PainelWW – Nova Desordem Internacional – 21/08/2019
O Painel WW de William Waack volta a tratar de questões internacionais. E traz três especialistas em Segurança Internacional – um deles residente nos Estados Unidos, para cujo governo já prestou serviços de inteligência.
O Brasil já sonhou em ser forte fabricante de armamentos, mas acabou se restringindo – e muito bem – com a Embraer. Mas o que interessa, hoje, são as novas formas de guerrear, que não necessariamente envolve armas, e sim inteligência, estratégia, tecnologia, softwares, hackers e muito mais.
Como fica o Brasil diante das mudanças em tecnologia bélica que definirão o novo cenário de equilíbrio militar?
• ALEXANDRE FUCCILE
Professor de Relações Internacionais na Universidade Estadual Paulista, a UNESP, e ex-presidente da Associação Brasileira de Estudos de Defesa, a ABED
• HUSSEIN KALOUT
Cientista Político, é Pesquisador da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e colunista da Revista Época. Foi Secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República
• SALVADOR RAZA
É o criador da metodologia do “Critical Redesign”, utilizada em todo mundo para reformas institucionais da segurança e defesa. Veterano da Marinha brasileira, trabalhou para o Departamento de Defesa dos Estados Unidos. É Professor da Análise de Conflitos e Projeto de Força. Também presta consultoria em Transformação Estratégica e Tecnológica. E dirige o CeTris Internacional, com sedes no Brasil, Guatemala e Estados Unidos
‘O Brasil já sonhou em ser forte fabricante de armamentos, mas acabou se restringindo – e muito bem – com a Embraer. Mas o que interessa, hoje, são as novas formas de guerrear, que não necessariamente envolve armas, e sim inteligência, estratégia, tecnologia, softwares, hackers e muito mais.’
E o pior é que o Brasil também está muito atrás nessa área.
Eu considero que a guerra no futuro terá altíssimo nível de automatização (ou automação, como queiram) e uso de inteligência artificial.
O Brasil, infelizmente, ainda está engatinhando nessas áreas.
Em 34:30 Salvador Raza fala sobre mísseis hipersônicos como novo elemento de dissuasão, coisa que não se vê à venda ainda e que o Brasil, com esforço concentrado, pode correr livre pra experimentar e desenvolver a partir do 14-X.
Bora por a mão na massa Brasil!
Nisso concordo.
Negativo meu caro amigo, em guerra cibernética, o exercito está evoluindo bastante, tendo em suas equipes, grupos mto bem treinados de “hackers do bem” como eles mesmos se auto intitulam, inclusive ano passado foi inaugurado a escola de defesa cibernética, onde novos hackers militares estão neste momento sendo treinados
Além disso tudo que falou, o que precisamos conseguir é um meio de navegação por mapa imune a interferência eletrônica. Pra defesa basta isso pois nosso relevo é todo mapeado, ou não? Mapa + alguém pra iluminar a aproximação final nos daria certeza do resultado e pontaria.
Isso para quem tem dinheiro, no caso dos países abaixo da linha do Equador haverá um GAP tecnológico enorme.
A visão do Salvador Raza vai bem mais a frente, é mais ampla e atual. Os outros dois parecem ainda ter vestígios do “Brasil Potencia”. O Alexandre imaginava que os países sul-americanos se aliaram como Estados na questão de defesa. Mas esqueceu a UNASUL era sim uma “aliança” puramente ideológica, que não vejo como poderia o Brasil aproveitar para sua base industrial de defesa. O conceito de “clusters”, “nós” do Raza é muito bom para analisar essa area de defesa a nível global. Foi bem também ao falar sobre como as coisas tem caminhado para o compartilhamento de boa parte… Read more »
O Raza matou a pau, tbm o cara vive neste meio e respira este assunto diuturnamente. Os outros dois meio que se perdiam em seus comentários e ,creio eu, ainda teem dor de cotovelo pela nossa saída da Unasul(que sabemos ,seria um bracinho armado bolivariano).
Um participante é ridiculamente defensor dos interesses americanos no Brasil, no final ao ser acuado e ter sua lógica colocada em cheque diz em alto e bom som desistam de desenvolver plataforma as comprem de quem já produz, perfeitamente alinhado aos métodos americanos de oferecer armamento a preços módicos via fms para países que de outra forma poderiam ter interesse em desenvolvê-los. Assumidamente uma estratégia para impedir o surgimento de industrias bélicas capazes…
Em que planeta vc vive? Os americanos já mostraram um norte na produção compartilhada do F-35. Nenhum pais, nem eles, suportam produzir tudo em casa. Então, não tem nada a ver isso de “alinhados aos métodos americanos”. Eles podem se dar ao luxo de produzir muita coisa em casa, mas é outro contexto, não aplicável a nós. Simplesmente o “gap” tecnológico nas mais diversas áreas é quase impossível para um país como Brasil conseguir tirar o atraso e desenvolver suas próprias plataformas sozinho. Pelo tempo (o modelo de guerra estar mudando) e pelo dinheiro que não temos. Aliás o próprio… Read more »
Fui ler meu comentário pra ver se de fato eu culpo os EUA por alguma coisa e não. É o interesse deles vs os nossos. Não acho que sejam compatíveis…
O brasileiro precisa evoluir mentalmente,pois vocês dificilmente verá um chinês ou um russo defendendo interesse americano no país deles, e se ver , é considerado traidor
E vc falando de brasileiro em terceira pessoa? Não é brasileiro? Será isso uma doença?
