Um lembrete de que ‘fake news’ é um problema de alfabetização informacional – não é um problema de tecnologia
De Kalev Leetaru
Sob a disseminação de todas as “notícias falsas”, informações erradas, desinformação, falsidades digitais e influência estrangeira está o fracasso da sociedade em ensinar aos seus cidadãos a alfabetização informacional: como pensar criticamente sobre o dilúvio de informações que os confrontam em nossa era digital moderna.
Em vez disso, a sociedade priorizou a velocidade em detrimento da precisão, o compartilhamento da leitura, o comentário sobre o entendimento. As crianças são ensinadas a regurgitar o que os outros lhes dizem e a confiar em assistentes digitais para curar o mundo, em vez de aprenderem a navegar por si mesmas na paisagem informacional.
As escolas não ensinam mais a triangulação de fontes, a arbitragem de conflitos, a separação do fato da opinião, o encadeamento de citações, a realização de pesquisas ou até mesmo o conceito básico de verificação e validação.
Em suma, deixamos de ensinar à sociedade como pensar sobre informações, deixando nossos cidadãos à deriva na natureza digital, cada vez mais saturados de falsidades, sem sequer uma bússola ou mapa para ajudá-los a encontrar o caminho para a segurança. A solução é ensinar aos cidadãos do mundo os fundamentos da alfabetização informacional.
É a verdade aceita do pessoal do Vale do Silício (Google, Facebook etc) que todo problema tem uma solução tecnológica.
Mais importante, aos olhos do Vale, todo problema pode ser resolvido exclusivamente por meio da tecnologia, sem exigir que a sociedade faça nada por conta própria. Alguns ajustes algorítmicos, algumas linhas extras de código e todos os problemas do mundo podem ser simplesmente codificados.
Infelizmente para os deterministas tecnológicos do Vale, isso está longe da verdade.
Infelizmente, essa mentalidade sobreviveu para impulsionar os esforços de “notícias falsas” de hoje.
Em vez de investir na alfabetização informacional, o Vale dobrou as soluções tecnológicas para combater falsidades digitais, concentrando-se em aproveitar legiões de “verificadores de fatos” e recorrendo a listas negras de sites e conteúdo, ajustes algorítmicos e outras correções rápidas que pouco fizeram contra a maré.
O problema é que a tecnologia só pode mitigar os sintomas, não pode abordar a causa subjacente das falsidades digitais: nossa suscetibilidade a acreditar cegamente no que lemos na Web e nossa falha em verificar e validar informações antes de compartilharmos ou agirmos sobre elas.
Por que um adolescente no porão na casa de de seus pais pode postar anonimamente uma declaração na mídia social falsamente atribuída a um chefe de Estado e fazer com que esse comentário se torne viral, se espalhe para a grande imprensa e até influencie o debate político internacional sem que ninguém a interrompa ou pergunte se existe um fragmento de verdade no que eles estão lendo?
Como é possível que os acadêmicos e cientistas de maior prestígio em instituições e universidades de pesquisa possam suspender sua descrença e acreditar cegamente que uma conta anônima no Twitter que alegue ser uma sociedade secreta “resistindo” a seu governo era tudo o que afirmava ser o mínimo de verificação? Mesmo com nossos risos sociais sobre aqueles que caem por golpes de e-mail do “príncipe nigeriano”, bastaram algumas contas anônimas no Twitter que alegavam ser colegas pesquisadores para começar a captar recursos dos pesquisadores mais respeitados do país que nunca pararam para perguntar se isso parecia um pouco suspeito.
Nos primórdios da Web, as sociedades ensinavam seus cidadãos a não acreditar em tudo que liam na Internet, a tratar todas as declarações como suspeitas e a não agir ou compartilhar informações sem verificá-las. Hoje, essas mesmas sociedades exercem enorme pressão sobre seus cidadãos para que acreditem em tudo o que vêem na Web e compartilhem o máximo que puderem, rejeitando qualquer informação contraditória que possam encontrar no processo.
O velho ditado “Não acredite que tudo que você lê na Internet” se tornou “Acredite em tudo na Web e compartilhe amplamente”.
