O blindado Engesa EE-T4 Ogum
Por Guilherme Poggio
Na metade da década de 1980 a Engesa – Engenheiros Especializados S/A já havia se firmado como uma grande companhia na área de veículos militares sobre rodas. A carteira de clientes era bastante grande, variando entre países que fazem fronteira com o Brasil e nações da África e do Golfo Pérsico.
Com alguns países em especial a Engesa possuía um relacionamento bastante estreito. Um desses casos era o Iraque, então governado por Saddam Hussei e profundamente envolvido no conflito com o Irã. A origem do EE-T4 Ogum está vinculada àquele país do Golfo Pérsico.
Inspiração no Wiesel
Representantes do departamento comercial da Engesa estavam no Iraque quando foram indagados por autoridades militares daquele país se a empresa “tinha condições” de fabricar um carro com as características do alemão Wiesel. De volta ao Brasil, estes representantes comunicaram ao departamento de projetos da Engesa que os iraquianos “queriam” um veículo semelhante ao Wiesel.
O Wiesel, desenvolvido pela Porshe e construído pela MaK da Alemanha Ocidental, era um veículo blindado leve, sobre lagartas sem equivalentes. O mesmo era classificado como “Airportable Armoured Vehicle”, uma verdadeira novidade naqueles tempos finais da “Guerra Fria”. Sua proposta era dotar as brigadas aerotransportadas do Exército da Alemanha Ocidental com um veículo blindado de reconhecimento e observação capaz de ser transportado e lançado a partir de aeronaves de transporte ou mesmo helicópteros pesados.
Quando a Engesa começou a trabalhar no Ogum, o Wiesel ainda estava em desenvolvimento e os primeiros exemplares só foram entregues para o Exército da Alemanha no final de 1989.
Assim, em fevereiro de 1985 foram iniciados os estudos para o desenvolvimento de um novo veículo blindado leve sobre lagartas. Designado EE-T4 e batizado com o nome “Ogum”, o primeiro protótipo teve a sua construção iniciada em novembro daquele ano, ficando pronto em maio de 1986.
Este primeiro protótipo foi utilizado em ensaios mecânicos e um segundo exemplar logo ficou pronto e foi enviado ao Iraque para testes em campo. Com os resultados obtidos, decidiu-se modificar alguns pontos do projeto. Existem textos que citam a construção de um terceiro e um quarto protótipo.
No entanto, esta informação não é confirmada por alguns autores. O que se sabe é que um dos protótipos foi equipado com uma torreta com duas metralhadoras. Este exemplar foi apresentado na Exposição Internacional de Equipamentos de Defesa em Bagdá em 1989.
Características
Por ser um blindado aerotransportado, o mesmo foi projetado para ser pequeno e leve. As dimensões externas do Ogum são compatíveis com o Wiesel alemão, sendo o blindado de origem nacional um pouco mais comprido e um pouco mais largo. As alturas são praticamente equivalentes, diferindo apenas no tipo de torreta adotada. Em relação ao peso, o Ogum é muito mais pesado que o seu equivalente alemão (4,4 toneladas contra 2,8 toneladas).
Chassi
Seu desenho era convencional, sendo a estrutura formada por uma única peça (monobloco) construída em chapas de aço semelhantes às utilizadas pelos Cascavel e Urutu. Desta forma, de acordo com o fabricante, o veículo possuía uma proteção balística efetiva contra projéteis típicos de infantaria.
O interior do monobloco era dividido, grosso modo, em três compartimentos. Na parte frontal, à direita, localizava-se o conjunto motor/transmissão. Ao lado do motor e ligeiramente recuado em relação à linha central do mesmo, sentava-se o motorista. Este possuía uma escotilha própria para acesso ao seu compartimento.
A parte posterior do veículo, onde se localizava o compartimento da torre, era dominada por um espaço que podia receber diversas configurações, dependendo da versão do veículo. No caso da versão de reconhecimento existia uma escotilha de acesso ao compartimento do comandante do carro.
