O desmonte da ciência brasileira
Anos de cortes no Ministério da Ciência e Tecnologia atingem em cheio pesquisas em todas as áreas e já afetam parcerias com agências europeias. Governo Bolsonaro acelera processo com redução drástica no orçamento
A ciência brasileira se encontra num momento crítico. O último corte de recursos anunciado pelo governo de Jair Bolsonaro agravou drasticamente uma situação que, há anos, já era tida como crítica. A medida mais recente atingiu em cheio o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), subordinado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
O contingenciamento de 42,27% das despesas do MCTIC coloca em risco o financiamento de cerca de 11 mil projetos e 80 mil bolsas financiadas pela principal agência de fomento à pesquisa do país.
“Nunca vi cortes da magnitude dos que foram decretados recentemente. São cortes extremamente pesados e, se não forem revertidos, destruirão a ciência brasileira. Esses cortes representam um ataque sério ao desenvolvimento e à própria soberania nacional”, afirma Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências.
A avaliação de especialistas do setor é de que pesquisas em todas as áreas, inclusive de humanas, estão em risco. As primeiras afetadas são as pesquisas dependentes de laboratórios, que já estão ficando sem manutenção, sem materiais e com uma infraestrutura defasada.
Os cortes também prejudicam cooperações internacionais e são observados com atenção na Europa. Segundo a diretora do escritório regional do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) no Brasil, Martina Schulze, no ano passado, em programas conjuntos da agência alemã com instituições brasileiras, não foi possível conceder bolsas de doutorado na Alemanha pelo CNPq, pois não havia garantias de que elas seriam pagas.
“A incerteza quanto às possibilidades de financiamento para as instituições de ensino superior brasileiras e a pesquisa no país provocou um comedimento das universidades alemãs, que ainda persiste. O DAAD pode notar isso devido ao menor fluxo de recursos para o trabalho conjunto no ensino superior e na pesquisa com o Brasil”, diz Schulze.
De acordo com a diretora da agência alemã, em 2016, o DAAD destinou cerca de 11 milhões de euros para bolsas e projetos com parceiros brasileiros. Em 2018, esse valor foi de apenas 8,7 milhões de euros.
Esse cenário, descrito por pessoas da área como trágico, não surgiu de uma hora para outra, mas é fruto de uma série de cortes que está em curso há algum tempo.
Processo contínuo de cortes
Há cerca de 20 anos, as ciências no Brasil viviam tempos áureos. A partir dos anos 2000, mais recursos já começavam a ser investidos no setor, conta Ildeu de Castro Moreira, presidente da presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Mas foi durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a partir de 2006, que o MCTIC viveu um período de real prosperidade, com o aumento progressivo nas verbas destinadas à pasta. Em 2010, os investimentos no ministério atingiram o ápice, chegando a aproximadamente 8,6 bilhões de reais (em valores atualizados, quase 10 bilhões de reais).
Marca semelhante foi alcançada em 2013. Na época, a cultura de investimentos em ciência parecia estar se consolidando. Porém, a partir de 2014, teve início a crise que se estende até os dias de hoje. O orçamento da pasta passou a sofrer cortes constantes durante os anos seguintes do último governo Dilma Rousseff.
Sob Michel Temer, o Ministério da Ciência e Tecnologia incorporou o das Comunicações e sofreu um contingenciamento de 44% das despensas previstas para 2017. Naquele ano, foram investidos apenas 3,77 bilhões de reais, o menor orçamento dos últimos 12 anos.
O impacto foi tanto que levou entidades de pesquisa a se articularem no movimento “Conhecimento sem cortes”, que denunciou a morte lenta da ciência no país devido à redução constante dos investimentos.
No início de 2018, a situação parecia um pouco melhor com o anúncio de um investimento de 4,7 bilhões na pasta, porém, houve novamente cortes, o que chegou a atrasar o pagamentos de bolsas em dezembro do ano passado. Esse atraso levou o CNPq a entrar em 2019 com um rombo de 300 milhões de reais no orçamento.
Para este ano, o Congresso havia aprovado um orçamento de 5,1 bilhões de reais para o MCTIC, porém, há cerca de uma semana, o governo decretou o contingenciamento de 42% das despesas da pasta, reduzindo para cerca de 2,9 bilhões de reais os recursos disponíveis para o ministério.
O presidente do CNPq, João Luiz Filgueiras, afirmou ao portal G1 que a agência deve ter verbas para pagar bolsistas apenas até setembro deste ano. A previsão, porém, ainda não incluía o novo corte. Especialistas estimam que esse valor cubra os pagamentos somente até julho.
Desde 2016, os repasses para o pagamento de bolsas concedidas pelo CNPq vem caindo, passando de pouco mais de 1,1 bilhão para 784,7 mil reais neste ano. Metade dos 80 mil bolsistas da agência fazem iniciação científica e recebem apenas entre 100 e 400 reais por mês.
Além de correrem o risco de ficarem sem receber, os mestrandos e doutorandos possuem ainda bolsas com valores muito baixos, defasados pela inflação. Os valores de 1,5 mil reais mensais para mestrado e 2,2 mil reais mensais para doutorado não são reajustados desde 2013.
Pesquisas de saúde em risco
Entidades ligadas à ciência também afirmam que os cortes anunciados pelo governo Bolsonaro atingem o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que financia a infraestrutura de instituições científicas. O fundo teve 80% de seus recursos contingenciados.
“Está ocorrendo um desmonte do sistema nacional de ciência e tecnologia, colocando em risco grupos de pesquisa constituídos nos últimos anos. O atual corte pode afetar grandes projetos como o Sirius e o Laboratório Nacional de Luz Síncotron, que o Brasil construiu a duras penas, ou o Laboratório de Ciência e Computação (LCC), que podem não ter condições de operar sem manutenção”, afirma Moreira, da SBPC.
O físico diz que, no futuro, o país pode ter dificuldades também para desenvolver pesquisas essenciais na área de saúde. Segundo ele, o Brasil só foi pioneiro nos estudos sobre o zika porque na época havia condições para a realização de pesquisas. Cientistas brasileiros foram os primeiros a descobrir a conexão entre o vírus e os casos de microcefalia.
Com a falta de manutenção de laboratórios, que se deterioram com o tempo, a redução dos investimentos também representa uma perda dos recursos já aplicados no setor. Além disso, impulsiona a fuga de cérebros, com pesquisadores deixando o Brasil para realizar seus trabalhos em países que ofereçam melhores condições.
“Atualmente, o protagonismo das nações está baseado muito mais no poder do conhecimento do que no das armas. A pergunta é o que vai acontecer no Brasil num mundo que valoriza cada vez mais o conhecimento. A resposta é óbvia: o país vai se atrasar cada vez mais em relação a outros países”, afirma Davidovich.
O Brasil investe menos de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) na área de ciência, tecnologia e inovação. Em alguns países europeus, o percentual gira em torno de 3%, e nos Estados Unidos, é de cerca de 2%.
FONTE: Deutsche Welle
Pô!?!?!?!?!
Estão querendo o quê?
Com esse pessoal que está no MEC o resultado é esse mesmo.
A pessoa mais ‘sã’ que estava lá queria implantar o ‘Ensino de Deus’.
Afinal, para ela, Deus é o maior matemático, geógrafo, filósofo, historiador e etc.
Eu ví um sinal debaixo de uma árvore! Kkkkkk
E você vê Marx em todo lugar, hueheueheueheueheu
Vc só não pode ter uma aula particular com ele.
kkkkkkkk
Pode sim, e 24hs por dia. Basta não ser “adorador do diabo”.
Desça da goiabeira.
Quem vê você falando parece que o Brasil nos tempos do PT era um primor de pesquisa científica…
ahahaha
Vai arrumar um marido
Os petralhas ficaram 14 anos no poder pq o ensino Brasileiro vai de mau a pior , a culpa é de quem, dos 100 dias do novo Governo??? Universidades totalmente aparelhadas os institutos federais viraram comitês esquerdistas
Proliferaram cursos de humanas porque esquerdistas não gostam de pensar são um bando de papagaios de bandidos
Caro Rogério. Em relação ao ensino superior no Brasil, são 87% de instituições privadas e 12% públicas, das quais apenas 4,5% são federais, sendo que o perfil do docente das particulares é de mestres com tempo parcial, e nas públicas são doutores com tempo integral. Em 2017, foram oferecidas 10 milhões de vagas no ensino superior, sendo 9,9 milhões no ensino privado e 823 mil nas públicas (483 mil nas federais). São cerca de 30 mil curso de graduação, sendo que praticamente metade dos estudantes estão matriculados em administração, direito, pedagogia, ciências contábeis, enfermagem, serviço social, fisioterapia, medicina, educação física e sistemas de informação. Isso sugere um perfil bem diferente desse que você comentou.
