Primeira Guerra Mundial

No centenário do fim do conflito, o Imperial War Museum exibe o som do campo de batalha minutos antes da entrada em vigor do armistício. Registros visuais dos ruídos foram reconstruídos para compor áudio

Os termos de paz haviam sido acordados seis horas antes, mas o barulho estrondoso do fogo pesado de artilharia – e seu potencial de dar fim a mais uma vida humana – continuou até o último momento.

Esses estrondos nunca foram gravados, mas existe um registro visual do som. No momento mesmo em que o armistício entrava em vigor, às 11h, os soldados aliados usavam técnicas avançadas de “rastreio sonoro” para detectar a localização do inimigo. Em vez de gravar, o sistema registrava a intensidade do ruído num rolo de filme fotográfico, semelhante ao modo como um sismógrafo registra tremores de terra.

O Imperial War Museum do Reino Unido, que tinha em seu acervo uma coleção de discos gráficos denominada The end of the war, pediu que especialistas da empresa londrina de acústica Coda to Coda utilizassem o registro fotográfico – do front americano no rio Mosela – para reproduzir uma paisagem sonora do momento do armistício. Agora, é possível ouvi-lo, clicando no botão abaixo.

Viagem no tempo

Will Worsley, diretor da Coda to Coda, explica: “Este documento da Primeira Guerra nos dá uma grande visão de quão intensa e caótica a barreira de tiros deve ter sido para aqueles que lutavam no front ocidental.”

Conjuntos de microfones colocados distantes uns dos outros, eram usados para detectar o som de uma determinada peça de artilharia. O som de qualquer arma grande sendo disparada era captado por todos os microfones, mesmo que a quilômetros de distância, porém em momentos diferentes. Sabendo-se a posição dos microfones e as diferenças de tempo, era possível detectar onde a arma estava.

“Esperamos que nossa interpretação de áudio dessa técnica de rastreamento sonoro permita aos visitantes se projetarem naquele momento da história e obterem uma compreensão de como o fim da Primeira Guerra Mundial pode ter soado”, diz o especialista.

A peça completa, de três minutos, documenta os sons entre 10h58 e 11h01 de 11 de novembro de 1918. Os visitantes do Imperial War Museum, em Londres, podem ouvi-lo na íntegra. A instalação, parte da temporada de exibições Making a New World, destaca uma barra sonora na qual os visitantes podem colocar os cotovelos para experimentar tanto as vibrações como o som daquele momento.

FONTE: Deutsche Welle

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Antoniokings
Antoniokings
6 anos atrás

Simplesmente fantástico!!!!!

Rafael M. F.
Rafael M. F.
6 anos atrás

E às 10:59 morria o último combatente: o sargento Henry Gunther, do US Army. Morreu tentando fazer uma carga sobre um ninho de metralhadoras alemão, a despeito da sinalização desesperada dos soldados alemães.

Entre 5:00 e 11:00 do dia 11/11/1918, ainda haveriam 11.000 baixas em todo o front ocidental.

Rafael_PP
Rafael_PP
Responder para  Rafael M. F.
6 anos atrás

Caro Rafael, infelizmente esses guerreiros não foram as últimas vidas ceifadas. Se não estou enganado, os combates nas colônias africanas perduraram por muitas semanas ainda!

Rafael M. F.
Rafael M. F.
Responder para  Rafael_PP
6 anos atrás

Mesmo após a guerra, Letow-Vorbeck continuou sua bem-sucedida guerrilha na África, pois não tinha recebido nenhuma mensagem sobre o Armistício.

E a Europa oriental caiu em desordem e conflitos bélicos entre as novas nações que surgiram.

Me ative ao front franco-belga.

Rafael_PP
Rafael_PP
Responder para  Rafael M. F.
6 anos atrás

Eu sempre vi com ceticismo o sucesso militar deste comandante alemão. A despeito de ter invadido territórios coloniais das potências inimigas, os objetivos militares e políticos não foram atingidos. O sistema colonial britânico e francês funcionou bem no conflito, fornecendo, inclusive, soldados para o front europeu. O que era inaceitável à época.

Em minha humilde opinião, Letow-Vorbeck foi competente apenas ao espalhar morte, destruição e desordem no sudeste africano.

Quanto à Europa oriental, existe a inacreditável história da Legião Checa, que vagou pelo território russo mesmo depois de finda a Grande Guerra. E a própria formação do exército polaco, que mais tarde derrotaria os bolcheviques, nascido da junção de unidades de vários países destruídos pelo conflito.

