A capacidade de Defesa Biológica do Exército Brasileiro
Por Cel Alexandre Marcos Carvalho de Vasconcelos
Ao longo da história, a comunidade internacional vem assistindo ao surgimento ou agravamento de doenças e epidemias em diversas partes do mundo, algumas relacionadas com atividades humanas de risco e manuseio de elementos perigosos ou à falta de cuidado com o manejo ambiental. Outro dado relevante, foram os casos relacionados com o bioterrorismo ocorridos, em especial, após o ano de 2001.
Diante deste cenário, o Exército Brasileiro (EB) vem, sistematicamente, conduzindo ações para dotar sua estrutura com pessoal capacitado, equipamentos especializados e instalações para possibilitar ações preventivas ou corretivas no caso de incidentes desencadeados por agentes biológicos.
O Brasil foi sede de eventos de vulto de cunho internacional, tais como: a Copa das Confederações e do Mundo (2013 e 2014), a Jornada Mundial da Juventude 2013 e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos RIO-2016. Esses eventos, que ocorreram em um curto espaço de tempo e reuniram milhares de pessoas de todas as partes do mundo, levaram à preparação das forças de defesa e segurança para a prevenção contra possíveis ataques envolvendo agentes químicos, biológicos, radiológicos e nucleares (QBRN). Nesse item, ocorreram diversas atividades para o aperfeiçoamento da estrutura de defesa biológica da Força.
Atualmente, o Exército conta com laboratórios fixos e móveis que possuem a capacidade de identificar agentes biológicos ou cooperar com agências nacionais e internacionais, assim como frações dotadas de equipamentos para identificar e descontaminar materiais viabilizando a proteção perante uma possível ameaça. Essa estrutura encontra-se: no Instituto de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (IDQBRN), no Instituto de Biologia do Exército (IBEx), no 1° Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (1° Btl DQBRN) e na Companhia de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (Cia DQBRN).
Como exemplo da capacidade atualmente existente, podemos citar o laboratório de contenção com nível de Biossegurança 3 (NB3) e os dois laboratórios NB2 destinados à pesquisa científica e às análises relacionadas à defesa biológica do Instituto de Biologia do Exército (IBEx). Desta forma, essa Unidade integrante do Sistema de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear do Exército (SisDQBRNEx) tem condições de realizar e prestar o assessoramento técnico-científico por meio da identificação ou confirmação da presença, ou não, de agentes biológicos em amostras coletadas e recebidas.
Cabe destacar que, nos anos de 2014 e 2015, o 1° Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear realizou a verificação e descontaminação de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) que transportaram pacientes com suspeita de contaminação pelo vírus Ebola. Após o acionamento do Batalhão pelo Comando de Operações Terrestres, uma fração da Organização Militar realizou atividades de defesa biológica nas partes interna e externa das aeronaves, bem como da área de estacionamento. Todas as ações foram conduzidas utilizando equipamentos de última geração que possibilitaram a total esterilização, inclusive dos itens eletrônicos sensíveis, garantindo a segurança da tripulação e das equipes envolvidas no transporte.
Do anteriormente exposto, conclui-se que a DQBRN do EB atua em diversas áreas operacionais e científicas, com o objetivo de prevenir ou minimizar consequências de sinistros envolvendo agentes biológicos e, desta forma, contribuir para o esforço nacional nas atividades de defesa externa e da sociedade.
FONTE: Agência Verde-Oliva/CCOMSEx
Buenas.
A Venezuela tem alguma coisa que ameace o Brasil nesse nível?
Caro Bilie. O colapso de governos, como o que ocorreu na Líbia após a morte de Kadafi geralmente vem acompanhada de crises de saúde pública como colera e tifo. No caso da Venezuela, há o risco real de surtos de febre amarela urbana. Por outro lado, a capacidade de defesa ou ataque com arma biológica demanda pessoal especializado e uma rede de pesquisa envolvendo universidades porque os custos de manter laboratórios com níveis altos de segurança biológica e caro e complexo. Também seria necessário uma capacidade industrial para a produção de armas biológica. Acho que somente Canadá, EUA e Brasil teriam essa capacidade. Talvez Chile, Argentina e México teriam condições de produzir alguma arma química como sarin.
Camargoer, lembrar que, coincidência ou não, a volta do sarampo e de campanhas de vacinação(depois de n casos e mortes) se deu após a entrada dos venezuelanos pela fronteira. Imaginemos a situação lá na Venezuela.
O inimigo mais perigoso nesse ponto é o interno, a burrice. Graças a estupidez dos anti-vacina a cobertura vacinal brasileira está diminuindo.
E olha que nosso programa de vacinação é referência mundial, somos um modelo desde anos 70. Poucos países no mundo tem um sistema de vacinação gratuito tão amplo, que atende uma população tão grande e é gratuito para o usuário.
Infelizmente tenho q concordar contigo Renato sobre a burrice.
Olá Renato. Eu não chamaria de inimigo interno, mas de risco interno. Por exemplo, a febre amarela e endêmica do interior de SP para o norte o que inclui MT, MS, GO, MG… etc. Ainda assim, tem gente que viaja para lá sem vacinacao. Tem os incríveis (que nI a recitamos que existam) dos pais que não vacinam as crianças por medo de ser uma intervenção autoritária sobre a liberdade dos pais de decidir… Juro, em uma reunião de condomínio que discutimos a questão da vacina de febre amarela, isso no fim da reunião quando todo mundo está tomando café e conversando, um pai disse que isso coisa do PT porque nós EUA nso existe esse negócio de vacinas do governo…. Ninguém me contou….
Isso é a evolução, no caso a ignorância separa os que irão viver dos que irão morrer. E soma ainda o uso de intorpecentes, anabolizantes, DSTs, etc… A evolução aprimorando a sociedade, separando os fracos (intelectualmente inclusive) dos fortes
Caro Sagaz. Acho que você levantou um tema bem legal. A chave da evolução é a “seleção natural”. Ela ocorre de modo aleatória sem qualquer propósito ou planejamento por meio da eliminação dos genes. A vacinação é um evento tecnológico (seleção artificial) com um claro objetivo (prevenção da doença) mas sem selecionar os genes (as vacinas não mudam o código genético). Por outro lado, a extinção do virus (como foi a varíola) pode ser sob o ponto de vista dele, um evento de seleção natural, pois para o virus, o desenvovimento tecnológico do ser humano é um evento aleatório. Apenas uma observação a frase de Darwin diz sobre a sobrevivência do mais apto. Acho que alguém usou o mais forte depois mas estaria equivocado.
Olá Sagaz. Eu acho interessante o fato da seleção natural não eliminar aqueles que “negativam” perguntas. Uma pena.
Se a seleção natural eliminasse quem já votou pelo menos 2 vezes em candidato corrupto, o Brasil seria uma enorme floresta ocupada somente por algumas poucas tribos de índios que ainda nunca fizeram contatos que este povo que foi exterminado.
Mas essa estupidez dos anti-vacina é uma praga mundial que se aproveita das redes sociais para espalhar as mentiras, mas se de um lado tem campanhas disseminando mentiras do outros os governos, instituições e ONG’s ( sérias ) também fazem um bom trabalho combatendo essas mentiras e divulgando a verdade usando as mesmas redes sociais e como você mesmo postou essa estupidez vem diminuindo.
Essa onda anti-vacina tem ganhado corpo nos EUA e no Brasil.
Talvez (ou muito provavelmente) na esteira do aumento do fundamentalismo religioso nos dois países.
Caro Antônio. O problema ocorre entre muitos que não são fundamentalistas religiosos, mas adeptos de alguma teoria da conspiração que sugere que as vacinas são anti naturais porque são obtidas em laboratórios. As vezes as pessoas anticientificas são fundamentalistas, outras não. Acho que não existe relação de causa efeito.
Que o digam os veganos politicamente corretos ateus.
Olá Bosco. Acho que o mesmo erro de achar que as ideias anticientificas tem origem no fundamentalismo religioso seria achar que elas tem origem nos grupos veganos, ambientalistas ou LGTB. Não há qualquer relação de cause e efeito entre optar por não comer carne (assim como tem gente que não bebe refrigerante ou álcool) e acreditar que vacinas causam doenças ao invés de preveni-las. Acho importante avisar essa confusão que cria um falsa imagem das pessoas religiosa ou qualquer outra escolha de vida.
O movimento antivax deveria ser tratado como organização criminosa, eles não são pessoas de caráter, se fossem iriam para às academias questionar de forma científica a efetividade e a segurança das vacinas. O modus operandi dessa gente é nas redes sociais, quase sempre divulgando produtos milagrosos que supostamente reduzem a “toxicidade” das vacinas, ou seja, são 171, estão de olho no dinheiro das pessoas.
Toinho,
A ideologia de gênero ganhou corpo no mundo todo por conta do aumento do progressismo e ninguém morreu.
Engole o choro!
