Militares americanos no Iraque

Militares americanos no Iraque

Militares americanos no Iraque

O parlamento iraquiano votou uma resolução para pedir ao governo que encerre o acordo para receber tropas americanas no Iraque. A medida expulsaria essencialmente as tropas americanas e todas as outras tropas estrangeiras do Iraque.

Em uma sessão extraordinária, os parlamentares votaram uma resolução pedindo ao governo que encerrasse um acordo com Washington para posicionar 5.200 soldados no Iraque.

A resolução pede especificamente o fim de um acordo de 2014 que permitiu a Washington enviar tropas ao Iraque para ajudar na luta contra o grupo “Estado Islâmico”.

“O governo se compromete a revogar seu pedido de assistência da coalizão internacional que luta contra o Estado Islâmico devido ao fim das operações militares no Iraque e à conquista da vitória”, dizia a resolução.

“O governo iraquiano deve trabalhar para acabar com a presença de tropas estrangeiras no solo iraquiano e proibi-las de usar suas terras, espaço aéreo ou águas por qualquer motivo”.

O que significa a resolução?

A resolução não é vinculativa, mas é provável que seja atendida pelo governo, já que o primeiro-ministro interino Adel Abdul-Mahdi apoia as medidas.

A resolução foi aprovada dois dias após o assassinato do major-general iraniano Qassem Soleimani, em Bagdá, no Iraque, por ataques aéreos.

“O parlamento votou para comprometer o governo iraquiano a cancelar seu pedido à coalizão internacional de ajuda no combate ao EI”, anunciou o presidente do parlamento, Mohammed Halbusi.

O clérigo populista xiita iraquiano Moqtada Sadr pediu uma resposta mais substancial ao assassinato. “Considero isso uma resposta fraca, insuficiente contra a violação americana da soberania iraquiana e a escalada regional”, disse Sadr, que lidera o maior bloco do parlamento, em carta à assembleia lida em voz alta por um apoiador.

Iraque convoca enviado dos EUA, reclama à ONU

O primeiro-ministro Abdul-Mahdi também disse ao parlamento que Soleimani deveria encontrá-lo no dia em que ele foi morto e dar uma resposta dos iranianos a uma mensagem saudita que poderia ter levado a uma diminuição das tensões na região, segundo notícias da agência Reuters.

As autoridades iraquianas também convocaram o enviado dos EUA para o Iraque, Matthew Tueller, por causa dos ataques aéreos.

“Os ataques aéreos foram uma violação flagrante da soberania iraquiana”, disse o Ministério das Relações Exteriores do Iraque em um comunicado, e “contradizem as missões acordadas da coalizão internacional”.

O Ministério das Relações Exteriores do Iraque também apresentou uma queixa oficial ao Secretário Geral da ONU e ao Conselho de Segurança sobre os ataques aéreos dos EUA no domingo.

A denúncia é sobre “ataques e agressões norte-americanas a posições militares iraquianas e o assassinato de comandantes militares de alto nível iraquianos e aliados em solo iraquiano”, segundo o Ministério das Relações Exteriores.

O primeiro-ministro Abdul-Mahdi, que esteve presente no parlamento no domingo, pediu ao parlamento que acabe com a presença de tropas estrangeiras no Iraque.

“Apesar das dificuldades internas e externas que podemos enfrentar, continua sendo o melhor para o Iraque em princípio e praticamente”, disse ele aos deputados.

Abdul-Mahdi, que renunciou em 1º de dezembro, mas permaneceu no cargo de primeiro ministro interino, também pediu aos parlamentares que votem em um novo primeiro ministro e governo o mais rápido possível.

FONTE: Deutsche Welle German Radio

0 0 votos
Classificação do artigo
Inscrever-se
Notificar de
guest

42 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Rui Chapéu
Rui Chapéu
4 anos atrás

Olha….

EUA já arregaçaram com o Iraque 2x, uma vez mais ele vai pedir música no fantástico!

Quero ver eles terem a coragem de mandar eles sairem de lá!

Cristiano de Aquino Campos
Cristiano de Aquino Campos
Responder para  Rui Chapéu
4 anos atrás

Só que agora o Iraque e uma democrácia. Qual a justificativa para tal ato?

francisco Farias
francisco Farias
Responder para  Cristiano de Aquino Campos
4 anos atrás

Todo governo que se expressa contra a vontade dos USA são taxados de ditadores e terroristas, por outro lado, a pior ditadura que estiver ao lado dos norte-americanos é tratada como um governo democrático. O cara se “auto proclama” presidente e é prontamente reconhecido como tal, inclusive pelos países vassalos.