Abraço, xará!

Rafael M. F.
Rafael M. F.
Responder para  Rafael_PP
6 anos atrás

Se considerarmos que ele nunca foi capturado e que com uma força diminuta de no máximo 10.000 homens manteve retida uma força de 500.000 que poderia ter sido útil em outros TO’s, tendo a considerar que Lettow-Vorbeck foi realmente bem-sucedido.

Da mesma forma que o foi Karl von Müller, o comandante do SMS Emden, que chegou a paralisar a rota de transporte de soldados indianos para a França, e manteve ocupada uma quantidade desproporcional de meios em seu encalço.

_RR_
_RR_
6 anos atrás

Impressionante… É, sem sombra de dúvidas, um registro histórico dos mais valiosos.

Hawk
Hawk
6 anos atrás

Os sons lembram do antigo jogo DOOM…. (Ataques e explosões)…..No inicio…

Joao Moita Jr
Joao Moita Jr
6 anos atrás

Um dos piores desperdicios de vidas ocidentais. E justamente em Versalhes, nasceu a Segunda Guerra Mundial.
Quem ganhou foi Rotschild, com a Balfour Declaration em 1917

https://en.m.wikipedia.org/wiki/Balfour_Declaration

Defensor da liberdade
Defensor da liberdade
Responder para  Joao Moita Jr
6 anos atrás

A alemanha jamais queria a guerra, foi forçada à tal. O Reino Unido e a França, com suas manias de grandeza foram duas grandes pragas no século passado, com seu poder político e seu revanchismo contra o avanço político, econômico e cultural da jovem Alemanha jogaram a europa em dois conflitos mais sangrentos que se tem conhecimento. O que era para ser um conflito local e rápido, virou um um apocalipse global e sangrento, por duas vezes. Apesar de derrotada as sovas que a Alemanha deu, em especial na França, foram históricas. O povo alemão nasceu para a guerra… Dão um boi para não entrar na briga, mas quando entram o bicho pega…

Luiz
Luiz
Responder para  Defensor da liberdade
6 anos atrás

São uns anjos!

Lemes
Responder para  Defensor da liberdade
6 anos atrás

Em qual dimensão paralela você comprou seus livros de história?

Pangloss
Pangloss
Responder para  Defensor da liberdade
6 anos atrás

Defensor da Liberdade, por acaso você tem ascendência alemã?

Rafael M. F.
Rafael M. F.
Responder para  Defensor da liberdade
6 anos atrás

Ninguém queria a guerra. E todos foram tragados para a mesma por conta das alianças militares secretas que todos praticavam nas décadas anteriores.

As sementes de 1914 estão nos processos de unificação dos estados europeus ocorridos nos anos 1860 e no consequente nacionalismo.

As causas da IGM são tão complexas que torna uma tarefa ingrata pesquisá-las, tamanhas as variáveis e os atores envolvidos.

Samuel
Samuel
Responder para  Joao Moita Jr
6 anos atrás

Quem ganhou na verdade foram os Jesuítas!

carlos mendes
6 anos atrás

Escutando o som do fim da guerra só me traz a certeza GUERRA DEVERIA SER LUTADA APENAS PELOS LIDERES ai queria saber se teria guerras! Apenas um delírio poético

Ozawa
Ozawa
6 anos atrás

Na verdade, tão ou mais importante para o mundo que o fim do troar dos canhões da Grande Guerra, foi o fim do Império Alemão há exatos 100 anos, e o início da República de Weimar, fundada nos pilares da homônima e mais icônica Constituição dos tempos modernos, que pôs termo ao Estado Liberal do século XVIII e trouxe as bases do Estado Social do século XX. E a batalha pelo progresso social ainda perdura desde então.

Rafael_PP
Rafael_PP
Responder para  Ozawa
6 anos atrás

Eu vou morrer e não vou entender o fetiche, a adoração quase doentia, que a academia e a classe jurídica brasileira têm pela constituição de Weimar, bem como pela Mexicana de 1917.

Vou te contar uma coisa. Esta Carta Magna foi a maior responsável pelo surgimento e, após, ressurgimento, dos Nacionais-socialistas. Um texto que prometeu muito ao povo alemão e no final entregou miséria e desalento. Um pedaço de papel que permitiu a todo tipo de político populista se eleger, prometendo o inalcançável, e após se furtar da responsabilidade atrás de um parlamento cindido em várias vertentes.