Caro Bosco. Eu não sei se a confusão é proposital ou acidental, mas é um diálogo de surdos. Há uma neurocientísta que atuava na UFRJ (agora ela está no EUA…) que foi a primeira a mostrar a relação entre o número de neurônios no cortex e inteligência de uma espécie, saindo da discussão equivocada sobre tamanho e peso. Em uma entrevista, alguém perguntou se há diferença entre o cérebro do homem e da mulher. Ela explicou que 90% dos homens têm atração por mulheres e 90% das mulheres tem atração por homens. Se os cérebros fosse iguais isso seria 50%/50%. Um argumento forte. Por outro lado, a vida sexual de um adulto é algo particular e é preciso prevenir qualquer tipo de preconceito sobre isso (eu não entendo essa porque tem tanta gente se preocupando com o que o outro faz, como faz ou não faz). Alguns artigos mostram uma relação de causa e efeito entre a preferência sexual de cobaias macho e a taxa de hormônios femininos na corrente sanguínea das mães (por motivos éticos óbvios esse estudo não pode ser feito com pessoas). Por outro lado, as mulheres ganham 20% em média a menos que os homens, e essa diferença é maior nas profissões com baixa escolaridade e menor nas de maior escolaridade. Parece que essa discussão de gênero está muito influenciada pelas escolhas religiosas e quase nada por dados empíricos e científicos.
Camargoer,
Acho que novamente você se equivoca acerca do que seja “Ideologia de Gênero”. Não tem nada a ver com “atração” sexual.
Há casos até de transgêneros que em tendo nascido com pipiu o retirou, virou mulher e… lésbica.
Olá Bosco. Excluindo a questão da sexualidade, que reside na relação de uma pessoa com outra, e que isso que diz respeito somente a essas pessoas, então sobra a relação de uma pessoa consigo mesma (o que seria ainda mais particular do que a relação entre duas pessoas). Sendo que não cabe a niinguem, nem a sociedade nem ao Estado interferir na relação entre duas pessoas adultas, essa interferência seria muito inapropriada sobre a relação que uma pessoa tem consigo mesmo. Talvez esse seja o mais fundamental dos direitos naturais de um indivíduo.
Camargoer,
Sim, desde que tal comportamento não seja estimulado pelo Estado.
Por isso que inicialmente eu disse que “ninguém morreu”.
Se bem que muitos devem ter morrido por depressão, suicídio, na mesa cirúrgica, por overdose, empaturrando de hormônios ou estrangulados pelos sutiãs.
Acho um equívoco e uma patologia que deve ser tratado no seu nascedouro, durante a primeira infância, e não ser estimulado pela cultura progressista que vê o corpo como um monte de carne apodrecível, e só.
Talvez uma orientação de pais preocupados poderia reverter milhares de casos que nos deparamos assombrados com o que um ser humano é capaz de fazer com sua mente e seu corpo.
Se um filho quando na primeira infância achar que é um boto rosa nenhum pai e nenhum país ira permitir que seus braços e pernas sejam amputados. Ou se achar que é um unicórnio, dificilmente um pai e mãe, por mais progressistas que sejam, não irá demovê-lo de colocar cascos e um chifre no meio da testa. Mas pênis, mamas e vulvas são facilmente amputáveis de acordo com as “boas práticas” democráticas de vocês. Estranho né?
Antigamente isso se chamava transtorno dissociativo de personalidade e era tratável. Hoje, só é se a pessoa acha que é o Napoleão Bonaparte, se for mulher e achar que está num corpo errado e que é na verdade um homem, é estimulado a se amputar com a ajuda do SUS, inclusive.
Infelizmente a cultura ocidental está contaminada pela cultura do prazer. Lastimável.
Aí, a velhice chega para esses coitados vítimas, cobaias e bucha de canhão dos engenheiros sociais de plantão e dos “intelectuais” de esquerda – estes muito bem resolvidos, diga-se de passagem – irão rever tudo o que fizeram e o panorama pode não ser agradável e aí, já não haverá mais tempo pra nada.
Carol Fábio. Estamos as vésperas do carnaval e não há nenhuma campanha por sexo seguro e contra a prostituição infantil. Faça um teste e ouça a voz do Brasil. E como se carnaval e DST não existissem. dST e HIV mas também sífilis, gonorréia, etc.
Camargoer,
DST, HIV, Sífilis, e outras doenças contagiosas são muito menos perigosas do que o corona vírus, o qual continuará por muito tempo a infectar e a matar sêres humanos.
Alguns cientistas fizeram uma estimativa de que o número de fatalidades vai passar dos cinquenta milhões.
O carnaval deveria sêr cancelado ou postergado, até que se tenha uma melhor ide sôbre a letalidade dêsses novo vírus.
A Organização Mundial da Saúde (ONU) já está sendo acusada de estar sendo pressionada pelo govêrno chinês a não acionar o alarme da pandemia.
O Brasil precisa estar muito atento. Os Kits de detecção do vírus, estão dando muitos falso negativos.
“Estamos as vésperas do carnaval e não há nenhuma campanha por sexo seguro e contra a prostituição infantil.”
Houve sim, mas vocês, de esquerda, fizeram pouco caso e a rejeitaram. Lembra da Ministra Damares e sua proposta de abstinência sexual?
Ah! Mas não conta né. Pra vocês o que conta é o prazer desenfreado. Ministra boa é que manda a garota de 16 anos sair com 20 camisinhas dentro da bolsa.
Entendi!!!
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Camargoer,
Vou tentar de novo. rsss
Houve sim campanha a respeito do carnaval e não só para ele, mas para a vida toda. A Ministra Damares um dia desses falou sobre a abstinência sexual mas vocês a gozaram, hedonistas que são.
Se a ministra tivesse sugerido uma adolescente de 16 anos sair pra “brincar” o carnaval com 20 camisinhas na bolsa vocês teriam ido ao delírio. rsrss
Tá vendo! O governo fez sim campanha contra a gravidez e DST no carnaval. Você que não viu.
*Ou não quis ver!!!
Olá Bosco. Acho que são vários problemas que estão correlacionados. Todos muito sérios. O primeiro problema são as DST. Não existe idade, classe social, ou qualquer coisa. HIV se transmite por sexo não seguro. Sífilis também.. HPV resulta em câncer nas mulheres não vacinadas. Essa informação tem que ser repetida repetida repetida. Um dos grupos de risco de HIV são os homens com mais de 60 porque eles dizem não se importar em morrer, por isso fazem sexo sem proteção, o que aumenta a disseminação do vírus. Outro problema do HIV e o desenvolvimento de doenças oportunistas como tuberculose, o que coloca outras pessoas sem HIV também em risco. O HPV causa câncer no colo do útero em qualquer idade em mulheres não vacinadas. Além do problema de DST existe o problema da gravidez precoce. Meninas de 15 ou 17 anos que engravidam, gerando problemas de violência doméstica com seus pais, em outros casos aborto ilegal que levam algumas dessas meninas a morte, em outros a infertilidade e outros a infeccoes graves. Portanto a questão das campanhas por sexo seguro devem acontecer durante todo o ano. Pedir abstinência não vai impedir ninguém de fazer sexo, mas explicar que o uso de camisinha e uma questão de saúde tem resultados. Um fato curioso, no surto de H1N1 ocorreu uma intensa campanha para lavar as mãos e usar álcool. Não houve caso de gripe no Brasil mas as forças infecto contagiosas reduziram em 30%, mas voltaram a crescer quando a campanha foi encerrada. Nada disso tem a ver com quem está no governo. Eu vou comemorar quando a questão do sexo seguro se tornar política de saúde de Estado e for tratado de modo simples, direto e honesto.
Renato B.,
No Brasil, talvez cause mais impacto a falta de vacinas na rede pública do que algumas pessoas serem anti-vacinas por convicção ou por completo desleixo na criação dos filhos.
Tenho um bebê e se não pagasse por vacinas na rede privada, meu filho não teria tomado vacinas contra meningite e a pentavalente, por exemplo.
E nem estou entrando no mérito de que algumas vacinas não estão disponíveis na rede pública (como meningite B).
Sim, a redução da cobertura é um problema sério. Ainda mais num país que já havia aprendido a fazer e distribuir suas vacinas. De fato, um país que já TEVE uma excelente cobertura vacinal.
Olá Rafael. Você tem razão sobre os problemas com a distribuição de vacinas, principalmente nas grandes cidades. Por motivos difíceis de entender, o ministério da Saúde vem adiando a licitação do novas vacinas.
Leia um livro de Carl Sagan chamado “O Mundo Assombrado pelos Demônios”. Nesta obra ele aborda este paradoxo: avanço da ciência nunca antes visto, evolução das comunicações e informações e a persistência destas bizarrices de Idade Média em nossos tempos.
Olá Marcelo. Bem lembrado. Os livros de Dawkins também discutem essa questão do negacionismo científico.
Anti-vacina, terra plana, e outras bobagens propagadas pela internet…
Angelo,
Adiciona a essas sandices propagadas pela internet (e pela grande mídia) a ideologia de gênero, o desarmamento da população, a ideia que bandidos são vítimas da sociedade, a criminalização da ação policial, a legalização das drogas, o aborto em qualquer idade fetal, que pum de vaca causa o aquecimento global… e por aí vai.
*”Anti-vacina” pra mim é novidade.
