LeclercPard

Por Roberto Lopes
Especial para o Forças Terrestres

Segunda-feira passada (11.06), o grupo KNDS, formado em dezembro de 2015 pelas companhias Nexter, francesa, e Kraus-Maffei Wegmann (KMW), alemã, aproveitou a mostra internacional Eurosatory, em Paris, para relançar, formalmente, a união dos seus esforços em prol do futuro tanque de batalha europeu, o EMBT – European Main Batlle Tank – (por alguns chamado de LeclercPard), projeto que será desenvolvido nos próximos 12 ou 15 anos.

O stand da KNDS no salão europeu –o mais importante do Ocidente no segmento de armamentos terrestres – trouxe para o público um veículo demonstrador do conceito definido para o novo carro – equipado, em caráter meramente ilustrativo, com um canhão de 120 mm.

De acordo com o engenheiro François Groshany, diretor de monitoramento dos programas blindados da Nexter, o LeclercPard deverá representar bem mais do que a simples composição da funcionalidade do carro de combate francês AMX-56 Leclerc, de 54,5 toneladas, com o vigor do reputado tanque alemão Leopard 2, de pouco mais de 62.

Rumores aparentemente simplistas que circularam nos corredores da Eurosatory, reduziram o programa EMBT, em termos conceituais, a uma combinação da “docilidade” (leveza e fácil resposta) da torre do Leclerc – passível de ser operada por apenas dois tanquistas –, com a robustez  do chassis do Leopard, estrutura capaz de suportar um conjunto de até 68 toneladas.

Mas a verdade é que os projetistas do EMBT não querem chegar nem perto dessa cifra.

Eles imaginam um carro (1) na faixa das 60 toneladas, (2) dotado de um canhão de alto poder de penetração – calibre 130 mm ou 140 mm –, (4) alimentado por um sistema de recarga automático com munição de desempenho extraordinário (para os nossos dias), (5) novo sistema de controle de fogo, (6) blindagem de proteção ativa e (7) grupo propulsor capaz de mover o blindado a velocidades no patamar dos 70 km/h em terrenos semi-preparados ou pouco acidentados.

Segundo Groshany, um conjunto dessa ordem seria capaz de reservar ao menos seis toneladas para que os clientes potenciais do carro de combate adicionassem os sistemas de combate (mísseis de Defesa Antiaérea) e de sobrevivência que lhe pareçam mais adequados.

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Victor Filipe
Victor Filipe
6 anos atrás

Espero que eliminem aquele problema crônico do chassi da família Lepard 2… Seria um grande problema se continuar com isso. Por essas e outras eu prefiro o projeto do M1A3. Mais simples em uma plataforma consolidada com um desempenho ótimo e uma munição muito boa (que dercarta a nascessidade de um novo canhão)

Luiz Floriano Alves
Luiz Floriano Alves
6 anos atrás

Os estragos causados pelo Kornet, aos Leos dos turcos, lá no oriente médio está caausando uma movimentação na diração de mais blindagem reativa e outros sistemas defensivos. Mas o Kornet é uma arma muito potente e precisa, sendo igual ou melhor o que o Javelin. O Javelin é criticado pelo alto grau de elevação de tiro, o que em tese, propicia o fogo defensivo, seja de maanpads, seja de tubo orienatado por radar.

HMS TIRELESS
HMS TIRELESS
Responder para  Luiz Floriano Alves
6 anos atrás

A solução no caso dos Kornets é o Trophy APS, que durante a operação Protective Edge interceptou mais de 15 ATGMS, inclusive o Kornet,disparados contra os Merkavas.

Mas não creio que o míssil russo seja superior ao Javelin não…

Augusto L
Augusto L
6 anos atrás

“Segundo Groshany, um conjunto dessa ordem seria capaz de reservar ao menos seis toneladas para que os clientes potenciais do carro de combate adicionassem os sistemas de combate (mísseis de Defesa Antiaérea) e de sobrevivência que lhe pareçam mais adequados”
Pra mim isso é novo, mísseis anti-aereos em CC, mas parece que vai ser bem modular o tanque.
Só não gostei da foto desse tanque um Leopard com a parte superior do Leclerc, ngm que está na Eurasatory é criança, não precisa botar uma torre francesa num casco de Leopard 2 pra mostra que as 2 empresas estão juntas, hora se não tem uma projeção do tanque ainda que não bote nenhum

Pedro Marçal
Pedro Marçal
6 anos atrás

Apenas um adendo, sei que pode ser irrelevante para muitos, mas eu, sendo formado em desenho industrial, foquei durante a faculdade na área de projetos 3D na inovação de novos veículos, eu não vejo nenhuma empresa inovando no design dos carros de combate, o visual é sempre o mesmo, apenas vejo carros mudando de armamento e calibre.

Tudo bem que a tecnologia embarcada é de primeiro mundo, contudo, acredito que já esteja na hora de algumas empresas de desenvolvimento criar algo novo e não apenas focar na tecnologia embarcada, que também é vital para o blindado, tripulantes e no teatro de guerra.