Em uma coisa eu concordo, esta carta trouxe a base do século XX, em toda sua carnificina, desespero e desalento.

Ozawa
Ozawa
Responder para  Rafael_PP
6 anos atrás

Quem entende e compreende não é preciso explicar. Quem sequer entende o que é, como já dito, vai morrer sem entender. Quem só entende o que quer, como agora digo, irá morrer sem compreender.

Rafael_PP
Rafael_PP
Responder para  Ozawa
6 anos atrás

Se perdeu no personagem…

Poderia ser tido uma interessante discussão sobre a transição de um país pós-guerra, as ‘cicatrizes sociais’ de um conflito e até sobre teorias constitucionais.

Mas, aparentemente, o juridiquês já se exauriu.

Felipe Morais
Felipe Morais
Responder para  Rafael_PP
6 anos atrás

Obrigado Rafael. Ufa, alguém falou o que venho tentando traduzir em palavras o que venho acompanhando nas principais postagens da trilogia dos últimos meses.

“Se perdeu no personagem”… excelente!

Ozawa
Ozawa
Responder para  Rafael_PP
6 anos atrás

Não vai haver qualquer discussão com um visão antolhada. Não se trata de um país. É de um modelo – geral – de Estado Social que foi vitoriosamente construído a partir de então e que, goste-se ou não, perdura até hoje, com modulações conforme o contexto histórico e geográfico, inclusive no Brasil. A despeito das tentativas dos déspotas de plantão em destruí-lo, inclusive Hitler, que passam, mas o modelo permanece. Também não pode haver discussão quando o fanatismo ideológico desse momento nacional dá lugar com réplicas e tréplicas destrutivas. Enfim, isso que já exauriu por aqui.

Antoniokings
Antoniokings
Responder para  Ozawa
6 anos atrás

É que existe uma pequena legião de pessoas cuidadas pelas avós à base de Danoninho que não conhecem nada da vida real e que ficam pregando liberalismo na internet.
E pior. Tudo embasado a grandes doses de Wikipedia.

Augusto L
Augusto L
Responder para  Rafael_PP
6 anos atrás

Rafael você disse tudo, nossos acadêmicos prezam mais a segurança social e econômica do que a liberdade.
Isso leva a uma ampla distorção do que é democracia.

Antoniokings
Antoniokings
Responder para  Augusto L
6 anos atrás

Falou George Soros, o financista.

Camargoer
Responder para  Rafael_PP
6 anos atrás

Caro Rafael. Admiro a sua humildade em assumir que não entende o assunto. São coisas assim que me inspiram a estudar mais. Obrigado.

Rafael_PP
Rafael_PP
Responder para  Camargoer
6 anos atrás

Acredito que captei vossa ironia…

Comentei apenas que não compreendo a razão desta constituição em especial ser tão citada. Digo isso após muitos anos de estudo e a leitura de vários doutrinadores. Modéstia à parte, tenho amplo conhecimento de direito constitucional e no que tange à nossa Carta, já me debrucei muito sobre os capítulos de direito econômico e tributário, por exemplo.

Como o próprio colega Augusto disse, a Europa deve muito às Cartas pós segunda guerra, influenciadas majoritariamente pelos anglo-saxões…

Augusto L
Augusto L
Responder para  Ozawa
6 anos atrás

Vale lembrar que a constituição Alemã de 48 é bem mais parecida com as dos franceses, ingleses e americanos do Séc.18 e 19 do que com a de Weimar, e foi com ela que a Alemanha se torna a nação soberana, livre e democrática que é hoje. Rsrsrsr.

Willber Rodrigues
Willber Rodrigues
6 anos atrás

Imagina o azar dos homens que foram atingidos por essa barragem de artilharia a minutos do começo do armistício.
Coincidência ou não, relí Nada de Novo no Front semana passada.

Edson Parro
Edson Parro
6 anos atrás

Eu tenho uma grande satisfação quando vejo a prosperidade que a República de Weimar proporcionou para Corea do Sul, para o Japão, para os Estados Unidos e principalmente para a China. Para a Alemanha, não foi tanto – titio Adolf atrapalhou um bocado.

Delfim
Delfim
Responder para  Edson Parro
6 anos atrás

Na verdade a República de Weimar foi tão atrapalhada e sabotada até pelos próprios Aliados, que favoreceu a ascenção do “cabo austríaco”.

