munição guiada Carl-Gustaf

A Saab e a empresa de defesa norte-americana Raytheon concluíram com sucesso uma série de testes de voopara a munição guiada Carl-Gustaf lançada do ombro, apresentando um sistema de orientação a laser semi-ativo. Os testes foram realizados no Mile-High Range em Sierra Blanca, Texas, Estados Unidos e no Saab Bofors Test Center em Karlskoga, Suécia.

As tiros de teste na Suécia, realizados entre os dias 25 e 26 de setembro de 2019, foram na presença de uma audiência internacional. Três munições foram disparadas no total; duas contra alvos estáticos e uma contra um alvo em movimento. Um laser semi-ativo foi usado para guiar as munições para atingir o impacto. Outras tecnologias de busca (por exemplo, IR de imagem) também foram demonstradas como soluções opcionais para o produto final. A demonstração na Suécia incluiu ainda testes dinâmicos de ogivas contra vários alvos.

O sistema de armas Carl-Gustaf da Saab é usado pelas Forças Armadas dos EUA e pelas forças terrestres de mais de 40 outros países. A munição guiada permitirá que as Forças Armadas atinjam com precisão alvos fixos ou móveis até e além de 2.000 metros. O aumento do alcance, em combinação com a capacidade de espaço confinado, oferecerá às tropas maior flexibilidade tática ao selecionar uma posição de tiro.

“A munição guiada Carl-Gustaf é um próximo passo na evolução do sistema Carl-Gustaf. Será a munição Carl-Gustaf mais avançada de todos os tempos e oferecerá maior precisão, minimizará os danos colaterais e proporcionará um desempenho excepcional com precisão pontual e capacidade de múltiplos alvos”, diz Görgen Johansson, chefe da área de negócios da Saab Dynamics.

“Raytheon e Saab têm trabalhado juntas para iniciar o desenvolvimento de uma munição guiada de precisão que penetrará em vários tipos de alvos, como blindagens leves, bunkers e estruturas de concreto, a longas distâncias. Essa munição leve superará os adversários em potencial e, ao mesmo tempo, diminuirá os danos colaterais, tornando-a uma arma ideal para lutar sob regras restritas de combate”, diz Sam Deneke, vice-presidente da Raytheon Land Warfare Systems.

Em 2017, a Saab anunciou sua parceria com a Raytheon para desenvolver novas armas para as forças de infantaria. A munição guiada Carl-Gustaf será projetada para aumentar a capacidade do sistema de armas multifuncionais, comprovado em combate, lançado pelo ombro, Carl-Gustaf.

Munição guiada para o Carl-Gustaf
Munição guiada para o Carl-Gustaf

FONTE: Saab

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willhorv
willhorv
5 anos atrás

Sou fã desta solução chamada Carl-Gustaf.
Poder lançar um míssil com alcance de 2km com precisão e ainda dispor de outros recursos para defesa no mesmo equipamento é algo único.
Só acho que estes equipamentos no EB deveriam ser modernizados e possuir maior inventário.

Bosco
Bosco
5 anos atrás

Sinceramente não vejo essa solução com bons olhos. O “míssil” virá lacrado em um tubo, deverá ser retirado do tubo, armado , instalado no “canhão” , mirado e disparado.
Por que o próprio tubo não pode servir como lançador sem que haja necessidade de instalar no canhão?
Não veria nada de errado se fosse um “projétil” guiado, mas sendo um míssil que usa de propulsão própria para chegar ao alvo e que apena usa o tubo do canhão como “rampa” de lançamento, não estou convencido de ser uma solução inteligente.

Bosco
Bosco
Responder para  Bosco
5 anos atrás

Só de curiosidade, duas soluções que acho interessantes e inteligentes são a “granada” Pike de 40 mm com 2000 m de alcance e lançada de lançadores de granadas padrão de 40 mm e o míssil Spike SR, igualmente com 2000 m de alcance, lançado de tubo descartável.

willhorv
willhorv
Responder para  Bosco
5 anos atrás

Na questão individual como míssil, também acho algo de forma descarte do caníster mais prático. Mas se o GC já estiver dotado do Carl-Gustaf com soluções de apoio de amplo aspecto, o que as munições dele permitem, pq não dispor de algo com precisão para alvos móveis e mais distante. Só completa o portfólio.

Hermes
Hermes
Responder para  Bosco
5 anos atrás

Bosco, algo como o novo Panzerfaust? Se não me engano o lançador não é descartável, mas as munições são encaixadas nele e seus tubos descartados após o disparo.