Sobre as teses de doutorado, são cerca de 20 mil doutores formados por ano, com cerca de 40% deles na área de saúde, sendo mais ou menos 20$ em engenharias, 20% em ciências exatas e biológicas, e 20% em humanas (incluindo direito e administração). Creio que seja bastante difícil doutrinar ideologicamente células e átomos, que representam o conteúdo de pesquisa de 80% das teses defendidas por ano.
Enquanto isso os chineses formando um numero absurdo de Phd em todos os campos da engenharia, física, química e matemática, sendo que muitos em universidades americanas como o MIT e Stanford e depois retornando para a China. Burros esses chineses, nos deveríamos ensinar a eles que o futuro do País deles esta com o pessoal de humanas, administradores, contadores, advogados, psicólogos, jornalistas….
Lá vem o piadista! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
o importante para o brasileiro e fazer arminha com a mão, e ser seguidor do Anticiência Rasputin da Virgínia guru do clã Bolsonaro o tal OC, isso sim vai transformar o Brasil em uma potência
Esse desmonte vai além do reducionismo esquerda x direita.
Nossos Governantes, independentemente da matiz partidária parecem não acreditar em ciência e tecnologia.
Os cortes nos orçamentos são cada vez maiores, ano após ano, triste demais isso.
Ricardo.
Curiosamente, hoje (08/04) foi publicada uma pesquisa mostrando que cerca de 30% dos brasileiros acreditam que o melhor meio de mudar de vida é através da Religião.
É evidente que a Religião tem um papel importante nas vidas das pessoas, mas assim já é um exagero.
Daqui a pouco estaremos criando uma República fundamentalista.
Realmente religião é um excelente meio de mudar de vida, desde que a pessoa seja um empreendedor religioso e crie sua própria igreja. Aí é só faturar em cima dos otários.
E assim o Brasil vai ficando para trás… daqui alguns anos será mais país de agricultura e nada mais, grande e insignificante… triste isso, mas a culpa é nossa.
Sim.
Atá a China começar a comprar terras e investir no Cazaquistão, Ucrânia, Uganda e dezenas de outros países ávidos por investimentos chineses.
Caro Ricardo. É necessário um trabalho coordenado entre as universidades e centros de pesquisa, o setor produtivo e o governo. As empresas usarão o conhecimento desenvolvido nas universidades apoiadas por políticas de inovação. É comum aqui comentários criticando as pesquisas, mas quais industrias brasileiras de alta tecnologia têm a capacidade de absorver esse conhecimento e transforma em riqueza? O exemplo do setor aeroespacial brasileiro é exemplar. Existem instituições de ensino e pesquisa públicas (civis e militares) de excelente nível, mas foi perdido o setor industrial. O setor de química fina e medicamentos é outro exemplo de ausência de uma política de compras governamentais que priorizaria laboratórios nacionais, já que o Brasil tem excelentes grupos de pesquisa em medicamentos em várias universidades. O projeto de enriquecimento do urânio é um exemplo de sucesso, no qual o papel do estado, das universidades e do setor de produção deram certo (temo que se a empresa produtora de combustível nuclear for privatizada, o setor vai desmoronar).
Isso chama-se política de Estado. Não temos isso, praticamente só quem investe em ciência é o governo, as estatais (Petrobrás por exemplo), ou empresas do setor de defesa, cujo cliente é o governo.
Em 2013 houve um bom gasto em CT, a partir de 2014 (ainda no PT) reduziu bruscamente e nunca mais parou de cair. Assim, o que se investiu anteriormente, pode ter sido em grande parte perdido. O fluxo de investimento tem que ser constante, se aumentar é essencial que seja por um período longo. Não adianta investir muit durante 3 ou 4 anos e depois parar. Grupos de pesquisa que são formados nesse período precisa de investimento. Precisamos também resolver como entra a pesquisa privada. As empresas podem abater os investimentos com pesquisa do imposto pago (similar à lei da cultura), no entanto parece não haver interesse de se envolver com “isso”, e as universidades não tem a capacidade de se apresentar como solução. Creio que temos muita pesquisa mesmo que poderia ser aproveitada pelo setor privado mas fica em um mundo a parte isolado. Essa união é política de Estado.
Caro Formiga. Um tese de doutorado leva em média 4 anos e um projeto de média complexidade leva 5 a 10 anos para chegar a um resultado de impacto. Isso significa que qualquer pesquisa cientifica pode ser mais longo que um mandato. Portanto, políticas de C&T não podem estar atreladas a planos de governo, mas a planos estratégico de longo prazo. Você tem razão quando diz ser importante manter a regularidade de financiamento. Um corte nos financiamentos de pesquisa de um ou dois anos inviabiliza uma pesquisa de uma década. Existe uma lei de incentivo à pesquisa (Lei do Bem) que tem sido bastante empregada por grandes empresas. Em SP, há uma linha de fomento à pesquisa e inovação em pequenas empresas que fazem parcerias com universidades mantida pela FAPESP (em 2018 foram investidos cerca de R$ 180 milhões) chamada PIPE. As empresas investem algo em torno de R$ 50 bilhões por ano em P&D mas essencialmente em adaptação de produtos e processos. São poucas as empresas que financiam pesquisa básica. Geralmente as fundações privadas preferem projetos sócio-ambientais. Apenas a fundação Serrapilheira (privada) tem um programa de apoio à ciência básica. Existe muita colaboração entre empresas e universidades. O problema são os cortes nos recursos públicos e nas verbas das universidades que compromete essa colaboração. Seria muito divertido se tivéssemos uma tabela periódica marxista e outra neoliberal. Teríamos revoluções químicas ao invés de reações.
A conta chegará mais tarde e a realidade baterá à porta.
Parabéns a vocês da Revista Forças de Defesa que não ”passam pano” pra nenhum governo seja ele de esquerda ou direita. Não deixem de publicar essas matérias por mais que alguns não gostem.
Sério que vc acha que eles só estão fazendo isso?
C Cesar = ????????
Mig35 = Outro Nick do Kings, M A V, Mor ta dela
Isso vem desde o governo o Dilma, não começou no governo do Bonoro, a esquerda diz que o governo do Bonoro não gostei de ciência mas quando estavam no poder o Ministério da Ciencia e Tecnologia tinha uma verba rídicula, acredito que o Brasil tá melhor agora do que durante o governo PT, pois antes tudo era balcão de negócios, tinha ministro que só ficava no cargo pq conseguia votos no congresso, espero que com a reforma da previdência isso se reverta, outro fator, é que P&D poderia ser mais financiado pela iniciativa privada.
No Brasil “corta” tudo que pode ser útil ao País; mas final do ano passado dera um aumento de salário de 4 bilhões (anual) para o judiciário, político aqui tem auxílio até para papel higiênico, e ainda vem me dizer que o Brasil está quebrado….
Para se ter avanço, não basta simplesmente despejar dinheiro nesse ou aquele ministério. Tem primeiro que eliminar desperdícios e falcatruas. Só depois valerá a pena gastar mais. Do jeito que é hoje, é colocar água em balde furado. Fica vazio antes de chegar no destinatário final.
E isso é válido para todas as esferas da administração pública. Educação, saúde, segurança, etc etc.
Extinguindo a corrupção, o aparelhamento ideológico e fazendo a gestão correta de recursos, com pessoas habilitadas para tal, dificilmente não dará certo.
A mídia cobra resultados imediatos para problemas que vem se acumulando desde 1988…
Olá Alex. O problema da educação brasileira começa na colonização. Muda um pouco com a vinda da corte para o Rio de Janeiro, mas que estava focada para a educação da elite. A expansão do ensino começa nos governos militares em decorrência do êxodo rural. Quando você diz que os problemas da educação se acumulam desde a CF88 é porque foi ela que colocou a universalização do ensino como uma política de estado. Antes disso, a educação não tinha problemas porque não havia uma política de estado de universalizar o ensino. De acordo com o Censo da Educação do MEC, o Brasil tem 8,5 milhões de crianças na educação infantil, 27 milhões no ensino fundamental, 8 milhões no ensino médio e 8 milhões no ensino superior (o gargalo parece ser o acesso ao ensino médio). Para comparação, a Finlândia tem 1,2 milhões de estudantes e o Brasil teria 43 milhões. No ensino superior são 170 mil na Finlândia e 8 milhões no Brasil. O investimento na Finlândia é da ordem de E$ 2 mil, enquanto no Brasil é de R$ 2 mil.