Olá Bosco. Infelizmente, há sim muitos adultos que defendem uma atitude antivacina. É comum quando mães e pais estão conversando sobre crianças pequenas alguém dizer que não vacinou a criança com medo dela ficar doente ou dizer que a criança desenvolveu gripe após a vacina. Agora, eu não vou criticar outro adulto que goste de fazer sexo de modo diferente daquele que eu gosto (ou que não goste de sexo de maneira alguma). O policial que segue o protocolo legal é um servidor público que merece respeito e admiração (aliás como todos os servidores públicos dedicados e com conduta profissional). Por outro lado, um policial que atua fora da lei é um criminoso, deixou de ser um policial e virou bandido. A questão das drogas é uma boa discussão. Acho que existe pelo menos três fatos que precisam ser considerados em todas as discussões. 1) a Lei seca nos EUA no início do Sec.XX foi um fracasso, ela nem reduziu os problemas relacionados ao consumo do álcool (violência doméstica, acidentes no trabalho por embriaguez, etc) mas aumentou a violência urbana devido o tráfico de bebida. A politica de proibição do álcool foi um fracasso. 2) o consumo do álcool causa mais problemas de violência doméstica que qualquer outra droga, o consumo de álcool continua causando problemas de violência urbana (acidentes, brigas, assassinatos por motivo fútil etc); tanto o cigarro quando o álcool são responsáveis por problemas graves de saúde pública. 3) a dependência química (álcool, tabaco, maconha, cocaína, heroína, anfetamina, analgésicos, etc) é uma doença e deve ser tratado como um problema de saúde pública. A política de guerra ás drogas é um fracasso porque não trata os dependentes, não reduziu o tráfico, aumentou corrupção policial e política, consome muitos recursos públicos para nenhum resultado e amplia a violêcia urbana. Todas discussão tem que considerar essas premissas.
Camargoer,
Eu citei a “ideologia de gênero”, que não tem nada a ver com “orientação sexual”.
Um homem pode ser homem se achar homem se vestir como homem e ter sua preferência sexual voltada para o mesmo sexo. Assim com uma mulher que se sabe mulher ter sua orientação sexual voltada para outra mulher. Normal.
Anormal é alguém que nasceu com um pênis achar que deve extirpá-lo (ou embuti-lo, se preferir) e colocar silicone no peito e ainda ter apoio da “sociedade” para fazê-lo.
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“A política de guerra ás drogas é um fracasso”.
Aí você acha que legalizá-la vai ser a solução?
Então vamos legalizar o assassinato como forma de reduzir os homicídios?
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A política contra as drogas é um fracasso porque enquanto alguns alertam que drogas não devem ser usadas porque é um caminho sem volta há sempre um terrorista comunista dizendo que usa de boa há 40 anos e que não faz mal. E há um monte de “intelectuais” de esquerda a apoiarem esse discurso, além de toda a grande mídia.
Quando uma senhora fala que os jovens têm que se guardar e valorizar seu corpo e não violentá-lo há os lacradores de plantão que irão ridicularizá-la e defenderem o prazer puro e simples, a qualquer custo.
Ou seja, algumas política públicas dão errado porque há um cabo de guerra entre os mais conservadores e os mais progressistas.
Se nossa sociedade fosse orientada a ter boas práticas muitos dos problemas não aconteceriam. Nisso a religião é importante (eu sou ateu) por ver algo além da vida de carne e osso e mortal.
Infelizmente, a esquerda ateia é niilista e hedonista ao extremo e não se importa em cavar a sepultura da sociedade em nome da satisfação do corpo.
Olá Bosco. Concordo com você que orientação ou preferência sexual é uma coisa e gênero é outra coisa (cromossomos XX e XY). Essas duas coisas precisam ser respeitadas. Eu não posso dizer para uma adolescente que ela deve evitar o sexo e se guardar para o casamento. Parece-me mais correto conversar com ela e contar minha experiência e dizer o que fiz que foi bom e o que fiz que causou tristeza quando tinha a idade dela (ou dele). Acho que não cabe nem a mim nem ao Estado dizer o que cada um irá fazer com sua vida sexual. Existem outras questões que são pouco compreendidas mas existem e precisam ser vistas por um viés humanista. Pessoas são diferentes por motivos diferentes. Eu não sei porque uma adolescente abaixo do peso ainda se sento gorda. Eu não sei porque algumas crianças são autistas em diferentes graus. Eu não sei porque algumas pessoas ultrapassam o limite natural da autopreservação e se matam. Eu não sei porque uma pessoa acha que nasceu errada. Contudo, acho que nenhuma dessas pessoas deve ser abandonada e marginalizada. Talvez seja mais simples e sadio para todos conviver com um número pequeno de pessoas que são diferentes. Viva e deixe viver. Sobre as drogas ilegais, concordo que é um problema sério. Talvez alguns colegas já tenham tido a triste experiência de alguém próximo sofrer de alguma dependência química (o álcool costuma ser a mais comum). Quando acontece com alguém que a gente conhece, deixa de ser estatística e vira um drama humano. Dependência química é uma doença e não pode ser visto como crime. Além disso, as políticas de guerra ás drogas são um fracasso porque não atingiram o objetivo que era acabar como tráfico. Conheço alguns especialistas da área de saúde e nenhum deles afirma o que deve ser feito, mas todos eles afirmam que a atual abordagem é um fracasso. Acho também que religião não é atestado de caráter. Conheço bons ateus e canalhas que comungam. Também ateus canalhas e pessoas muito boas com diferentes religiões.
Olá Tom O surto de sarampo está relacionado a um índice de imunização menor que ,95%. O vírus do sarampo circula no Brasil há décadas. De tempos em tempos pipocam aqui e ali casos porque tem gente que insiste em evitar a vacinação. Há o risco real da polio retornar. Outro problema sério são as mortes por tétano.
Infelizmente, muitos casos não são culpas dos pais, pois a primeira dose da vacina contra o sarampo só é dada aos seis meses. Antes disso, os bebês estão expostos. Basta ter algum adulto infectado por perto.
Existe uma relação entre risco x benefício da aplicação da vacina. No caso de certas doses se espera a criança estar mais madura justamente para equilibrar o risco.
É justamente por essa situação dos bebês que eu discordo do argumento do Sagaz sobre darwinismo. Existe a imunidade coletiva e a redução da imunização aumenta o risco para bebês e outros que eventualmente não possam se vacinar (como eventuais alérgicos). Não tem jeito, imunização é uma ação coletiva e nesse caso o direito coletivo suplanta o individual.
Csra Rafael, se os pais e os outros adultos estivessem imunizados, a criança não seria contaminada.
Sim. Meu ponto são os outros adultos. Muitos condenam os pais do bebê doente, sem se atentar que as vacinas são dadas ao longo do tempo e pode ocorrer a contaminação antes da 1ª dose. Ou seja, sem culpa dos pais do bebê. Somente culpa dos pais e, em alguns casos, dos próprios adultos infectados.
Outrossim, na nossa época não havia distribuição de vacina para meningite, por exemplo. Então muitos de nós carregamos o vírus de forma assintomática e acabamos sendo vetores em potencial de bebês ainda não imunizados. Nesse caso, a rigor, não é culpa de ninguém ou é culpa de governos passados.
Caro Rafael. A taxa de imunização necessária para evitar a transmissão do virus é 95%. Nos grupos com essa taxa de imunização, a probabilidade daqueles que fazem parte dos 5% não-imunizados serem contaminados é próxima de zero (seria zero apenas se 100% das pessoas estivessem imunizadas). Portanto, em um grupo no qual a taxa de imunização dos adultos e crianças estivesse acima de 95% praticamente eliminaria o risco de um recem-nascido contrair a doença (que pode ser fatal em bebês). A vacinação é gratuíta e recomendada (não é obrigatória como ocorreu no Rio de Janeiro durante a “guera da vacina” contra a febre-amarela), portanto eu vejo dois problemas 1) o adultos que optaram em não se vacinar e não vacinar seus filhos. 2) a ausência de amplas campanhas de conscientização. Claro que se os postos de saúde não tiverem vacinas nos estoques, não vai adiantas levar as crianças para vacinar ou fazer campanhas. Contudo, é importante lembrar que uma vacina adquirida em uma clínica de vacinação pode ser abatida do imposto de renda (o que coloca 100% de responsabilidade nos adultos de classe média e alta que tiveram acesso à informação sobre a necessidade de vacinas);
A morte por sarampo foi no RJ e não tem nada a ver com venezuelanos, mas com a incompetência conjunta e potencializada dos Governos Municipal, Estadual e Federal.
Lembrando que cabe aos Governos, além das campanhas de vacinação, conscientizar a população dos perigos da onda desses ‘anti-vacinas’.
Há outro fator que explica tanto os terraplanistas quanto os anti-vacinas: O conhecimento mínimo de ciência. As pessoas não entendem mais ciência como um processo, mas acham que ela deve funcionar como uma fábrica de argumentos que podem escolher de acordo com sua conveniência.
O ensino de ciências falhou feio nesse ponto e muitos pesquisadores se deixaram seduzir pela falácia da autoridade se concentrar mais em mostrar resultados de pesquisas do que ensinar a forma como aqueles resultados foram obtidos. O caminho mais fácil cobrou seu preço.
Renato B.
E esses que desconhecem a ciência tornam-se presas fáceis do youtubers da esquina que tem sempre uma explicação ‘científica’ para cada questão levantada.
Olá Antônio, para todo problema complexo existe uma solução simples e errada.
Camargoer
(2)
O Toinho tá na bronca com o Youtube. rsrsss
Depois que o monopólio do discurso e da versão foi desafiado pelos youtubers conservadores a esquerda está perplexa pela ousadia. Seria trágico se não fosse só cômico mesmo. rsrss
O Mito tem um ministro da Ciência e Tecnologia astronauta mas o que conta pro Toinho é a Terra plana do Professor Olavo. rssss
Toinho, não fica muito preocupado com a Terra plana, com os “antivacinas”, com os que não acreditam no “aquecimento global” e com os que veem Jesus num pé de goiaba.