Motor, suspensão e transmissão
Por ser um veículo blindado mais leve e compacto, recebeu uma motorização menos potente que os seus irmãos “mais velhos” Urutu e Cascavel. O primeiro protótipo foi equipado com um motor diesel Perkins, modelo QT 20B4, com quatro cilindros em linha, turbinado e refrigerado a líquido. Este motor desenvolvia 125 HP a 1.600 rpm. A relação peso-potência era de 23.15 HP/tonelada. A autonomia chegava a 350 km a 70 km/h em estradas.
A transmissão era automática com quatro velocidades à frente e uma a ré. O modelo empregado era o AT 545, fabricado pela norte-americana Alisson Transmission. Esta mesma companhia desenvolveu e fabricou as transmissões dos carros de combate M1A1 Abrams. A série AT, na época do projeto do Ogum era um produto relativamente novo no mercado e atualmente é largamente empregada em veículos comerciais leves e médios.
O segundo protótipo recebeu um motor diesel BMW M21 D24WA que desenvolvia 130 HP a 4.800 rpm. Além da potência maior, este motor permitiu um pequeno aumento na velocidade (75 km/h) e no raio de ação (360 km). A transmissão foi substituída por uma ZF (Zahnrad¬fabrik Friedrichshafen) modelo 4 HP 22.
Comparado ao Weisel o Ogum, independente da motorização adotada, possui potência maior, mas a relação peso-potência é favorável ao modelo alemão (30.7 HP/tonelada), pois o mesmo é muito mais leve.
O sistema de suspensão não apresenta maiores surpresas, sendo do tipo barras de torção com três amortecedores e quatro rodas de apoio de cada lado. Além disso, existem duas rodas dentadas de direção (uma de cada lado) à frente e um conjunto de rodas tensoras na parte posterior. As lagartas são fabricadas pela empresa alemã Diehl e possuem sapata removível.
Versões e Armamentos
A intenção da Engesa era produzir uma família de blindados baseada no chassi do Ogum. A versão básica de produção seria um veículo de reconhecimento dotado de armamento leve. As versões propostas eram: um mini-APC (Armored Personnel Carrier) para até quatro soldados; um veículo de comando; um veículo ambulância (três feridos); um veículo anticarro; um veículo de transporte de munição e um veículo de transporte de morteiro de 120mm.
Por ter sido desenhado como um veículo de reconhecimento armado, a opção básica do Ogum era uma torreta com uma metralhadora .50 ou calibre 7,62mm em suporte simples. Posteriormente, em um dos protótipos foi instalada uma torre giratória com duas metralhadoras de 7,62mm.
Também foi projetada uma versão dotada de um canhão de 20mm. Com este armamento o veículo adquire maior poder ofensivo nas missões de reconhecimento ou ações de comando atrás das linhas inimigas.
Na versão anticarro, o Ogum seria equipado com uma torre dotada de dois mísseis. A idéia (assim como todo o projeto) não seguiu adiante e os detalhes desta versão ficaram somente no campo das especulações. No entanto, a capacidade de transporte de mísseis seria bastante limitada tomando como base o projeto Wiesel alemão. Na versão TOW ATGW o Wiesel é capaz de transportar sete mísseis.
Apenas para efeito comparativo, o Wiesel alemão foi fabricado somente em duas versões. A primeira delas era um veículo anticarro, denominada TOW Al (210 exemplares construídos) e a segunda estava equipada com um único canhão Rheinmetall MK 20 Rh 202 de 20mm (135 exemplares construídos).
Além do armamento descrito acima, todas as versões do Ogum seriam equipadas com tubos lançadores de granadas fumígenas para proteção aproximada.
Situação atual
Dos quatro exemplares construídos, só se conhece o paradeiro de um deles. O protótipo que se encontra em poder do Exército Brasileiro e está sob os cuidados do 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado (13º R C Mec) localizado em Pirassununga/SP é, muito provavelmente, o segundo exemplar.
Como poder ser visto nas fotos, o mesmo encontra-se bastante descaracterizado. Restaurá-lo ao padrão original levará certo tempo. Externamente ele apresenta um padrão de camuflagem em dois tons bastante comum dos veículos atuais no EB. Não existem mais marcações nem identificações no chassi. Parte dos acessórios (ex. retrovisores) está em falta.