Mesmo os nativos digitais que cresceram no mundo on-line saturado de informações não conseguem discernir melhor a credibilidade da informação ou mesmo compreender os conceitos mais básicos de separar a publicidade paga da reportagem jornalística objetiva.
Sugestões como a exigência de cursos de programação e de ciência de dados na escola certamente criariam mais cidadãos tecnicamente alfabetizados, mas isso não é o mesmo que alfabetização de dados e o tipo de pensamento crítico que requer. A capacidade de escrever código de computador não torna magicamente alguém mais resistente a falsidades digitais, assim como aprender uma nova linguagem humana faz pouco para ensinar alguém a realizar triangulação digital.
A alfabetização técnica é uma habilidade poderosa e importante em nossa sociedade cada vez mais impulsionada pela tecnologia, mas não é o mesmo que a alfabetização informacional e não ajudará na guerra contra “notícias falsas”.
Algoritmos podem ajudar os cidadãos a resolver o dilúvio de informações ao seu redor, identificando narrativas contestadas e fatos controversos, mas a tecnologia sozinha não é uma panacéia. Não existe um algoritmo mágico que possa eliminar todas as informações falsas e enganosas na Internet.
Para resolver verdadeiramente a questão das “notícias falsas”, devemos combinar a assistência tecnológica com o ensino dos nossos cidadãos para serem consumidores literatos do mundo à sua volta.
As sociedades devem ensinar seus filhos, desde tenra idade, a realizar pesquisas, compreender fontes, triangular informações, fazer triagem de narrativas contestadas e reconhecer a importância de onde as informações vêm, não apenas o que elas dizem.
Em suma, devemos ensinar a todos os nossos cidadãos como ser pesquisadores e cientistas quando se trata de consumir informações.
Mais importante, devemos enfatizar a verificação e validação sobre viralidade e velocidade.
Infelizmente, todos esses conceitos são diretamente antitéticos ao moderno mundo das mídias sociais, no qual a velocidade e a viralidade concedem fama e fortuna, enquanto a devida diligência e verificação produzem silêncio ou um dilúvio de discurso de ódio daqueles cujas falsas narrativas são combatidas.
Juntando tudo isso, resolver a epidemia de falsidades digitais não pode ser feito apenas por meio da tecnologia. Nenhum algoritmo mágico livrará a World Wide Web de suas narrativas falsas e enganosas, nem ensinará o público a programar qualquer impacto sobre sua capacidade de discernir a verdade da ficção.
Em vez disso, o grande desafio de hoje de combater “notícias falsas”, informações erradas, desinformação, falsidades digitais e influências estrangeiras exige uma solução muito humana. É preciso ensinar aos cidadãos da sociedade os fundamentos da alfabetização informacional e como pensar sobre as informações que eles consomem.
Mais importante ainda, será necessário navegar entre as contradições existenciais das plataformas de mídia social atuais obcecadas com velocidade e viralidade contra a verificação e a validação que formam a base do conhecimento da informação.
Uma sociedade mais alfabetizada em informação provavelmente traria danos econômicos consideráveis para as plataformas sociais obcecadas por viralidade que fazem prosperar as falsidades digitais, o que significa que haverá uma resistência considerável do Vale do Silício a uma sociedade mais informada.
No final, a única maneira de realmente começar a combater a disseminação das falsidades digitais é entender que elas representam uma questão social e não tecnológica e voltar aos primórdios da Web quando ensinamos a sociedade a questionar o que lêem na Internet.
FONTE: Forbes
Excelente texto!
E tudo se resume a preguiça de pensar.
E muito mais fácil pegar a “verdade” dita por quem fala bem, ou o que agrada aos ouvidos, do que verificar e refletir; buscar um livro então!!! Deus os livre.
Os espertos de hoje tem uma raiva Hitlerista dos livros; Isso ocorre com pessoas de todos os níveis e segmentos,
De políticos a religiosos, que trocam a biblia, por 10 minutos de profetas digitais.
Emfim uma demonstração de acomodação intelectual que beira a demência.
Concordo.
É só olhas as fake-news compartilhadas em grupos de wattsapp.
99,9% dessas
notícias´´ seriam facilmente invalidades por alguém que fosse minimamente alfabetizado funcionamente. A esmagadora maiorias das fake-news são um bando de notícias sem pé nem cabeça, e sem fontes. Seria necessário apenas ler a primeira ou segunda linha pra ver que é mentira.