Já não está na hora de diminuírem o número de tripulantes; colocar um perfil mais baixo nos blindados; mudar radicalmente o design; tentar diminuir o seu tamanho e peso tentando manter seu calibre de fogo de ataque?

Eu sou um adendo, sou um pouco crítico ao ver uma notícia que anuncia “novos carros de combate para a década de 2030” e vejo o mesmo do mesmo. Isso se deve por eu ser da área demproejtos ter uma visão mais crítica… Só um comentário sem conotação de crítica para o blog e seus visitantes diários, o qual também visito todos os dias. Abraços a todos!

Bardini
Bardini
Responder para  Pedro Marçal
6 anos atrás

Esse blindando exposto é só uma amostra dos trabalhos, entre franceses e alemães. Esse não é o futuro MBT que eles estão projetando.
Algo importante e que ninguém falou, é que franceses tem algo que os alemães não tem, que é um sistema de carregamento automático já testado e comprovado, que equipa esse blindado apresentado.
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Sobre a falta de inovação nos futuros Carros de Combate, acho que você está em parte, equivocado. Primeiro pq não é de uma hora para a outra que se troca de blindado. Poucos são os que estão tocando projeto novos.
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MBTs realmente novos: Koreanos, Turcos, Japoneses, Russos, Chineses e Israelenses. O resto é recauchutagem…
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Existe muita inovação acontecendo, principalmente no tocante a sistemas. A tendência atual é ter o MBT e demais blindados atuando em rede, operando com um sistema de gerenciamento de campo de batalha. Outra importante questão são os sistemas de Proteção Activa que estão sendo desenvolvidos.
Existe também a evolução das blindagens, sistemas de propulsão, transmissão e suspensão. Sistemas de carregamento automático evoluíram muito e se tornam cada vez mais confiáveis.
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Mas no geral, se você analisar friamente, o principio do “tanque” ainda é o mesmo do Renault FT-17… Não estão dando um passo muito além disso.
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Mas existe inovação, por exemplo na plataforma Universal Armata, onde se tem toda uma família de blindados sedimentada em uma mesma plataforma.
O que se pode esperar de “inovação” quanto a isso, é o que já é observado na família do Merkava MK4, que dá origem a outros blindados. São movimentações no tocante a ter uma família de blindados.
Os israelenses apresentaram ainda o conceito do Carmel, que aprofunda ainda mais o conceito:comment image
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A Plataforma Universal Armata pode-se dizer que é a última versão desse conceito, de família de blindados. Se entrar em operação/produção de fato, é inovador em diversas áreas, como no nível de proteção da tripulação, com blindagem de ultima geração a torre não tripulada e uso de APS. Fora que com uma plataforma em comum, se gastam muito menos para desenvolver todas as variantes de uma família e se ganham em escala.
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Um Ex oficial britânico e consultor em defesa, propõe esse conceito para no futuro substituir os Challenger 2, no futuro (ver abaixo):

Bardini
Bardini
Responder para  Bardini
6 anos atrás

Plataforma que seria o MBT
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Bardini
Bardini
Responder para  Bardini
6 anos atrás

A mesma plataforma, daria origem ao IFV
comment image

Bardini
Bardini
Responder para  Bardini
6 anos atrás

Conceito da Plataforma Armata:
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nonato
nonato
Responder para  Pedro Marçal
6 anos atrás

Concordo com você, colega.
Sem “discordar” de Bardini (me admiro ver colegas com muitos conhecimentos detalhados conseguirem escrever para caramba. Eu uso smartphone é um sofrimento para tudo. Ainda mais com recaptcha agora).
Mas realmente, independente da funcionalidade dos tanques, não se vê design moderno, beleza.
Um que se destaca é um tanque leve polonês…
O resto parece da idade da pedra.

Humberto
Humberto
Responder para  Pedro Marçal
6 anos atrás

Pedro, tem muita gente que conhece um pouco do riscado e pode te ajudar mais MAS, os meus pitacos.
Um carro de combate é o equilíbrio entre Armamento, Blindagem e Mobilidade. Lembro ter lido que na guerra Ira x Iraque, os Iraquianos, “enterravam” ou deixavam o Cascavel sobre a proteção do solo pois a blindagem era considerado “fraco” ou seja, tiraram o melhor que o Cascavel tinha que era a mobilidade.
Para ganhar mobilidade, existe a necessidade de abaixar o peso do CC, para fazer isto, sacrifica-se a Blindagem e ou o armamento. Contudo para bater um outro CC de combate que seja pesadamente blindado, existe a necessidade de um armamento de grosso calibre que normalmente significa mais peso (que mata a mobilidade), se você não pode ter um calibre menor e tem perda na mobilidade, tem que blindar o melhor possível.
Existem algumas soluções interessantes como a do Merkava (que possui motor na frente, que possibilita inclusive embarcar ou desembarcar tropas também), carregamento automático (diminuindo com isto um dos tripulantes mas colocando um risco maior de falha) ou mesmo blindados sem a torre de canhão (o blindado sueco Stridsvagn 103 que possuía um mecanismo nas esteiras para abaixar e subir o canhão). Creio que o T-90 leva ao máximo o que vc propõe, baixa altura, carregamento automático mas o design é bem conservador.
Particularmente não acho que teremos um outro design revolucionário, acredito mais em drones, menos blindados, mais baratos e em maior quantidade.
Mas como escrevi no início do post, tem gente que conhece do riscado.
Abraços