Fosse você me preocuparia mais com os que acham que homens são mulheres e mulheres são homens e todo mundo pode ser um unicórnio e uma pessoa pode “papar” a mãe ou a irmã ou o pai rsrss e até o cachorrinho. É o tal do “poliamor”.
Preocupe-se com os que querem liberar a pedofilia. Ou com os que querem desarmar as pessoas de bem e armar os bandidos, que são tidos como vítimas da sociedade; ou com os que querem legalizar as drogas; ou que peido de vaca causa o aquecimento global; ou que a pirralha Greta
mereça um Nobel (eu acho que merece um Oscar), ou que um feto possa ser abortado até no nono mês de gravidez.
Tá vendo? Você tem um monte de coisas relevantes pra se preocupar em vez de ficar vendo canal no Youtube que você não gosta e não concorda.
Bosco,
Você acertou 100% no seu comentário.
Você foi brilhante ao descrevêr com precisão as mazelas que infestaram a sociedade, e não somente a brasileira não.
Qual é a explicação científica que você dá quando um sujeito diz que você é homem porque seus pais te ensinaram a ser homem , porque senão você seria mulher?
E qual a explicação que os gênios da ciência dão quando dizem que pum de vaca faz o planeta aquecer e derrete geleiras lá no Ártico?
Olá Bosco. Ninguém crítica uma vaca que faz pum. Nem mesmo alguém que faça pum na igreja ou no elevador. O que sabemos e que CO2 e um gás que provoca efeito estufa, e que sua concentração na atmosfera acima de um determinado nível irá impedir a dissipação da energia recebida pelo sol, aumentando a temperatura do planeta e provocando efeitos climáticos violentos devido a essa disponibilidade de energia. O que e possível e contar quantos barris de petróleo são queimados por dia e calcular quanto CO2 foi liberado, quantos metros cúbicos de madeira sai queimados e calcular o CO2 liberado, calcular a biomassa queimada e calcular o CO2, calcular o volume de cimento produzido e o CO2, etc… Como o pum da vaca e do boi tem CH4, outro fãs estufa, e sabendo quanto CH4 um bovino emite e sabendo o número do rebanho,né possível calcular a quantidade de CH4. O que causa a mudança climática são os gases estufa que estão sendo acumulados na atmosfera. Moléculas são iguais qualquer que seja a origem. Eu sou incapaz de dizer se um CH4:da mimosa está sobre o artico ou teve outro destino mas dá para saber que as moléculas de CH4 e CO2 na atmosfera causam o efeito estufa e que acima de uma data concentração, ocorre um maior ou menor aprisionamento da energia. Estou longe de ser um gênio da ciência,as sou um profissional dela. Eu tentaria explicar desse modo. Se não ficar claro tentarei explicar de outro modo até que entendam.
Olá Renato. Discordo. As pessoas que não sabem vir Cia tem noção de sua importância e tem sido muito fácil explicar para essas pessoas, velhas ou crianças, qual ideia científica está nas coisas que ocorrerem no dia a dia. Quem nega a ciência tem uma compreensão ampla das coisas. Alguém que nega a vacina irá usar um raciocínio lógico (e errado) para justificar sua decisão que vai contra o senso comum. A mesma coisa sobre evolução. Já ensinei muita gente que o homem não vem do macaco e a pessoa sorri e diz “entendi”
Renato,
A cidadania em geral, tem pouco ou nenhum interêsse pela Ciências. Não sabem como funciona o método científico, não está disposta a aprender. Acham que a ciência é coisa de nerds.
Olha o resultado: milhões de zombies com o intelecto atrofiado.
Olá Tadeu. Discordo. A maioria das pessoas com baixa conhecimento científico têm compreensão da importância da ciência e que praticamente tudo (remédios, comunicação, bem estar) existe por causa da ciência, mesmo sem entender como isso aconteceu (eles respeitam muito os cientistas). Por outro lado, a ignorância científica ocorre em quem tem um nível educacional médio ou alto, inclusive usam de explicações pseudocientíficas para justificar suas ações anticientíficas. É um contrassenso, mas é verdade.
Discordo, como já dito por uma pesquisadora brasileira crianças nascem cientistas, a curiosidade é algo natural para elas. Mas as escolas, as instituições e a religião com seus tabus mitiga essa curiosidade. Um pesquisador é basicamente um curioso sistemático e se for emocionalmente bem resolvido vai ter uma clara noção dos limites de sua capacidade.
Repito o problema é que ciência é ensinada como dogma e não como método.
Gengis Khan discorda de você, Camargoer rsrsrs.
Olá Rafael. GK foi um gênico eugenista. Matou os outros homens concorrrentes e esplahou os genes dele.
Verdade, ele ainda fez isso.
Cara, a Venezuela não ameaça ninguém, os caras não tem nem comida, quem dirá armas. Nossos verdadeiros inimigos são as grandes potências.
Eu não teria tanta certeza, uma coisas que as ditaduras costumam fazer ( seja de esquerda ou de direita ) é investir nas forças armadas e de segurança para se manter no poder e quando percebem que estão ameaçados de perder o poder, por conta do povo acordando da tirania, procuram inimigos externos para distrair o povo. E a Venezuela esta nessa fase de procurar inimigos externos que é bem perigosa, e quanto as forças armadas deles são bem equipadas e nesses treinamentos podemos ver militares experientes e os milicianos que não passam de bucha de canhão e são inexperientes lado a lado em uma grande mobilização.
Fabio. Guerra biológica e química se faz contra o inimigo externo. Nenhum ditador vai espalhar um vírus que poderá contaminar a si ao seu grupo. Violência doméstica se faz com bala de fuzil. Mais barato e permite melhor controle.
Não é só distribuir venezuelanos ou pessoas d outra nação que imigra no Brasil. Tem que verificar doenças. Fica mais barato que vacinar geral, ter leitos e tratamentos disponíveis.
Caro Diego. Vírus e bactéria não tem passaporte. Além das pessoas, animais silvestres cruzam fronteiras, insetos cruzam fronteiras, animais, carne, plantas são contrabandeados, pessoas cruzam a fronteira seca de modo legal e ilegal, navios despejam resíduos de modo ilegal. E impossível montar barreiras sanitárias 100% eficazes. O melhor modo continua sendo a vacinação.
Conhecido bordão diz que a resistência de uma corrente é seu elo mais fraco.
Nessa ordem de raciocínio, e sem prejuízo das louváveis atividades mencionadas na esfera militar, nosso maior inimigo biológico está dentro, e não fora, das nossas fronteiras.
Como exemplos da citada “falta de cuidado com o manejo ambiental”, a um: as atuais autoridades públicas nacionais à frente dessa área, com seus atos e palavras terraplanistas que contrariam a ciência, a consciência, e a jurisprudência. E a dois: a atual contaminação da maior rede mundial de abastecimento de água da 2a. maior cidade brasileira pelo aparelhamento partidário de relevante serviço público, contaminado pelo famigerado clientelismo político-religioso há 20 anos, muito antes da água que produz.
O esforço nacional nas atividades de defesa externa e da sociedade no espectro dessa matéria, começam, assim, muito antes da prevenção de sinistros envolvendo agentes biológicos, mas sim com a prevenção contra agentes políticos, de todas as legendas partidárias, muito mais letais …
É bem legal ver o exercito mostrando habilidades que geralmente são esquecidas pela população geral. Como q história tem nós ensinado, a vdd é q mais dia menos dia surge uma pandemia l, a questão é estar preparado ou não.
Já q o tópico sobre doenças está em alta valeria algumas matérias sobre o risco de epidemias afetarem o Brasil. Tem tanto risco internos (uso de antibióticos no agronegócio, expansão da fronteira agrícola, consumo de fauna silvestre na Amazônia…), como riscos externos (vizinhos caindo em caos, viagens mais rápidas, descongelamento do permafrost). Uma série de materiais sobre o tema seria bem legal.
Por último tem uma dica bem interessante, pra quem curte existe um joguinho chamado plague inc, te permite projetar e lançar sua própria doença no mundo, sem rigor científico claro, mas ainda sim bem divertido para matar algumas horas.
Tchau e saudações.
P.s:https://www.cdc.gov/flu/pandemic-resources/reconstruction-1918-virus.html
texto q conta a redescoberta e reconstrução da gripe espanhola, notem q foi encontrado na Sibéria e tb vale rir dos procedimentos de laboratório.
Caro SrB o caso dos antibióticos e muito sério. Há 30 anos não se descobre uma molécula nova. Muitas pessoas já tem bactérias resistentes aos antibióticos mais fortes.
FALÊNCIA DE FABRICANTES ANUNCIA CRISE NO SETOR DOS ANTIBIÓTICOS
Até startups começam a quebrar, com risco de sufocar o surgimento de novos remédios
2.jan.2020 às 16h38
Andrew Jacobs
NOVA YORK | THE NEW YORK TIMES
Num momento em que os micróbios estão ficando mais resistentes aos antibióticos comuns, muitas empresas que estão desenvolvendo versões novas dos medicamentos estão perdendo dinheiro e fechando suas portas. Isso compromete gravemente os esforços para conter o avanço de bactérias letais, resistentes a antibióticos.