Mas a maioria dos brasileiros são analfabetos funcionais, e que só lêem o título da notícia.
5 min. de Google já resolveriam isso. Mas como brasileiro é preguiçoso…
Isso é só uma amostra do sucateamento do ensino. Tô cursando design gráfico, e olho pros lados e vejo que a maioria dos meus colegas saiu do 2º grau mal sabendo escrever o próprio nome, e que se lê um livro por ano, é muito.
Isso da questão do ensino é pura verdade! Não que antes a educação no Brasil fosse uma maravilha, nunca foi! Mas existiam regras e existia respeito pelos mais velhos, coisa que hoje em dia é difícil ver. Todo mundo se acha inteligente, todo mundo se acha poderoso… O pensamento das pessoas hoje em dia é esse “o que importa é a minha opinião, dane-se o resto”. Ninguém quer estudar, procurar entender, ouvir o outro lado.
Caro Komander, até a década de 50 eram poucas as escolas públicas, geralmente atendendo alunos vindos das classes ricas e alguns da classe média. É impossível comparar a escola pública de hoje (que atende 32 milhões de crianças no ensino fundamental principalmente da classe pobre) com aquela que atendia os filhos ricos.
Não é preciso ir muito longe, ver o filme Central Brasil, de 98, já permite ver, de forma cinematográfica claro, um pouco do que era a realidade do Brasil, não foi assim a tanto tempo, 98.
A personagem principal, ganha a vida a enganar analfabetos.
Isso não tem nada haver com formação educacional na minha opinião, pois é um fenômeno MUNDIAL, em alguns casos é até mais comum acontecer essas fake news em países desenvolvidos onde tem uma camada da sociedade muito mais instruída do que a nossa, portanto, não vamos começar uma debate deixando a “viralatice” tomar conta da discussão do tipo “isso é culpa do brasileiro não ler ou não ter costume de checar as fontes” e por ae vai.
Na minha humilde opinião isso tem haver com FALTA de CARÁTER e ÉTICA da pessoa envolvida em criar e espalhar a fake news, infelizmente isso sempre existiu desde dos tempos da Grécia antiga, e só nos demos conta da gravidade, devido a FACILITAÇÃO dos meios sociais da internet, conforme a tecnologia foi se desenvolvendo e ficando cada vez mais acessível para as pessoas, pois há muitos LIVROS, documentos e artigos em jornais antigos de autores com um alto nível intelectual, na qual já contavam com muitas informações FALSAS ou distorcidas para manipular os seus leitores, portanto, já seriam as famosas fake news dos tempos antigos.
Alessandro
Ensino e informação estão na Escola, com os Professores. Já, formação de caráter, ética e moral – educação – aprende-se com pais e avós.
Como, lá pelas calendas de 1980, o Estado passou a instituir a ideia de que o Professor seria também um Educador (abrangendo as duas funções), deu no que vemos hoje!
Parece-me que caíram, muito, tanto os níveis de educação como o de ensino/cultura.
Saudações
Eu concordo com vc Edson, mas isso só acontece pq infelizmente políticos muito mal intencionados vem usando o Estado propositalmente para ideologizar as pessoas, mas eu acredito que quando os pais e avós tem caráter, ética e moral não há professor nenhum no mundo que consiga mudar isso, as vezes pode por um determinado tempo enganar, mas com o passar do tempo essa pessoa vai adquirir maturidade e experiência que não se deixará mais ser influenciada por esse tipo de gente, pois a boa base familiar dela vai falar mais alto.
Pois é Alessandro, você complementou meu pensamento.
A principal fonte de disseminação de fake news em língua portuguesa provém do Brasil, isto, por número de habitante mesmo.
Excelente texto….aliás, perfeito para ser publicado após aquele do Míssil italiano…onde a esmagadora maioria leu e não entendeu, mas saíram opinando e tecendo teses.
Tocou em um ponto nevrálgico e estratégico: educação. As crianças e jovens de hoje, nascidos na era digital tem muita dificuldade em discernir entre informação e conhecimento. Um complementa o outro. Porém, para quem tem alguma vivência com educação, escola e juventude sabe como é difícil fazer um adolescente prestar atenção em coisas simples, porém que exigem atenção. Não vamos longe: aqui no blog o pessoal lê o título, esquece do resto do texto e manda bala nos comentários… ai sai cada merd@.