Fotos internas do Ogum. Na primeira foto a aprece o posto do comandante do carro. Na foto central é apresentado o compartimento do motor (sem o mesmo). Na foto da direita o compartimento do motorista do veículo. (FOTOS: Forças Terrestres)
Internamente a situação é bastante ruim. O compartimento do motorista está bastante danificado e com itens faltantes. Além da pintura desgastada, o revestimento do volante de direção encontra-se danificado.
Ao lado do motorista o compartimento do motor está praticamente vazio. Existem apenas algumas poucas peças que compunham o sistema de gases de exaustão e algumas mangueiras. O odor de óleo diesel no interior é forte.
Considerações Finais
É comum encontrar na literatura textos propondo a “ressurreição” do projeto do EE-T4 Ogum.
Mesmo que um veículo com estas características se encaixasse na doutrina de Exército Brasileiro para o emprego de ações aerotáticas, dificilmente o baixo número de unidades encomendadas viabilizaria o projeto.
Atualmente não existe nenhum produto do mercado externo com as características do Ogum e tudo indica que não existe uma demanda para tal. O único eventual concorrente poderia ser o próprio Wiesel. Porém, este já teve a sua produção encerrada.
Das 345 unidades do Wiesel construídas, quase todas seguiram para o Exército Alemão. Alguns poucos exemplares foram adquiridos pelo Exército dos EUA para o desenvolvimento de veículos blindados sobre lagarta não tripulados. Talvez este seja um campo mais promissor para o mercado futuro de blindados de pequeno porte e aerotransportados.
O protótipo do Ogum representa um momento nostálgico para a indústria bélica brasileira. Suas características e sua singularidade são razões mais do que suficientes para uma devida preservação. É injustificável o fato do mesmo ainda não estar devidamente recolhido em local apropriado. Locais já existem, como o Museu de Blindados Conde de Linhares, localizado no Rio de Janeiro. Este seria um local ideal para a sua preservação.
Clique nas imagens para ampliar
CARACTERÍSTICAS DO EE-T4 OGUM |
|
Dimensões* |
comprimento: 3750mm altura: 1355/1825mm largura: 2145mm |
Peso |
4400kg |
Motor |
diesel quatro tempos com quatro cilindros em linha |
Transmissão |
automática com quatro velocidades à frente e uma a ré |
Suspensão |
tipo barra de torção |
Desempenho |
velocidade: 70-75km/h autonomia: 350-360km pressão sobre o solo: 0,32kg/cm2 rampa máxima: 60% inclinação máxima: 30% obstáculo vertical: 400-600mm** trincheira: 1000-1500mm** vau: 670-800mm** |
Blindagem |
proteção relativa contra projéteis de infantaria |
Armamento |
(opções) – uma metralhadora 7,62mm ou .50″ para o comandante do carro e quatro lançadores de granadas fumígenas – uma torreta com duas metralhadoras de 7,62mm e quatro lançadores de granadas fumígenas (projetado) – um morteiro de 120mm – um canhão de 20mm – lançador de mísseis anticarro |
Comunicações |
rádio VHF/UHF |
*dimensões variam conforme o protótipo
** valores variam conforme a fonte dos dados
Vi um exemplar do Ogum na feira de carros antigos de Aguas de Lindoia, tenho inclusive a foto dele, seria este do EB?
Somos o Cemitério de Projetos e de oportunidades perdidas , adiante importaremos o Wiesel de segunda mão , como uma grande oportunidade de compra !
Projetos de equipamentos militares possuem essa característica, uns dão certo, outros não. No entanto, deixar a indústria bélica minguar como aconteceu em nosso país não é uma alternativa.
Arrisco a dizer que seria uma boa base para em um futuro próximo baseando se no Ogum, só que não tripulado seria um baita carro de reconhecimento, para diversos teatros de combate.
Mas é só meu pensamento galera!
Sonho meu, sonho meu vai buscar quem mora longe ,.sonho meu.