Startups fabricantes de antibióticos, como a Achaogen e a Aradigm, faliram nos últimos meses; gigantes farmacêuticos como Novartis e Allergan abandonaram a área, e muitas das empresas americanas remanescentes de antibióticos estão perto da insolvência. Uma das maiores desenvolvedoras de antibióticos, a Melinta Therapeutics, avisou reguladores recentemente que suas reservas de dinheiro estão se esgotando.
Especialistas dizem que as perspectivas financeiras sombrias para as poucas companhias ainda engajadas com a pesquisa de antibióticos afastam os investidores e ameaçam estrangular o desenvolvimento de novos medicamentos que podem salvar vidas, justamente quando eles são urgentemente necessários.
“Esta é uma crise que deveria preocupar a todos”, disse Helen Boucher, especialista em doenças infectocontagiosas no Tufts Medical Center e membro do conselho de assessoria da Presidência sobre o combate a bactérias resistentes a antibióticos.
O problema é simples: as empresas que investiram bilhões de dólares para desenvolver os medicamentos não descobriram uma maneira de ganhar dinheiro com suas vendas. Diferentemente dos remédios para problemas crônicos como diabetes ou artrite reumatoide, que têm vendas enormes, a maioria dos antibióticos é prescrita por apenas alguns dias ou semanas, e muitos hospitais não se dispõem a pagar um preço alto pelos medicamentos novos. O impasse político no Congresso americano vem frustrando os esforços legislativos para encontrar uma solução.
Os desafios que se colocam para os fabricantes de antibióticos chegam em um momento em que muitas das drogas criadas para combater infecções estão ficando ineficazes contra bactérias e fungos, na medida em que o uso excessivo de medicamentos presentes há décadas levou esses fungos e bactérias a desenvolver defesas contra as drogas.
Hoje, segundo relatório do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) divulgado no mês passado, infecções resistentes a medicamentos matam 35 mil pessoas por ano nos Estados Unidos e levam 2,8 milhões a adoecer. Sem novos medicamentos, a ONU diz que os mortos em todo o mundo podem chegar a 10 milhões por ano até 2050.
Os antibióticos mais novos já se mostraram eficazes contra alguns dos micróbios mais letais e resistentes, incluindo o antraz, pneumonia bacteriana, E. coli e infecções de pele multirresistentes.
A experiência da empresa de biotecnologia Achaogen é um exemplo. A companhia passou 15 anos e gastou US$1 bilhão (R$ 4 bilhões) para conseguir a aprovação pela Food and Drug Administration (FDA) do Zemdri, um produto para combater infeccões do trato urinário. Em julho a Organização Mundial de Saúde (OMS) acrescentou o Zemdri à sua lista de medicamentos novos essenciais.
Mas quando isso aconteceu, não restara ninguém na Achaogen para festejar.
No segundo bimestre de 2018, com o preço de suas ações em quase zero e seus executivos não tendo conseguido levantar as centenas de milhões de dólares necessários para levar o medicamento ao mercado e fazer estudos clínicos adicionais, a empresas vendeu seus equipamentos de laboratório e demitiu seus cientistas remanescentes. Ela declarou falência em abril.
Especialistas em saúde pública dizem que a crise só pode ser resolvida com intervenção governamental. Algumas ideias propostas e que têm respaldo amplo são o aumento dos reembolsos às empresas pela criação de antibióticos novos, verbas federais para formar e armazenar estoques grandes de medicamentos eficazes contra micróbios multirresistentes e incentivos financeiros para startups e para atrair de volta as gigantes do setor farmacêutico. Apesar de contar com apoio de republicanos e democratas, a legislação que visa enfrentar o problema está parada no Congresso.
“Se este problema não for resolvido nos próximos seis a 12 meses, os últimos dos moicanos vão quebrar, e os investidores levarão uma ou duas décadas para voltar ao mercado”, observou Chen Yu, capitalista que já investiu no setor da criação de novos antibióticos.
A indústria enfrenta mais um desafio: tendo sido bombardeados há anos com avisos para evitar o uso exagerado de antibióticos, os médicos relutam em prescrever os medicamentos mais recentes. Isso limita a capacidade dos fabricantes de recuperar os investimentos que fizeram na descoberta dos compostos e para conseguir sua aprovação regulatória. E, como parte de esforços para poupar dinheiro, muitas farmácias hospitalares oferecem remédios genéricos mais baratos aos pacientes, mesmo quando existe um produto mais novo e de qualidade muito superior.
“Nunca diríamos a um paciente com câncer ‘por que você não experimenta primeiro usar um remédio da década de 1950, e se não der certo a gente tenta com um dos anos 1980’”, disse Kevin Outterson, diretor executivo da CARB-X, organização sem fins lucrativos financiada pelo governo que faz doações a empresas que trabalham com resistência antimicrobiana. “Mas fazemos isso com antibióticos, e está tendo um efeito realmente adverso sobre os pacientes e sobre o mercado.”
Muitos dos medicamentos novos não são baratos, pelo menos não em comparação com os genéricos mais antigos, que podem custar alguns dólares por comprimido. Um tratamento normal com Xerava, antibiótico recém-aprovado que combate infecções multirresistentes, pode sair por até US$ 2.000 (R$ 8.000).
“Diferentemente dos medicamentos caros usados contra o câncer, que estendem a sobrevida do paciente por três a seis meses, antibióticos como o nosso realmente salvam a vida da pessoa”, disse Larry Edwards, executivo-chefe da Tetraphase Pharmaceuticals, a fabricante do Xerava. “É frustrante.”
Sediada em Watertown, Massachussetts, a Tetraphase está tendo dificuldade em convencer hospitais a adotar o Xerava, que levou mais de uma década para ser descoberto e levado ao mercado, apesar de o medicamento ser capaz de derrotar micróbios multirresistentes como o MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina) e o CRE (enterobactéria resistente a carbapenem), que mata 13 mil pessoas por ano.
O preço das ações da Tetraphase estava em US$ 40 (R$ 161) um ano atrás e agora flutua em torno de US$ 2 (R$ 8). Para reduzir custos, Larry Edwards recentemente fechou os laboratórios da empresa, demitiu 40 cientistas e abandonou planos de desenvolver três outros antibióticos promissores.
O futuro da Melinta Therapeutics, de Morristown, Nova Jersey, é ainda mais desanimador. O preço das ações da companhia caiu 45% no mês passado, quando executivos divulgaram um aviso sobre suas perspectivas de longo prazo. A Melinta produz quatro antibióticos, um dos quais é o Baxdela, aprovado recentemente pela FDA para tratar o tipo de pneumonia resistente a drogas que frequentemente mata pacientes hospitalizados. Jennifer Sanfilippo, a executiva- chefe interina da Melinta, disse que espera que uma venda ou fusão compre mais tempo para a empresa conscientizar farmacêuticos hospitalares do valor de seus anbióticos e aumentar as vendas deles.
“Estas drogas são meus bebês e são urgentemente necessárias”, ela comentou.
Não é fácil criar compostos novos. Apenas duas classes novas de antibióticos foram introduzidas nos últimos 20 anos (as drogas novas, em sua maioria, são variações de outras já existentes), e o retorno financeiro minguante levou a maioria das empresas a abandonar o mercado. Nos anos
1980 havia 18 grandes empresas farmacêuticas que desenvolviam antibióticos novos; hoje há apenas três.
“A pesquisa científica é realmente difícil”, disse David Shlaes, ex-vice-presidente da Wyeth Pharmaceuticals e membro do conselho da organização sem fins lucrativos Global Antibiotic Research and Development Partnership. “E reduzir o número de pessoas que trabalham com isso, abandonando as pesquisas e o desenvolvimento de antibióticos, não nos levará a lugar algum.”
Ele explicou que um novo antibiótico pode custar US$ 2,6 bilhões (R$ 10,5 bilhões) para ser desenvolvido. Boa parte desse custo se deve aos fracassos sofridos ao longo do caminho.
Alguns dos maiores atores do setor se uniram para propor uma série de intervenções e incentivos que encarariam os antibióticos como um bem global. As medidas incluem a estender o prazo de exclusividade de antibióticos novos, para dar às empresas mais tempo para recuperar seus investimentos, e a criação de um programa para a formação de um estoque de antibióticos críticos, do mesmo modo como o governo federal americano armazena um estoque de medicamentos de emergência para enfrentar possíveis pandemias ou ameaças de bioterrorismo, como varíola ou antraz.
O DISARM Act, um projeto de lei apresentado ao Congresso este ano, instruiria o Medicare a reembolsar hospitais pela aquisição de antibióticos novos e criticamente importantes. A lei tem apoio bipartidário, mas ainda assim está parada.
Um de seus proponentes, o senador democrata Bob Casey, da Pensilvânia, disse que parte da relutância em fazê-la avançar vem do fato de que os preços crescentes de medicamentos vendidos com receita médica é uma questão politicamente delicada. “Há certa resistência institucional contra qualquer legislação que ofereça incentivos financeiros a empresas farmacêuticas”, ele disse.
Mas nem tudo está parado em Washington. Nos últimos dez anos a Autoridade Biomédica Avançada de Pesquisas e Desenvolvimento, ou Barda, um esforço federal para combater ameaças à saúde pública químicas, nucleares e de outros tipos, investiu US$ 1 bilhão (R$ 4 bilhões) em empresas que desenvolvem diagnósticos e drogas antimicrobiais promissoras que possam combater a resistência a antibióticos.