Pois é Camargoer, mas o que será que houve com o ensino médio para que houvesse este gargalo?
O que será que falhou, na política de estado, proposta pela Constituição Cidadão de 1988?
Olá Edson. É uma excelente pergunta. Podemos levantar vária hipóteses, mas é o tipo de problema que demanda uma investigação detalhada. Onde ocorrem os gargalos? (capitais, periferia, cidades pequenas?). Meninos e meninas são afetados igualmente? A renda da família afeta isso? O nível de escolaridade dos pais afetaria positivamente os jovens a continuar no ensino médio? Tamanho da família? Se o filho mais velho ou filho mais novo? Gravidez precoce? Religião? Acho que há perguntas para várias teses de doutorado. Seria preciso uma pesquisa bem estruturada, cruzando dados do IBGE e do MEC, talvez até dados do Bolsa Familia e dados das secretarias de segurança pública para entender. Será que a política de encarceramento afeta? Quanto? É o tipo de pesquisa necessária, que custa caro, e que traria um benefício a longo prazo para o planejamento das políticas de educação para as próximas décadas. Acho que a suas pergunta foi excelente para ilustrar a importância das teses de doutorado em temas como sociologia, educação, e outras áreas das ciências humanas.
Inacreditável, não é Camargoer?
Aqui, em São Paulo o Governo Alckmin chegou a fechar escolas (prédios na verdade)! Nunca entendi como poderia ser possível isto ou se o motivo, à época alegado, era plausível.
Mas, me estranha muito não haver ao menos um estudo de caso para estes número que você apontou. Há estudo para tudo e levantamento de dados para tudo, análises primárias para tudo.
Como pode o IBGE não ter feito nenhuma “associação de dados”, para relacionar estes número.
E o MEC! Ninguém lá percebeu esta “curva distorcida”, neste tempo todo?
E as Secretarias de Educação, na elaboração dos orçamentos, não perceberam o gargalo?
Parece-me tremendamente estranho que este fato, que você aponta, tenha passado assim, despercebido, incólume.
Beira ao descaso.
Legal, já que o assunto é Ciência acho que a primeira coisa para se fazer uma análise objetiva é eliminar o próprio viés e a segunda indicadores para se ter uma noção do que aconteceu, no caso, ao longo do tempo.
A primeira pergunta é: A educação brasileira era boa antigamente? (Antes de 88). A taxa de analfabetismo nos anos 70 era de 29,8 e nos anos 2000 baixou para 13. O que significa que o sistema avançou, ainda mais se considerarmos que a partir de 88 ele passou a atender muito mais gente que atendia antes, os objetivos de tornaram maiores, mas ainda assim a taxa melhorou.
Acredito que o gargalo não está no ensino médio, ele só se torna visível nesse ponto. Já é aceito que a importância da educação infantil é imensa porque se a base (leitura e calculo) fica ruim, todo o desenvolvimento futuro é afetado. Em termos de investimento a economia já observou que o melhor retorno de investimento está na educação básica, até mesmo em pré-natal. Estamos criando crianças de forma pior e a educação apenas reflete isso, até os índices de saúde mental em crianças e adolescentes estão piorando (dados EUA). E esse não é um problema só de Brasil, mas de sistema educacional mundial, com exceção para países nórdicos e Estonia.
Só que nesses números ¨maravilhosos¨¨ que vc colocou aqui não explica que nos últimos tempos a qualidade da educação caiu muito com as escolas despejando verdadeiros analfabetos funcionais. Pois para os governos esquerdistas eram considerados alfabetizados quem conseguia escrever o nome. E os números não batem: Enquanto a taxa de analfabetismo ¨baixava para 13¨ o país também e ao mesmo tempo caminhava para a lanterna mundial de educação.
Você comparou coisas diferentes, não funciona assim. O índice que falei comparou o Brasil com ele mesmo ao longo do tempo e você está comparando o Brasil com outros países. Se o Brasil melhorou um pouco e o mundo muito mais, o que eu disse está certo mesmo que o país continue na lanterna.
Caro César. Uma coisa são os fatos, outra coisa é interpreta-los. Dados não explicam a realidade, apenas a revelam. O Brasil era um país rural no inicio do Sec XX com uma taxa de analfabetismo de 74%. O êxodo rural a partir da crise de 29 é acompanhada da oferta do ensino básico para a população. Na década de 80, a taxa de analfabetismo no Brasil era de 17%, consolidando o modelo de escola particular de excelência e a escola pública de baixa qualidade. A prioridade do MEC a partir da década de 90 foi o ensino fundamental em um contexto mundial apoiado pelo Banco Mundial para a universalização da alfabetização, por meio de metas para os países do terceiro mundo e da implementação de indicadores. Atualmente, a taxa de analfabetismo no Brasil é pouco maior que 8%. São cerca de 35 milhões de estudantes no ensino fundamental, sendo 75% em escolas públicas, 90% das quais apresentam resultados de desempenho abaixo da média. Para comparação, a taxa de analfabetismo na China é de 7% (98 milhões de pessoas), na Índia é de 34% (440 milhões de pessoas). No Brasil é de 8% (17 milhões).
Cesar. Eu costumo recomendar que meus alunos não façam juízos de valor, por exemplo, usado adjetivos. O que é “bom” para uma pessoa pode ser “ruim” para outra. Para uns é “maravilhoso” para outros “vergonhoso”. Talvez seja melhor avaliações de juízo de mérito usando substantivos.
Já sobre produção, a velocidade de aumento da produção científica brasileira é historicamente lenta desde os anos 80, especialmente se comparada com a produção mundial. Imagino que tivemos uma melhora no milagre econômico mas deve ter desabado com a crise que os militares deixaram de lembrança. Os dados apontam que ela melhorou um pouco no período FHC e no período Lula. Lamento se não bate com o que alguns gostariam. Não atirem no mensageiro, mas se quiserem atirar segue a fonte http://www.scielo.br/pdf/rae/v51n2/v51n2a07.pdf
Sabem porque os americanos tem tanta produção científica? Um dos vários motivos é o gosto deles por criar indicadores. Os americanos são geniais, adoram avaliar e mensurar, criam indicadores para tudo e isso é essencial para produção científica.
Houve gastos ruins nos anos anteriores. Eu, pessoalmente acho que o Ciência sem Fronteiras não valeu a pena. Porém, o trabalho da FINEP, CNPq, EMBRAPA (criação dos militares), FAPESP e algumas outras fundações de apoio à pesquisa foi fantástico. O problema é que pesquisa DE-MO-RA os impactos demoram muitos anos para ocorrer e mais ainda para serem observáveis. Na área de educação, por exemplo, uma das melhores pesquisa que já vi levou uns 20 anos.
O ponto é que foi criada uma estrutura para essa tímida melhora, se a estrutura for desmontada esqueça qualquer melhora.
E antes que alguém defenda o “destruir para reconstruir” lembro que o Pol Pot tentou isso no Cambodja e ficou só na primeira parte. Creio que tentaram isso na revolução cultural chinesa também, mas foi só quando eles largaram dessas coisas que o país avançou.
Olá Renato. Ontem li um relatório do Senado sobre o Ciências sem Fronteiras. Foram cerca de 75 mil bolsistas de graduação e quase 30 mil de pós-graduação. As bolsas de graduação eram de US$ 800 por mês, as de pós-graduação em média US$ 2.000. Foram investidos R$ 6,5 bilhões em bolsas e outros R$ 6 bilhões em taxas nas universidades (a maioria doa universidades estrangeiras são pagas). As bolsas de pós-graduação e pó-doutorado sempre existiram e sempre são um sucesso. Então o problema foram as bolsas de graduação. Acompanhei o desempenho de muitos alunos. Foram dadas muitas bolsas para os melhores alunos que as mereciam por mérito. Essas bolsas foram um excelente investimento. Por outro lado, como a oferta de bolsas foi muito grande, creio que muitos estudantes com desempenho acadêmico mediano foram selecionados. Eu gostaria que o programa fosse mantido, mas que funcionasse como prêmio aos estudantes de melhor desempenho. O correto teria sido avalia-lo para aprimora-lo. Encerra-lo foi um erro maior do que ter estabelecido um meta tão ousada.