O conceito é interessante se for aliado a melhor proteção, seja ativa, passiva ou os dois. Semana passada estava vendo alguns videos de combates na Síria e ficava evidente a dificuldade de mobilidade em ambiente urbano, principalmente pelo tamanho dos carros. Os T72 resistiam fortemente aos ataques e ficavam em posição de suporte enquanto os blindados mais leves avançavam, o grande problema é que mesmo esses tinham grandes problemas de mobilidade, que os expunha a ataques de cima e muitos acabavam destruídos. Talvez um veículo de suporte a infantaria como o Ogum fosse adequado ao ambiente, sendo baixo por ser sob lagartas, tornando mais difícil de ser acertado na horizontal e por ser muito mais móvel, podendo entrar em mais lugares e desviar melhor dos obstáculos, tornando-o mais difícil de ser atingido de cima.
Boa noite Hélio e demais camaradas do Forte! Inicialmente, mais uma vez desejo que todos estejam bem de saúde assim como os seus entes queridos, se possível não saiam de casa sem proteção adequada.
Quanto ao tema do post (por sinal parabéns à Trilogia por não deixar morrer no esquecimento a história de nossa indústria de defesa), sim Hélio compartilho de tua opinião e penso à mercado interno e dentro de nossas FFAA para um projeto como o Ogun.
CM
Vídeos de combates atuais ou mais antigos?
Ainda há combates pesados em terra atualmente?
Acho que eram de 2014/2015, é de um canal russo famoso por videos de tanques com GoPro. Mas o pau ainda come por lá, sim.
Típico blindado para a Amazônia… Seria ótimo com misseis anticarro 1.2 e metralhadora .50 com lança granada de 40mm. Manobra melhor por entre a vegetação, desaparece atrás de um arbusto ou do tronco de uma castanheira do para. Além de ser ótimo para combate urbano.
Típico blindado para combate urbano, não sei, mas tenho certeza que para uso na Amazônia que você caracterizou não dá.
Outro que ainda tem grande Vália no T.O moderno para os PQD,s.
Principalmente como veículo terrestre autônomo devido a sua baixa silhueta .
Armando com uma torre operada remotamente e armada com mísseis MSS e TORC-30 mm seria um incremento de combate e tanto aos PQD,s.
Vale ressaltar que a USP tem um projeto de carro autônomo já bem avançado e que com mais recursos e incentivos geraria um sistema de navegação autônomo nacional.
Assim como IAE, UFMG, UFRJ etc etc, cabendo ao EB via IME/Ctex coordenar , integrar os participantes de um programa mobilizador nacional.
Quanto a plataforma por ser um carro autônomo não precisaria de muita modificação, pois o espaço interno que antes era habitado, comportaria vários sistemas e computadores.
Acho que um canhão 90mm nacional derivado do Cokeril cairia bem para uma versão de reconhecimento e caça carros .
Você ia bem até escrever sobre uma arma principal de 90mm! Sem falar no peso da arma em si, quantos projéteis tu acha que caberiam no chassi de estas dimensões? No mais… foi bem.
CM
Direção autônoma é uma coisa. Controle da viatura de forma remota é outra. Depende de comunicação entre duas parte e, em mata fechada, inviabiliza.
Sei disso caro MMerlin.
Por isso mesmo disse controle da torre remotamente.
Veículos autônomos não são feitos para operar em mata fechada.
Eles já tem grande dificuldades em fazer ele operar em ambiente urbano em se falando de sensores, computação etc imagina em mata.
E mesmo se conseguirem solucionar o problema dos sensores , navegação autônoma etc, a comunicação não seria o problema, já ouviu falar em Satcom, SGDC etc ?
Pois é meu caro, conseguiríamos monitorar esse veículo autônomo até a consta da África que é o alcance de nossas Satcom.
A torre precisa ser operada remotamente pois só o ser humano é que tem a capacidade de discernir um alvo humano ou veículo militar de civil.
Se dermos a autonomia a uma máquina matar por si própria correremos um grande risco de acontecer como no filme “Exterminador do Futuro”.
Até os drone Riper Americanos mesmo voando e adquirindo alvos de forma autônoma não realizam o kill, cabendo essa função ao operador de armas .