“Se não temos medicamentos para combater esses organismos multirresistentes, não estamos fazendo nosso trabalho de garantir a segurança dos americanos”, disse o diretor da agência, Rick A. Bright. Ele próprio tem experiência em primeira mão com o problema. Dois anos ele sofreu um corte no polegar quando cuidava de seu jardim. O corte ficou infeccionado. O antibiótico que lhe foi receitado não teve efeito, nem qualquer dos seis outros que lhe deram no hospital. Ele tinha MRSA.
A infecção se espalhou, e os médicos programaram uma cirurgia para amputar o polegar. O médico receitou um último antibiótico, mas apenas depois de reclamar do custo e avisar que o convênio médico de Bright talvez não cobrisse o medicamento. Em questão de horas a infecção começou a ceder. A amputação foi cancelada.
“Se tivessem me dado o medicamento certo desde o começo, eu não teria tido que ir para a sala de emergência”, disse Bright.
A Achaogen e seus 300 funcionários tinham esperanças de uma intervenção do governo, especialmente porque a companhia recebera US$ 124 milhões (R$ 499 milhões) da Barda para desenvolver o Zemdri.
Dois anos apenas atrás, a empresa tinha capitalização de mercado de mais de US$ 1 bilhão (R$ 4 bilhões) e o Zemdri era tão promissor que foi o primeiro antibiótico que a FDA designou como terapia nova altamente promissora, acelerando seu processo de aprovação.
Ryan Cirz, um dos fundadores da Achaogen e seu vice-presidente de pesquisas, lembrou da época em que capitalistas de investimentos se interessaram pela companhia e investidores compravam suas ações assim que elas apareciam no mercado. “Não era hype”, disse Cirz, que é microbiólogo. “Era uma questão de salvar vidas.”
Em junho, investidores no leilão de falência arremataram os equipamentos de laboratório da empresa e os direitos ao Zemdri por uma ninharia: US$16 milhões (a compradora, a fabricante de genéricos Cipla USA, continua a fabricar o medicamento). Desde então, muitos dos cientistas da Achaogen encontraram emprego como pesquisadores em campos mais rentáveis como a oncologia.
Ryan Cirz perdeu todas suas economias, mas disse que está preocupado com algo maior. Sem antibióticos eficazes, muitos procedimentos médicos comuns podem passar a encerrar risco de vida um dia.
“Este é um problema que pode ser resolvido, e não é tão complicado”, ele disse. “Podemos lidar com o problema agora ou podemos ficar sentados sem fazer nada e esperar para as pessoas começarem a morrer em grande número. Seria uma tragédia.”
É, tem que segurar firme em Deus mesmo que o futuro só Ele sabe o que aguarda.
Ozawa a questão no desenvolvimento de novas drogas (seja antibióticos seja qualquer outra), é no mínimo controversa. Pois envolve cifras astronômicas em um mundo de planilhas de excel, basta ver a discussão no reino unido e canadá sobre os custos dos sistemas de saúde. A situação é feia como bem apresentado pelo artigo exposto pelo senhor e parece q não vai melhorar tão cedo.
Tchau e abs.
Caro SrB. O desenvolvimento de novos medicamentos é caro e demorado. Além disso, os laboratórios gastam quantidades astronômicas em marketing e uma política de preços altos para garantir os lucros. É preciso um sistema de pósgraduação nas áreas de química, engenharia de materiais e saúde (medicina, veterinaria, biologia, odontologia) que forme redes integradas de pesquisa. É preciso manter financiamento público para que as patentes não sejam exclusivas dos grandes laboratórios e por fim,é necessário manter um sistema de laboratórios privados produzindo medicamentos cujas patentes expiraram (genéricos) e laboratórios públicos que possam atuar nos casos de quebra de patentes. A legislação permite que as patentes sejam quebradas em alguns casos, o que viabiliza a produção e distribuição de medicamentos para uma grande parde da população a custos suportáveis para o poder público.
Camargoer é sempre um prazer conversar com senhor. De todo modo seguindo o tema, quem define os preços cobrados é o mercado, no caso quanto as pessoas estão dispostas a pagar, se o valor cobre os custos e permite lucro o produto é oferecido. Como apontado na matéria muitas vezes o preço é alto pelo custa ser pulverizado por poucos usuários. Com relação a rede de pós graduação eu admito q gostaria de que exista tal iniciativa, a questão q eu vejo é se temos caixa para o fazê-lo. Hoje todos os níveis educacionais estão precisando de recursos, e vejo em alguns círculos uma discussão em tentar endereçar mais recursos para a educação básica. Se isso realmente caminhar podemos ver um esvaziamento maior da educação superior.
Um dado q eu descobri ao fazer uma pesquisa pelo tema levantado pelos senhores é q um.bom número de medicamentos essências q já não tem patente hoje são fornecidos por países como índia e china. Pra falar de um antibiótico, hoje a maior parte de nossa penicilina vêm da china. Isso me faz pensar, será q não existem maneiras de baixo custo para atrair produção de medicamentos de tecnologia mais simples para o Brasil? Se o senhor ou mais informações interessantes, por favor, compartilhe. É um tema bem legal de se ver.
Tchau e saudações.
Olá Sr.B. Esse e um tema importante para ser discutido..Seria razoável uma sociedade civilizada negar apoio a uma pessoa doente porque ela não teria dinheiro para pagar o preço de mercado? Poderíamos propor duas questões éticas de difícil resposta. 1 o programa de vacinação e universal (todas as pessoas no Brasil tem direito as vacinas gratuitas distribuídas pelo governo) mesmo aquelas que teriam condição de pagar, mesmo que o custo dessas vacinas para o grupo rico e ridiculamente baixo em relação ao custo total de vacinas. Por outro lado, o coquetel anti HIV e muito caro e atende apenas um grupo pequeno mas na maioria muito pobre para pagar.
Camargoer partilho de suas dúvidas éticas em relação a atitude de q a sociedade deve tomar em relação aos casos apresentados pelo senhor. Entretanto eu vejo a questão de maneira mais prática no momento. O cobertor é curto e alguém infelizmente terá se ficar de fora, e sim eu assim como o senhor e todos os bons brasileiros concordo que teríamos mais recursos para questões tão importantes se fosse feito melhor uso do dinheiro público, contudo o fato posto é que o SUS e sua cobertura universal é fadado ao fracasso, olhe q no mesmo sistema temos pessoas q por meio de decisões judiciais conseguem ter acesso aos tratamentos mais caros do mundo (medicamentos com valores exorbitantes), enquanto no mesmo sistema pessoas no rio esperam mais de um ano para iniciar o tratamento de cancer. Em uma análise fria nós devemos escolher depositar recursos no que salvará mais vidas. Eu particularmente gostaria de que o Brasil tivesse planos de adotar um sistema de saúde próximo do suíço, algo q proteja os pobres e diminua o peso do estado, mas jamais aconteceria dado a própria constituição. O q nós resta portanto é tentar criar meios endereçar recursos com o maior valor de retorno em vidas.
Tchau e saudações.
Olá Sr.B. discordo da afirmação que o SUS e um modelo que irá fracassar. Tenho a impressão que e uma afirmação muito forte que demanda avaliação empírica. O primeiro ponto e que o SUS tem base preventiva, como os agentes de saúde da família que acompanham os doentes crônicos, nos centros de atendimento psicossocial, campanhas de vacinação, etc. Depois vem os serviços de emergência e atendimento ambulatorial, e no topo as cirurgias de especialidades, como por exemplo transplantes. O Brasil tem o segundo maior número de transplantes no mundo, todos via SUS. Os EUA o maior sistema que mistura público e privado. O SUS foi inspirado no sistema inglês NHS. Ele realmente seria caro mas os ganhos sobre a saúde da população são maiores que os gastos. Os mais velhos vão se lembrar da carteirinha do INAMPS que dava acesso ao sistema de saúde público apenas aos que contribuíam para a previdência….
Camargoer minha afirmação sobre o futuro do SUS foi realmente dura, mas ela se baseia no fato de que criamos um modelo de sistema de saúde que se propõe a cobrir td. Hoje no SUS temos atendido o aposentado com asma no pronto socorro até o “tratamento” de stress por homeopatia. Mesmo em cirurgias temos hoje cobertura para mudança de sexo, por exemplo.
Note q eu não desejo que as pessoas sejam jogadas na guia para que morram sem atrapalhar o trânsito, contudo não vejo pq em um sistema com recursos finitos não eleger prioridades.
Outra ponto q poderia ser levantado é meio de baratear os valores de serviços médicos privados. Assim mesmo com uma diminuição da cobertura do SUS a população ainda teria acesso a determinados serviços. De cabeça algumas medidas que poderiam ser tomadas são em relação a possibilidade de divulgação de preço por parte dos médicos e criação de mecanismos de terceiros para avaliação dos médicos.
Tem muita coisa que pode ser feita para melhorar a saúde do Brasil, creio q tanto eu como o senhor e outros membros poderiam elencar várias, mas já estamos fingindo do tópico.
Tchau e abraços.
Nota: vou pesquisar sobre as mano partículas de prata, muito obrigado.