Olá Renato. Você apontou coisas muito importantes. Se compararmos a educação básica hoje com a de 100 anos atrás, o Brasil passou de 80% de analfabetos para 8% sendo um dos 10 países mais populosos do mundo. De modo geral, as escolas públicas tem desempenho pior que o das escolas privadas, mas teria que levar em conta o perfil dos alunos em cada uma. Geralmente, as crianças que estão na escola privada tiveram ensino pre-escolar e são oriundas de famílias com pais com nível médio ou superior. Esse perfil parece ser a minoria dos estudantes da escola pública de ensino fundamental. Isso afeta muita coisa. Eu acredito na democracia, alguns colegas defendem a meritocracia. Mas estamos vivendo a chutocracia.
Olá Edson. Acho que se procurarmos na internet, provavelmente encontraremos vários estudos, artigo, teses e relatórios sobre a educação brasileira. Para nós que não somos especialistas, deve dar mais trabalho para ler e entender, mas tem gente muito boa trabalhando. Tenho a impressão que um dos problemas é que estamos nos tornando uma República da Chutocracia.
Vou guardar o termo Chutocracia para uso futuro. As pessoas simplesmente não conseguem perceber o próprio viés, nem desconfiam que existe.
Eu ainda tenho alguma esperança ao ver as ilhas de excelência na escola pública, os casos isolados que funcionam muito bem mesmo com pouca grana. Se o sistema fosse totalmente inútil nenhuma escola prestaria. A beleza dos indicadores (e do método científico) é que essas ilhas só ficam visíveis porque existem esses indicadores.
Em termos de gente boa, o trabalho do INEP no IDEB (educação básica) e ENEM são uma mão na roda, justamente pela coleta de dados e criação de indicadores, ainda que em alguns casos seja muito mal usado. Como os criticados rankings de escolas baseados no ENEM.
Enfim, é impossível pensar em política pública para qualquer coisa sem a criação de indicadores confiáveis.
Cuidado! Falar a verdade pode causar ataque de pânico em alguns vermelhinhos do blog….
Mais uma direto da “Alemanha” …
O Forte aderiu ao movimento midiático contra o atual Presidente.
Que decadência hein editores?!
Tenho percebido isso faz um bom tempo ja. Oque tem salvado aqui sao alguns comentaristas, as aulas do Bosco e do Colombeli por exemplo. haha
Também percebi isso, infelizmente. O que parecia sem ideologia alguma, agora as matérias são totalmente direcionadas contra o atual governo. Que decadência.
Atual presidente? Antes fosse isso mesmo. A educação e a ciência vem sendo dilapidada governo após governo.
Agora questionar o “sagrado” líder virou decadência? Ele é presidente, não é rei. Bem vindo à democracia.
Esse suposto Cortes são aqueles sobre bolsas de Mestrados e Doutorado,usados por uma minoria da População,Mais pago por toda a Sociedade,para dar Bolsas a pessoas Ricas!!!!
Quando citou nomes… parei de ler… é ridiculo!
Façam uma matéria mostrando o retorno real desses investimentos!!!
Deixando de lado essa discussão inútil de Esquerda X Direita / Lula X Bolsonaro:
Minha mãe é professora a 30 anos. Sempre estudei em escola pública. Recentemente comecei a cursar Design Grafico. Chuto, por auto, que 40% da minha sala só lê um livro se for pra passar na prova, e mesmo assim só lê o resumo na Wikipedia. Me formei no segundo grau quando morava no interior da Bahia, e arrisco a dizer que 70% dos meus colegas na época mal sabiam escrever o próprio nome, que dirá ler ou interpretar um texto.
Moral da história: o Brasil pode gastar 70% do seu PIB em ciência e tecnologia, que não adiantará NADA, enquanto milhões de alunos saem, todos os anos, do fundamental para o ensino médio, do médio para a faculdade, sem saber NADA. Sem saber o básico, ser saber ler direito, sem saber interpretar um texto.
Somos uma nação de analfabetos funcionais, essa é a verdade. Como o Brasil espera competir com o mundo desse jeito?
E eu nem falei sobre a quantidade de colegas que eu tive que simplesmente abandoram a escola.
Caro Wilber. Segundo o IBGE, a chance de um jovem entrar na Universidade é 75% se tiver pais com nível superior completo, mas apenas 4% se tiver pais com nível fundamental incompleto. Isso mostra a importância do ambiente familiar na primeira infância da criança. Parabéns pelo seu sucesso. Imagino como foi difícil. Sobre os gastos de Ciência/Tecnologia x Educação Básica, eles são complementares, nunca excludentes. O sistema de C&T brasileiro foi construído por gerações, a partir do fim da II Guerra. Já a prioridade do sistema de educação fundamental era a ampliação, que atualmente teria a capacidade de absorver 100% das crianças em idade escolar (algo que só foi conseguido na virada do século). O desafio educacional agora seria melhorar a qualidade, incluindo o envolvimento das famílias com a escola.
Prezado,
Sobre sua última frase,e usando novamente minha experiência em escola pública e de minha mãe:
Você tocou num ponto importante: simplesmente NÃO HÁ uma cultura voltada para a importância da escola e dos estudos. A grande maioria dos meus colegas tinham pais que NUNCA se interessaram pelo quê seus filhos aprendiam nas aulas, quem eram seus professores, incentivá-los a ler, etc. Na verdade, quase todos eles nem se preocupavam se seus filhos estavam ou não indo pra escola.
Nesse sentido, eu nascí numa família privilegiada, pois minha mãe era muito presente na minha vida escolar e de minha irmã, indo em reuniões escolares, acompanhando os deveres escolares e, principamente, e incentivado a ler. Mas sei que sou uma minoria, a grande maioria das famíias não tem isso.
O governo tem culpa no atual estado de nossa educação? Sim, sem dúvida. Mas a sociedade como um todo tambem tem.
Olá Wilber. Sim, acho que praticamente todos aqui na trilogia tiveram essa sorte de uma família presente. Acho que dá para fazer um paralelo com o hábito de comer alface. Se os pais comem salada, as crianças também o farão de modo natural. Se os pais têm o hábito da leitura, da conversa estimulante, estando presente no período de aprendizado da criança, as chances dessa criança adquirir esses hábitos é grande. A formação de uma criança e adolescente deve ter o apoio e incentivo da família, da existência de uma escola atrativa, bem conservada e com professores bem treinados e reconhecidos. Se a criança/adolescente ainda viver em uma boa comunidade, com um bom circulo de amigos e oportunidades, tudo conspira para o sucesso. Claro que isso é apenas um dado estatístico. Algumas conseguirão superar as dificuldades com muito esforço individual e outros terão dificuldade mesmo tendo todo o apoio. Mas para uns será mais fácil do que para outros.
Olá, Camargoer. Tenho 22 anos como professor da Educação Básica e é claro, límpido, a diferença entre alunos acompanhados pelos pais e aqueles sem! Tanto no Fundamental quanto no Ensino Médio. A qualidade é o grande desafio! Como bem disse, atingimos quase 100% de matriculas de crianças em idade escolar, mas precisamos melhorar muito a qualidade e isso significa sim maiores e melhores investimentos, ainda mais com a nova BNCC.
…
É impressionante os cortes feitos no financiamento das universidade públicas, onde se concentra o maior volume da pesquisa no país. Lembro que qdo fui defender a dissertação eu só pude convidar pra banca professores do próprio estado, porque o programa nao tinha verba pra pagar passagem aérea! Mesmo assim a bolsa Capes que recebia era uns 30% maior que meu salário como professor da rede estadual (ganhava r$ 880,00, enquanto a bolsa era de r$ 1250,00, pois tinha sido reajustada pelo governo Lula….e ainda botam no mesmo balaio do “funcionalismo público”, causador do “rombo na previdência”, professor e alto funcionário do legislativo ou judiciário). O professor é uma engrenagem fundamental no processo de desenvolvimento de C&T. Enquanto nao entenderem q ele tem q ser bem remunerado, bem formado e com boas condições de trabalho, vai ser disso aí pra pior! O x é que pra reverter o estrago sao duas ou mais gerações!
Olá Luciano. Acho uma pena que a maior parte do debate é feito considerando que existe uma solução fácil e rápida. O problema da educação é complexo, demanda tempo, recursos e muito esforço. No fim, preciso concordar com Darcy Ribeiro que o fracasso da educação brasileira é um projeto.