Da série : produtos militares que não foram para frente… Até que uma ” versão remotamente controlada e atualizada ” dele seria interessante, já que pode ser aerotransportado.
Será que uma versão remotamente controlada, utilizada para transporte de cargas, não seria interessante a ser desenvolvida?
Da série : produtos militares que não foram para frente… Até que uma ” versão remotamente controlada e atualizada ” e modernizada dele seria interessante.
Também seria interessante uma versão cargueira e remotamente controlada deste veículo, pois ele , no projeto original, seria aerotransportada.
A Engesa era uma empresa que tinha excelentes projetos!
Bem que poderiam fazer a partir dele um drone militar terrestre, o tamanho é interessante para isso.
Dúvida: a ENGESA ficava ali onde está hoje a Embraer de Eugênio de Melo?
Joli,
Sim, uma das unidades foi ali. Também havia outro pátio próximo a antiga DFV Pilkington e a Kodak na Dutra.
CM
“Este motor desenvolvia 125 HP a 16000 rpm”. Creio que sejam 1600 rpm…
Abs
Em minha franca e leiga opinião, o Engesa EE-T4 Ogum daria um bom carro de combate não tripulado nos dias de hoje, como o russo Uran-9, testado e aprovado em combate na Síria.
O carro de combate russo Uran-9 parece ser maior que o EE-T4 Ogum.
https://nationalinterest.org/blog/buzz/russias-uran-9-robot-tank-went-war-syria-it-didnt-go-very-well-40677
.
Testado e aprovado. Tá bom… Daqui uns 20 anos, quem sabe.
Deixa eu ver se eu entendi: um país muçulmano procura a Engesa para que esta produza um veículo blindado, e o departamento de marketing da empresa dá o nome de “Ogum” ao protótipo.
Afinal de contas, eles queriam vender, ou apenas procuraram um jeito indireto de recusar a proposta?
O problema não foi esse, eles se esqueceram de perguntar se eles comprariam. A pergunta foi se a empresa conseguia fazer um veículo desse tipo, mas em nenhum momento eles falaram que queriam comprar, apenas acharam o conceito interessante.
Olhei e pensei: Panzer 1, é você ?
Lembra!
CM
Eu sempre gostei do Ogum bem como todos os veículos da Engesa.
Sobre o Ogum eu viajei na maionese.
Pensei nele como projeto de veículo autônomo para ser aéreo transportado pelos KC-390 e lançado no TO ou, como veículo autônomo utilizado na vigilância de bases, pontos estratégicos de alto valor como Itaipú, apoio às tropas, dentre outros. Com algumas características pontuais em versões diversificadas, por exemplo:
Versão equipada com o Radar Sentir M20 operando para fornecer Full/Real time informações da área terrestres.
Versão equipada com metralhadora Remax para contrapor alvos terrestres como tropas e veículos leves.
Versão equipada com drones Orbis (Santos Lab) para monitorar alvos terrestres em uma área de até 60km. Acredito que cada unidade do Ogum poderia levar de 03 a 04 unidades do Orbis além de ser recheado de equipamentos de comunicação e C4I.
Poderia trabalhar em conjunto com outras unidades Ogum de artilharia leve como abaixo:
Versão com sistema Armadillo TA-2 da Mac Jee ou Hawk Avibras para contrapor alvos terrestres identificados pelos drones Orbis.
Versão equipada com radar Saber M60 para identificar alvos aéreos.
Versão equipada com mísseis antiaéreos A-darter ou outro para alvos de curta distância a baixa altura.
Apenas alguns exemplos.
Acho que deveria ser refeito o estudo deste veículo quanto ao material empregado na sua fabricação de modo que pudesse reduzir o seu peso para ser mais ágil, melhorar o aero transporte e empregabilidade no TO, tanto em cenários convencionais quanto conflitos urbanos.
Estes veículos seriam utilizados como vigilantes munidos de sensores, sistemas de comunicação, armamentos adequados ativos e reativos para enfrentar ameaças terrestres e aéreas de pequeno e médio porte, a curta e médias distâncias.