Ivan
Ivan
Responder para  Humberto
6 anos atrás

Humberto,
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Você foi no ponto central da decisão sobre os carros de combate de ontem, hoje e, provavelmente, amanhã. Equilíbrio entre:
– Poder de fogo – armamento principal e secundário;
– Proteção – ativa e passiva, que envolve sistemas de defesa ativos e diversos tipos e espessuras de blindagem;
– Mobilidade – tratando da relação peso/potência, motorização, caixa de mudança, suspensão (hidropneumática por exemplo) e tudo que afete sua movimentação no terreno.
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Cada exército irá priorizar o que lhe parece mais importante.
Ingleses priorizam a proteção (talvez pelo sofrível desempenho dos seus tanques cruzadores durante a 2ª Guerra Mundial).
Franceses priorizam a mobilidade tática (talvez em função da Linha Maginot, na mesma guerra).
E segue o movimento.
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Mas os carros de combate entregam no século XXI algo muito importante: C4ISR.
Esse é, possivelmente um grande diferencial que agrega valor… e custo… aos modernos blindados de todas as categorias.
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Forte abraço,
Ivan, o Antigo.

Bardini
Bardini
Responder para  Ivan
6 anos atrás

“talvez pelo sofrível desempenho dos seus tanques cruzadores durante a 2ª Guerra Mundial”
.
O “sofrível” vai depender do projeto que você analisar, não do conceito do Cruiser Tank.
Cromwell e Comet foram muito bem sucedidos durante o conflito. Foram esses dois tanques que deram origem ao mítico Centurion.

nonato
nonato
Responder para  Pedro Marçal
6 anos atrás
Clovis Pereira
Clovis Pereira
Responder para  Pedro Marçal
1 ano atrás

Tenho um projeto em mente de um blindado 8X8. Gostaria de saber porque o Brasil não aceita projeto nacional?

nonato
nonato
6 anos atrás

Offtopic
Recentemente, uma matéria aqui tratou da insatisfação da Arábia Saudita com possível fornecimento do S400 para o Qatar.
Durante o jogo de abertura da copa, estavam bem a vontade, o Rei da Arábia Saudita, o presidente da FIFA e Putin.
Quem sabe trataram do assunto.
Enquanto isso, quem sabe os jogadores serão punidos quando voltarem…

Doug385
Responder para  nonato
6 anos atrás

Vai ter jogador levando chibatada em praça pública…

Delfim
Delfim
6 anos atrás

Franceses e alemães agora são só amor na área bélica, França usa fuzis HK, juntos projetam novo caça stealth e agora um MBT conjunto.

Bb
Bb
6 anos atrás

Dois pontos.
Primeiro, esse tanque proposto não vai acontecer. E quase impossível um tanque com canhaode 140mm com o peso anunciado. fIsica. Faz décadas que se pensa no assunto, o canhão já está disponível e não existe tanque no qual foi colocado.
Segundo e mais importante, a disposição da burocracia europeia, ue, em criar um exército para enfrentar, primeiro a Rússia, eh alarmante! Desmembraram a Ucrânia e mostraram fraqueza. Vários passos já foram dados, e o projeto do tanque serve exclusivamente a esse propósito, com O soviete da UE, já alocando bilhões para tal fim.
Adendo, sob não sabemos se a União Europeia irá durar o tempo da consolidação do projeto do tanque.

Victor Filipe
Victor Filipe
Responder para  Bb
6 anos atrás

O problema em si não é o peso do blindado. lembre os Israelenses colocaram um 105 mm Modèle F1 no Sherman, a questão principal em si é o valor, um novo canhão com uma nova munição e todo o sistema atualizado para receber esse novo canhão alem de redesenhar a torra dos MBTs atuais e etc… fica beeem mais caro do que simplesmente atualizar a munição. os EUA já fizeram diversos testes para empregar um canhão com calibre superior, mas pelo custo beneficio escolheram atualizar sua APFSDS e agora utilizam a M829A4 (se supõe que a M829A3 penetra 765 mm a 2 mil metros de distancia. Os dados da M829A4 são secretos mas certamente superiores)

Delfim
Delfim
Responder para  Bb
6 anos atrás

Este tanque é um projeto binacional, da Alemanha e da França, os dois mais poderosos países da CE, que tem necessidades próprias suficientes para criar uma demanda que justifique uma produção que atenda tais necessidades.
Quem do resto da CE e até de fora que se interessar, vai estar bem servido.

Munhoz
Munhoz
6 anos atrás

Nessa área os russos saíram na frente do ocidente.