Muito triste isso…tantos jovens desperdiçados…tantos sonhos frustrados….
Olá Amigo. Nessa toada, vamos todos de WellbutrinXL. Tem um filme da década de 70 “Invasores de Corpos” sobre uma contaminação alienígena que replica as pessoas como seres desumanizados. Aqueles que ainda mantém a consciência têm a opção de desistir e se deixar contaminar ou insistir na fuga sabendo que não há qualquer esperança. Era uma grande crítica ao período macarthista. Acho que por isso gostei tanto do filme “Trumbo: a lista negra”.
Trabalhei com escolas no ano passado, realmente há casos luminosos e outros depressivos. Sobre filmes, um que acho que começou como comédia e está virando documentário se chama “Idiocracia”.
Olá Renato. Idiocracia é muito legal mesmo. Tem um documentário chamados “Para o dia nascer feliz” no qual são comparadas uma escola rural, uma pública de periferia e uma particular caríssima. Eu também estou impressionado com “O conto da Aia”.
Um dos grandes problemas da expansão do sistema educacional brasileiro foi que ele cresceu muito, mas rápido demais. O preço foi pago em qualidade. Por um lado conseguimos ter escolas de qualidade britânica no sertão nordestino ao mesmo tempo que fomos obrigados a criar uma categoria chamada analfabetismo funcional.
Tem uma série que eu gosto muito sobre o assunto em https://rzeidan.com/2016/03/02/tudo-que-voce-sabia-sobre-educacao-no-brasil-esta-errado-parte-i/
reparem no sugestivo nome do artigo. Luciano, creio que você vai gostar da parte sobre a real importância da educação básica.
Olá Renato. Eu concordo com essa ideia que o investimento para montar o sistema de ensino do tamanho necessário para a população brasileira afetou a qualidade do ensino. Talvez seja necessário investir no ensino infantil e na qualidade do ensino fundamental, sem perder de vista o ensino médio, superior e a pósgraduação. È um desafio enorme.
Além do aumento do tamanho houve outra mudança que complicou tudo, a idéia da escola ser inclusiva. Antes era muito mais fácil: bastava expulsar quem desse trabalho ou reprovasse mais de uma vez. A escola de hoje tem muitos problemas, mas também é uma aposta muito mais alta.
E outro problema é que, tanto em C&T como Educação, demoram e o povo pensa em ciclos de 4 anos.
Olá Renata. Você tem razão. A ideia de escola inclusiva é muito legal e acredito que o caminho seja este. Contudo, fica mais difícil mesmo. O outro modelo baseado é fácil faz um problema que na entrada era de educação se transforma na saída em um problema de segurança pública.
https://www.cartacapital.com.br/author/deutsche-welle/…não precisa dizer mais nada…
Aí está, preto no branco a tecla que venho batendo aqui há tempos.
Enquanto continuar com essa ação danosa de “compra de tecnologias” se é que isso existe, a tendência será piorar.
Sinceramente…nao esperava continuidade de cortes drásticos nestas áreas. Apesar de que, me corrijam se estiver errado, trata-se de orçamento realizado ainda na gestão de governo anterior.. mas acreditava que o governo eleito não fosse permitir a continuidade das tesouradas como vinham ocorrendo e iria intervir…ai quase cai para trás ao ver corte de cerca de 5 bi na área de defesa…sempre uma das mais afetadas….nada mudou…e os generais continuam dizendo amém…
Não se desmonta o que praticamente não existe…
O setor de pesquisa no Brasil é pífio e para complicar ainda mais o esquerdismo universitário leva para ainda mais longe das empresas, o resultado destas pesquisas.
Hoje gastam muito em pesquisas que não levam a lugar nenhum na área de humanas. Na prática serão materiais que somente serão utilizados dentro do ambiente universitário “lacrador”, sem qualquer benefício ao país ou mesmo as instituições de ensino.
Caro Rodrigo. Comentei em outros momentos que há uma distinção entre pesquisa básica e pesquisa aplicada. Uma foca na descoberta do desconhecido, a outra foca no aplicação do que foi descoberto. Por isso são complementares. Não há como fazer pesquisa aplicada sobre o que ainda não é conhecido e muito menos é possível avaliar o benefício que uma descoberta irá gerar. A pesquisa básica é feita na universidade devido os altos custos da infraestrutura enquanto que a pesquisa aplicada é feita em parceria com o setor produtivo. Quando são avaliados os ganhos obtidos por patentes, mais de 90% delas não geram lucros enquanto a menor parte gera recursos suficientes para custear todas as outras. Além do conhecimento, a pesquisa fundamental é o ambiente de treinamento e formação de recursos humanos. Estimo que um doutor custe algo entre R$1 milhão e R$ 1,5 milhão, e cerca de 20 anos de treinamento.
Uma das metáforas usadas para a descrever a área de C&T que eu gostei é a idéia de ecossistema. É preciso criar cadeias onde institutos colaboram entre si ao mesmo tempo em que projetos concorrem por recursos via editais. Um ambiente em que se faça pesquisa, se aplique pesquisa para desenvolver tecnologia e seja feita a adoção de tecnologias pelo setor produtivo para que se tornem inovação. Pesquisa é caro e demorado, para se descobrir coisas que dão certo, é preciso passar por várias que dão errado. O problema é que no Brasil as pessoas querem ciência que bata com o que elas acreditam e não é desse jeito que a coisa funciona. É preciso diversidade, especialmente de visões de mundo.
O governo Bolsonaro?? Pequenos exemplos: No governo de quem queimaram a estação antártica, explodiram o VLS, quilombolas ameaçando Alcântara, que governos vem contingenciando o Sub Nuc, quem sempre trabalhou contra a industria bélica?
Ah, Deutsche Welle, então tá explicado.
Este blog virou um aparelho de matérias esquerdistas, a eleição já acabou senhores
“A ciência brasileira se encontra num momento crítico. O último corte de recursos anunciado pelo governo de Jair Bolsonaro agravou drasticamente uma situação que, há anos, já era tida como crítica.” Os políticoa anteriores erraram e Bolsonaro repeti o erro…
Lucas Silva, o governo começou agora mesmo, você acha que iriam continuar despejando recursos sem fazer um pente fino antes? Esses cortes foram para reavaliar a necessidade de recursos… caso você esteja vivendo fora do país nos últimos 14 anos talvez você não saiba que o sistema estava todo aparelhado, com muito desvio de dinheiro e contratos fraudulentos…
É necessário sim um corte, deixando recursos somente para manter o básico rodando, até que se tenha conhecimento total do que estava sendo feito…
As boquinhas acabaram, chega de mamata com dinheiro público.
Alex você está errado. Acho que você não é um dos que ganha dinheiro do governo para defendelo cegamente então pense mais. Pente fino não requer nenhuma diminuição de orçamento. Caso você esteja fora do planeta terra nos últimos 2 mil anos, não é necessário nenhum corte, pelo contrário.
E isso não tem nada haver com cargos de “cabide”.
Claro que isso é óbvio, caso não defenda Bolsonaro com paixão cega, ou por receber dinheiro de alguma forma.
Lucas Silva, desculpa se te fiz sentir-se ofendido de alguma forma, eu fiz um post mais abaixo tentando explicar meu ponto de vista.
Não, eu não recebo dinheiro para defender o atual governo, eu o faço gratuitamente por que sinto que é necessário, diante de muitas mentiras e más intenções que são despejadas principalmente pela mídia e oposição.
Pela primeira vez vejo que o país tem um governo de FATO e não posso deixar passar a oportunidade de ajudar a fazer dar certo.
Acredito que para grandes conquistas são necessários sacrifícios, sendo assim ajudo no que posso e meu pagamento, além da satisfação pessoal é a melhora do país como um todo.
Na verdade não me senti ofendido, porém lendo seus comentários percebi que tu não costuma tratar com educação os outros do forum, então não merece tratamento educado. Porém isso não tem nada haver com você estar errado e eu certo. É apenas uma observação. Infelizmente não acredito nas suas palavras, visto que Bolsonaro, sabemos fez uma campanha extremamente mentirosa que supera até a de governos passados como de Lula e do Temer. Os defensores do Bolsonaro, infelizmente, mesmo que sinceros, estão afiliados a um grupo extremista que não respeita a verdade, então não posso acreditar em prima face no que falas. Se não entende oque escrevo, imagine alguém que comente “Lula livre” e fala que Lula é inocente, essa pessoa eu também não acredito, também é um extremista ligado a grupo que não respeita a verdade. Lulistas e Bolsomaristas que não querem a verdade, querem defender o que se apaixonaram, tu é um Bolsonarista apoixonado, infelizmente os colegas estão motando que você é mais um iludido ou pago, vai saber se você não tem um CC ?