Dexter
Dexter
Responder para  francisco Farias
4 anos atrás

Aff… Viva o Maduro Democrático então!!!

SmokingSnake ?
SmokingSnake ?
4 anos atrás

Esse governo iraquiano deixa um monte de milícia apoiada por outros países, principalmente o Irã, ficar agindo livremente pelo país e recentemente mataram centenas de manifestantes que protestavam contra o governo. São burros demais, logo perdem o controle do país de novo.

Cristiano de Aquino Campos
Cristiano de Aquino Campos
Responder para  SmokingSnake ?
4 anos atrás

O país e deles e eles tem todo o direito de fazer o que bem entendem dele. O mesmo vale para nós.

francisco Farias
francisco Farias
Responder para  SmokingSnake ?
4 anos atrás

Enquanto obedeceu aos USA era bom, agora que quer livrar o pais da peste norte-americana é ruim.

Antoniokings
Antoniokings
4 anos atrás

Seria a melhor solução a saída pacífica dos americanos.

Tomcat4.0
Tomcat4.0
Responder para  Antoniokings
4 anos atrás

Excelente visão política Kings ,assim os grupos como EI poderão voltar (continuar) a matar as pessoas de seguimentos religiosos diferentes numa boa né . EUA não são(como qualquer nação) santos mas ao menos tentam fazer a transição de poder e manter a estabilidade do país .

Antoniokings
Antoniokings
Responder para  Tomcat4.0
4 anos atrás

Não há mais possibilidade de volta do ISIS.
As forças que lé estão constituídas não dão mais espaço para isso.
Teríamos as forças xiitas (que são bastante numerosas), curdos, Exército iraquiano e iranianos.
Caso necessário, os russos podem dar apoio nos mesmos moldes da Síria.
O ISIS acabou.

Sagaz
Sagaz
Responder para  Antoniokings
4 anos atrás

Russos com seus mercenários neonazistas? Ou fazer igual ao Obama e financiar outros “grupos de oposição”(Isis)?

Cristiano de Aquino Campos
Cristiano de Aquino Campos
Responder para  Sagaz
4 anos atrás

Pelo menos voce não acha que os Russos ainda são comunistas e nem que os nazistas e new-nazistas são de esquerda.

Rodrigo Martins Ferreira
Rodrigo Martins Ferreira
Responder para  Antoniokings
4 anos atrás

Não acabou na Síria ainda.

Rafaelsrs
Rafaelsrs
Responder para  Tomcat4.0
4 anos atrás

Ué mas o General Soleimani era o principal aliado dos iraquianos na guerra contra o ISIS e se eles voltarem é culpa exclusiva do Trump para tentar abafar o escândalo do impeachment, que provavelmente não vai dar em nada já que ele tem maioria no senado, quis provocar uma guerra para chamar de sua. Logo ele que afirmou categoricamente que não entraria em guerras desnecessárias.
Trump cometeu assassinato na caruda, Soleimani não estava fazendo nenhum plano mirabolante para terrorismo nem nada, podem ficar aqui falando nesse sentido mas nada pode ser provado, igual as armas de destruição em massa que Saddam tinha.
Bolsonaro está indo na onda e mexendo em vespeiro desnecessário junto com o chanceler charlatão, vai sediar reunião dos países para discutir a crise no Iran, vai sobrar pra gente que tem na nossa tríplice fronteira uma das maiores comunidades muçulmanas da América do Sul e zero investimento em Inteligência e segurança de fronteiras.

francisco Farias
francisco Farias
Responder para  Tomcat4.0
4 anos atrás

Transição de poder desde 2003? 17 anos e ainda não conseguiram fazer a tal transição? já virou ocupação.
A transição de poder ocorreu com a morte do Sandan e a nomeação de um governo pró USA em 2003. De lá pra cá é ocupação;

PauloR
PauloR
4 anos atrás

A retirada das tropas americanas do Iraque pode ser considerada uma vitória para o Irã que coloca o país na sua orbita junto do Iêmen e Síria. Também cria um muro de proteção contra ataques de Israel que terá que usar o espaço aéreo saudita se quiser atacar o Irã.

smichtt
smichtt
Responder para  PauloR
4 anos atrás

Esta vitória que teve o Irã parece que foi devida a mais um erro de cálculo da administração Trump
( O primeiro foi a retirada do acordo nuclear em maio de 2018, que tinha a finalidade de provocar a queda do regime iraniano por seu próprio povo através de sanções econômicas. Mas, como sabemos, a repressão sobre a própria população funcionou.). Tempos interessantes.

francisco Farias
francisco Farias
Responder para  PauloR
4 anos atrás

Israel jamais atacará o Irã. A única opção é uma coligação com a OTAN para vencer o pais Persa.