Bosco
Bosco
Responder para  Hermes
5 anos atrás

Hermes,
Sim! Poderia ser algo parecido, onde o míssil dentro do tubo descartável poderia ser acoplado ao sistema de mira reutilizável.
Ou poderia ser só o míssil dentro do tubo descartável com dispositivo de disparo, lembrando que a designação do alvo pode ser feito por um segundo indivíduo dotado de um designador a laser.
Um sistema muito interessante de míssil guiado antitanque lançado do ombro é o Spike SR. Ele não tem um sistema de mira acoplado que seja reutilizável. Tudo é descartável, como ocorre no caso de mísseis manpads (antiaéreos).
E para isso desenvolveram um conceito interessante. O míssil dentro do tubo, dotado com um seeker de imagem térmica, antes de ser lançado transmite a imagem que vê ao visor por meio de fibra ótica, onde o atirador faz a mira.
Isso reduz os custos e tudo pode ser descartado já que não há uma mira sofisticada e cara acoplada.

Carlos Campos
Carlos Campos
5 anos atrás

e o Nosso ALAC como anda? não ouvi falarem mais nada, a China cópia fácil e rápido, até copiando o Brasil é lento….. sobre a arma: gosto muito do sistema, não é melhor que o Javelin logicamente, mas com o sistema de guiamento vai se tornar letal para os veículos não MBT e por um preço baixo mesmo que seja o Dobro dopreço atual acredito que cada míssil não saia por mais de 10k Trumps contra 78K Trumps do Javelin

Carlos Campos
Carlos Campos
Responder para  Carlos Campos
5 anos atrás

Obg Colombelli

Antunes 1980
Antunes 1980
5 anos atrás

Mini Javelin, é você ?

comment image

Bosco
Bosco
Responder para  Antunes 1980
5 anos atrás

Só pra comparação:
Javelin:
Peso do míssil: 12 kg
diâmetro do míssil/ogiva: 127 mm
peso da ogiva: 8,4 kg
peso do sistema completo: 22,3 kg (míssil no tubo + unidade de comando)
alcance: 4750 m
orientação: imagem térmica

Projétil guiado CG:
Peso do projétil: 4,5 kg (chute baseado nas munições ora usadas)
peso da ogiva: 1,5 kg (chute)
diâmetro da ogiva: 84 mm
peso do sistema completo: 17 kg (munição + canhão + designador)
alcance: 2 km
orientação: laser semi-ativo

Bosco
Bosco
Responder para  Antunes 1980
5 anos atrás

Complementando, dados sobre a granada de 40 mm Pike, lançada por um lançador de 40 mm padrão como o M-79 ou M-320:
peso: 770 g
diâmetro: 40 mm
ogiva: 300 g (chute)
peso do sistema completo: 6 kg (lançador + munição + designador)
Alcance: 2000 m
orientação: laser semi-ativo.

Alfa BR
Alfa BR
5 anos atrás

Deficiente em defesa AC e AA. Um grupo autodefesa antiaérea, com 3 peças (posto de tiro/lançador) de IGLAs em pelo menos todo batalhão de infantaria cairia bem.

Space Jockey
Space Jockey
5 anos atrás

A cereja do bolo é o programa de defesa antiaérea do EB, é pra ficar concluído em 2039, 20 anos é prazo muito elástico, o Brasil precisa levar esse assunto mais a sério.

nonato
nonato
Responder para  Space Jockey
5 anos atrás

Concordo.
Não se pode esperar.
Estamos muito fracos de defesa antiaérea em todos os sentidos, especialmente médio e longo alcance.
O ataque na Arábia Saudita foi um sinal de que mesmo com sistemas caros há muita vulnerabilidade.
Imagine quem não tem nada.
Imagine a eficiência dos russos derrubando B1 na década de 1960 a 30 km de altura a uns 3.000 km/h…

Bosco
Bosco
Responder para  nonato
5 anos atrás

Nonato,
Na verdade os eventos recentes na AS mostram que independente do custo do sistema de defesa têm-se que usar as armas certas para enfrentar determinado tipo de ameaça.
O sistema Patriot, assim como os S300 ou S400, não foram feitos e pensados para a defesa contra mini drones e nem estavam implantados na região para a função ACM (anti cruise missile). A função deles era a defesa contra mísseis balísticos.
Não há como a ameaça representada por mini drones ser enfrentada com armas de longo alcance. Obrigatoriamente são ameaças engajadas à queima roupa, com armas de curto alcance (SHORAD), e para isso há de se ter os sensores e as armas certas.
Provavelmente o radar do sistema Patriot nem tem condições de detectar um mini drone nem a curta distância por conta de software inadequado.
Sistemas de longo alcance , grande desempenho e caros são essenciais na defesa contra ameaças aéreas de alto desempenho e mísseis balísticos e devem continuar existindo e compor a parte superior de um sistema de defesa integrado distribuído em camadas. As camadas mais internas, estas sim devem deter a capacidade de enfrentar mini drones e ameaças tipo “swarm”.
Para tanto essas ameaças devem ser detectadas, identificados e rastreados por sensores específicos (radar e optrônicos) e devem ser enfrentadas por armas adequadas, de curto alcance.

