.
Fico pensando como ficaria uma versão muito atualizada desse veículo e do Ogum agora que temos torres não tripuladas e controles de tração melhores. Algumas forças estão investindo em veículos ultraleves para suas forças aerotransportadas. O grande problema é o mercado, ainda mais com o freio da economia mundial.
Se é pra levar bala nos pneus prefiro que comprem mais uns LMV iveco, mais polivalente.
Caríssimo editor! Está nos querendo( nacionalistas de verdade) matar de raiva?
hahahaha….tamo junto
Da série : produtos militares que não foram para frente… Até que uma ” versão atualizada ” e modernizada dele seria interessante.
BRDM-2 brasileiro. Ate onde sabia do mesmo, ele tinha um desempenho nao muito elogiavel devido a algum problema de projeto com sua suspensao.
Interessante verificar que suas linhas lembra em muito um projeto stealth.
Poderia ser um bom veículo para as unidades especiais das polícias militares e para a policia federal.
Problemas de desenvolvimento são sanáveis durante os testes de campo. O conceito merece estudo de atualização. A tripulação poderia ser de quatro ocupantes. A arma principal um ATGM e secundária uma FN mini 5,56mm.ou MG42, e lança granadas de 40 mm. No topo aquela torre de Hummer, com 360º de giro..Opção de tração elétrica para menor assinatura térmica. But…já e outro projeto! Assim se faz um brainstorming, começo…claro.
Um comandante, um motorista e um atirador.
Precisa mesmo ter um comandante?
O Bacchi falava mal deste projeto, e isto me basta.
Eita saudosismo…. kkkkk
De toda a forma esse veiculo poderia, na sua época, ser o nosso Panhard VBL, guardadas as devidas proporções é claro.
Fazendo um exercício de imaginação creio que teria sido útil para a cavalaria Pqd, devido ao seu baixo peso, podendo receber uma série de armas (lembro certa feita ter lido um documento acerca deste veiculo que informava que ele poderia receber, além de metralhadoras .30 e .50 ainda um míssil AT, Milan se não me engano, e até um canhão de 20mm).
Se tivesse ido para frente, com maior volume de vendas, talvez teríamos versões mais aprimoradas.
Abraço.
É um desrespeito sem fundamento comparar isso aí com um VBL.
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Nunca será!
https://www.youtube.com/watch?v=K0GioaWhTjQ
O que mais chama atenção nesses projetos da ENGESA, é a falta de comunalidade entre os meios. A ENGESA não tinha uma “família de blindados”.
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Eram praticamente todos projetos específicos e a maioria, coisas assombrosas e feitas a facão, como esse 4×4 aí, que eu não sei como diabos ainda venderam.
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A coisa mais próxima de uma “família de blindados” que eu consigo enxergar dentro da ENGESA, é a suspensão boomerang aplicada tanto no Cáscavel quanto Urutu…
OFF – Num exercício da OTAN na Polônia um Bradley foi atirar num alvo e acertou um pássaro que passou voando na linha de tiro. Nem se quisesse o Bradley teria acertado esse infeliz pássaro!
https://www.reddit.com/r/TankPorn/comments/gaiv0q/an_antitank_missile_launched_from_m2a2_bradley/?utm_content=title&utm_medium=post_embed&utm_name=2aec1e643b6f4d72a3b43dc593cadd8b&utm_source=embedly&utm_term=gaiv0q
Nunão, podia fazer uma materia sobre o MBT Tamoio e o Charruá.
Em minha opinião o Tamoio era o ideal para o nosso exército e não o Osório.
O Tamoio foi um projeto feito pensando no EB e o Osório foi feito pensando no mercado externo para a época eram dois bons projetos pena que nenhum deles foi adiante!
Urutu é muito melhor, por isso o Jararaca não foi comprado. E pra reconhecimento o Cascavel faz a função melhor também.
Jararaca aguenta tiro de 7.62mm? As chapas de aço do Urutu aguentam bem.
Pelo tamanho ele seria ideal para o BOPE usar nas favelas do Rio.
Um blindado que transporta 1 motorista e 2 militares é completamente inútil para tarefas policiais
O EE-3 nasceu para a cavalaria mecanizada….mas doutrinariamente não fazia muito sentido adquiri-lo, uma vez que o EB possuia 400 EE-9 e numerosos jeeps armados com metralhadoras (mais simples e baratos de manter, praticamente descartáveis).
O EB também não se interessou em substituir o jeep armado com CSR 106mm pela versão do EE-3 armada com Milan.
Além disso, o EB certamente já conhecia os defeitos do projeto.
Bom para quê, para fazer viúvas com essas portas laterais na hora da tropa desembarcar?
E quem disse que é para transporte de tropa? Ele é para reconhecimento, deve ser menor que um MRAP.
Seria mais interessante um versão para 4 combatentes: Cmt/Op Mtr .50 REMAX, Mot e 2 Sd exploradores, a exemplo dos veículos dos grupos dos Pel C Mec. O projeto poderia adotar perfil com janelas blindadas, a semelhança da LMV da IVECO. Mas tão compacta como o Jararaca.