“Nunca vi cortes da magnitude dos que foram decretados recentemente. São cortes extremamente pesados e, se não forem revertidos, destruirão a ciência brasileira. Esses cortes representam um ataque sério ao desenvolvimento e à própria soberania nacional”
Bolsonaro está cometendo um erro grave.
Lucas Silva, o único erro grave é você não se por a par da situação que estava vigente no país nos últimos 14 anos de governo.
Alex, acrediro que você deva estar desinformado. Desde o governo Dilma, Os cortes estao sendo constantes , tanto que mensalmente, se acompanhar aparecem notícias sobre pesquisar cientificas feitas por universitarios que estão quase paralisadas justamente por falta de recursos. Em fevereiro desta ano mesmo, lembro de ter visto uma entrevista sobre um estudo sobre o Zicavirus que somente estava sendo bancado pelo dinheiro que os alunos conseguiam arrecadar em campanhas e pedindo doações.
Cortar dinheiro de bolsas de estudo e parcerias com governos europeus não me parece uma idéia sabia para um pente fino. Se quer fazer um pente fino, você avalia quem esta indo fazer estes cursos e graduações, mas não corta o dinheiro. Este continua disponivel, a diferença é que o filtro de quem twm direito a vaga melhora. Isso sim é pente fino.
Você faz pente fino em pesquisa, acompanhando seus resultados, mas não cortando seus recursos, até porque sem recursos nao ha pesquisa, e vale lembrar que a pesquisa é uma faca de dois gumes, pode apresentar um resultado eficas, ou nao dar em nada. Mas isso nao quer dizer que foi dinheiro perdido.
Se for seguir pela sua linha de raciocínio simplista, então vamos fechar todos os centros de pesquisa que existem no país. Vamos paralisar tudo e fazer um pente fino. Vamos paralizar o Butantã, o INPE, a EMBRAPA, o EMATER, a LACTEC, vamos abandonar todas as cooperações científicas mundiais, o ITA, vamos parar de investir na pesquisa do reator nuclear, não vamos mais investir dinheiro publico em.pesquisas de equipamentos militares, vamos cortar o financiamento via BNDS de empresas de tecnologias novas e em desenvolvimento.
Vamos paralisar o atendimento do SUS, vamos fechar todas as escolas e universidades. Vamos parar todos os órgãos publicos. Vamos dispensar os policiais e militares. Vamos fechar os portos e aeroportos.
Ou seja, vamos parar o país e fazer um pente fino. dai depois a gente vê oque pode voltar a funcionar. Pois se é para fazer um pente fino, cortando as verbas primeiro, entao nada nesse país deve funcionar.
Paralisar o que… leia atentamente meus comentários anteriores…
Os recursos liberados são para manter o necessário funcionando até que se tenha total conhecimento do que estava sendo feito no governo anterior…
Você achou mesmo que o dinheiro iria continuar jorrando sem que nada fosse revisto?
Exemplo de um caso de uso indevido de recursos, procure saber sobre a “Cripto moeda” indígena que iria custar somente R$44 milhões de reais para os cofres públicos e já foi muito bem cancelado.
Caro Alex. Os recursos para pesquisa são aprovados após avaliação do projeto de pesquisa avaliado por dois ou mais especialistas que apontam os méritos ou deficiências. Após isso, um Comitê do CNPq avalia as recomendações antes de aprovar a liberação dos recursos. Normalmente, apenas 10% ou menos das propostas apresentadas são aprovadas. Os projetos são de 3 anos, com apresentação de relatório anual e da prestação de contas por meio de notas fiscais e recibos. Caso ocorra algum problema, o pesquisador responsável é cobrado judicialmente. Cada projeto varia entre R$ 30 mil e R$ 200 mil. Os pagamentos são feitos exclusivamente por meio de um cartão usado no caixa eletrônico do Banco do Brasil apenas para transferência eletrônica. Não há movimentação de dinheiro e todas os pagamentos são registrados eletronicamente. Esses recursos são usados para adquirir material de consumo. A aquisição de grandes equipamentos é feito por propostas das reitorias para os editais da FINEP (ProEquipamentos) também por meio de análise de projetos. Construção de prédios também é por meio da FINEP (ProInfra) submetidos pelas reitorias. As bolsas de estudo de mestrado e doutorado são pagas diretamente pelo CNPq ou CAPES ao bolsista matriculado em um programa de pósgraduação que também é responsável pelo processo de seleção. Atualmente, os recursos estão abaixo do limite para funcionamento ao ponto de não haver como fazer a manutenção de equipamentos.
Impressionante como negativam informações técnicas e factuais, explicadas de maneira clara e com enorme paciência como você faz!
Meu amigo, você é um ídolo! Sinceramente, eu não tenho 10% da sua disposição para pregar pra tantos convertidos que não fazem a menor questão de ter uma mínima visão crítica. Sinceros parabéns!
Olá GDC. Gostar/Não gostar é uma ação emocional. Não precisa ser justificada (deveria ser um verbo intransitivo). Concordar/Discordar já demanda uma opinião (que estar certa ou errada). É uma ação comparativa. Mudar de opinião é muito mais difícil do que aprender algo novo.
Pois, realmente, vc é professor!Rs Eu desisti faz tempo! Parabéns!
Você me ajuda, eu o ajudo. Fica mais fácil. Daqui a pouco amanhece. Talvez a gente perceba que só era sombra e barulho. Combinado?
Olá Camargoer, como o colega GFC_RJ disse, agradeço a sua boa vontade de sempre explicar de modo técnico como as coisas funcionam, ao menos no papel.
Pode ter certeza de que tenho grande apreço por isso.
Reitero que não estou generalizando as pessoas em minha opinião, apenas tentando explicar meu ponto de vista sobre a questão, que aparentemente não consegui fazer a todos entender nos posts anteriores.
Para mim, cidadão médio que não é do meio acadêmico, a percepção sobre o sistema de incentivo a inovação e P&D é de um sistema altamente burocratizado, que apesar de possuir canais de “transparência”, ainda assim não é para leigos, o que resume o acompanhamento e entendimento das informações apenas a uma estrita parcela da população.
Desse modo, conhecendo o “sistema”, eu não me surpreenderia caso uma auditoria encontrasse projetos suspeitos* aprovados, não estou dizendo que o sistema seja ruim, apenas que possa ter falhas, essa é uma visão minha, pois eu sempre tenho um pé atrás em qualquer assunto relacionado a sistemas de financiamento advindos de qualquer esfera do governo, onde muitas vezes fazer/favorecer parte de um grupo/órgão (panela), defender uma linha de pensamento ou mesmo ser um “apadrinhado”, acaba favorecendo e muito quem está pleiteando o financiamento.
*Suspeitos no sentido de que sua aprovação foi facilitada/favorecida em algum momento por algum motivo específico que não seja necessariamente o dos benefícios da pesquisa em si.
Conclusão:
Não estou sendo contra o incentivo à pesquisa e desenvolvimento e não estou sendo contra financiamentos advindos de qualquer esfera do governo, estou apenas defendendo que sejam feitas auditorias e análises do que estava sendo feito nos governos anteriores e verificar se o que estava sendo feito realmente estava servindo ao verdadeiro propósito a que é destinado.
Eu entendo que um corte de recursos agora pode significar atrasos e perdas, algumas até irreparáveis, mas isso ao meu ver pode ser considerado um reflexo das escolhas políticas que estavam sendo feitas de um modo geral no país, que por serem escusas acabaram contaminando o “sistema” como um todo, o que levou a necessidade de se fazer cortes e auditorias até que se tenha uma noção exata do que está(va) acontecendo, o que invariavelmente não deixa de ser um retrocesso, porem necessário.
Vejo que se existe motivo para culpar alguém, esse culpado de fato não é o atual governo, como muitos querem fazer parecer, pois este está a pouco mais de 100 dias em atividade e sim o(s) governos anteriores que com suas práticas antiéticas trouxeram no mínimo muita desconfiança ao menos para mim e uma parcela da população que hoje é considerada “convertida” ou qualquer outro adjetivo pejorativo.