Carvalho2008
Carvalho2008
5 anos atrás

Será que seria efetivo contra um heli próximo? Já quero alvo é designado, fica parecido com um mini RBS70….

Luiz Floriano Alves
Luiz Floriano Alves
Responder para  Carvalho2008
5 anos atrás

Esse aramamento, de curto alcance deve ser o Javelin do soldado pobre. Ainda que mais leve deve ser temido por MBT na medida que atingir as partes menos blindadas. Os ingleses talvez tenham razão: o MBT não tem mais a vida fácil. A Turquia aprendeu isso perdendo muitos MBT Leopard de tipo avançado. A eterna luta entre blindagem contra poder de fogo segue seu curso.

Bosco
Bosco
Responder para  Carvalho2008
5 anos atrás

Carvalho,
Contra um helicóptero pairado pode ser letal já que até lança rojões burros (ex: RPG-7) derrubam helicópteros, mas contra helicópteros em movimento já não teria muita efetividade tendo em vista o sistema de laser semiativo não ser a melhor forma de adquirir um alvo aéreo, sem falar que o míssil não deve ser dotado do software adequado para atingir alvos a grande velocidade.
Sobre o sistema de orientação a laser semi-ativo, não seria fácil manualmente manter um laser estreito de alta intensidade focado sobre um pequeno alvo em movimento, diferente do que ocorre no caso de alvos fixos ou móveis em terra que são geralmente lentos.
Já um sistema a laser do tipo “beam rider” como no caso dos mísseis RBS-70 e Starstreak, mesmo sendo de mira manual, são mais fáceis já que não é um laser estreito que é focado sobre o alvo e sim um feixe amplo de baixa potência, onde o míssil tem que se manter no centro do feixe para atingir o alvo.
Se no futuro houver uma versão “fire and forget”, com seeker IIR, aí sim seria uma temível arma inclusive contra helicópteros em movimento.

carvalho2008
carvalho2008
Responder para  Bosco
5 anos atrás

Mestre Bosco,

Mais uma pergunta…

Quais são então as vantagens do semi ativo sobre o beam rider?

Não seria mais vantajoso então o Bean Rider para provocar esta expansão de requisitos e poder aumentar sua efetividade a alvos em movimento?

Tanto esta munição quanto de foguetes guiados 70 mm teriam este potencial se empregados desta forma.

Bosco
Bosco
Responder para  carvalho2008
5 anos atrás

Carvalho,
Só um adendo, desde que o laser semi-ativo esteja integrado a um sistema de auto tracking ele pode, em tese, ser usado contra alvos aéreos em movimento rápido. O difícil é fazê-lo manualmente.
Em relação às vantagens do semi-ativo, são basicamente cinco:
1- liberam o designador de estar junto ou próximo ao lançador. No passado, por exemplo, bombas eram lançadas pelos caças e eram designadas via lasers em terra;
2- permitem aos “mísseis” seguirem uma trajetória parabólica, o que possibilita que o alvo seja abordado por cima e aumenta o alcance, enquanto os “beam rider” obrigatoriamente seguem uma trajetória tensa porque têm que “cavalgar” o feixe, se mantendo no seus centro;
3- em tese, são mais precisos já que o míssil tende a impactar com o reflexo laser codificado sobre o alvo não importando a distância. O sistema “beam rider” importa maior imprecisão na medida que o alvo está mais distante tendo em vista que o míssil adota uma trajetória espiralada buscando achar o centro do feixe (é fácil distinguir mísseis guiados por laser beam rider porque eles vão rodopiando);
4- o sistema “semi-ativo” permite que o alvo seja iluminado só no final da trajetória do míssil ,na fase terminal, enquanto o sistema “beam rider” obriga que o alvo seja rastreado pela mira durante todo o tempo do lançamento ao impacto. Isso permite que uma maior quantidade de alvos sejam engajados na unidade de tempo, além do lançador poder permanecer oculto até os momentos finais;
5- possibilita que armas burras sejam dotados de “cabeças” detectoras de luz laser e se tornem armas guiadas, enquanto que mísseis beam-rider têm que ser “de origem”.

Já a única vantagem do sistema “beam-rider” é essa relativo à possibilitar que alvos aéreos sejam rastreados de forma manual. *Melhor se o míssil tiver uma ogiva de fragmentação acionada por espoleta de proximidade já que isso compensaria possíveis “barbeiragens” do operador.
**Há quem diga que o sistema “beam-rider” por usar um laser de baixa potência seria menos propenso a alertar os sensores de alerta laser do alvo (MAWS), mas realmente não creio nisso.
***Uma sexta desvantagem do “beam-rider” seria a propensão que tem a fumaça do motor foguete em bloquear o feixe que é percebido por trás, mas claramente isso é resolvido pelo fabricante na fase de desenvolvimento e não procede.