Ótima plataforma para o lançador TOW.
rdx
O TOW é de uma geração passada. A nova safra de ATGM é liderada pelo Kornet, russo e Javelin, americano. Ainda temos o Spike e outros de mesmo tipo. Dispara e esqueçe. One shot, one kill. Alcance de mais de 3000 m. Um destes transformaria o Ogum em uma arma atual. Abço.
A grande vantagem de um ATGM como o Javelin ou Kornet, é não necessitar de um Ogum para existir. Esses ATGMs podem ser levados internamente, em um Guarani, M113, LMV, Marruá, Toyota Bandeirante, Hilux, Fuscão, Del Rey, etc…
.
O Ogum não tem um sentido para existir.
Concordo. Na minha opinião, a melhor solução é usar um blindado sobre lagartas (infelizmente não temos um 8×8) para transportar uma equipe com Spike LR ou ER. Aliás, difícil é escolher entre as versões LR e ER do Spike para a infantaria convencional (defendo o Spike SR para a brigada paraquedista)
O Spike ER é do porte de um TOW, inviável ser operado sem uso de veículos.
Para a infantaria leve (BIL, Bi Pqdt, BIS e BI Mth) o Spike LR cairia como uma luva para prover defesa anticarro no nível unidade. Quatro postos de tiro constituem o Pelotão Anticarro da Companhia de Comando e Apoio dos referidos batalhões (como preconiza a doutrina).
O Spike SR seria indicado para prover capacidade anticarro no nível subunidade (companhias) ou inferior.
Eu sei. Eu estava pensando no emprego do Ogum…30 anos atrás!
Coisa que um 4×4 blindado poderia fazer…
Faz até cair o primeiro temporal nos pampas.
O EE-T4 Ogum teria sido um excelente veículo de combate de infantaria aerotransportável, mas infelizmente foi projetado em um momento errado, nas condições erradas, para um país errado. Em fim, tinha tudo para dar errado, e deu!
Um 4×4 blindado moderno, é mais útil e racional que esse projeto.
E a lagarta que fa a diferença?
Lagarta faria muita diferença mesmo, em termos de desperdiçar recursos adquirindo e mantendo.
Bardini e Carvalho, havendo necessidade pode se improvizar a esteira até no LMV ou similar, como já fizeram em pick up’s na Amazônia em obras de instalação de oleodutos. A necessidade faz coisas incríveis e nisso se manteriam as qualidades do veículo somado às lagartas. 😉
Tipo isso?
https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcTyj5t5gTTfIt7Jzb0MnDIlDQM6zw2TyYdL3otT9_58QBIhYB3w&usqp=CAU
Tomcat,
A pergunta foi para o Carvalho2008, que tem nick semelhante, mas me atrevo a responder.
Use o terreno a seu favor, não contra !!l
Em uma ofensiva, Avançar em terreno ruim implica em perda de velocidade, que implica em ficar exposto em demasia ao fogo inimigo, que certamente terá coberto este eventual eixo de progressão.
Mesmo com lagarta, não arrisque em terreno sem capacidade de suporte.
O de 1,5 milhão da Iveco?
Se fosse hoje, os crentelhos iam chiar com o nome …
Tia Damares iria surtar! ?
Bardini
Se vc tivesse trabalhado com máquinas nos campos do sul, Fronteira Oeste saberia que tem muitos lugares que só esteira passa. Mesmo em tempo seco. Os Tremes são como areia movediça que atolam tratores até o banco do motorista. Só esteira e muita vez em dupla, atrelados para prosseguir. Abço.
É muito primário achar que alguém iria se meter nesses terrenos inviáveis aí…
.
Eu conheço muito bem o interior de RS e SC, o que mais existe nesses fins de mundo do Sul, são estradas de areião e afins, mesmo em meio as fazendas e plantações. O pessoal pinta o Sul como se o Pampa fosse um bicho de 7 cabeças. Não é. Esse é o real problema em um conflito… Esse é o grande fator que viabiliza o grande poder de fogo de nossa Inf Mec. É por ali que o pau iria comer, pq esse é o terreno que proporciona grandes velocidades as movimentações de ambos os envolvidos, sem prejudicar o apoio logístico.