Caro Sr.B. Acho que quanto mais debatermos o SUS melhor ele se tornará. A ideia principal do SUS é a prevenção. Portanto o SUS está integrado também à ampliação do serviço de saneamento básico (onde já ocorre o primeiro choque com algumas pessoas interessadas em oferecer serviço de saneamento privado) e com a educação básica (a escola também ensina sobre prevenção). Mas esses duas expressões do SUS são de responsabilidade de outros órgãos. O ministério da Saúde e as secretarias estaduais e municipais são responsáveis pela oferta dos serviços de saúde. 1) na base, são as USF (unidades da saúde da família, as UBS (unidades básicas de saúde) e os CAPS (coordenação de apoio psico-social). São organizadas e mantidas pelas prefeituras (a maioria dos funcionários das prefeituras são da área de saúde e educação básica/infantil). São essas unidades municipais as responsáveis pelas campanhas de vacinação e de distribuição de medicamentos de uso contínuo (coração, pressão, diabetes, etc). Há uma relação direta entre os funcionários e as população, as vezes até de filhos na mesma escola, etc. O serviço de SAMU também é oferecido pelo município com equipamentos cedidos pelos governos federal e municipal. Os municiípios também são responsáveis pelos centros de especialidades e pelas emergências. Os estados ajudam na aquisição dos equipamentos e na manutenção dos hospitais (inclusive a manutenção dos sistema de transplantes). Alguns estados também oferecem os hospitais universitários e apoiam as Santa Casas e hospitais comunitários. Federal são os hospitais universitários, as compras de medicamentos (o MS consegue preços melhores por fazer comprar gigantes diretamente dos laboratórios) e repassar recursos principalmente para os municípios. Os laboratórios públicos também são mantidos pelos estados e pelo governo federal. Considerando a população de 220 milhões, o sistema vai ser caro pelo seu tamanho. Considera um sistema 100% eficiente, continuará caro. Por outro lado, planos de saúde privados e despesas médicas particulares sao abatidas no imposto de renda, então também são subsidiadas. Todo sistema complexo e dinâmicos como o SUS pode melhorar, além dos investimentos de infraestrutura que são de longo prazo (um equipamento de raios-X vai durar 20 ou 30 anos). O sistema tem problemas porque ainda é menor que a necessidade, mas quanto mais amplo for o serviço de prevenção mais barato ele fica.
Camargoer em que pese q o ideal é um sistema que previna doenças ou as trate no início é melhor. Eu jamais negaria isso. O q eu trato é q no escopo do SUS a situação atual exige o recursos atuais e futuros (Brasil vai continuar quebrado por um bom tempo) sejam geridos de maneira q se obtenha maior retorno. Isso inclusive trata de direcionar mais recursos para saúde básica, tirando recursos de áreas onde se tem menor número de pessoas atendidas. No q se refere ao tamanho exclusivo do SUS, hoje e num futuro de médio prazo ele vai permanecer do mesmo tamanho se não diminuir.
Por outro lado algumas medidas que tem custo baixo e vai afetar positivamente a saúde estão vindo, como por exemplo o marco legal do saneamento básico, que permite a entrada de capital privado em uma área tão crítica para o Brasil (metade da população não tem acesso a esgoto). Ou mesmo as clínicas populares, que permitem por custos baixos q atendimento de nível simples seja feito em muito menos tempo.
E uma última observação é de abatimento dos gastos em saúde estão na mira do ministério da economia justamente por beneficiarem mais a população com melhores condições.
Tchau e saudações.
Olá Sr.B. O tema é complexo e envolve interesses contraditórios. O Posto Ypiranga (PY) é um desafio de contorno psicodélico. A necessidade de ampliação dos recursos para o atendimento básico do SUS não implica a redução dos recursos do atendimento avançado (nem o contrário), mas com certeza implica a redução de outros gastos públicos (esse é o debate fundamental em torno do orçamento público). Acho impossível decidir quem terá a saúde amparada pelo Estado e quem será ignorado. Acho que essa é uma pergunta que não faz sentido para a sociedade brasileira. A saúde depende de três gastos. 1) custeio (é onde a produtividade do setor privado ajuda reduzindo o custo unitário dos medicamentos, etc) 2) infraestrutura (depois que um hospital foi construído, não precisa construir outro. É o tipo de gasto feito uma vez. Depois é dar a manutenção) 3) pessoal (precisa de médio, enfermeiro, psicologo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, agente de saúde, paramédico, motorista de ambulância). Não importa se é o plano de saúde, se é no cartão de crédito ou se é ela tabela SUS. O serviço tem que ser remunerado.
Olá Sr.B. Recentemente, um grupo brasileiro começou a estudar um sistema de prata-tunstênio que também é bem legal. Nanopartículas de ouro também são bastante usadas mas não tem efeito bactericida ou fungicida. Um grupo de SJC está estudando sistemas bimetálicos. É bem legal. O pessoal da odontologia tem usando nanopartículas de prata e também de fosfatos para combater cáries.
Camargoer realmente super-bacterias são uma dor de cabeça q se torna cada dia mais comum. E infelizmente o agronegócio vai precisar rever algumas práticas por esse problema. A farra dos antibióticos tb precisa ser combatida pelos médicos, ainda hoje existem médicos q receitam antibióticos sem necessidade.
Da parte viral é complicada tb. Mal conseguimos lidar com as doenças já conhecidas e estamos empenhados como civilização em adquirir novas doenças. A maneira como estamos mudando o ambiente é o pesadelo de um epidemiologista, temos tantas frentes para surgir um novo/já extinto vírus q é quase certo q novas pandemia virão nós assolar.
Tchau e abs.
Olá SrB. Concordo com o problema do uso indiscriminado de antibióticos é um problema que é agravado pelo uso ilegal e não-monitorado de antibióticos. Não vai ter nanopartícula de prata que resolve isso. O problema de novos virus está relacionado com a degradação do ambiente e das áreas silvestres nas quais esses virus estão confinados há séculos. É importante lembrar que não existem virus novos que surgem por causa de condições de higiene ou alimentação, que são condições de disseminação e contágio. Por outro lado, a nossa especie conseguiu extinguir o vírus da varíola e está quase conseguindo extinguir o verme da Guiné. A febre amarela também foi erradicada das cidades. Sou otimista mas não garanto que vai dar certo. Ainda leio muita bobagem escrita por gente inteligente.
Camargoer nanopartícula de prata? Não sabia q se tinha uso delas em antibióticos eu já tinha lido a algum tempo atrás sobre seu uso para a barreira hematoencefálica. O senhor poderia explicar melhor por favor?
Desde já agradeço.
Olá SrB. A prata é um agente bactericida e fungicida bastante forte. As nanopartículas de prata podem ser dispersas em água e também podem ter a superfície modificada por meio de tiós (moléculas quem tenham em uma extremidade o gripo S-H, enxofre e hidrigênio). Isso permite incorporar essas nanopartículas em diversos materiais, como nylon, borracha, hidrogéis, pastas de dente, combina-la com antibióticos. Elas geralmente são preparadas entre 5 e 50 nanômetros, o que permite modular a reatividade já que diferentes bactérias e fungos têm diferentes sensibilidades. A prata atua por dois mecanismos. No primeiro ela se liga a proteínas que contenham o átomo de enxofre, inativando-a. No outro mecanismo ela atua inativando o material genético. Não há mecanismo evolutivo para as bactérias ou fungos se adaptarem á prata, mas dependendo da quantidade ela pode ser tóxica.
Muito obrigado pela explicação completa. Agradeço mesmo.
Olá Sr.B. Nanopartículas de prata tem muita coisa legal. Se tiver curiosidade, existem bons artigos em português publicados na revista da sociedade brasileira de qyinica. Procure em “química Nova”.
Camargoer,
A ameaça existencial da raça humana é viral, e não bacteriana.
E ai Tadeu prazer reencontrar o senhor. Interessante seu ponto. Por qual razão o senhor entende q vírus representam maior risco de extinção para com a humanidade? Digo isso pq tecnicamente falando não vejo hoje nem vírus nem bactérias com potencial de destruir a humanidade, afinal se a taxa de letalidade for muito alta os hospedeiros iriam morrer antes de propagar a doença. É claro q com isso não digo q não são uma dor de cabeça, a gripe espanhola “só” tinha 10% de letalidade e olha como ceifou vidas. E tb olhando nosso histórico sabemos q epidemias bacterianas podem ser mortais (vide peste negra).
Tchau e abs
Nota: aí da não li the bell curvez eu olho pro PDF e ele olha pra mim, mas a preguiça fala mais alto.
Nota 2: já existe uma epidemia rastreada no Japão de uma sepa de gonorréia multirresistente.
Senor Batata,
Tudo bem? As enfermidades infecto-contagiosas de origme bacteriana, podem, em sua maioria, serem tratadas com antibioticos.
O problema do virus, e’ que em uma pandemia (como a que esta’ surgindo neste momento), podem se alastrar durante meses.
Essa amplificacao viral e’ praticamente exponencial. Nao havendo vacinas disponiveis (as quais demoram em geral, mais de um ano para serem produzidas), a taxa de contagio e a letalidade dos virus, pode representar uma perigo existencial para a humanidade.
Possivelmemnte nao eliminaria toda populacao, mas mataria o suficiente, para destruir nao somente os seres humanos, mas como tambem e economica dos paises afetados.
O que poderia inclusive, gerar uma guerra devastadora.