Rene Reis
Rene Reis
4 anos atrás

E, são iraquianos ,foram eleitos de forma democrática presumo , se começarem os protestos vai Ficar muito feio pros americanos que lutaram muito para expulsar os ingleses do seu território, e agora Trump vai entregar o Iraque para seus inimigos?
Na minha humilde opinião o erro começou lá atrás quando o tratado nuclear com os iranianos foi rasgado.

sub urbano
sub urbano
4 anos atrás

Estados Unidos em: como perder uma “colônia” de um dia para o outro. Por isso que continuo batendo na tecla que esse ataque foi por engano. Não sabiam que o iraniano estava no comboio.

Henrique
Henrique
4 anos atrás

Se os americanos tivessem ideia do que se tornaria o Iraque sem Saddam, não o teriam assassinado. Achar que países árabes podem ser regidos por democracia é puro sonho…
Determinar a saída das tropas americanas é uma coisa…. elas saírem de fato… é outra.

Jacinto
Jacinto
4 anos atrás

Pessoal, como todos sabem há uma guerra comercial entre os EUA e a China; vamos analisar os impactos de uma nova guerra no Oriente Médio envolvendo direta ou indiretamente Irã, Iraque e Arábia Saudita e possivelmente o Kuwait. Neste cenário, não seria estranho o ataque a instalações de petróleo de todas as partes e a elevação do preço do petróleo. Segundo o jornal britânico “The independent”, em uma guerra o preço do barril poderia chegar a U$150 por barril.

Os EUA ainda são os maiores consumidores de petróleo do mundo; mas como sua produção cresceu muito, eles importam, atualmente, 250 mil barris de petróleo por dia, ou seja, aproximadamente 91,25 (250.000 * 365) milhões de barris por ano. A China, é a segunda maior consumidora de petróleo, mas como sua produção é pequena, ela se tornou a maior importadora de petróleo do mundo com uns 10 milhões de barris por dia e 3,65 bilhões por ano (10.000.000 * 365).

Em dinheiro, isso significa que os EUA remetem ao exterior U$5,5 bi por anos em importações de petróleo e a China remete U$ 219 Bi por ano.

Se o barril for a U$150, então os gastos com importação dos EUA se elevarão a U$ 13.5 bi por ano (ou seja, acresce U$8 bi por ano). Mas os da China vão a U$550 bi por anos (ou seja acresce U$ 320 bi por anos).

Tomcat4.0
Tomcat4.0
Responder para  Jacinto
4 anos atrás

Rapaz, que observação bacana, parabéns. A China tem muito a perder e nisso a chance dela intervir, mesmo q indiretamente , a favor do Irã é bem grande hein.

Jacinto
Jacinto
Responder para  Tomcat4.0
4 anos atrás

Mas tem outra perspectiva. Quando o Iraque foi invadido, em 2003, fazia sentido aos EUA assegurarem o petróleo do Oriente Médio porque naquele momento a situação era quase simetralmente oposta: os EUA importavam, no começo dos anos 2000, 10 milhões de barris por dia contra 2 milhões de barris por dia da China. Hoje não faz sentido: o dinheiro gasto gasto pelos EUA garantindo a disponibilidade ao mercado do petróleo do Oriente Médio não lhe beneficia mais; beneficia a China.

Sagaz
Sagaz
Responder para  Jacinto
4 anos atrás

Vai viabilizar o pré-sal e a produção de álcool, mais desenvolvimento. Lembrando que o que mais pesa é a geração de energia elétrica, a nossa base é em maior parte hídrica.

Luiz Trindade
Luiz Trindade
4 anos atrás

Já até responderam aqui… Quero ver quem é que vai fazer os EUA saírem com as tropas do Iraque.

Brunow
Responder para  Luiz Trindade
4 anos atrás

Já mandaram uma carta para o governo Iraquiano informando a retirada das tropas, resta saber que “tropas” são estas :
A declaração:
https://ibb.co/vqvFCtT

Jacinto
Jacinto
Responder para  Brunow
4 anos atrás

Parece que agora negaram que vão sair do Iraque e que a carta era um rascunho que não era para ser enviada etc.. Sei lá o que houve, mas é bizarro. De toda forma, é mais uma oportunidade perdida para os EUA saírem do Iraque.