.
Ninguém vai dar sopa, ninguém vai se meter em chafurdar em atoleiro em campo aberto, dificultando a logística e com movimentações extremamente lentas e complicadas, ficando totalmente exposto ao emprego indiscriminado da artilharia BR, sem preocupação de causar muitos danos a civis.
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O Pampa é a região brasileira mais fácil de defender…
.
O EB pode triturar qualquer força oponente no Sul só usando artilharia, entregando terreno e martelando pesado. Hoje, CAESAR, Guarani 6×6 com morteiro 120mm, Guarani 8×8 com canhão 120mm e meios de reconhecimento como LMV+REMAX e UAVs, são muito mais importantes ao EB, do que um MBT e a renovação de todo o resto de sua ultrapassada força SL. RODA é o que precisamos hoje, pq ninguém tem dinheiro pra ficar imaginando uma briga sem fundamento no meio do barro.
Parabéns ao blog …
Esses blindados da engesa sempre estiveram no meu coração,
Imaginem como a industria de defesa brasileira seria independente se tivéssemos desenvolvidos os projetos do passado, só pra constar pensem :
EE-3 Jararaca
EE-T4 Ogum
EE-9 cascavel
EE-11 Urutu
EE-17 sucuri
EE-T1 Osorio
MB-3 Tamoyo
Isso sem falar nas aeronaves e navios …
Só uma correção, o Tamoyo não é da ENGESA, ele é da BERNARDINI.
Pode adicionar no lugar o EE-18 Sucuri II.(o EE-17 tinha problemas mecânicos e desempenho ruim, em parte pela escolha da torre do AMX-13, por isso foi abandonado e criaram o EE-18 com desempenho muito superior. Se quiser é possível jogar com ele no Armored Warfare.)
Obrigado pelo comentário Wilsor,
De fato eu ja sabia que o Tamoyo na foi desenvolvido pela Engesa, mas eu o citei assim como citei as aeronaves e navios em uma clara alusão as oportunidades perdidas pela IBD e pelas Gestões das FFAA anteriores.
Outros exemplos de falta de apoio no desenvolvimento podemos citar o Xingu, o AMX, a barroso, o tikuna e mais recentemente o próprio Gaúcho, que ninguém mais ouvia falar
Hoje em dia com a disseminação não só de mísseis anticarro mas RPG e até fuzis .50, blindados desse tipo não passariam de caixões para seus tripulantes.
Mas aqui no RJ, contra favelas fortificadas com barricadas, com uma torre remota com arma 5,56 ou até 7,62 ficaria o fino.
Mestres Bardini e Carvalho,
Sobre minha pergunta provocativa sobre um tankette de rodas ou com esteiras.
A vantagem de um veiculo pequeno blindado, alem do aerotransportavel, seria seu emprego na guerra urbana. Sendo pequeno e com armamento adequado, acessa locais que Blindados e MBTs não conseguem. Neste ponto em específico, é reconhecida a habilidade rotacional das esteiras sobre rodas, podendo girar 360 graus o que seria interessante nestes ambientes e de quebra, ja o deixa apto também a lama macia para eventuais campos
Tripulado ou remoto parece ser uma opção interessante de ensaio
Acho que existe espaço para blindados Tankette como estes de varias formas…tripulados ou remotos ou ate uma plataforma que possa operar em ambas as modalidades.
Sobre lagartas, a movimentação em ruelas estreitas fica facilitada para manobrar.
Sobre rodas, fica muito mais barato e simples. Talvez plataforma parecidas com os ATV´s Geeko 8×8 ou 6×6 poderiam servir de exemplo. Apesar de rodas, eles giram sobre o eixo.
A presença de Blindados pesados e MBT´s na guerra urbana atual é prova que o conceito do canhão de assalto (Stugs) precisa voltar com alguma roupagem de atualização.
metralhadoras pesadas podem ser usadas, mas vemos que canhões pesados são cada vez mais empregados nestes ambientes.
Então, se uma artilharia de assalto viesse ao seculo 21 neste conceito, acho que deveriam manter os quesitos de simplicidade, amplo uso em larga escala e versatilidade.