Entendo seu ponto Tadeu. Entretanto com surgimento de novas bactérias multi-resistentes o senhor não cree q se possa reescalar o nível perigo de agentes bacterianos. Inclusive qual a opinião do senhor com relação a maneira q o mundo tem usado antibióticos?
Tchau e abs.
Era exatamente o que eu ia comentar, a resistência aos antibióticos está aumentando.
E aí Renato te susa? só para pontuar, todo ano morrem 33 mil pessoas na Europa por infecções causadas por super-bacterias. E a tendência é surgirem cada ano mais cepas resistentes. O mundo podia endereçar mais atenção para esse problema que já está se formando.
Tchau e saudações.
Olá Tadeu. Eu as vezes acho que a ameaça é antes de tudo nuclear. Depois acho que a ameaça é ambiental. Outras vezes acho que a ameaça está no modelo econômico que pode levar a colapso mundial devido à desigualdade social. Ás vezes acho que é possível o retorno de doenças bacterianas como tuberculose, ou pandemias virais. Ou tudo junto.
Camargoer,
Claro que existem outras ameacas apocalipticas, mas eu queria dizer em termos de biologia, os virus tem um potencial catastrofico gigantesco.
O Brasil está na ponta com nossas OM DQBRN.
São extremamente capacitados com pessoal e material.
Excelente trabalho publicado.
Vale lembrar, q os nossos meios de detecção abrangem não só QBRN da esfera militar, mas também civil, lembrando da tragédia do Césio aqui.
Sds
O Césio é um bom exemplo do estrago que uma gestão de rejeitos ruim pode provocar. Só me pergunto: temos forças do tipo em tamanho mínimo necessário para um país desse tamanho?
Renato. Considerando os ataques em NY, Atlanta, Olklahoma, Madri, paris, Tóquio… E todos os outros, ninguém tem uma estrutura 100%. Se for um ataque planejado, fica muito difícil pois a ideia e fazer sem ser descoberto.
Imagino o EB dotado de um caminhão 8×8 com uma grande carroceria laboratório.
Esse 4×4 serviu de aprendizado, deveriam expandir os conhecimentos, só que agora com tecnologia nacional ou nacionalizada.
Outra coisa que precisamos para ontem é uma instituição de bio segurança e controle de doenças aos moldes do CDC norte americano.
Essa instituição nacional teria participação das FAA,s, ministério da saúde, defesa, ciência e tecnologia , faculdades nacionais e toda instituição nacional que lida com riscos biológicos.
Olá Colegas. Parabéns pelo excelente debate sobre o problema da redução da cobertura de vacinação no Brasil e o risco real que isso significa para nossa sociedade. SARS e H1N1 são problemas potências devpandemia mas estamos convivendo comum aumento do risco de epidemias no Brasil.
pergunta para vcs refletirem:
os anti vacina foram vacinados quando criança ou não?
(favor não negativar uma pergunta..)
Olá CWB. Não sei. Se foram vão dizer que não pediram nem autorizaram. Acho que a pergunta mais intrigante seria se elas deixaram os anestesistas aplicarem a anestesia durante o parto… Ou se eles, os anti vacinas, deixaram os anestesistas aplicarem uma anestesia quando fizeram uma vasectomia… Ou se o anti-vacina também briga com os pais e mães diabéticos quando aplicam insulina (só pode negativar que ler meu comentário, mesmo que seja cafe-com-leite xiniqueiro livre).
Camargoer,
Os anti-vacinas aqui nos EUA usam a desculpa paranóicas, de que as vacinas são uma imposição da nova ordem mundial , com fins de reduzir a população global.
Olá Tadeu. Pois é. No fim do Sec.XIX, a cidade do Rio de Janeiro era toda tomada pelo febre amarela. Pelo que sei, era comum que os navios evitassem o porto do Rio, preferindo fazer escala em outras cidades. No início do Sec XX, o governo decidiu erradicar a febre amarela e a varíola do Rio de Janeiro. O governo ordenou a demolição dos milhares de cortiços para a aberturavde amplas avenidas e instalação de um sistema de saneamento básico. A república foi proclamada por um golpe de estado que exilou o imperador. Esse evento não teve participação popular e foi mal recebido pela população essencialmente monarquista. Quando o governo republicano ordenou a demolição das casas sem qualquer campanha de esclarecimento e sem um programa de moradias populares, acentuou o sentimento de aversão que estourou em protestos devido a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola. Alguns militares aproveitaram a confusão para tentar um golpe de estado, o que levou a uma repressão violenta e indiscriminada do governo republicano. Foi a chamada “revolta da vacina”. Então teve uma mistura de rejeição ao regime republicano, falta de uma campanha de esclarecimento, repressão policial, oportunismo politico, elitismo, sentimento antidemocrático, analfabetismo alto, etc.. Agora, eu não consigo entender a origem do movimento antivacina nos EUA porque é completamente diferente do que aconteceu no RIo de Janeiro.
A revolta da vacina, um exemplo classico de como pesquisar tecnologias sem estudar o comportamento humano pode resolver um e criar outro.
obrigado pela resposta!
também penso do mesmo modo e ainda da para acrescentar que esse pessoal não deve viajar, pois certos lugares tem que tomar aquela para febre amarela.
abraço a todos!
Controle de deslocamento é uma exigência essencial para conter epidemias. Por isso existe vigilância sanitária em portos, aeroportos e fronteiras.
Cwb,
O sarampo havia sido erradicado aqui nos EUA. A doença voltou a se manifestar em crianças de famílias imigrantes da América Latina.
Os pais não foram vacinados em seus países de origem porque lá não haviam recursos, e aqui porquê temiam que os filhos estavam sendo envenenados pêlos americanos.
Olá Tadeu. Um conservador irá dizer que a culpa é dos imigrantes ilegais. Eu já acho que uma política de repressão aos imigrantes ilegais leva á esse tipo de problema. O imigrante ilegal com medo de ser deportado nunca buscará apoio do Estado. Contudo, qualquer ação do Estado de tentar criar um vinculo de confiança com a população ilegal para dar acesso á saúde, educação e justiça será atacado pelos conservadores como leniente ao crime e que estará gastando recursos dos contribuintes com ilegais.
A questão fica pior quando lembramos que varias bactérias estão se tornando imunes a antibióticos o que já começou a levar empresas farmacêuticas a falência e que em umas 20 décadas pra frente pode passar a ser motivo de óbito de mais de 10 milhões de pessoas por ano .
Acho que o EB deveria era pesquisar e construir(em segredo) armas biológicas.Ficar só na defesa não adianta.
Allan mesmo q o Brasil tivesse esse projeto, ainda seria necessário desenvolver meios de dispersar tal arma em território inimigo (q exigiriam um montante tão alto quanto). Isso ignorando todos os outros problemas q uma arma dessa traz consigo (tanto de ordem prática como de ordem ética).
Existem alternativas com melhor custo/benefício por assim dizer.
Tchau e saudações.
A história já mostrou que países sérios devem estar dispostos a mandar a ética para o espaço em prol do interesse nacional.O que eu quero dizer é que as FA brasileiras deveriam sim se preocupar em desenvolver esse tipo de armamento para dar ao Brasil capacidade de revidar na mesma moeda caso essas armas sejam usadas contra nós.O mesmo serve para armas nucleares.
Allan problemas éticos viram problemas de ordem prática, afinal vivendo em uma democracia se a população sente que o governo age de maneira anti-ética, ela pode derrubar seus líderes. Com relação a capacidade de desenvolver e deter armas de destruição em massa, vale o dizer q é caro e leva tempo. E sabemos q dinheiro está e estará em falta no Brasil. Com relação a capacidade de levar essas armas em território inimigo, o Bosco já havia comentado anteriormente sobre o tema com relação a artefatos nucleares, se ele quiser ele pode explicar com muito mais propriedade do que eu já ia poderia explicar as dificuldades dessa empreitada.
Tchau e abs.
O Irã entrou nessa e Israel bombardeia as instalações deles na Síria e os EUA explodem um general, sem contar as sanções. Não acho que eles vão ficar quietinhos e sorridentes se buscarmos construir uma.
A economia já vai mal sem virarmos outro pária internacional.
Existe alguma explicação científica de o porquê meus comentários aparecem aqui durante algumas horas e depois desaparecem ? Ou o porquê outros comentários que escrêvo , nunca são públicados?
Por favor avisem que não irão postar meus comentários, para que eu não pêrca meu tempo .
https://canaltech.com.br/espionagem/espioes-russos-foram-pegos-investigando-cabos-submarinos-de-internet-na-irlanda-160587/
Alguém poderia contatar o Editor e pedir uma matéria sobre isso por favor?
Apenas lembrando que no auge da crise humanitária venezuelana há uns 2 ou 3 anos atrás, houve surto de sarampo e, se não me engano, de rubéola em refugiados venezuelanos, notadamente crianças.
Juntamente com casos isolados de febre amarela e doenças infecciosas gastro-intestinais (diarréias e desidratação), o governo estadual foi obrigado a decretar emergência sanitária e estabelecer rotina de vacinação em massa.
Isso apenas num espaço de pouco mais de um mês….
O nosso exército está sempre se atualizando com o máximo de empenho. Mesmo com poucos recursos vetados pela turma ” paz & amor” do senado. Tomara que nunca seja preciso acionar essa unidade.