Edson Parro
Edson Parro
Responder para  Delfim
6 anos atrás

Pois é, Delfim!
E desaguou naquela horrorosa desgraceira, que assombra a humanidade até hoje.

Cavalo-do-Cão
Cavalo-do-Cão
6 anos atrás

Excelente comentário…!!!……Irretocável…..

Tomcat4.0
Tomcat4.0
Responder para  Cavalo-do-Cão
6 anos atrás

Muito bom comentário!!!

Gonçalo Jr.
Gonçalo Jr.
6 anos atrás

O melhor cometário até aqui. Parabéns Colombelli. Já vi e assisti a disparos de obuses e realmente é impressionante mas nunca do outro lado, o que recebe o artefato.

Quanto às Constituições também concordo plenamente. A nossa é exatamente isso. Promete tudo sem que o estado tenha dinheiro suficiente para tal. E digo mais. Este tipo de Constituição leva ao populismo desenfreado e irresponsabilidade fiscal como o que acontece anos atrás e estamos onde estamos.

Mais uma vez, meus parabéns. Nada como um profissional comentar. Tem o meu respeito.

Augusto L
Augusto L
6 anos atrás

Bom a SGM acabou quando acabou.
Não teve insurreição dos dominados e subjugados.
É o que podemos chamar de vitória total, na maioria das vezes não é o caso, mas n quer dizer que não pode ser alcançada.

JT
JT
6 anos atrás

Poderiam me indicar livros sobre a Primeira Guerra Mundial?

Rafael M. F.
Rafael M. F.
Responder para  JT
6 anos atrás

– “Canhões de Agosto”, de Bárbara Tuchman. Esgotado, mas encontra em sebos.
– “Os sonâmbulos”, de Christopher Clark;
– “A Primeira Guerra Mundial”, de Margaret MacMillan;
– “A Primeira Guerra Mundial”, de Martin Gilbert;
– “1914-1918” de David Stevenson;
– “O Horror da Guerra”, de Niall Ferguson;

No Youtube: o Canal “The Great War”, apresentado pelo ator Indy Neidell (que é formado em História)

Dr. Mundico
Dr. Mundico
6 anos atrás

Depois das guerras napoleônicas, talvez tenha sido a maior carnificina da história da humanidade. Morria-se a granel e a expectativa de vida nas trincheiras era de alguns dias ou semanas. Doenças completavam o cardápio do terror.
Um historiador inglês (cujo nome não lembro agora) já falou que a I GM foi o epílogo das guerras napoleônicas e o prefácio da II GM, opinião da qual concordo e acrescento que talvez tenha sido o início do fim da Europa como civilização. A II GM veio confirmar a descrença, incapacidade e inabilidade da Europa em manter-se unida e livre de extermínios.
É forçoso acreditar que o espírito europeu é belicoso e que a paz é exceção, e não regra. Pouco a pouco, a Europa está sendo invadida, esvaziada, saqueada, diluída e enfraquecida. Acredito que dentro de uns 50 a 100 anos aquilo esteja pulverizado em republiquetas semi-autônomas ou mesmo dominadas por corporações internacionais que manterão áreas e populações “domesticadas” por novas formas de poder e identidade social.
Talvez uma certa “medievalização”, quando cidades-estados e regiões autônomas irão conviver num precário equilíbrio econômico ou algum arranjo de soberania. O certo é que a próxima guerra na Europa será a última.

JT
JT
6 anos atrás

Obrigado.

Estou procurando algo mais histórico, gostaria de entender com detalhes o contexto da guerra.

Encontrei uma coleção interessante, “A História da Primeira Guerra Mundial – 1914-1918” de David Stevenson. Acho que vou arriscar.

Sequim
Sequim
6 anos atrás

Toda guerra tem motivação econômica, e a I GM não foi diferente. A Alemanha estava se industrializando rápido e estava premida pela falta de matérias-primas. Tais matérias-primas vinham de colônias africanas e asiáticas que estavam nas mãos de franceses e britânicos. Daí os alemães se lançaram desesperadamente contra a França e a Grã-Bretanha. No front além-Europa, o foco alemão foi justamente a África e as colônias francesas e britânicas.

Pablo
Pablo
3 anos atrás

tudo isso pra nada . bizarro como a vida
não tem valor para esses governantes