Uma arma similar ao vasilek para um tankette seria interesante.
É leve, versatil, alta cadencia de tiro (Pentes de 4 disparos por vez). O 88 mm parece ser suficiente mas seria interessante um calibre maior 120 mm.
Faz tiro direto e indireto.
Mas o ideal mesmo seria algo até mais simples e leve por conta do peso e tamanho e baixissimo custo.
Um Canhão Sem Recuo de pente automático com 120 mm.
Chegaram a projetar um 106 mm automatico para testes no OV-10 Bronco mas foi abandonado.
Resgatando um 120 mm sem recuo, com cano maior com uma .50 atrelado já estaria de otimo tamanho.
Imagino um tankette Stug armado assim, remoto. Uma versão tripulada com no máximo 2 sendo o motorista tambem artilheiro como no Sueco SV103 + 1 assistente municiador e artilheiro secundario.
Aqui um UGV com canhão sem recuo automático (estabilizado vertical+laterais 10o) de 120 mm com uma .50 acoplada.
Detalhe com acrescimo de dois ATGM´s nas laterais
Observar que o recuo não é neutro. para o modelo foi adotado um desvio de escape para cima, afim de não impactar a infantaria que esteja proxima a ré.
Investir em uma tecnologia totalmente imatura e não consolidada como um UGV, seria de um total desperdício de recursos que poderiam equipar melhor a nossa Inf Mec.
.
Esses ATGMs fariam muita falta nos pelotões anticarro.
Esse CSR poderia viabilizar a aquisição de mais Carl Gustav.
.
Pra atuar dentro de localidades, nada mais correto e racional do que utilizar a Inf Mec.
.
Guarani 6×6 com REMAX
Guarani 6×6 com morteiro 120mm
LMV com torre Platt
VBR MR 8×8 com canhão 120mm.
São soluções sem inventar muito modismo.
Mesmo um guarani é muito grande para ruas e vielas
Torres giroestabilizadas 120 mm são bem mais sofisticadas e caras do que um CSR mesmo que numa montagem estabilizada
O guarani não vira 360 o
Mesmo sabendo que é um blindado barato, não dá nem para comparar com estas plataformas 6×6 ou 8×8 ATVs. Seu peso seria muito menor por obvio de ser menor mas principalmente, por sua blindagem precisar selar apenas o material critico interno. Algo como pele macia externa mas cofres blindados internos para o cérebro e sensores
Bardini
Fico desvanecido com comentário tão abalizado. Mas, quero te contar um episódio de que participei. Lá nos anos 60, 67,talvez foi organizada uma manobra envolvendo quase todos os meios do EB e da FAB. O quartel do EB, em Rosário do Sul se declarou em sublevação contra o governo. Os demais demais quarteis do estado convergiram ao cerco de Rosário para “derrotar” os revoltosos. O comandante sabendo dos passados episódios revolucionários retirou suas tropas para o meio do Pampa, próximo a coudelaria de Saicã. Assim ficou fora do alcance dos blindados. Estes, tipo M-113. Stuart e caminhões com artilharia ficaram apinhando as ruas e estradas de Rosário do Sul. Um salto de para quedistas (800, o maior até hoje..)encontrou o quartel vazio.Os atacantes foram progredindo a pé. Na primeira noite, os sitiados contra atacaram no raiar do dia espalhando espoletas de granadas em todos os acampamentos “matando” grande parte dos atacantes. Os juízes da manobra tiveram que declarar vencedor o coronel Solon, comandante do Regimento de Cavalaria Motorizado de Rosário do Sul. Para encerrar do forma honrosa, para os Legais foi ordenado um ataque aéreo a um ponto hipotético “rebalde. Uma esquadrilha de T-33 lançou bombas de alto poder, que abalaram Rosário do Sul, a 30 Km.. Assim os Legais foram declarados vencedores. Abço.
Mestre Floriano,
Pelo que entendi ele se refugiou justamente no pampa mais áspero?? É isto? Inviabilizando a rapidez de desdobramento do Atacante?
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