Enfim, estando tudo correto, libera-se os montantes necessários e caso se faça necessário, melhora-se os processos de financiamento, que ao meu entender, assim como muitas outras coisas nesse país, precisa ser muito menos burocrático.
Caro Alex. O sistema de financiamento à pesquisa é bastante burocrático para evitar favorecimentos. A submissão de projetos é feita eletronicamente e os resultados divulgados na página do CNPq. Os projetos são auditados por amostragem porque são milhares e a maioria de baixo valor. O CNPq distribui cerca de R$ 300 milhões por ano para pesquisa (um valor irrisório) e cerca de R$ 1 bilhão em bolsas de estudo (para cerca de 80 mil pesquisadores e estudantes de pós-graduação). A maioria dos problemas encontrados pelas auditorias são erros de prestação de contas. Acho que ninguém pode afirmar que não possa ocorrer desvios, o problema é que o custo de paralisar as pesquisas são muito maiores que se 100% do orçamento do CNPq fosse desviado. Paralisar uma pesquisa por alguns meses significa perder tudo o que foi feito.
Se alguém acha que o capitalismo é concorrido nunca viu como é a concorrência por um edital de projeto.
E se acha que a burocracia é assustadora nunca teve que fazer prestação de contas de projeto.
??? Se é só afirma “você não se por a par da situação que estava vigente no país nos últimos 14 anos de governo.”. Digo o mesmo sobre você Alex Nogueira, é um erro grave seu não se por a par da situação que estava vigente no país nos últimos 14 anos de governo… Até mais, pelos teus comentários tu te quem que se por a par de muitos mais anos de governo e administração pública, no Brasil e no mundo. Estudar sempre é bom.
“Estudar sempre é bom” rsrsrs pois é, deviam ter falado isso para um certo ex-presidente que foi eleito por dois mandatos e que se orgulhava de ser analfabeto funcional e nunca ter lido um livro (a cartilha não conta).
Graças a ele e sua trupe é que hoje temos que desconfiar até da sombra.
*Lucas, não sei de qual classe social você faz parte, mas eu sei que a minha não nadou de braçada em recursos públicos.
Caro Alex. É muito comum que aqueles que vieram jovens para as grandes capitais nas décadas de 50/60/70 tenham baixo nível de escolaridade e tenham se dedicado para que seus filhos tivessem uma educação melhor. É a história de toda família de imigrantes e migrantes. Provavelmente é a história da maioria dos colegas aqui do blog, que tiveram a chance de estudar devido o esforço dos pais que trocaram a própria educação pela educação dos filhos. É preciso algum cuidado para não transformar a divergência política em algo desnecessariamente ofensivo ou agressivo.
Caro Camargoer, pode ter certeza de que não é uma reação por divergência política e pode ter certeza de que essa história é a minha própria e de minha família.
*Quanto a cartilha que eu mencionei, é em referência a de um certo regime político que se representa pela cor vermelha e não a de estudo a qual eu usei muito para me alfabetizar nos anos iniciais do ensino infantil e fundamental.
*Tenho total respeito por quem não teve as mesmas oportunidades de estudo mínimas que eu tive, até porque muitos dos meus entes mais queridos são dessa geração que você citou, mas não me orgulho de ter tido um presidente que se orgulha de ser analfabeto, como ele mesmo diz.
Caro Alex. Tenho certeza que sua crítica era de ordem política, assim como tenho certeza que você sabe que nem sempre é uma questão de querer ou não estudar. Acho que a maioria dos adultos que não tiveram a chance de terminar o ensino fundamental ou médio conseguiu se realizar pelo sucesso dos seus filhos e filhas. Tenho uma grande estima pelo debate que mantemos. Tem momentos que é preciso parar para pensar mesmo.
🙂
Pois é! Meus pais não precisaram trocar não.
Quando vieram do interior de São Paulo (década de 1950) para o ABC Paulista, estudaram sim. Possibilitaram a mim estudar também. Assim foi com meus tios, tias e até uma avó. Graças a programas como o MOBRAL, Supletivo Ginasial e Supletivo Colegial; todos conseguiram graduação superior, exceto minha avó que contentou-se com o “diploma do colégio”.
Mas, o fator que permitiu obter sucesso no ensino, foi a possibilidade de trabalho continuado, que eles tiveram.
Ver o Alex defender o corte em Ciência revela um pouco do por que o Brasil estar tão mal. O pior são suas justificativas, as quais em geral são apontamentos de que governos passados também fizeram esses cortes… Como se isso, esses erros do passado, legitimassem o cometimewnto novamente desses erros… Além de não justificar ele tenta deslegitimar a fala dos outros. Então vou me rebaixar ao nível dele, dessa vez ao menos, e afirmar coisas sobre ele, a primeira é que ele está tão apaixonado pelo Bolsonaro, que não consegue ver erros, tanto que aponta algo ruim no governo passado que é igual ao atual e não percebe que deve ser contra. Pior, defenbde.
Olá Lucas, em nenhum momento disse que o corte é justificável porque outros governos também o fizeram, eu justifico o corte, mantendo somente recursos essenciais para dar continuidade ao que é critico, afim de poder fazer uma auditoria no que vinha sendo feito.
Não sei se você não sabe interpretar textos corretamente ou se é pura má fé, mas fique tranquilo, o novo governo está ai para ser provado, em breve saberemos se foi ou não uma boa escolha, no mais, daqui a quatro anos teremos novas eleições e se não der certo, outros terão sua chance.
C&T deveria ser protegida pela Constituição, como é são a saúde e a educação, com um valor minimo obrigatório dos recursos da União destinado. Mas vendo que a tendencia no Governo e do Congresso é mais de tirar essa proteção não há esperança para o Brasil. Tudo fruto de uma ideologia burra de um “Estado Mínimo” que define investimentos em setores fundamentais como gastos a serem cortados e prioriza mamatas do alto escalão do funcionalismo público (judiciário principalmente); de oligarquias políticas corruptas (no poder a gerações); de um alto empresariado ineficiente (acomodado com benefícios fiscais, REFIS de perder de vista e financiamentos públicos generosíssimos) e claro do maldito mercado financeiro (bancos que sugam recursos do setor público e privado engessando a economia real!) a serem preservados a todo custo.
A cada novo governo que chega e passa, ficamos cada vez mais para tras. Ja fomos lideres em tecnologia do alcool como combustivel, hoje importamos tecnologia. Temos o maior banco natural em biodiversidade do mundo, mas quase todas as patentes de medicamentos e outro oriundos de plantas da Amazonia pertencem organizações em paises europeus ou EUA, pois 3stes simplesmente fizeram oque os nossos corruptos e burocraticos governos não quiseram fazer.
Novamente, Bolsonaro descumpre uma promessa de campanha. Durante a campanha, pregava o investimento em educação e pesquisa, mas na prática faz exatamente mais dos mesmos que foram seus antecessores. Se continuarmos assim, logo seremos meros exportadores de produtos in natura, e mais nada. Precisaremos importar tudo que precisar de tecnologia.
Nosso pais não tem solução. Enquanto o povo votar pela ideologia politica, pelo ufanismo e pelo radicalismo, não importa se é de esquerda ou direita, se foi corrupto ou não, seremos para sempre um país atrasado.
O mercado financeiro internacional ja sinaliza no medio prazo uma grande crise economica de nivel mundial. Ja se fala em recessão nos EUA e Europa. A fase da bonança esta chegando ao fim, e governos serios de verdade no mundo estão investindo em suas economias e desenvolvimento tecnologico, justamente se preparando para tentarem não sofrer tanto quando este ocorrer. Ja nós, ficamos sentados em berco explendido, esperando que um milagre do seu aconteca e de geito no país, sem precisar cortar nada de ninguém (ninguem nesse país esta disposto a pagar a conta agora agora de no futuro ter um pais melhor).
Parabens ao povo brasileiro, ao seus politicos de antes e de agora…….mas na hora que a bolha a qual os economistas ja estão alertando estourar, nao adianta reclamar de que não há comida na mesa, de que o remedio importado esta caro, que a gasolina e o diesel estao caros, que não há emprego……Colheremos aquilo que plantamos…..e nos ultimos 20 anos plantamos sempre mais do mesmo……
Até agora foram pouco mais de 100 dias de novo governo, tenha paciência jovem gafanhoto.
Olá Colega. “Jovem gafanhoto”.. acho que pouca gente sabe o que é isso. Lembrei do “muito bem flipper”.