Sinceramente, se a educação não for prioridade nesse país, como nunca foi afinal,a tendência é piorar.
Abraço
Caro Paulo. Lembrei de um documentário muito bom chamado “Pro dia nascer feliz”, no qual aparecem três escolas, uma escola pública de periferia, uma escola pública rural e uma escola particular caríssima. A classe rica sempre priorizou a educação dos seus filhos. Concordo com você que a ampla educação da população nunca foi prioridade porque a educação dos seus filhos ricos sempre foi a melhor.
Não acho justo apenas falar dos jovens. O que mais tem é tiozão e madame espalhando notícias falsas por whatsapp, facebook etc. A educação aqui nunca foi boa, e não vai ser agora q vai melhorar.
Eu concordaria se o problema fosse só local, mas é mundial. Acredito que falhamos no ensino de ciências como um todo. O foco em transferir informação e em vez do mais trabalhoso, ensinar os métodos, produziu esse desastre.
Esperando os entendedores que veem somente para questionar a fonte da matéria e chamar a mesma de “esquerdista”.
Um dos textos sobre o assunto mais legais que eu tive oportunidade de ler. O grande fator catalizador do problema é o analfabetismo funcional que é gigantesco no Brasil.
Caros Colegas. Notícias falsas sempre existiram, o que mudou ao longo dos anos foram as tecnologias de informação. O progresso tecnológico nos últimos trezentos anos ocorreu devido o amplo uso do Método Científico. Hoje, a maior fração da população mundial apresentaria alguma dificuldade entender a informação que recebe. Há alguns séculos, essa maioria era analfabeta. De modo geral, já sabemos como temos que fazer. Nossos filhos serão tabagistas se nos verem fumando, comerão alface se nos ver comendo salada, ofenderão as pessoas se nos ouvirem gritando palavrões. Usarão a internet para tolices se nós usarmos a internet apenas para tolices.
De fato Camargoer. Uma conversa com pessoas de mais idade revela que o fake news de hoje é só um nome diferente para os contos e “causos” do passado.
Acrescento ao comentário do Camargoer que desde o Século 16 depois de Cristo já havia notícias falsas sendo disseminadas para causar determinados resultados. Abaixo segue o link sobre essa história.
Ademais, destaco que notícias falsas sempre foram disseminadas por todos os meios possíveis. Na revolução Francesa existiam pessoas que usavam os órgãos da impressa para atacar e mexer com a imagem pública de determinadas autoridades e até usar a população contra determinadas pessoas afim de derrubá-los e até tomar o poder utilizando-se de mentiras e omissões.
Hoje vivemos uma nova fase da comunicação onde as pessoas não precisam necessariamente da imprensa e da mídia tradicional para saber dos fatos. Além disso, os cidadãos, que antes não tinham voz e/ou não sabiam se outros cidadãos pensavam como ele, com o advento da internet e das mídias sociais, perceberam que existiam muitas pessoas que pensavam como ele e que ele poderia expressar sua opinião. Agora os cidadãos não são mais manipulados ou orientados a pensarem sobre algum tema conforme a mídia diz. Isso é bom? sim é. Mas como qualquer instrumento, ele deve ser utilizado dentro de alguns princípios e regras para que as relações e comunicações sejam civilizadas e não criem injustiças. Como é algo novo, entendo que ainda estamos no processo de aprendizagem e que em algum momento no futuro estas questões de notícias falsas diminuirão.
Mas seria interessante haver nas escolas algumas orientações quanto a como proceder para não disseminar notícias falsas.
https://epocanegocios.globo.com/Vida/noticia/2018/10/mensagens-falsas-usadas-no-seculo-16-para-tentar-sabotar-o-reinado-do-espanhol-felipe-2.html
Off-topic: O Bolsonaro acabou de dizer na Live que o Trump pretende mudar o estatuto da OTAN para que o Brasil integre a Aliança.