Tomcat4.0
Tomcat4.0
4 anos atrás

Situação calamitosa para o tio Sam hein, pois pode trazer a opinião pública internacional pro lado do Iraque(indiretamente pro Irã ) e a pressão popular fazer as nações condenarem os EUA. O Iraque é uma nação e querendo ou não os EUA tem que respeitar sua soberania(por mais que as chances de virar uma zona braba cheia de grupos terroristas extremistas se matando e ao povo e desestabilizando ainda mais a região).

kira
kira
Responder para  Tomcat4.0
4 anos atrás

Saindo EUA e entrando Irã (duvido), como ficarão os armamentos americanos, f-16’s, tanques, helicópteros etc vendidos ao Iraque?

JuggerBR
JuggerBR
Responder para  kira
4 anos atrás

Exato, também me perguntei isso, tem uns Super Tucanos também?

Tomcat4.0
Tomcat4.0
Responder para  kira
4 anos atrás

Kira, pois é o Irã vai nadar de braçada na engenharia reversa e absorvição de capacidades através de material americano.

JuggerBR
JuggerBR
4 anos atrás

Trump não esperava a reação do ‘governo’ do Iraque, sair de lá agora se tornou um problemão. Se ficar vai ter muitas baixas, se sair vai entregar um baita território pro Irã e seus terroristas…
Cobrar pela construção da base? Vai pagar pela destruição causada na guerra de 2003? Aquela que seria contra ‘armas químicas’?

Fabio Jeffer
Fabio Jeffer
4 anos atrás

Demorou

Fabio Jeffer
Fabio Jeffer
4 anos atrás

Gostaria que o Catar, o Barhein, os Emirados Árabes, Omã e outros por ali fizessem a mesma coisa; que dessem um chute na bunda dos Americanos

Sagaz
Sagaz
Responder para  Fabio Jeffer
4 anos atrás

Quero ver é o “parlamento” venezulano expulsar os russos, narcotraficantes, mercenários…. Mas acredito que as marionetes por lá ainda trarão muita mais miséria para o sofrido povo venezuelano.

Felipe Morais
Felipe Morais
Responder para  Fabio Jeffer
4 anos atrás

Sabe porque não fazem? Porque essa galera odeia mais a si mesmos que os outros.

Se não houvesse a grande base americana no Catar, por exemplo, teriam sido invadidos pelos vários países árabes que os estavam acusando de fomentar o terrorismo. E isso aconteceu há não mais que dois anos.

Naquela região, ter uma base americana no seu território é garantia de manutenção da integridade territorial.

Cristiano de Aquino Campos
Cristiano de Aquino Campos
4 anos atrás

Os EUA entraram com a desculpa de libertar o Iraque de um governo tirano, possuidor de armas de destruição em massa e financiador de terroristas.
Depois que derrubou Saddan e instituiu uma democrácia na marra, era para ter saido logo e só dar apoio econômico e militar sem a presença de bases ou militares lá.
Deu razão para quem acusa de usurpadores, invasores e por ai vai. Um hospede e que nem peixe, depois de 3 dias fica ruim.

Caravaggio
Caravaggio
4 anos atrás

Trump já avisou que não vai sair, só sai quando e se quiser.

Transportando isso pro Brasil, assumindo em três anos um governo diferente desse capacho atual, e se negando a renovar o contrato de Alcântara …………… acontece o que?

Dexter
Dexter
Responder para  Caravaggio
4 anos atrás

NADA!!!
Existe um contrato/acordo…

Felipe
Felipe
Responder para  Dexter
4 anos atrás

A suposição dele é que um eventual governo de esquerda decidisse ignorar o acordo, rasgar o contrato e expulsar os americanos.

Então imaginemos que os EUA realmente se interessassem por Alcântara e decidissem investir pesado no local, reformassem as instalações, construíssem novas áreas e até investissem nas redondezas da base para facilitar o acesso etc, e logo depois de todo este gasto, o governo de plantão resolvesse rasgar o contrato e fazer como a Bolivia fez com a refinaria, simplesmente enviar as tropas e tomar tudo que os outros construíram de graça.

O quê os americanos fariam neste caso? Processariam o governo brasileiro? Colocariam sanções pesadas sobre o Brasil? Ou se recusariam a abandonar as instalações e desafiariam as forças armadas brasileiras a tirá-los de lá?

Eu realmente estou curioso, qual caminho vocês acham que os EUA tomariam, inicialmente, eu acho óbvio, eles tentariam a diplomacia, sentar na mesa e conseguir um acordo, mas se o nosso hipotético governante fosse cabeça dura e se recusasse a dialogar, quais seriam as consequências?