Interessante ver que passam tendências, tecnologias e métodos de enfrentamento, e os players globais não chegam as vias de fatos entre si, hora pelo poder nuclear, mas principalmente pela integração econômica, e nessa a China e o EUA, vão morrer abraçados. Quem perde nesse jogo, são os Irãs, coreiras, Vietnãs, Afeganistão, Síria, Libias e Ucranias da vida, que veriam massa de manobra política militar, mas entre as potências, nenhum enfrentamento em mais de 70 anos.
Abs
Ótimo painel. Eu só discordo da ênfase exagerada em dizer que o foco tem que mudar radicalmente de hardware pra software (mesmo concordando com a importância fundamental deste, hoje e no futuro). Porque se o hardware não funcionar, o diacho do avião não voa, o blindado não roda, o navio não zarpa, o míssil não lança. E aí o software da arma mais disruptiva que ainda vão inventar não servirá pra nada, não chegará fisicamente à distância de engajar um alvo real, físico, e não virtual. Ainda é necessário investir em desenvolvimento das plataformas. Mesmo que sejam compradas fora, é… Read more »
Volta e meia o William Waack aborda temas que dificilmente seriam tratados na TV. A sua demissão da Globo foi positiva neste sentido, dando mais liberdade ao jornalista. Ele é um dos poucos que produz conteúdo útil no YouTube.
Será que seria possível algo da família do 14-X entregar uma ogiva de uns 500 kg ?
pelo que li o projeto está ativo.
Ah acordaram para o 14-X!!!! Aquela sucata francesa reciclada, ou MANSUP está “desolé”… Falta acordarem para o DF-21D.
Seja mais específico por favor.
O painel foi bom. Os comentários aqui estão ótimos ótimos (uma excepção).
Tirando o aspecto do jôgo de xadrez geopolítico, o denominador comum em um futuro conflito está totalmente alicerçado em tecnologias avançadíssimas.
Mas me estranha que nenhum dos participantes do painel tenham mencionado a Nanotecnologia e nem a robótica.
Eu penso que a nanotecnologia, a computação quântica, a robótica e a IA, serão as revoluções tecnológicas de maior impacto nos futuros campos de batalha, tanto real, quanto virtual.
Eu acho que o Brasil tem chances muito boas de pegar êsse bonde.
Muito interessante, a questão da integração de sistemas( junto a produção de itens de maior desgaste das plataformas, sejam aéreas, terrestres ou navais ) e o treino das equipes que utilizarão estes sistemas modernos e complexos, o nosso 14-X , o qual já está pra ser lançado se não me engano e que ,tem que continuar e ser efetivado, pois mísseis hipersônicos serão os “caras” do futuro em matéria de armas e dissuasão. Já vi comentaristas desdenharem da tinta que diminui o RCS ,no caso em aviões, mas imaginem esta tinta aplicada no Gripen E o qual já possui um… Read more »
Minha visão sobre os desafios da Defesa Nacional no tema forças terrestres: 1º Nossa infraestrutura de transporte e comunicações é deficiente e cara, isso limita ou até mesmo inviabiliza nossa permanência em combate. 2º Estruturação dos serviços nacionais de inteligência e informações. 3º Dependência de fornecedores estrangeiros em áreas estratégicas da economia como agricultura e pecuária (A química fina dos nossos defensivos, remédios de uso animal, assim como os fertilizantes são em grande parte importados e sujeitos a embargos de potências estrangeiras e devem ser nacionalizados o quanto possível). 4º Estrutura de armazenamento de grãos e combustível insuficiente para garantir… Read more »
Bom programa. Waack é um exemplo de inteligência clássica: usa, sempre, o conselho pascalino de exigir contas à memória do trecho lido ou ouvido, o que ajuda a fixar conteúdo pelo reforço. No caso do INF, fiquei na dúvida se EUA saiu do acordo por causa da China – ainda que ela possa atingir o Alaska com um intermediate range missile – ou apenas pra retirar de vez essa pauta da lista de atritos com a Rússia, que, de toda forma, já desenvolvera capacidades de alcance intermediário. Pros EUA, mísseis de alcance intermediário baseados em terra não fazem sentido senão… Read more »
Hummm, mas parece que faz sentido o desenvolvimento de mísseis antinavio balísticos e de cruzeiro de alcance intermediário e curto/médio baseados em terra como alternativa barata à aquisição de fragatas, contratorpedeiros e aeronaves justamente no cenário do combate litorâneo.
https://www.usni.org/magazines/proceedings/2019/september/give-marines-and-soldiers-better-antiship-fires
Como esta alternativa mais em conta no âmbito do USArmy e USMC poderia afetar o orçamento, a pesquisa/desenvolvimento e aquisições da USN?…
Taiwan voltará a China , anote aí , se tens esperança em contrário , essa esperança é ZERO !