(na minha opinião, não será fácil, mas é bom sinal da parceria os EUA pretendem fazer com o Brasil)
Como contornar esse problema em uma época onde os ataques às disciplinas como Filosofia e Sociologia são correntes? As “fake news” são um problema social, ou seja, um problema de natureza humana. Logo deve ser tratado e entendido pelas Ciências Humanas. A questão é que hoje as Ciências Humanas viraram uma zona completa.
Se usam disciplinas com fins políticos e para disseminar mentiras tem mais é que atacar mesmo, principalmente quando fazem isso com dinheiro público. Está cheio de professores mentindo para os alunos e para a sociedade.
Como assim “ataques à filosofia”? Desde quando universitário brasileiro se interessa por ler Aristóteles, S. Tomás, Böhm-Bawerk, Voegelin, Bertrand de Jouvenel, Schumpeter, irmã Miriam Joseph, Mortimer Adler, João Camilo de Oliveira Torres?
Tu pergunta pra um “bicho grilo” de humanas quais são as dez categorias do ser em Aristóteles ou o que é ato e potência e verá que o cara não sabe nem analisar as características de uma barata direito mas quer fazer análise social e crê estar habilitado a fazer com que o mundo inteiro tenha que se adequar ao projetinho político que o professor de humanas inculcou na cabeça dele apenas pq cursou 6 meses de sociologia.
Aliás, um parênteses: os maiores ataques à filosofia vêm justamente dessa galerinha “do bem” nas faculdades que vive tapando a boca de qualquer um que mencione os autores que eu mencionei anteriormente, inclusive com agressões físicas. Discorde de são Marx e são Foucault e veja você mesmo se tornar uma pária que precisa ser exterminada.
Esse texto devia ser lido em voz alta na porta da globo, sbt, band e demais grandes produtores de fake news mas como sempre a culpa é de quem lê e não de quem escreve.
Todos os órgãos de imprensa tem suas posições morais, politicas, econômicas, sociais, etc. E apresentam as informações a partir desses pontos de vista. O fato de vc não concordar com esses pontos de vista não torna a informação publicada falsa.
Vc é que tem de fazer uma leitura analisando a informação apresentada no contexto do conjunto de valores do órgão de imprensa. Isso exige um pouco de capacidade de análise e de compreensão mais ampla de contexto. Se ficar só na leitura do texto, vai ser conduzido, ou vai ficar com raiva, que infelizmente é o que mais temos visto atualmente, gente com raiva. E gente com raiva não raciocina.
Perfeito Eduardo
Esse Colombelli é chato. Fica de birra com todos que não tem a mesma visão que ele.
Verdade, o problema é a análise crítica e impessoal dos fatos. A maioria das pessoas baliza seu senso crítico de acordo com as emoções que as a notícia provoca. Ter emoções não é um problema, mas confiar apenas nelas é.
O texto é muito bom e está correto em sua análise porém, ao meu ver, é incompleto em sua conclusão. Não é apenas uma questão de educação, mas também de caráter. Em um mundo ideologicamente polarizado como o nosso (sim, não é apenas no Brasil que esta polarização ocorre), muitas pessoas intencionalmente compartilham fake news porque elas favorecem seu grupo ideológico – geralmente por meio da calúnia e da difamação de pessoas de outros grupos ideológicos. Para estas pessoas, não importa se a notícia é verdadeira ou falsa, mas sim se ela favorece à sua causa. Ou seja, é o velho conceito antiético de o fim que justifica os meios.
Monte de balela! Mentir foi o que fez o tempo todo a mídia tradicional. Agora que a população se libertou dos grilhões inventam essa tal “fake news” para censurar a Internet.
Ué, e a mentira em massa ser executada por qualquer um foi um avanço? Eu acho que não.
Tem uma frase do Carioca que disse:” imprensa brasileira está agindo como os taxistas quando Uber chegou, internet é uma realidade, não tem volta”, os cara tentam de tudo parece que a verdade absoluta só eles produzem e o restante é mentira.
Diria antes analfabetismo informacional e literário. Iliteracia.
Ou seja, ler, pensar que compreendeu e não compreender coisa nenhuma.
Assim como os terraplanistas, o caso das fake news mostra como a maioria das pessoa é iletrada em termos de método científico. Aceitam-se notícias de acordo com as emoções que elas provocam, evitando a análise crítica e impessoal.