Temos que analisar os governos com cuidado, pois governo que reduz inventimento em ciência e educação, pode estar tentando baixar o nível de conhecimento do país para ceder a interesses de outros países ou de empresas, e diminuir o conhecimento das pessoas, para melhor manipular a massa. O atual governo vai além, quer mudar diverços pontos da educação brasileira… Está parecendo que o governo Bolsonaro vai tentar implementar doutrinação de direita e ou extrema direita no estilo pós-verdade. Já temos exemplos claros: terra plana, anti-vacina, anti-aquecimento global, nazismo de esquerda, ideologia de genero, cigaroo não faz mal, etc… Temos que ficar atentos e lutar pela verdade e pelo conhecimento.
Para os que não conhecem as táticas básicas dos “vermelhos” aqui vai as principais, para que todos estejam cientes de como é o modus operandi do regime:
1.Corrompa a juventude e dê-lhe liberdade sexual;
2.Infiltre e depois controle todos os veículos de comunicação de massa;
3.Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os a discussões sobre assuntos sociais;
4.Fale sempre sobre Democracia e em Estado de Direito, mas, tão logo haja oportunidade, assuma o Poder sem nenhum escrúpulo;
5.Colabore para o esbanjamento do dinheiro público;
6.Coloque em descrédito a imagem do País, especialmente no exterior e provoque o pânico e o desassossego na população por meio da inflação;
7.Promova greves, mesmo ilegais, nas indústrias vitais do País;
8.Promova distúrbios e contribua para que as autoridades constituídas não as coíbam;
9.Contribua para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da crença nas promessas dos governantes. Nossos parlamentares infiltrados nos partidos democráticos devem acusar os não-co..mu..nis..tas, obrigando-os, sem pena de expô-los ao ridículo, a votar somente no que for de interesse da causa socialista;
10.Procure catalogar todos aqueles que possuam armas de fogo, para que elas sejam confiscadas no momento oportuno, tornando impossível qualquer resistência à causa.
Fica ao critério de cada um ler interpretar e tirar alguma conclusão.
Olá Alex. Recomendo o livro da Naomi Klein sobre a “Teoria do Choque”. A edição em português está esgotada mas tem um bom documentário no YouTube. Acho que vale a penas comparar sua lista com a estratégia delineada por Gene Sharp para as “primaveras”. Também seria legal colocar a descrição de Chomsky sobre o controle da mídia. Ambos são de esquerda e fazem uma excelente crítica dos métodos da direita não democrática. Creio que o ponto em comum é que a democracia é um obstáculo para os regimes de direita e de esquerda que buscam firmar uma ditadura.
acho um absurdo o governo querer mudar DIVERÇOS pontos da educação brasileira…
E alguém lembra da montanha de dinheiro jogada fora na época do “Ciência sem fronteiras”, quando mandávamos para o exterior estudantes semianalfabetos que sequer sabiam falar “The book is on the table”, sendo que a maioria deles ao invés de estar na sala de aula batia ponto era no DCE?
Eu sou cético em relação ao Ciência sem Fronteiras. Porém, mais acima o Camargoer falou um pouco sobre como o programa poderia ter sido melhorado. Poderia ser mais meritocrático ou pelo menos mais criterioso, na seleção havia meios para fazer isso. Porém o programa foi cancelado e não sei se foi feita uma análise de impacto, que leva anos para ser feita.
Olá Renato. O CSF teve problemas e méritos. Ele unificou os programas de bolsas de estudo do governo federal, desde a graduação, pósgraduação e pósdoutorado. O seu maior problema foram as bolsas para a graduação que faltou critério. Um contraponto interessante são as bolsas de estudo da FAPESP. Em 2017, a FAPESP aprovou cerca de 6.500 novas bolsas que representou um investimento de R$ 458 milhões. Para comparar, a FAPESP aprovou 145 mil bolsas desde 1962, enquanto o CSF foram 100 mil bolsas em 5 anos, ou uma média de R$ 1 bilhão por ano (R$ 2 bilhões incluindo os custos das taxas escolares). Quando são comparados os dados da FAPESP com o CSF, é possível perceber que os valores foram proporcionais ao tamanho do programa. Por outro lado, a FAPESP tem um processo rigoroso de seleção para conceder uma bolsa, exatamente o ponto fraco do CSF. Outra diferença entre os dois programas, é que a FAPESP concede bolsas de pequisa e o CSF concedeu bolsas para os estudantes de graduação cursarem disciplinas no exterior. Talvez encerrar o programa sem avalia-lo e revisa-lo tenha sido um erro maior do que foi suas metas ambiciosas e processos de seleção.
Nas últimas décadas a tecnologia no Brasil foi tratada como coisa de terceira , coisa sem interesse , desprezível , etc . Um exemplo e´é o nosso desenvolvimento espacial , íamos bem , depois , foram tirando verbas, e no final do governo FHC , a coisa estava crítica . FHC veio com um acordo com os EUA vergonhoso , depois dele a coisa estagnou de vez a quase 20 anos ; hoje o nosso programa espacial é a locação da Base de Alcântara , fora disso NIENTE . Esta base é decantada como estratégica , a melhor do mundo etc , mas onde esta o projeto de um Lançador de satélites brasileiro ? Aqui ao lado a Argentina , sem Base ** ESTRATÉGICA ** , com a sua localizada em PUNTA ÍNDIO , lá no sul , quase Patagônia , desenvolveu seu lançador e caminha para superá-lo , e nós aqui pedindo que os americanos nos aluguem a base por favor , e sempre tem uma bela desculpa , que estamos em conversa com outros países , mas estes outros países são apenas uma forma de desculpa para quem acredita em Papai Noel , Mula Sem Cabeça , etc . Coitado do Brasil , de País do Futuro a País Sem futuro .A muitos anos defendo uma Agência Espacial Latino Americana , começando com uma costura com a Argentina , conheço a capacidade dos Cientistas e Engenheiros argentinos , mais Peru , Colômbia , etc e trazendo o México também , para amarrarmos o projeto evitando boicote dos EUA , um Acordo com a Rússia , em caso de boicote , os russos independem de qualquer coisa americana .
Um exemplo : Por hipótese , sem fôssemos um país sério e se a 20 anos não tivéssemos feito nada no campo espacial , e então começado do nada , hoje estaríamos décadas a frente de que estamos , realmente somos uma País da Conversa Fiada , Mentira , Sem Projetos , SEM FUTURO . O que conseguimos até a data de hoje , se deve ao povo , as nossas dimensões , cultura , população , etc , desde 1889 os golpistas da republica , liderados pelo exercito , escravagistas , sonegadores , etc, criaram uma Republiqueta de Castas Corporativistas , que não se interessa pela Nação ,estas castas prezam apenas por suas Benesses , Vantagens e suas Vidas Nababescas as custas dos Párias da Nação , SEU POVO. Este ano comemoramos 130 anos de desgraças no Brasil !
Tudo sofre desmonte nesse país: Ciência e Tecnologia, Educação, Saúde, Infraestrutura, Defesa……a única coisa que não se corta no Brasil é salário, aposentadoria e privilégios de funcionários dos 3 Poderes!
Olá Marcelo. Entendo seu desabafo. Gostaria apenas de lembra-lo que seria bastante injusto cortar a aposentadoria de funcionários públicos, já que todos cumpriram com suas obrigações de tempo e contribuição quando eram funcionários ativos (isso é bem diferente de mudar as regras para as aposentadorias futuras). Atualmente, o único privilégio do funcionário público é a estabilidade mas em compensação eles não têm FGTS. Sobre os salários, há um problema relacionado com a prestação de serviços. A maior parte dos funcionários públicos são professores. Em seguida, são os miliares (incluindo as polícias estaduais), sem falar em médicos e enfermeiros de hospitais públicos. Por outro lado, seria possível reduzir o número de assessores parlamentares (iria contar pouco em valor mas eticamente seria bem visto pela população). Os penduricalhos seriam facilmente cortados. Enfim, em um ano de recessão como 2018, os bancos lucraram R$ 100 bilhões livres de impostos. Que tal um imposto de renda de 27,5% similar á faixa mais alta do que todos nós pagamos de iRPF?
Sou professor. Discutam a vontade, defendam seus amados líderes como idiotas.
Só digo uma coisa. Se eu fracassar, todos vocês fracassam junto comigo.
um país sem investimentos na pesquisa cientifica e um país falido.