Curiosidade: A versão exportada para o Chipre possuía um lançador único do míssil MILAN.
Quanto tempo gasto, quanto P&D desperdiçado….
Desperdício foi quando os erros deste projeto deixaram de virar aprendizado para outros. Inovação é assim, arriscada. Vai ver quantos projetos os russos, ingleses, franceses e americanos já jogaram no lixo. Alguns na fase de protótipo ou mesmo em produção.
Meu caro, boa noite… Acho que vc não entendeu… Uma pena que engesa faliu, tempo gasto, P&D desperdiçados… Engesa, se tivesse conseguido sobreviver, quantos projetos de vanguarda não teríamos? Me preocupa e muito os “tots” do gripen, dos subs etc… será que iremos aproveitar o mesmo na execução de novos projetos ou se perderão pelo tempo ou falta de investimento ou escala? abraços
Esta de volta Nunão?
O problema do Brasil, com raríssimas exceções, é que não há programas de desenvolvimento, assim não há indústria militar que sobreviva.
Marcos10, o problema é que não sabemos vender, aqui é tudo amador e mambembe, vc vai numa loja de armas de fogo e não tem armas pra te vender. A Imbel não tem pra vender, só fabrica armas (sem acabamento nenhum) quando querem. A Taurus tem, mas aí é outro problema, só tem Taurus no mercado pra vender, ela deita e rola nesse “monopólio”. Eu peguei autorização do EB pra comprar uma pistola, cheguei na loja (a autorização é amarrada na loja, mais uma aberração do EB) e não tinha pra vender, eu perguntei, vai ter quando? Não sei, foi a resposta do vendedor. Então perguntei, podem me avisar quando chegar? Não, foi a resposta. É inacreditável como tratam o cliente, estou chegando a conclusão que aqui nada dá certo por que só tem pessoas despreparadas, indolentes e desinteressadas, o americano não é assim, quer te vender e faz tudo pra te ter como cliente.
Já que o exército n quer, deveria modernizar e doar para o BOPE.
Na onda da expansão do comunavirus tem pateta sonhando com reestatização! Vai pensando, zé , se os nazi-comuno-globalistas não nos exterminarem, deixando em pindorama apenas botocudos bunda-sujas e mico-leão-dourado, vai nos restar só plantar bananas.
Acho que dá para ser um pouco livre nos conceitos e dizer que os LMV blindados com uma torreta atuais são a mistura dessa idéia com os velhos jipes.
Nem sempre as inovações que dão certo nascem prontas. Não vejo esse veículo como um simples fracasso. Vejo sim como uma boa demonstração de como, à época, nossa indústria de defesa buscava ser inovadora, principalmente pensando em atender mercados que não eram atendidos pelos produtos “de ponta”.
Apesar do foco do Jararaca ser no reconhecimento, a idéia de que o deslocamento de pequenas unidades perto da linha de fogo precisaria de algo com mais proteção do que um jipe, especialmente no combate assimétrico contra forças que praticam a emboscada, já era uma necessidade nos mercados da Engesa, muitas vezes em países vivendo movimentos de guerrilhas ou guerras de escaramuças de fronteiras. Salvo alguns exemplos utilizados nas guerras de independência da África, era uma idéia um tanto abandonada desde a 2a Guerra Mundial, quando o “poder de fogo” se tornou o foco dos veículos blindados.
Assim, vejo que a Engesa já “tateava” conceitos que forças como a dos EUA foram adotar universalmente quando se depararam com os cenários pós guerra fria.
Hoje temos quase nenhuma visão de futuro na defesa brasileira. Fomos englobados pela ilusão de “ToT”, que convenientemente encarecem as compras sem uma base “física” de custo e nos torna escravos das doutrinas militares externas.
Pode não atender aos requisitos do EB que, por sua própria razao de existir tem que ser mais complexos, mas atenderia aos requisitos da FAB para defesa de suas Bases Aéreas.
Parabéns ao blog …
Esses blindados sempre estiveram no meu coração, pena não terem sido comprados e dificilmente poderiam ser atualizados para serem usados novamente.
Isso aí já é uma porcaria feia e inútil para o T.O moderno (guarnição de 3 homens, muito pouco).
Já prefiro para GLO, Recon etc o Avibras Guará 4WS ou Gladiador I ou II (se é que ele chegou a existir, pois não se fala mais nada dele).
Mas alguém dirá que o Guará 4WS não presta porque o EB escolheu o LMV e um monte de conversinha fiada.
O dia que o EB mostrar os testes de comparação entre o Guará x LMV e demonstrar por A+B que o LMV foi melhor vou concordar.
Até lá será o mesmo que acreditar em coelhinho que bota ovos de chocolate e só chega na páscoa kkkkk.
O EE-3 Jararaca e o EE-T4 Ogum poderiam servir de base hoje para viaturas não tripuladas destinadas a apoiar destacamentos de Comandos e Forças Especiais, como os russos fizeram com os veículos da família Uran. Ou ainda, veículos não tripulados para desminagem ou DQBRN.